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LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA

A INTERPRETAÇÃO DA NORMA
OHSAS 18001/NP 4397

2003
LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA
A INTERPRETAÇÃO DA NORMA
OHSAS 18001/NP 4397

Carlos Rodrigues
Júlio Faceira Guedes
Revisto pela APCER
APCER - Associação Portuguesa de Certificação

Sede:
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PREFÁCIO
Os elementos disponíveis relativos a Segurança e Saúde no Trabalho, evidenciam a
necessidade das organizações em implementar Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança
no Trabalho capazes de gerir os riscos, identificando os perigos, avaliando os riscos e,
posteriormente, controlando os mesmos riscos.

Os requisitos da norma OHSAS 18001:1999 (NP 4397) têm como objectivo eliminar ou
minimizar o risco para os trabalhadores e para as partes interessadas, que possam estar
expostas a riscos para a Saúde e Segurança no Trabalho.

Com a publicação deste Guia, a APCER – Associação Portuguesa de Certificação, pretende


contribuir para que as organizações interessadas na implementação ou actualização dos
seus Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança no trabalho, de acordo com a norma OHSAS
18001:1999 (NP 4397), disponham de uma interpretação Credível e transparente dos
requisitos desta norma.

Como entidade líder de mercado na certificação de Sistemas de Gestão em Portugal e a


representante Portuguesa na rede IQNet, uma rede internacional de entidades cetificadoras
líder mundial da actividade de certificação, a APCER reconhece a sua responsabilidade para
com os seus Clientes, Auditores, Associados e Sociedade em geral, a quem dedica este Guia.

É, ainda, devida uma palavra de agradecimento aos Engºs Carlos Rodrigues e Júlio Faceira
Guedes, autores deste documento, bem como a todos os que contribuiram para a sua
revisão.

O presente Guia deve ser entendido como elemento orientador da interpretação da norma
OHSAS 18001:1999 (NP 4397) e deve ser visto à luz da generalidade e não particularidade.
Para essas situações podem, ainda e sempre, todos os interessados contar com o apoio da
nossa equipa.

A APCER tem como objectivo continuar a dar atenção à publicação de Guias Interpretativos
das principais normas de referência utilizadas na Certificação, pelo que os seus comentários
e sugestões a propósito do presente documento serão sempre bem-vindos.

Porto, 2003

Luís Fonseca
Director Geral da APCER
LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO DA NORMA
OHSAS 18001/NP 4397

ÍNDICE
1. CAPÍTULO I 6
1.1. Sistemas de Gestão 6
2. CAPÍTULO II 7
2.1. “4.1 Requisitos gerais” 7
3. CAPÍTULO III 8
3.1. “4.2 Política” 8
3.1.1. Principais objectivos 8
3.1.2. Linhas de orientação para a interpretação 8
3.1.3. Relação com a prevenção 9
3.1.4. Principais evidências 9

3.2. “4.3 Planeamento” 9


3.2.1. “4.3.1 Planeamento da identificação de perigos, avaliação
e controlo de riscos” 9
3.2.1.1. Principais objectivos 9
3.2.1.2. Linhas de orientação para a interpretação 9
3.2.1.2.1 A metodologia de avaliação de riscos 12
3.2.1.2.2 Periodicidade do processo de identificação, avaliação e controlo
de riscos 13
3.2.1.2.3 Relação identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos
e objectivos / programa de gestão de SST 13
3.2.1.3. Relação com a prevenção 13
3.2.1.4. Principais evidências 13
3.2.2. “4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos” 14
3.2.2.1. Principais objectivos 14
3.2.2.2. Linhas de orientação para a interpretação 14
3.2.2.3. Relação com a prevenção 14
3.2.2.4. Principais evidências 15
3.2.3. “4.3.3 Objectivos” 15
3.2.3.1. Principais objectivos 15
3.2.3.2. Linhas de orientação para a interpretação 15
3.2.3.3. Relação com a prevenção 15
3.2.3.4. Principais evidências 15
3.2.4. “4.3.4 Programa de gestão SST” 16
3.2.4.1. Principais objectivos 16
3.2.4.2. Linhas de orientação para a interpretação 16
3.2.4.3. Relação com a prevenção 16
3.2.4.4. Principais evidências 17
3.3. Implementação e funcionamento 17
3.3.1. “4.4.1 Estrutura e responsabilidade” 17
3.3.1.1. Principais objectivos 17
3.3.1.2. Linhas de orientação para a interpretação 17

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3.3.1.3. Relação com a prevenção 18


3.3.1.4. Principais evidências 18
3.3.2. “4.4.2 Formação, sensibilização e competência” 18
3.3.2.1. Principais objectivos 18
3.3.2.2. Linhas de orientação para a interpretação 19
3.3.2.3. Relação com a prevenção 19
3.3.2.4. Principais evidências 19
3.3.3. “4.4.3 Consulta e comunicação” 20
3.3.3.1. Principais objectivos 20
3.3.3.2. Linhas de orientação para a interpretação 20
3.3.3.3. Principais evidências 21
3.3.4. “4.4.4 Documentação” 21
3.3.4.1. Principais objectivos 21
3.3.4.2. Linhas de orientação para a interpretação 22
3.3.4.3. Principais evidências 22
3.3.5. “4.4.5 Controlo dos documentos e dos dados” 22
3.3.5.1. Principais objectivos 22
3.3.5.2. Linhas de orientação para a interpretação 23
3.3.5.3. Principais evidências 23
3.3.6. “4.4.6 Controlo operacional” 24
3.3.6.1. Principais objectivos 24
3.3.6.2. Linhas de orientação para a interpretação 24
3.3.6.3. Relação com a prevenção 26
3.3.6.4. Principais evidências 26
3.3.7. “4.4.7 Prevenção e capacidade de resposta a emergências” 27
3.3.7.1. Principais objectivos 27
3.3.7.2. Linhas de orientação para a interpretação 27
3.3.7.2.1. Minimização (do risco) 27
3.3.7.2.2. Capacidade de resposta 27
3.3.7.2.3. Prontidão 28
3.3.7.2.4. Restabelecimento 28
3.3.7.3. Relação com a prevenção 29
3.3.7.4. Principais evidências 29

3.4. “4.5 Verificação e acções correctivas” 29


3.4.1. “4.5.1 Monitorização e medição do desempenho” 30
3.4.1.1. Principais objectivos 30
3.4.1.2. Linhas de orientação para a interpretação 30
3.4.1.3. Relação com a prevenção 33
3.4.1.4. Principais evidências 33
3.4.2. “4.5.2 Acidentes, não conformidades e acções correctivas e preventivas” 33
3.4.2.1. Principais objectivos 33
3.4.2.2. Linhas de orientação para a interpretação 33

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3.4.2.3. Relação com a prevenção 35


3.4.2.4. Principais evidências 35
3.4.3. “4.5.3 Registos e gestão dos registos” 35
3.4.3.1. Principais objectivos 35
3.4.3.2. Linhas de orientação para interpretação 35
3.4.3.3. Relação com a prevenção 36
3.4.3.4. Principais evidências 36
3.4.4. “4.5.4 Auditorias” 37
3.4.4.1. Principais objectivos 37
3.4.4.2. Linhas de orientação para a interpretação 37
3.4.4.3. Relação com a prevenção 38
3.4.4.4. Principais evidências 38

3.5. “4.6 Revisão pela direcção” 38


3.5.1. Principais objectivos 38
3.5.2. Linhas de orientação para a interpretação 39
3.5.3. Relação com a prevenção 39
3.5.4. Principais evidências 39

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O documento é constituído pelos seguintes capítulos:

A) No primeiro capítulo, denominado “introdução” introduzem-se algumas informações


sobre os “Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST)”.

B) No segundo capítulo “4.1 Requisitos Gerais” são referidos:

• A abrangência da norma;
• A relação com outros sistemas.

