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R. R. Soares
Graça Editorial, 1999
ISBN 85-7343-091-5
http://semeadoresdapalavra.queroumforum.com
Sumário
Contracapa:.........................................................................................................................2
Prefácio................................................................................................................................2
1. Crer desliga o mal..........................................................................................................4
2. Por que crer?.................................................................................................................13
3. Os dois cegos.................................................................................................................27
4. Tudo é possível ao que crê..........................................................................................47
5. A importância de crer..................................................................................................60
6. Crer libera o poder.......................................................................................................75
Contracapa:
Senhor, desce, antes que meu criado morra, suplicava o oficial do rei. Jesus lhe
respondeu: Vai, porque ele vive. O homem creu na Palavra e o servo foi curado
no mesmo instante (Mt 8.5-13).
Nessa mensagem, quero compartilhar com você o segredo do que significa crer
em Deus. E tão importante que é condição básica, ordenada pelo próprio Senhor
Jesus, para que vejamos a glória do Pai.
Existem limitações para os filhos de Deus? O Senhor responde: Tudo é
possível ao que crê (Mc 9.23).
Oro para que essa lição seja tão bem assimilada por você que, a partir de
agora, todos os seus pedidos sejam respondidos.
R. R. SOARES
Prefácio
Segunda vez foi Jesus a Caná da Galiléia, onde da água fizera vinho. E
havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum.
Ouvindo este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e
rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte.
Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis. Disse-
lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra. Disse-lhe Jesus:
Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-
se. E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos e lhe
anunciaram, dizendo: O teu filho vive. Perguntou-lhes, pois, a que hora
se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às sete horas, a febre o deixou.
Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que Jesus lhe disse:
O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
João 4.46-53
E sta, como todas as narrativas bíblicas, não foi escrita por acaso. Ela
contém uma série de lições que as Escrituras nos têm a fornecer,
porém examinaremos, por agora, somente as que se referem a crer.
Sabemos que todos os ensinamentos bíblicos são para o nosso
crescimento e aperfeiçoamento. Alguns servem para nos abrir os olhos
para que vejamos a nossa posição diante de Deus e de todas as coisas,
outros, para nos fazer abandonar os descaminhos em que estamos nos
enveredando.
Cana teve a primazia de ser escolhida, pelo Senhor, para que nela se
operasse o primeiro milagre do ministério terreno do Senhor Jesus. Só Ele
sabe o porquê de tal privilégio. Agora, Jesus está voltando da Judéia para
a Galiléia, e um oficial do rei, ouvindo que Ele estava a caminho de Caná,
foi encontrar-se com o Senhor.
Não há melhor mensagem na vida do que ouvir falar que o Senhor
está a caminho, vindo em nossa direção. O coração humano não resiste a
tal notícia, ele salta de emoção. Ao menor sinal da aproximação do
Senhor, nasce dentro de nós uma esperança de que algo bom vai nos
acontecer.
A verdade é que o espírito humano vive aguardando este momento.
Pois, sem a presença de Jesus a vida é vazia, triste, mesmo que se tenha de
tudo que ela possa oferecer.
Saber que o Mestre está vindo faz com que os desanimados, os
doentes e os oprimidos encontrem razão para se erguerem, e motivo para
crer que a solução de seus problemas está próxima.
Foi assim que aconteceu com este oficial do rei. A alguns quilômetros
dali estava a cidade de Cafarnaum, onde o seu filho estava morrendo. Os
dias para este servidor do rei não eram nada fáceis. Certamente que tinha
batido em todas as portas, sem encontrar solução, vendo a cada dia o seu
rapaz piorando. Agora, reconhecendo a sua impotência diante da
moléstia que estava a roubar-lhe o filho, ele amargava um misto de dor e
de revolta.
Não é isto que sói acontecer com qualquer pessoa quando está diante
da inexorável incapacidade humana em relação à morte?
Ao dialogar com o oficial, Jesus está lhe mostrando que crer seria a
chave para a cura do seu filho, mas ele não estava nem aí, para, sequer,
raciocinar com o Senhor. Estava tomado pela angústia da iminente perda
de seu filho.
Esta mesma angústia tenho observado em muitas vidas que vêm
buscar a bênção e fracassam. Quando uma pessoa está angustiada, ou
mesmo apaixonada, é quase impossível abrir-lhe os olhos. Nesse estado
emocional não se consegue ouvir a ninguém, nem mesmo aos pais ou aos
amigos, à razão e tampouco a Deus. Essas coisas roubam do homem o seu
poder de raciocínio.
