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1. O Brasil possui uma das maiores áreas agrícolas do mundo, ocupa 3,5 milhões
de Km², isto é cerca de 41,4% da área territorial do país. Há no Brasil cerca de
100 a 200 milhões de hectares aproveitáveis para o uso agropecuário.
2. Segundo a pesquisa do IBGE feita em 2000, havia 32,5 milhões de pessoas
residindo em áreas rurais, mesmo com a imensa área agricultável, 29 milhões de
pessoas vivem abaixo da linha da pobreza absoluta. A atividade agrícola deveria
beneficiar primeiro a alimentação dos produtores, segundo as industrias locais e
por último a exportação, no entanto ocorre o inverso. Devido aos latifundiários
afirmarem que a terra é um bem pessoal e não social, ela tem baixos índices de
utilização, cerca de 13,2%.
3. A estrutura fundiária é o modo como é distribuído propriedades rurais, que tem
como característica a extrema desigualdade. Como no caso das propriedades
com mais de 1.000 hectares, que representam apenas 1% da população, e
ocupam 39,5% das melhores terras agrícolas do país, no entanto são mal
aproveitadas, sendo essas uma característica latifundiária. Com isso 4,9 milhões
de famílias não possuem terras para cultivo, ou não dominam as técnicas de
produção. Enquanto isso, 39,3% das propriedades possuem menos de 100
hectares e ocupam uma área agrícola de 20%, propriedades inferiores a 10
hectares representam 50% e ocupam 2,7% da área. Estes são os minifúndios,
com terras bem aproveitadas e preservam a sua cultura de produção, gerando
mais empregos que os latifúndios.
4. Em conseqüência disso, 150 mil de famílias de pequenas propriedades pequenas
saem anualmente do meio rural, devido aos juros altos, preços elevados dos
insumos, dificuldade de transporte e comercialização ocasionando o êxodo rural,
que em 1950 vem se tornado um problema para a população urbana, que sofre
um aumento de 45,2% nos anos de 1950 até 2000. Em incentivo aos
trabalhadores rurais, nas décadas de 1950 a 1960, surgiram organizações como
as Ligas Camponesas e a Confederação Nacional dos trabalhadores da
agricultura (Contag), que lutavam pelos direitos dos trabalhadores rurais.
5. No início da colonização do Brasil, ocorreu o sistema de posse das terras, o
posseiro podia trabalhar e ocupar a terra sem ser dono. A Lei de Terras,
elaborada em 1850, extinguiu o acesso das terras por posse sendo obrigatória a
compra em leilões com pagamento à vista, tornando apenas um sonho a
população pobre.
6. São muitos os problemas agrários enfrentados no país, entre eles a luta pelo
acesso a terra e a violência rural. Na década de 1950, o Partido Comunista
Brasileiro, a Igreja Católica e Sindicatos Rurais ajudar a dar mais ênfase às lutas.
7. Em 1964, surgiu o Estatuto da Terra com metas como: a execução da reforma
agrária e o desenvolvimento da agricultura. Com o objetivo de acalmar a
violência rural.
8. Em 1970, ocorreu uma expansão da fronteira agrícola, em que abriu um espaço
maior para a pecuária na Amazônia, mas mesmo assim não foi capaz de acalmar
as brigas, os grandes latifundiários substituíam as pequenas propriedades.
Durante esse processo ocorreu um grande movimento denominado grilagem, em
que os grileiros invadiam pequenas propriedades tomando posse das terras.
9. Em 1980 surgiu no Rio Grande do Sul o MST (Movimento dos trabalhadores
rurais sem terras), que levam uma vida precária e buscam pressionar o governo
em busca da reforma agrária, para receber áreas rurais no geral públicas.
10. De acordo com a pesquisa de 1996 a área agrícola é ocupada da seguinte
maneira: proprietário (93,8%) ocupante (2,8%) arrendatário (2,4%) e parceiro
(0,9%). Sendo que 80% dos proprietários são pequenos produtores com área
inferior a 50 hectares, e realizam uma agricultura familiar, isto é, produzem
alimentos básicos para o consumo da família. O parceiro e o arrendatário
constituem um número que vem sendo reduzido gradativamente.
11. Desse modo, com a Lei nº 8 629, se classificou em minifúndio: áreas inferiores
a 1 módulo fiscal, pequena propriedade: entre 1 e 4 módulos fiscais, média
propriedade: área de 4 a 15 módulos fiscais e grande propriedade: com área
superior a 15 módulos fiscais.
12. Existem várias formas de trabalho num campo, entre elas temos o trabalho
familiar: que é realizado entre pequenas e médias propriedades. O arrendamento:
onde o proprietário aluga o meio rural para o cultivo, e a parceria: onde o
proprietário dispõe da terra para um terceiro cultivar, que em troca, lhe da parte
da sua colheita.