C) No terceiro capítulo analisa-se cada um dos requisitos da norma, sob as seguintes perspectivas:

• Principais objectivos, no qual se aborda qual a intenção do requisito;

• Linhas de orientação para a interpretação, no qual se procura fazer a interpretação de


cada uma das solicitações do requisito;

• Relação com a prevenção, procurando fazer-se uma pequena referência com a higiene
e segurança – prevenção;

• Principais evidências, no qual se referem algumas das principais “evidências” inerentes


a cada um dos requisitos.

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1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. SISTEMAS DE GESTÃO

O Sistema de Gestão da SST é parte integrante de um sistema de gestão de toda e qualquer


organização, o qual proporciona um conjunto de ferramentas que potenciam a melhoria da eficiência
da gestão dos riscos da SST, relacionados com todas as actividades da organização. Consideram-
se que os aspectos a seguir referidos são alguns dos mais importantes, considerando-se que cada
organização deve reflectir e adequar os aspectos referidos, face às suas características e especificidades,
com o propósito de definir, tornar efectiva, rever e manter a política da SST da organização, com
base na qual se poderá definir e estabelecer:
• a estrutura operacional;
• as actividades de planeamento;
• as responsabilidades;
• as práticas;
• os procedimentos;
• os processos;
• os recursos.

Definida a política da SST, a organização deve desenhar um sistema de gestão que englobe desde
a estrutura operacional até à disponibilização dos recursos, passando pelo planeamento, pela
definição de responsabilidades, práticas, procedimentos e processos, aspectos decorrentes da gestão
e que atravesse horizontalmente toda a organização.

O sistema deve ser orientado para a gestão dos riscos, devendo assegurar:
• A identificação de perigos;
• A avaliação de riscos;
• O controlo de riscos.

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2. CAPÍTULO II
2.1. “4.1 REQUISITOS GERAIS”

A estrutura da norma foi pensada para “alinhar” com outras normas de sistemas de gestão, já
existentes, concretamente a ISO 9001:2000 (Sistemas de Gestão da Qualidade) e a ISO 14001:1996
(Sistemas de Gestão Ambiental). Tal é comprovado analisando alguns dos requisitos normativos,
que estabelecem, por exemplo:

• A aplicabilidade do Ciclo de Deming (Planear, Executar, Verificar e Agir);


• A necessidade de estabelecer procedimentos escritos;
• A importância decorrente da realização de auditorias;
• A notoriedade dada a formação;
• O envolvimento da Direcção;
• O relevo proporcionado à revisão do sistema como momento privilegiado para a análise
da sua eficácia.

Esta norma é, também suficientemente abrangente e passível de ser utilizada por toda e qualquer
organização, independentemente do seu sector de actividade e dimensão.
Efectivamente os requisitos desta norma são aplicáveis a qualquer organização que objective:

a) estabelecer um sistema de gestão da SST destinado a eliminar ou minimizar o risco


para os trabalhadores e para as partes interessadas que possam estar expostos a riscos
para a SST associados às suas actividades;
b) implementar, manter e melhorar de forma contínua um sistema de gestão SST;
c) assegurar a conformidade com a Política da SST que estabelecer;
d) demonstrar essa conformidade a terceiros;
e) obter a certificação ou o reconhecimento do seu sistema de gestão da SST por uma
organização externa;
f) fazer uma auto-avaliação e uma declaração de conformidade com esta norma.

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3. CAPÍTULO III: REQUISITOS


3.1. “4.2 POLÍTICA”

3.1.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A Política SST estabelece uma orientação geral coerente com as características da organização, dos
seus processos e produtos, assim como com a cultura e personalidade da organização e os objectivos
estabelecidos pela Direcção.

A Política deve ser coerente com os riscos, com a legislação, com o propósito de melhoria contínua
e deve poder ser facilmente compreendida e comunicada a toda a organização.

3.1.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

“Deve ser estabelecida a Política SST aprovada pelo mais alto nível de gestão da organização...”, isto
significa que a política deve ser formalmente estabelecida e aprovada pela gestão de topo (ex.
Direcção, Gerência, Administração).

“...que indique claramente os objectivos globais da segurança e saúde e um compromisso para


melhorar o respectivo desempenho...”. Os objectivos globais da SST devem estar reflectidos na política
e esta deve reflectir o compromisso de melhorar continuamente o desempenho global da organização
em termos de SST.

As exigências materializadas na Política dividem-se em dois aspectos:


- o primeiro de natureza operacional;
- o segundo relacionado com a gestão da organização.

Nos aspectos operacionais incluem-se:


- ser documentada e actualizada;
- ser comunicada;
- estar disponível às partes interessadas;
- ser periodicamente revista.

Realce que a política deve estar disponível às partes interessadas, devendo estas ser objectivamente
definidas.

Em termos da gestão da organização, pelo menos, três compromissos devem ser claramente assumidos:
- compromisso de revisão e melhoria contínua do sistema SST;
- compromisso de cumprir a legislação de SST aplicável à organização,
- adequação à natureza e à escala dos riscos da organização.

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3.1.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

Quando a norma refere “ser apropriada à natureza e à escala dos riscos da SST da organização”,
tal induz a que seja efectuada uma relação profunda com a prevenção. Com efeito, quando uma
organização tem consciência da natureza e gravidade dos seus riscos e dos perigos associados às suas
actividades, concretiza uma das etapas mais importantes para a consolidação e suporte dos
princípios basilares da prevenção.

3.1.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

É necessário evidenciar a implementação dos aspectos operacionais, relacionados com a política,


referidos anteriormente (3.1.2):
- documentada e actualizada;
- comunicada;
- disponível às partes interessadas (deve ser evidenciado o modo como a organização disponibilizou
a política às partes interessadas);
- periodicamente revista.

3.2. “4.3 PLANEAMENTO”

As actividades de planeamento são imprescindíveis no Sistema de Gestão de SST. Esta norma requer
quatro importantes requisitos de planeamento:
- Planeamento para a identificação dos perigos, avaliação e controlo de riscos;
- Planeamento dos requisitos legais e outros requisitos;
- Planeamento dos objectivos;
- Planeamento do programa de gestão da SST.

3.2.1. “4.3.1 PLANEAMENTO DA IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E CONTROLO DE RISCOS”

3.2.1.1 PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve identificar os perigos associados a todas as actividades (rotina e ocasionais),


avaliá-los e classificá-los e planear o modo como serão controlados.

3.2.1.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

São de realçar os seguintes conceitos:


“Perigo” – fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o
corpo humano ou danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local de trabalho,

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ou uma combinação destes.

“Risco” – combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um determinado


acontecimento perigoso.

R= P x S
R – Risco
P – Probabilidade
S – Severidade (consequência, gravidade).

Definido desta forma, o Risco, varia na proporção directa da probabilidade e da severidade. Quanto
maior a probabilidade e a severidade, maior é o risco, quanto menor for a probabilidade e a
severidade, menor o risco.

Na prática a probabilidade e a severidade têm curvas de desenvolvimento inversas:

À medida que a probabilidade aumenta a severidade diminui, assim como, com o aumento da
severidade a probabilidade diminui.

Poder-se-á definir “Risco Aceitável” da seguinte forma: Risco que foi reduzido a um nível que
possa ser aceite pela organização, tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria
política da SST.

A gestão dos riscos é um dos aspectos fundamentais de toda a função segurança. O conhecimento
dos riscos suporta a sua avaliaçãoe o estabelecimento das medidas de prevenção mais adequadas.

A distinção teórica dos conceitos de “risco potencial” e “risco efectivo”, revela-se igualmente
importante para o estudo e análise de riscos.

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O risco potencial está associado ao facto de a resistência do corpo, eventualmente atingido, ser
inferior a uma determinada energia (causadora do acidente).

O risco efectivo é a probabilidade do Homem, estar exposto a um risco potencial.

Tal como definimos no início, “R = P x S” em que a severidade está relacionado com risco potencial,
e o risco efectivo é uma função da probabilidade e da severidade.