O mesmo acontece quando uma pessoa descobre uma maneira fácil
de ganhar dinheiro, ou de se promover na vida. Ela costuma ficar tão cega
que os valores morais, a família, as amizades, a sua responsabilidade
diante do Senhor Deus e tudo mais ficam para mais tarde, pois o que lhe
interessa é aproveitar a oportunidade.
Com o general da Síria, foi a sabedoria dos seus servos que, com
muito jeito, conseguiu que ele descesse do seu orgulho e se humilhasse
diante da palavra do homem de Deus, banhando-se nas águas barrentas
do Jordão. Com os meus leitores espero que este opúsculo lhes abra os
olhos para que encontrem o caminho que os levará ao sucesso.
Crer é o que importa
O Senhor disse ao oficial do rei: Se não virdes sinais e milagres, não
crereis (v. 48).
Em outras palavras: "O seu problema, senhor oficial, é que você não
crê. Ainda que eu vá pessoalmente e imponha as minhas mãos sobre o seu
filho, a sua incredulidade (ele tinha desejo, vontade de ver o seu filho
curado, mas não sabia cooperar com o Senhor na consecução do milagre,
crendo) anularia a minha obra."
Muita gente precisa entender, e para alguns isso é difícil de aceitar,
que não é o pregador que faz a obra, e, sim, a maneira como se responde à
Palavra de Deus. Na verdade, a participação do pregador na realização do
milagre é quase ínfima; ele se resume a dar a mensagem e levar a pessoa a
tomar a decisão.
Quem dá ouvidos à Palavra recebe a fé que é a base de toda operação
de Deus no ser humano. No capítulo três eu faço uma distinção entre fé e
crer, que não são a mesma coisa, apesar de muita gente boa achar o
contrário.
O oficial estava mesmo sem entender a orientação clara e simples de
Jesus. Quase fora de si, não compreendendo o que o Senhor está a lhe
revelar, ele implora: Senhor, desce, antes que meu filho morra (v. 49).
Está evidente que ele só estava esperando pela resposta positiva do
Mestre à petição que Lhe fizera, a qual julgava ser a solução para a cura
do seu filho. Não conseguia ver que o diálogo que Cristo travava com ele
era a preparação do milagre. Para ele, o que importava é que o seu filho
fosse curado, e, segundo imaginava, a cura só seria possível com a
presença do Senhor em sua casa. O ensinamento que Jesus estava lhe
ministrando era desnecessário, ou irrelevante.
É claro que o Senhor Jesus queria curar o rapaz, porém precisava
ensiná-lo a fazer o que lhe competia, caso contrário a cura não se
manifestaria. Isto acontece em todos os casos. Não há privilegiados, nem
tampouco a bênção ocorre por sorte ou por algum meio misterioso.
O seu entendimento defeituoso se revoltava com assuntos que julgava
não serem pertinentes ao momento. É bem possível que tenha pensado
que, se o Mestre ficasse demorando em atendê-lo, o seu filho poderia
morrer, e, então, não haveria mais jeito.
Provavelmente o seu desespero não o deixava lembrar que o Senhor
Jesus, também, Se identificava como Aquele que não somente tinha poder
de curar mas como Quem tem capacidade de trazer de volta, da morte, os
que já haviam partido:
Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá.
João 11.25
Que esta lição nunca seja esquecida: Quando se crê, o mal vai embora.
Diga ao Senhor que, neste momento, você vai tomar posse da sua
bênção. Agradeça-Lhe ter colocado em Jesus todos os seus sofrimentos.
Mande que todos saiam de sua vida e, em seguida, creia que já está livre
de todos eles.
No momento em que você crê, o mal perde a força sobre a sua vida e
o poder de Deus entra em ação, realizando o que, sobre a Palavra de
Deus, foi determinado.
No capítulo seguinte, veremos que, se não crermos naquilo que
oramos, simplesmente não teremos respostas aos nossos pedidos.
Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-
lo-eis.
Marcos 11.24
O propósito de Deus
Todas as palavras colocadas na Bíblia, desde um simples relato de
algum acontecimento até as profecias de difícil interpretação, têm um
propósito definido. Nada, absolutamente nada foi colocado nas Escrituras
por acaso.
Se você não entender alguma declaração bíblica, não a descarte,
guarde-a consigo e ore a respeito dela. Quando aprouver ao Senhor, Ele
lhe dará o significado dela.