O processo de avaliação de risco é constituído pelas seguintes fases:

Classificar as actividades de trabalho

Identificar os perigos

Determinar o risco

Decidir se o risco é tolerável

Preparar o plano de acção para o controlo de risco


(se necessário)

Rever a adequabilidade do plano de acção

Em resumo poder-se-á concluir que é relevante:

- identificar os perigos;
- estimar o risco, a partir de cada perigo identificado, em termos de probabilidade
e severidade;
- decidir se o risco é tolerável.

Os critérios seguintes poderão ser utilizados pelas organizações, para executarem uma avaliação
de risco eficaz:
a) caracterizar as actividades de trabalho, sugerindo-se que seja preparada uma lista das
actividades de trabalho contemplando os recintos, a fábrica, as pessoas e procedimentos, e
recolher informações a seu respeito;

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b) identificar os perigos, ou seja, devem ser identificados todos os perigos significativos relacionados
com cada actividade de trabalho, devendo ser identificado quem pode ser prejudicado e como;

c) determinar o risco, ou seja, fazer uma estimativa do risco associado com cada perigo, assumindo que
os controlos planeados ou existentes estão a postos. Os avaliadores devem também considerar a eficácia
dos controlos e as consequências de suas falhas;

d) decidir se o risco é tolerável, julgando se as precauções existentes ou planeadas de SST (se houver)
são suficientes para manter os perigos sob controlo e se atendem a requisitos legais;

e) preparar um plano de acção de controle de risco (se necessário), ou seja, preparar um plano para lidar
com quaisquer assuntos identificados na avaliação que requeiram uma particular monitorização;

f) rever a adequabilidade do plano de acção, reavaliando os riscos com base nos controlos revistos e
verificar se os riscos são toleráveis.

NOTA: A palavra “tolerável” significa, neste caso, que o risco foi reduzido ao nível mais baixo que é
razoavelmente praticável.

3.2.1.2.1. A Metodologia de Avaliação de Riscos

A metodologia mais apropriada deve ser seleccionada pela organização, sendo a sua profundidade e
detalhe função da natureza, escala e complexidade dos riscos da organização. Contudo, esta deve:
- ser definida com respeito ao seu campo de aplicação e natureza;
- ser calendarizada;
- ser mais proactiva (devem preceder a introdução de actividades ou de procedimentos novos ou
alterados) que reactiva;
- classificar os riscos em toleráveis e não toleráveis;
- identificar os riscos que devem ser eliminados;
- identificar os riscos que são controlados pelos objectivos e programa de gestão (4.3.3 e 4.3.4);
- ser consistente com a experiência operativa e com as potencialidades das medidas utilizadas para
controlo dos riscos;
- fornecer dados para:
• requisitos das instalações;
• para identificação das necessidades de formação;
• e/ou desenvolvimento de controlos operacionais;
- estipular a monitorização das acções requeridas para assegurar que a implementação seja eficaz e
atempada.

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Este método deve também:

- incluir as actividades de rotina e ocasionais (actividades ocasionais são executadas sem


qualquer periodicidade definida, tais como limpezas, cargas e descargas, ...);
- incluir as actividades de todos os trabalhadores e todas as pessoas que têm acesso ao local
de trabalho (em particular subcontratados, mas também visitantes, fornecedores, clientes, ...);
- incluir as instalações (riscos associados às estruturas tais como piso, escadas, paredes, ...).

A organização deve conservar e manter actualizados a documentação, dados e registos respeitantes


à identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos relativos às actividades em curso.

3.2.1.2.2. Periodicidade do Processo de Identificação, Avaliação e Controlo de Riscos

Deve ser definida tendo em conta os riscos, da escala e complexidade das situações (um ano pode
ser razoável). Deve ser aplicada quando houver alterações (novas máquinas, produtos, processo,
etc.) e ser reavaliada após um acidente.

3.2.1.2.3. Relação Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos e Objectivos / Programa


de Gestão da SST

Os riscos e os objectivos estão relacionados, pois:


√ Alguns riscos podem ser controlados pelos objectivos;
√ Ao estabelecer os objectivos a organização deve ter em atenção os seus riscos.

3.2.1.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

A Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos é um dos objectivos fundamentais da


prevenção.

3.2.1.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Procedimentos documentados para identificação de perigos; determinação dos riscos


associados aos perigos;
- Indicação do nível de cada risco, referindo se são toleráveis ou não;
- Descrição ou referência às medidas a monitorizar e controlar os riscos;
- Identificação dos riscos controlados pelos objectivos/programa de gestão;
- Identificação dos requisitos de competência e de formação para implementar as medidas
de controlo.

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3.2.2. “4.3.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS”

3.2.2.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve estar ciente e compreender como as suas actividades são ou serão afectadas
pelos requisitos legais e outros aplicáveis, e deve comunicá-los ao pessoal relevante.
Este requisito destina-se a promover a consciencialização e a compreensão das responsabilidades
legais.

3.2.2.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Os principais objectivos são:

1.º Identificar e cumprir, quer a legislação relevante quer outros requisitos que a organização
subscreva;

2.º Criar os mecanismos mais apropriados para aceder a legislação nova ou revogada;

3.º Proporcionar evidencia do cumprimento dos requisitos decorrentes da aplicação de


legislação nova;

4.º Manter a informação dos requisitos legais e outros requisitos actualizada;

5.º Manter informados, em tempo útil, os trabalhadores e outras partes interessadas.

Tal como se refere nos “Principais Objectivos” pretende-se identificar a legislação e outros requisitos
aplicáveis à organização, por exemplo a legislação principal (de enquadramento, organização
de serviços, regulamento de SST, incêndios, emergência, ...) bem como a relacionada com as
actividades (ruído, vibrações, produtos químicos, máquinas e equipamentos, ...).

Face à necessária comunicação de informação relevante aos trabalhadores e partes interessadas,


poderá ser apropriada a comunicação de requisitos ou resumos de legislação aos colaboradores
ou áreas funcionais envolvidas e quando relevante atendendo às actividades ou funções que
realizam.

3.2.2.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

O tratamento da legislação implica não só o planeamento para o seu cumprimento, mas também
uma consciencialização do modo como pode afectar a SST. A legislação pode fornecer indicações do
modo de actuar face a determinados situações (riscos) indicando medidas de prevenção.

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3.2.2.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Quais e onde se aplicam os requisitos legais (identificação da legislação aplicável);


- Do modo como é assegurado o acesso a nova legislação;
- Do modo como é comunicada às pessoas onde ela é pertinente;
- Do modo como a organização assegura o cumprimento da legislação.

3.2.3. “4.3.3 OBJECTIVOS”

3.2.3.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

Para a materialização da política de SST é necessário estabelecer objectivos, tanto quanto possível
mensuráveis, ao longo de todos os níveis e funções da organização.

3.2.3.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Os objectivos permitem por em prática a política da organização “... em cada função e nível
relevante da organização ...” .

Ao estabelecer os seus objectivos a organização deve também basear-se:


- em requisitos legais e outros requisitos aplicáveis;
- nos perigos e riscos identificados;
- na perspectiva de melhoria contínua.

Os objectivos devem, ainda, procurar reflectir as posições (sugestões, críticas, propostas, ...) das
partes interessadas.

3.2.3.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

O controlo e a consequente eliminação / minimização dos riscos é um dos principais desafios do


sistema de gestão SST. Para conseguir obter esse desiderato muito poderão contribuir os objectivos,
e se estes foram estabelecidos com base nos riscos e requisitos legais, a organização poderá
minimizar a probabilidade de surgirem potenciais acidentes.

3.2.3.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

Poderão ser exigidas as seguintes evidências:


• dos objectivos documentados para cada função e nível da organização;
• da comunicação dos objectivos, pelo menos aos responsáveis pela sua gestão (e partes
interessadas);
• das posições das partes interessadas (se existirem).

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3.2.4. “4.3.4 PROGRAMA DE GESTÃO SST”

3.2.4.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

Para implementar a política e objectivos a organização deve estabelecer um ou mais programa(s)


de gestão SST. Esse(s) programa(s) contempla(m) o desenvolvimento de estratégias e planos de
acção documentados. A sua implementação deve ser monitorizada e as estratégias e planos devem
ser actualizados.

3.2.4.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

O(s) programa(s) de gestão SST deve(m) conter as acções, e respectivos prazos, a implementar
para atingir os objectivos.
O(s) programa(s) deve(m) identificar quem são os responsáveis por implementar cada uma das
acções. A identificação dos recursos necessários deve estar referida.

De seguida estabelece-se a relação entre o Programa de Gestão de SST e outros requisitos e


actividades:

RISCOS POLÍTICA LEGISLAÇÃO

ACTIVIDADES INTERESSES
E PROCESSO DAS PARTES
OBJECTIVOS
ENVOLVIDAS

TECNOLOGIA
CONSIDERAÇÕES
OPERACIONAIS E
DO NEGÓCIO

PROGRAMA DE GESTÃO DE SST

3.2.4.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

A identificação das acções mais adequadas para assegurar que cada objectivo é atingido consolidam
a prevenção. Com efeito, o conjunto de acções é indirectamente responsável pelo controlo de
alguns dos riscos ( Acções Objectivo Risco mais controlado).

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3.2.4.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

As evidências a exigir são as seguintes;

- Acções enunciadas e seu cumprimento;


- Responsáveis definidos;
- Prazos fixados;
- Recursos identificados.

3.3. IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO

3.3.1. “4.4.1 ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE”

3.3.1.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

Para facilitar a gestão eficaz da SST é requerido que as funções, as responsabilidades e as autoridades
sejam bem definidas documentadas e comunicadas, e que os recursos adequados e necessários
sejam providenciados para permitir a execução das tarefas da SST.

3.3.1.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Neste requisito são considerados aspectos relacionados com as funções e os recursos e o modo
como são exercidas e aplicados, em termos de autoridade e responsabilidade.

Por exemplo:

√ As funções, responsabilidades e autoridade: devem ser definidas, documentadas


e comunicadas, no que se refere às actividades e aos processos que possam ter
efeito sobre os riscos para a SST.

Devem ser definidas as responsabilidades e deve estar definida a autoridade para


actuar quando necessário.

As funções relevantes para identificar os perigos e avaliar e controlar os riscos e


investigar os acidentes, assim como algumas das funções mais relevantes para a
segurança, por exemplo, as relativas ao armazenamento de produtos químicos
e à manutenção dos extintores, devem estar formalmente definidas.

√ A gestão deve providenciar os recursos (humanos, incluindo pessoal especializado,


tecnológicos, financeiros, ...) de modo a assegurar uma eficiente implementação,
controlo e melhoria do sistema.

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√ Deve ser nomeado o(s) Representante(s) da Direcção, o qual, independentemente


de outras funções, deve:

- assegurar que os requisitos do sistema de gestão SST são definidos, implementados


e mantidos em conformidade com a presente norma;
- relatar à Direcção o desempenho do sistema de gestão SST.

A Direcção deve demonstrar o seu compromisso para a melhoria contínua do desempenho


da SST.

3.3.1.3 RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

A definição clara de quem tem autoridade e responsabilidade para as diferentes actividades da


SST constitui uma peça fundamental para uma eficaz promoção da Prevenção.

Reconhecido e aceite que a prevenção deve abranger todas as esferas da organização, é importante
a correcta definição de responsabilidades e autoridade aos diversos níveis.

3.3.1.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ A definição das responsabilidades e da autoridade em matéria da SST para todo o pessoal


relevante;

√ O processo utilizado para comunicar as responsabilidades e autoridade a todos os


trabalhadores e a outras partes interessadas;

√ Da participação activa e apoio da Direcção em matéria de SST, a todos os níveis;

√ Do elemento nomeado como representante da Direcção;

√ Do relato do representante da gestão do topo face ao desempenho do sistema SST.

3.3.2. “4.4.2 FORMAÇÃO SENSIBILIZAÇÃO E COMPETÊNCIA”

3.3.2.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

O pessoal deve ser competente para desempenhar as tarefas que possam ter impacto para a SST. A
competência deve ser definida em termos de formação académica e profissional e/ou
experiência adequadas.

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3.3.2.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

A formação pode ser encarada sobre os seguintes pontos de vista:

a) Pessoal competente nas tarefas que possam ter impacto sobre os riscos

Para que uma organização possa dar resposta a este requisito é necessário definir quais as tarefas
que possam ter impacto na SST e quais as competências necessárias para executar aquelas tarefas.

A competência necessária é definida pela organização e deve ter em conta a formação académica
e profissional (Saber – Saber) e/ou de experiência adequada face ao risco e actividade (Saber
– Fazer e Saber – Estar/Ser).

b) Compreensão e sensibilização do sistema e formação específica

Os trabalhadores em cada nível e função relevante, devem estar sensibilizados para:


- a credibilidade do sistema (Política, Procedimento e Requisitos);
- as suas responsabilidades e autoridade relativamente à segurança;
- as potenciais consequências decorrentes do não cumprimento dos documentos do sistema.

c) Formação sobre riscos e medidas de controlo, particularmente

- Sobre as consequências reais ou potenciais das suas actividades;


- Sobre perigos e riscos das suas actividades;
- Sobre os benefícios do seu desempenho individual;
- Sobre a análise e controlo de riscos e medidas de prevenção.

A gestão da formação deve ter em consideração as responsabilidades, as competências e os riscos.


A formação deve, também, transmitir padrões de comportamento.

3.3.2.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

Um dos princípios da Prevenção é o direito à formação. A cultura da segurança faz-se com muita
perseverança e formação. A informação, sensibilização e formação dirigida aos trabalhadores
sobre perigos, riscos e medidas de prevenção é essencial para a eficaz definição e implementação
do Sistema SST.

3.3.2.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ Requisitos de competência para funções individuais;

√ Análise das necessidades de formação;


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√ Planos de formação estabelecidos para os trabalhadores individuais;

√ Registos de formação proporcionada aos trabalhadores, aos novos colaboradores e aos


que mudam de posto de trabalho;

√ Formação para os trabalhadores temporários e outros (subcontratados) de acordo com


o nível de riscos que estão expostos;

√ Registos da avaliação da eficácia da formação;

3.3.3. “4.4.3 CONSULTA E COMUNICAÇÃO”

3.3.3.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve incentivar a participação na melhoria da SST, divulgar a sua política da SST
e os seus objectivos da SST, para todos os colaboradores afectados, através de um processo de
consulta e comunicação.

3.3.3.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

É requerido e enfatizado o envolvimento, motivação e participação dos trabalhadores.

“ Os trabalhadores devem:
- ser envolvidos no desenvolvimento e na revisão dos procedimentos de gestão de riscos;
- ser consultados sobre todas as mudanças que possam afectar a SST;
- estar informados a respeito de quem são os representantes dos trabalhadores em matéria
de SST e quem é (são) a(s) pessoa(s) nomeada(s) pela gestão “

São considerados duas distintas facetas de consulta e comunicação:

√ Interna: que procura assegurar que os procedimentos, acções e resultados são


efectivamente divulgados e compreendidos pela organização.

√ Externa: incorpora os mesmos princípios mas relativamente à comunidade local,


instituições reguladoras, sindicatos e restantes partes interessadas.
A gestão da comunicação externa deve estar documentalmente estabelecida
assegurando-se, pelo menos, a divulgação dos acidentes graves às autoridades e das
medidas mais importantes que estão a ser implementadas para melhorar o sistema
SST.

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3.3.3.3. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ Reuniões entre a Direcção e os trabalhadores através de conselhos ou comissões da SST


e de órgãos similares;

√ Participação dos trabalhadores na identificação de perigos, avaliação e controlo de


riscos;

√ Nomeação dos representantes dos trabalhadores para a SST;

√ Instruções divulgadas aos trabalhadores e outras partes interessadas, tais como


subcontratados ou visitantes;

√ Métodos e fluxos comunicação que foram identificados e estabelecidos;

√ Comunicação com as partes interessadas em situações normais, anormais e de emergência.