O Senhor Jesus começa esta declaração dizendo: "Por isso." Esta era a
razão do Seu ensinamento. Ele não queria, como não quer, que venhamos
a fracassar na oração. Na verdade, a vontade de Deus é que todos os Seus
filhos tenham o melhor desta vida, que desfrutem da verdadeira vida
abundante que Ele veio trazer; que não fracassem em nenhuma batalha.
Mas, para que isso aconteça, temos de prestar bastante atenção às
instruções. Em Provérbios 4.13 está escrito:
Pega-te à correção e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.
Posso afirmar, sem o menor temor de errar, que a coisa mais
importante que temos a fazer depois de termos nascido de novo é lutar
por receber instrução. Uma vez tendo-a recebido, devemos apegar-nos a
ela, agarrando-a de tal modo que, haja o que houver, não a largaremos.
Agarrar a instrução é trazê-la à memória diante de qualquer
provação. E, toda vez que formos tomar alguma decisão, devemos tomá-la
de acordo com o que nos foi ensinado.
Este é o caso deste versículo 24 de Marcos 11. Podemos olhar para ele
e achá-lo bonito, podemos até decorá-lo, mas se na hora da provação não
agirmos de acordo com estas instruções, nada nos terá adiantado.
Será que não existe outro caminho para se receber as bênçãos? Claro
que não. As Escrituras Sagradas nos informam que há um só caminho
para se ir ao Pai.
Seguir as instruções sempre será certeza de vitória. Não são poucas as
vezes que tenho tido a oportunidade de instruir uma congregação sobre
como se recebe o batismo no Espírito Santo, e, após alguns minutos de
oração, quase todos recebem a plenitude do Espírito.
Depois do culto, sempre vêm pessoas comentar como agora ficou fácil
ser cheio do Espírito. Eu respondo: sempre foi fácil. O que faltava eram as
instruções. Algumas destas pessoas estavam buscando o batismo há mais
de vinte anos. Houve uma vez que uma senhora me disse que havia trinta
anos pedindo o revestimento do alto.
Com as instruções nas mãos somos capazes de fazer qualquer coisa,
não é verdade?
Tudo quanto
Observe que Deus não nos prometeu somente alguma coisa, ou quase
tudo, e, sim, tudo.
Isto não quer dizer que o amado irmão pode orar pedindo que
qualquer coisa que o agrade venha a acontecer. Mas, alguém pode objetar,
dizendo: "Ele não disse tudo?" Sim, tudo que a Sua Palavra, que é a nossa
base em todas as coisas, venha a nos informar que nos pertence. Isto
veremos melhor no terceiro capítulo, quando estudaremos a importância
da fé.
Diante de seus olhos estava passando o que ele sempre quis saber. Na
sua mente ele desenhava o sucesso que gostaria de ter e que agora, com a
nova instrução que o livro estava lhe dando, ele conseguiria.
Mas, tudo que o Senhor diz em Sua Palavra será sempre confirmado.
Ele mesmo declarou:
Pedirdes
A maior descoberta da minha vida ocorreu nos últimos dias de
novembro de 1984, culminando no dia dois de dezembro daquele ano,
quando eu, boquiaberto, encontrei a resposta que, durante anos, procu-
rava a todas as indagações que surgiam, quando eu, ou alguém,
fracassava na batalha da vida.
Para mim era difícil aceitar que aquilo que estava na Bíblia não se
cumprisse na minha vida. Mas, nem sempre se cumpria.
Quantas vezes eu buscava a Deus enquanto passava por uma grande
necessidade e não obtinha resposta. Não foram poucas as vezes que,
sentindo a febre surgir no meu corpo, vi com tristeza a oração ser
ineficiente para debelá-la.
Nos dois anos que antecederam a esta descoberta maravilhosa eu sofri
com uma coriza que nada conseguia curar. Durante o meu sofrimento eu
cansei de orar, pedindo ao Senhor que me curasse. Simplesmente, não
havia a menor resposta de Deus. Era como se eu orasse à parede, ao teto, a
um ídolo ou a qualquer outra coisa inanimada.
Cansado de esperar pelo milagre e não agüentando as crises, procurei
ajuda médica. Um doutor, meu amigo particular, líder carismático, que
esporadicamente freqüenta as minhas reuniões, aconselhou-me a tomar
diariamente oito copos duplos de suco de laranja, pois, segundo ele, o fato
de eu conduzir muitas reuniões todos os dias fazia com que perdesse
grande quantidade de energia, e elas deveriam ser repostas. Isso não me
levou a nenhuma melhora.