3.3.4. “4.4.4 DOCUMENTAÇÃO”

Já referimos como actividades necessárias, para a definição, implementação e manutenção dos


requisitos da norma, as seguintes:

- Identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos;


- Definição da política e objectivos;
- Procedimentos para identificar e aceder à legislação relevante.

Contudo, a norma refere explicitamente a necessidade de estabelecer alguns procedimentos


documentados.

É natural que muitas organizações para planear e controlar o seu sistema de gestão SST apresentem
mais documentação do que a requerida, dependendo, entre outros aspectos, da natureza e
complexidade das suas actividades, da qualificação dos seus colaboradores ou do nível de maturidade
e desenvolvimento do sistema de SST.

3.3.4.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve documentar e manter actualizada toda a documentação necessária para se


assegurar que o seu Sistema de Gestão SST seja adequadamente compreendido e eficazmente
implementado.

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3.3.4.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

A documentação deve descrever os elementos essenciais do sistema e a sua interacção;

A norma não exige a elaboração do manual da SST.

Baseado nas experiências dos Sistemas da Qualidade e aplicando os mesmos princípios de hierarquia,
pode ser utilizada a seguinte estrutura documental:

nível 1 – Documento que descreve a SST, por exemplo, o manual da SST;


nível 2 – Procedimentos do Sistema de Gestão da SST;
nível 3 – Procedimentos operativos e/ou Instruções de trabalho documentadas;
nível 4 – Registos da SST.

Entende-se como manual da SST, um documento que descreve o sistema de SST e a forma como
a organização cumpre com os requisitos aplicáveis, o qual pode contemplar:

- a Política da SST;
- o âmbito e campo de aplicação do sistema de SST;
- detalhes da organização, responsabilidades e autoridade;
-descrição dos elementos fundamentais do sistema SST (ex: processos) e suas interacções;
- actividades estabelecidas para dar cumprimento aos requisitos normativos;
- informação sobre a documentação do sistema.

Os procedimentos documentados do sistema definem responsabilidades e metodologias face a


cada uma das principais actividades. Em termos simples o procedimento pode definir: “Quem”,
“O quê”, “Onde”, “Quando e Quanto”, “Porquê” e “Como”.

3.3.4.3. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Documento ou manual que dê uma visão global da organização e da documentação do


Sistema de Gestão SST;
- Procedimentos, Instruções de trabalho;
- Registos.

3.3.5. “4.4.5 CONTROLO DOS DOCUMENTOS E DOS DADOS”

3.3.5.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

Todos os documentos e dados que contenham informação relevante para a gestão do Sistema de
Gestão e para o desempenho das actividades da SST da Organização devem ser identificados e controlados.

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3.3.5.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Aplicam-se os princípios básicos aplicados na gestão dos sistemas da qualidade, ou seja, este
requisito requer, por exemplo:

- a disponibilidade da informação necessária:

√ no sítio certo
√ no tempo certo
√ na revisão correcta

Os documentos requeridos para o funcionamento do Sistema de Gestão da SST devem ser


controlados. Deve ser estabelecido um procedimento documentado para:

a) aprovar os documentos antes de serem distribuídos e utilizados;

b) actualizar quando necessário e reaprovar os documentos;

c) identificar o estado de revisão dos documentos;

d) assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis nos locais
onde são utilizados;

e) assegurar que os documentos permanecem legíveis, facilmente identificáveis e recuperáveis;

f) assegurar que os documentos de origem externa são identificados e sua distribuição


controlada;

g) prevenir a utilização indesejada de documentos obsoletos (os quais devem ser


adequadamente identificados se forem mantidos por algum propósito).

3.3.5.3. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Procedimento documentado que defina o modo como a organização controla os documentos


e os dados;
- Registos dos documentos distribuídos.

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3.3.6. “4.4.6 CONTROLO OPERACIONAL”

3.3.6.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve estabelecer e manter programas de acção para assegurar a aplicação eficaz
de medidas de controlo, onde quer que estas sejam necessárias para controlar os riscos operacionais,
para cumprir a política e os objectivos da SST e para assegurar a conformidade com os requisitos
legais e outros requisitos.

3.3.6.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

O Sistema de Gestão SST requer que a organização identifique e implemente o controlo necessário
para assegurar a operacionalização da política e monitorizar o desempenho face aos objectivos
(essencialmente no que diz respeito à legislação e outros requisitos, à melhoria contínua e à
prevenção).

O controlo operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais críticos) e com a política,
os objectivos e o programa de gestão SST.

O controlo operacional deve ser planeado e definido pela gestão, de modo a assegurar a sua
consistência e a sua contínua aplicação.

Deve ser assegurado o controlo operacional não só das actividades rotineiras, mas também das
não rotineiras.

O requisito exige, também, que a organização estabeleça o modo como controla os riscos
identificáveis em bens, instalações e equipamentos.

O controlo implementado pode afectar as diferentes áreas organizacionais (produção, manutenção,


compras,...) e pode assumir várias formas.

Por exemplo:

• Controlo Operacional - sendo requerido que as organizações:

- providenciem pessoal adequadamente formado;


- providenciem procedimentos operacionais, instruções de trabalho (descrevendo o
controlo a ser aplicado, quando apropriado);
- pessoal (mão-de-obra) – identificado, competente, formado e disponível;
- equipamento – identificado, adequado, em condições de funcionamento, protegido
e disponível;

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- ambiente de trabalho / ambiente operacional – apropriado;


- material necessário identificado, adequado e disponível.

Deve ser assegurada a comunicação dos procedimentos e requisitos aos fornecedores e


subcontratados;

Os novos postos de trabalho, máquinas, processos e instalações devem ser concebidos de modo
a eliminar os riscos na origem.

O controlo operacional deve ser executado em todas as operações cuja ausência pode ocasionar:
- danos ao próprio ou outros empregados;
- danos ao público, subcontratados e/ou visitantes;
- fogo ou explosão causando estragos no equipamento.

Deste modo, a organização deve:

- Identificar as operações e as actividades que necessitam de medidas de controlo e


estão associados a riscos;
- Assegurar o controlo das actividades/riscos que possam ser introduzidos por prestadores
de serviços e visitantes;
- Controlar os riscos que possam ocorrer nas actividades realizadas no exterior (casa do
cliente).

Sem querer ser exaustivos, alguns dos elementos que podem ser analisados no controlo operacional
são os seguintes:

Sistema e Administrativo
- Regras gerais de higiene e segurança;
- Inspecções;
- Sistemas de permissão de entradas.

Equipamento
- Verificações de pré-uso;
- Manutenção;
- Equipamento de manutenção.

Pessoal
- Qualificações a exigir;
- Requisitos para EPI’s;
- Autorizações de permanência;
- Licenças ou verbetes.

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Subcontratados
- Procedimentos de selecção e avaliação de fornecedores baseados em desempenhos de
higiene e segurança;
- Contratos e condições de desempenho, seguros, etc.;
- Cartões de controlo de acesso (entradas);
- Participação em reuniões e comissões;
- Inspecções a áreas de subcontratados;
- Informações (produtos químicos);
- Formação específica (uso de EPI’s, regras básicas de segurança,...).

Materiais
- Gestão dos produtos químicos.

Informação
- Disponibilidade do Software de antivírus;
- Realização dos Backup.

3.3.6.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

O primeiro dos princípios da prevenção é eliminar os riscos na origem (na fonte). Este princípio
está claramente retratado no último parágrafo deste requisito, totalmente direccionado para a
concepção de novos postos/locais de trabalho, equipamentos, processos e instalações de modo a
ter em conta a eliminação do risco na origem.

Realce-se também que o recurso a procedimentos com indicações detalhadas sobre as tarefas
individuais deve ser coerente com a prevenção. As tarefas mais críticas e associadas aos riscos são
algumas das quais são objecto do controlo operacional.

3.3.6.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ A identificação das actividades que necessitam de controlo operacional;

√ As evidências da comunicação dos procedimentos e requisitos aos fornecedores e


subcontratados;

√ A disponibilidade dos procedimentos escritos que definem os critérios operacionais;

√ A disponibilidade dos procedimentos para novos postos de trabalho, máquinas, processos


e instalações onde sejam patentes a eliminação de riscos na origem.

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3.3.7. “4.4.7 PREVENÇÃO E CAPACIDADE DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS”

3.3.7.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve avaliar activamente as necessidades de resposta a potenciais acidentes e a


situações de emergência, planeá-las de modo a que sejam geridas de uma forma eficiente,
estabelecer e manter os procedimentos e os processos para gerir tais acontecimentos, testar as
respostas planeadas e procurar melhorar a eficiência dessas respostas.

3.3.7.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Devido à diversidade da natureza das emergências, muitas abordagens na elaboração de um


programa de gestão de emergência podem ser seguidos.

Contudo os seguintes objectivos podem estar presentes:


- Minimização dos riscos;
- Melhoria da capacidade de resposta;
- Prontidão de resposta;
- Minimização dos impactos e efeitos provocados pelos acidentes;
- Restabelecimento, após os acontecimentos.

3.3.7.2.1. Minimização (do risco)

Antes de iniciar o estabelecimento de um plano de emergência a organização deve considerar


as hipóteses de reduzir o risco ou a probabilidade de se desencadear uma situação de emergência.
Tal pode incluir:
- mudanças de lay-out;
- redução de stocks de produtos inflamáveis e combustíveis;
- Separação de armazéns;
- Reduzindo pessoal em áreas de risco;
- ...

3.3.7.2.2. Capacidade de resposta

A organização deve estar preparada para responder com meios próprios. A capacidade de resposta
deve ser assegurada, com base, por exemplo, nos equipamentos, acções das pessoas, materiais e
meios auxiliares (externos).

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Ao nível da participação interna deve-se (se adequado):

- nomear as equipas de 1.ª intervenção (bombeiros), evacuação e primeiros socorros;


- definir a coordenação de evacuação;
- definir a coordenação do salvamento;
- proporcionar os primeiros socorros;
- assegurar o alarme e alerta;
- nomear equipa de apoio técnico (ligar/desligar energia, gás, etc.).

Deve ser providenciada a formação e treino adequada a cada equipa, de modo a garantir a melhor
resposta em cada situação.

Podem ser estabelecidos procedimentos e planos de emergência para:

- reportar acidentes, situações de emergência, notificações internas (ex. sirene), notificações


externas (autoridades);
- gerir o centro de comando;
- gerir a evacuação;
- comunicar e gerir o fim da emergência;
- gerir a intervenção do médico e primeiros socorros;
- ...

3.3.7.2.3. Prontidão

Os equipamentos de emergência típicos, podem ser:

- extintor de incêndios (fixos, portáteis), botoneiras e bocas de incêndios;


- sinalização e energia de emergência;
- equipamento de salvamento (maca);
- equipamento médico;
- equipamentos de primeiros socorros.

3.3.7.2.4. Restabelecimento

Deve ser estabelecido um plano de pós-acontecimento (plano de restabelecimento do negócio).

As actividades referidas neste plano podem ser as seguintes:

- recuperar dados e registos;


- accionar os seguros;
- analisar os danos;

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- identificar os trabalhos necessários;


- mobilizar técnicos e especialistas;
- gerir os subcontratos;
- analisar e decidir sobre alternativas;
- restabelecer os meios auxiliares de actividade (energia, gás, água, etc.);
- restabelecer os meios auxiliares;
- gerir as comunicações.

3.3.7.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

O título desta cláusula inclui uma referência explícita à prevenção.


Um dos objectivos da emergência é minimizar os riscos decorrentes da ocorrência (através da
identificação e reconhecimento dos riscos e situações críticas ou potencialmente críticas), o qual
é também partilhado pela prevenção.

3.3.7.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ Procedimentos para identificar as respostas a acidentes e a situações de emergência;


√ Plano(s) de emergência;
√ Lista de equipamento de emergência;
√ Registo dos testes e manutenção ao equipamento de emergência;
√ Registos de:
- simulacros realizados;
- análise dos simulacros;
- acções recomendadas após a realização dos simulacros;
- actividades definidas para a implementação das acções recomendadas;
√ Registos das análises efectuadas e das acções desencadeadas após ocorrência de acidentes
ou situações de emergência.

3.4. “4.5 VERIFICAÇÃO E ACÇÕES CORRECTIVAS”

A organização deve planear o modo como monitoriza, mede, analisa e melhora as actividades
que possam ter impacto na SST.

Consolida a fase do “Verificar” do ciclo de Deming, que inclui:


- Monitorização e avaliação do desempenho;
- Acidentes, não-conformidades, acções correctivas e preventivas;
- Registos;
- Auditorias.

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3.4.1. “4.5.1 MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO DO DESEMPENHO”

3.4.1.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A organização deve identificar os parâmetros fundamentais para monitorizar e medir o desempenho


do seu Sistema de Gestão da SST. Estes devem incluir, mas não se limitam a, todos os aspectos que
determinam se:

- estão a ser atingidos os objectivos da SST;


- foi implementado e é eficaz o controlo dos riscos;
- foi tida em conta a experiência resultante das deficiências do Sistema de Gestão da SST, incluindo
os acontecimentos perigosos (acidentes e doenças);
- são eficazes os programas de consciencialização, de formação, de comunicação e de consulta
aos trabalhadores e partes interessadas;
- está a ser produzida e disponibilizada informação que possa ser utilizada para rever ou melhorar
aspectos do Sistema de Gestão da SST.

3.4.1.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Os parâmetros a definir para monitorizar e medir o desempenho podem ser:

- pro-activos
• suportados no programa de gestão;
• baseados nos critérios operacionais;
• coerentes com os requisitos legais e regulamentares.

- reactivos – baseados nos acidentes, doenças e outras evidências históricas do desempenho


deficiente (como, por exemplo, análises estatísticas de sinistralidade).

Os equipamentos de medição devem ser calibrados e a sua manutenção deve ser coerente com
as suas características e utilização.

A organização deve identificar as medições a executar e os equipamentos de medição exigidos


pelo Sistema de Gestão da SST.

Quando aplicável, os equipamentos de medição devem:

a) ser calibrados e ajustados periodicamente, antes da sua utilização, através de equipamentos


rastreados a padrões nacionais e internacionais. Quando esses padrões não existirem, a base
usada para calibração deve ser registada;

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b) estar protegidos de ajustes que poderiam invalidar a calibração;

c) estar protegidos contra estragos e deterioração, durante o manuseamento, manutenção


e armazenamento;

d) o software deve ser controlado;

e) os resultados de calibração devem ser registados.

Os parâmetros podem monitorizar qualitativa ou quantitativamente devendo-se, sempre que


possível, quantificar as medidas de desempenho de modo que as comparações possam ser
eficientemente realizadas. As medidas quantitativas que podem ser descritas em termos quantitativos
e registadas numa escala.

As medidas qualitativas que são, por exemplo, descrição de condições ou situações que não podem
ser quantificadas, podem ser avaliadas e registadas, por exemplo, com um comentário sobre as
deliberações de uma comissão de SST.

A monitorização pró-activa deve ser utilizada para verificar a conformidade das actividades da
SST da organização. O controlo de riscos (avaliação e implementação) pode ser um dos pontos
prioritários a monitorizar.

Monitorizar Medir

- Acompanhar os objectivos; - Programa de gestão da SST;


Pró-activa - Controlar os riscos; - Critérios operacionais;
- Avaliar a eficácia da formação; - Requisitos legais e outros regu-
lamentos;
- Outros (1)

- Acidentes;
Reactiva - Doenças profissionais;
- Outras evidências históricas (2);

(1) Exemplos indicadores de monitorização pró-activa:

a) quantidade de pessoas treinadas em SST;


b) eficácia da formação em SST;
c) quantidade de sugestões do pessoal para aperfeiçoamentos de SST;
d) frequência das auditorias de SST;
e) tempo necessário para implementar as recomendações das auditorias de SST;
f) frequência e eficácia das reuniões das comissões de SST;

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g) frequência e eficácia das reuniões de SST com o pessoal;


h) relatórios dos especialistas em SST;
i) tempo necessário para implementar acções relativas a queixas ou sugestões;
j) quantidade de relatórios de vigilância da saúde;
k) relatórios da amostra sobre exposição pessoal;
l) níveis de exposição do local de trabalho (por exemplo, ruído, poeira, vapores);
m) utilização de equipamentos de protecção individual.

Exemplos de métodos que podem ser usados para medir o desempenho de SST:

a) inspecções sistemáticas do local de trabalho, usando listas de verificação;


b) visitas de segurança - por exemplo, numa base de “passando pelo local”;
c) inspecções aos equipamentos, a fim de verificar se as partes relacionadas com a segurança
estão eficazmente instaladas e em boas condições;
d) amostragem à segurança - examinar aspectos específicos de SST;
e) amostragem ao ambiente de trabalho - medir a exposição a substâncias ou energias e
comparar com padrões aceites;
f) amostragem do comportamento - avaliar o comportamento dos trabalhadores para
identificar as práticas de trabalho inseguras que possam requerer correcção (por exemplo,
pelo aperfeiçoamento dos projectos de trabalho ou através da formação);
g) levantamentos das atitudes do pessoal face à segurança;
h) análise da documentação e dos registos;
i) comparação contra boas práticas de SST em outras organizações;
j) auditorias SST.

(2) Exemplos de indicadores de monitorização/medição reactiva:

a) quantidade de actos inseguros;


b) condições perigosas;
c) quantidade dos “quase acidentes”;
d) acidentes que só causam danos materiais;
e) ocorrências perigosas informadas;
f) acidentes causadores de perda de tempo - quando pelo menos um turno de trabalho (ou
outro período de tempo) é perdido por uma pessoa como resultado de um ferimento em
acidente;
g) acidentes envolvendo a ausência do trabalho por mais de três dias;
h) ausências por doença - ausências do empregado em virtude de doença (relacionada com
a ocupação);
i) queixas feitas, por exemplo, por membros da sociedade.

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3.4.1.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÂO

A monitorização pro-activa é a prevenção na verdadeira acepção da palavra. O acompanhamento


do cumprimento dos objectivos, da legislação e sobretudo das medidas de controlo de riscos
“cumpre” com rigor o sentido da prevenção. Este seguimento antecipa as potenciais ocorrências
indesejáveis e providencia para que todos os controlos sejam implementados e mantidos.

3.4.1.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

√ Procedimentos de monitorização e medição;


√ Monitorização do cumprimento dos objectivos e medição do programa de gestão, critérios
operacionais e legislação;
√ Registos da medição dos acidentes, doenças profissionais e outras evidências históricas do
desempenho deficiente em SST;
√ Registos dos dados e resultados da monitorização;
√ Análises das acções correctivas e preventivas;
√ Relatórios das não-conformidades;
√ Listas e programas de inspecção e equipamentos e locais a inspeccionar;
√ Operações de manutenção e seus resultados.

3.4.2. “4.5.2 ACIDENTES, NÃO CONFORMIDADES E ACÇÕES CORRECTIVAS


E PREVENTIVAS”

3.4.2.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

As organizações devem possuir procedimentos para a notificação, a avaliação e investigação dos


acidentes e das não conformidades. A finalidade principal de tais procedimentos é a de prevenir
a repetição da ocorrência de tais situações, identificando e eliminando na origem a(s) causa(s).
Além disso, os procedimentos devem permitir a detecção, a análise e a eliminação das não
conformidades.

3.4.2.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Recordando o conceito de acidente (vide 3.1) - “Em sentido lato, o acidente é um acontecimento
não planeado no qual a acção ou reacção de um objecto, substância, indivíduo ou radiação, resulta
num dano pessoal ou na probabilidade de tal ocorrência. Este conceito surge como uma generalização
da noção clássica de acidente sendo também designado por incidente”.

O incidente é “situação geradora de efeitos indesejados para o trabalho” o que significa que tais
situações ocorrem, podendo não resultar lesões. Na Norma NP 4397, foi entendido que a frase
“probabilidade de tal ocorrência” abrange o incidente. As organizações devem analisar e investigar
(tal como indicado a seguir) os acidentes e as “situações ocorridas geradoras de efeitos indesejados”.

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OHSAS 18001/NP 4397

No caso das OHSAS 18001 serão os acidentes e incidentes e na NP 4397 serão ambos acidentes.

O conceito acidente (NP 4397) inclui os conceitos de “incidentes” (potencial para ocorrência de
acidentes) e os “quase acidentes” (acidentes sem danos). É por isso um conceito abrangente.

Devem ser estabelecidos procedimentos para definir responsabilidades e autoridade para:


√ analisar e investigar (acidentes e não conformidades);
√ executar as acções destinadas a minimizar todas as consequências dos acidentes ou das
não conformidades;
√ definir o início e a conclusão das acções correctivas e preventivas;
√ comprovar a eficácia das acções correctivas e preventivas.

Analisar e investigar os acidentes e as não conformidades (“qualquer desvio aos procedimentos


do sistema, às práticas, ao desempenho do Sistema de Gestão, etc., que possa, directa ou
indirectamente conduzir a lesões ou doenças, a danos para a propriedade, a danos para o ambiente
do local de trabalho, ou uma combinação destes.” ), exige a necessidade de registar todos acidentes
(incluindo os acidentes “in itenere”, os acidentes não participados ao seguro, pequenos acidentes,
etc.), para analisar. A classificação e análise podem ser realizadas, por exemplo, com base nos
seguintes tópicos:

- Índices de Frequência e Gravidade;


- Localização, actividade envolvida, tipo e local de lesão, dia da semana, hora, antiguidade,
forma e agente material;
- Tipo e extensão dos danos patrimoniais;
- Causas directas e remotas. É fundamental investigar as causas dos acidentes e das não
conformidades. A causalidade dos acidentes têm sido motivo de diversos modelos, desde
Heinrich, com a sua teoria de Dominó, que baseava o seu modelo na sequência de
acontecimentos e determinava como causas “actos inseguros” / “condições perigosas” a
Frank Bird cuja teoria assentava em 3 pontos:
• os actos ou condições inseguras são somente as causas imediatas;
• as causas imediatas são o resultado de causas básicas;
• as causas básicas são devidas a pobre gestão de controlo.

O propósito da investigação é determinar porquê o acidente ocorreu. Isto não é necessariamente


o mesmo que identificar a causa dos ferimentos ou outros danos. Quando uma máquina sem
guardas de protecção que causa ferimento ao operador; a ausência da guarda é a causa do
ferimento, mas não do acidente. Neste caso, a causa do acidente é a razão pela qual a máquina
estava sem protecção, por exemplo, manutenção pobre, pressão sobre a produção, falha do
operador, ....

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OHSAS 18001/NP 4397

O objectivo da análise e investigação é assegurar que estas ocorrências não voltem a acontecer.
Os procedimentos devem definir a responsabilidade e autoridade para “executar as acções
destinadas a minimizar as suas consequências”.

3.4.2.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

As lições a retirar dos acidentes e das não conformidades, bem como a aplicação de acções
correctivas e preventivas são atitudes reactivas.
No entanto o resultado da análise das não conformidades e da implementação das acções correctivas
pode ser encarado como uma atitude preventiva.
A busca permanente das causas vai de encontro à filosofia da prevenção. As acções preventivas
são desejáveis e são a base de toda a prevenção.

3.4.2.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Procedimento para analisar e investigar os acidentes;


- Procedimentos para registar as não conformidades;
- Relatórios das não conformidades;
- Relatórios da investigação;
- Relatórios da identificação dos perigos, avaliação e controlo de riscos;
- Informações para a revisão pela direcção;
- Registos da comprovação das avaliações da eficácia das acções correctivas e preventivas
realizadas.

3.4.3. “4.5.3 REGISTOS E GESTÃO DOS REGISTOS”

3.4.3.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

Devem ser conservados os registos que demonstrem que o Sistema de Gestão da SST funciona de
modo eficaz. Os registos da SST devem ser legíveis e organizados, conservados e adequadamente
identificados.

3.4.3.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

Os registos são a prova da efectiva implementação do que foi planeado e servem, por exemplo,
para a avaliação contínua do seu desempenho.

Assim:
- Todos os registos devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis à actividade, ao produto
ou serviço;
- Os registos devem ser arquivados e conservados de forma a serem rapidamente acessíveis

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e protegidos contra a degradação ou perda;


- O prazo de conservação dos registos deve ser especificado;
- Os registos devem ser guardados na forma mais apropriada com vista a demonstrar a
conformidade com os requisitos;
- Os registos devem estar integralmente preenchidos e adequadamente identificáveis;
- Os registos devem estar protegidos de maneira apropriada, contra incêndios e outros
danos ou como requerido por lei.

Os registos exigidos ao Sistema de Gestão da SST devem ser controlados. Tais registos devem ser
mantidos para demonstrar conformidade com os requisitos e o funcionamento eficaz do sistema
de gestão. Deve ser estabelecido um procedimento documentado para identificação,
armazenamento, recuperação, protecção, tempo de retenção e disposição dos registos da qualidade.

3.4.3.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

Os registos exigidos pela legislação são os mínimos e não são suficientes para satisfazer a gestão
da prevenção. A formalização do controlo dos registos é uma contribuição importante para a
prevenção.

3.4.3.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Procedimentos para identificação, manutenção e disposição dos registos da SST;


- Os registos da SST devem ser adequadamente armazenados e facilmente consultáveis;
- Entre os registos, salientam-se os seguintes:
√ registos da formação;
√ relatórios da inspecção da SST;
√ relatórios das auditorias ao Sistema de Gestão da SST;
√ relatórios das consultas;
√ relatórios dos acidentes;
√ relatórios do acompanhamento de acidentes;
√ actas das reuniões de SST;
√ relatórios dos testes médicos;
√ relatórios da vigilância da saúde;
√ registos dos assuntos relacionados com EPI;
√ registos de testes e manutenção de equipamentos de emergência;
√ relatórios dos exercícios de resposta a emergências;
√ registos da revisão pela Direcção;
√ registos da identificação de perigos avaliação e controlo de riscos.

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3.4.4. “4.5.4 AUDITORIAS”

3.4.4.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

A auditoria ao Sistema de Gestão da SST é um processo com base no qual as organizações podem
avaliar, de forma sistematizada, a eficácia dos seus sistemas de gestão.

Deve ser estabelecido um programa interno de auditorias ao Sistema de Gestão da SST que permita
à organização avaliar a conformidade do Sistema de Gestão com a norma.

As auditorias planeadas ao Sistema de Gestão da SST devem ser realizadas ou pelo pessoal
qualificado da própria organização e/ou pessoal externo, qualificado para o efeito e seleccionado
pela organização, para avaliar o grau de conformidade com os procedimentos documentados da
SST e avaliar a eficácia do sistema no cumprimento dos objectivos da SST da organização. As
auditorias devem ser efectuadas de forma imparcial e objectiva.

As auditorias internas ao Sistema de Gestão da SST devem centrar a sua atenção no desempenho
do Sistema de Gestão, não devendo ser confundidas com inspecções da SST ou com outras
inspecções de segurança.

3.4.4.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

A organização deve promover auditorias internas periódicas, para determinar se o Sistema de


Gestão da SST está:

a) conforme os requisitos desta norma internacional;


b) efectivamente implementado e é mantido.

A organização deve planear um programa de auditorias, tendo em consideração a posição e


importância das actividades e áreas a auditar bem como resultados de auditorias anteriores. O
âmbito da auditoria, frequência e metodologias devem ser definidos. As auditorias devem ser
conduzidas por pessoal independente das actividades a auditar.

Um procedimento documentado deve incluir as responsabilidades e requisitos para a condução


de auditorias, assegurar a sua independência e registo de resultados.

A organização deve implementar oportunamente as acções correctivas, perante as deficiências


encontradas no decorrer da auditoria.

As acções de seguimento devem incluir a verificação e implementação de acções correctivas, e

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registos da verificação dos resultados.

As auditorias são realizadas de acordo com um programa com o propósito de avaliar periodicamente
a eficácia do Sistema de Gestão da SST, face às disposições planeadas (incluindo os requisitos da
presente norma) e implementadas.

Ao estabelecer o(s) programa(s) de auditorias a organização deve:

- basear-se na criticidade das áreas;


- indicar a frequência;
- indicar as responsabilidades da gestão e condução das auditorias internas;
- ajustar o programa aos resultados das auditorias anteriores;
- contemplar a comunicação dos resultados à Direcção.

O(s) procedimento(s) para a realização das auditorias podem incluir:

- o âmbito da auditoria;
- a frequência;
- as metodologias;
- as competências;
- as responsabilidades pela realização;
- o relato dos respectivos resultados.

3.4.4.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

A procura de potenciais situações de “não segurança” é, por si só, sinónimo de prevenção. Saliente-
se que as constatações identificadas nas auditorias são objecto de acções correctivas, o que significa
que foram reparadas situações de potencias acidentes ou danos.

3.4.4.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Plano / programa de auditorias;


- Procedimentos para a realização das auditorias;
- Relatórios das auditorias;
- Relatórios das acções correctivas e da avaliação da sua eficácia;
- Comprovação do envio para a Direcção dos relatórios com os resultados das auditorias.

3.5. “4.6 REVISÃO PELA DIRECÇÃO”

3.5.1. PRINCIPAIS OBJECTIVOS

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A Direcção deve rever o Sistema de Gestão da SST para avaliar se está a ser integralmente executado
e permanece adequado face aos objectivos da SST estabelecidos.

A revisão deve também avaliar se a política continua a ser apropriada. Deve estabelecer novos,
ou actualizados, objectivos para a melhoria contínua, e avaliar se são necessárias alterações a
algum dos elementos do Sistema de Gestão da SST.

3.5.2. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO

A Direcção deve efectuar uma revisão ao Sistema de Gestão da SST, em intervalos planeados, para
assegurar uma adaptação, adequação e eficácia contínua. A revisão deve avaliar a necessidade
de mudanças no Sistema de Gestão da SST da organização, incluindo a política e os objectivos da
SST. As revisões devem ser realizadas pela Direcção, com periodicidade regular (por exemplo, uma
vez por ano), devendo focalizar-se no desempenho global.

Para tal, é necessário recolher toda a informação necessária e documentar a análise.

O objectivo da revisão é avaliar a eficácia do sistema e estabelecer as acções necessárias face aos
resultados.

Dado que a análise da informação recolhida é documentada, implicitamente deverá haver um


planeamento dessa análise, identificando os pontos a abordar, identificando quem deve estar
presente, assim como as responsabilidades de cada participante.

O elemento designado pela Direcção deve fazer um registo sobre o desempenho global do Sistema
de Gestão da SST.

3.5.3. RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO

A eficiente revisão do sistema realizada pela direcção demonstra o seu envolvimento na melhoria
do Sistema de Gestão da SST, o qual constitui um forte contributo para a prevenção.

3.5.4. PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

- Informação recolhida e analisada na revisão do sistema;


- Periodicidade da revisão;
- Registos da revisão;
- Alterações da Política e dos Objectivos;
- Acções correctivas decididas;
- Acções preventivas decididas.
- Registos da revisão;
-…
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REPRODUÇÃO
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