Outro médico, também meu amigo, já bem avançado na idade,
professor catedrático de uma universidade oficial, recomendou-me um
tratamento com uma vacina de depósito. Semanalmente eu tomava 0,5 ml
da tal vacina, que era importada. Esta medicação ajudou-me, porém
somente enquanto estava no tratamento.
Naqueles dias, podia sentir o quanto é bom a pessoa desfrutar saúde.
Mas, quando o tratamento acabou, havia durado uns três meses, tudo
voltou. Fui de novo ao doutor, e ele mandou-me repetir a série de vacinas,
o que fiz. Após a repetição, tudo ficou como antes.
Vivia chateado, aborrecido e decepcionado. A razão era que o
Evangelho que pregava e que ajudava tantas pessoas, no meu caso
simplesmente não funcionava.
Na minha sinceridade indagava se tudo aquilo não era ilusão. Se a fé
não era um pensamento positivo que para alguns funcionava e para
outros não; alguma coisa que nem mesmo eu sabia explicar o que era, mas
que em alguns casos dava certo.
Jamais deixarei de dar graças a Deus por Kenneth E. Hagin ter escrito
o livro O Nome de Jesus. Li este livro no final de novembro de 1984,
terminando no dia 2 de dezembro do mesmo ano.
Que leitura abençoada, que momento de visitação de Deus foram
aqueles dias! Nunca tinha visto nada igual. Este livro me fez conhecer
mais profundamente a Palavra de Deus.
Uma das mais lindas surpresas que já tive em minha vida foi quando
descobri que Jesus e a Palavra de Deus são a mesma pessoa. Eu
simplesmente não podia acreditar no que lia. Nunca ninguém me dissera
isso, nem sequer havia imaginado que fossem a mesma pessoa.
Fiquei como tonto ao saber que podia conhecer Jesus igual ou melhor
que Pedro e os demais apóstolos, que andaram lado a lado com o Senhor.
Isso me fez quase delirar de tanta alegria. Era inacreditável, Jesus, o meu
amado Senhor, era a Palavra de Deus. Como esta revelação me fez bem!
Durante a leitura do livro todas as perguntas sem respostas que trazia
comigo durante anos foram-me respondidas. Aprendi que a minha cura
dependia só de mim.
Agora as coisas seriam diferentes. Agora eu sabia o que fazer, e fiz.
Desde o dia 2 de dezembro de 1984, nunca mais tomei um comprimido
sequer. GLÓRIA A DEUS!
O que foi que realmente me abriu os olhos? Bem, não é difícil explicar.
Posso garantir que tudo começou com o entendimento de que não temos
de pedir a bênção — pedir no sentido que nós conhecemos como pedir.
No livro, o irmão Hagin explicava, usando o versículo 13 de João 14, onde
se lê:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho.
Tudo quanto pedirdes em oração. Deus não tem compromisso com aquilo
que pedimos fora da oração, fora da comunhão, em que, estando
desligada dEle, a pessoa resolve falar em Seu Nome, esperando que
aconteça o que pede ou determina. Ele claramente explicou que será feito
tudo o que for pedido em oração.
Tê-lo-eis
Na ressurreição de Lázaro vemos a importância de Crer. Podemos
dizer que ele era um privilegiado. Ele cria em Jesus, e por isso o Senhor
era seu amigo particular. O mesmo se dá com todos que crêem nEle; são
considerados por Ele como amigos, e não servos.
Lázaro adoeceu; então, suas irmãs mandaram ao Mestre um recado
urgente, para que viesse socorrer aquele a quem Ele amava.
O Senhor demorou-se ainda mais dois dias onde estava, e, quando foi
ao seu encontro, ele já estava morto e sepultado havia quatro dias.
Depois de ter falado com suas irmãs, Marta e Maria, e de ter-lhes
garantido que ele haveria de ressuscitar, afirmando o Senhor que Ele
próprio era a ressurreição e a vida, teve de chamar a atenção de Marta,
que respondeu com incredulidade quando Ele pediu que tirassem a pedra
que fechava a abertura do túmulo.
Disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe
Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
João 11.39,40
Esta é a plena verdade: Quem crê vê a glória de Deus, quem não crê
nada vê e nada recebe.
3. Os dois cegos
Não é bem assim. Como já tenho dito, cada caso é um caso. Deus
sempre sabe o que faz, e o que Ele faz é, inquestionavelmente, para o
nosso próprio bem.
Por que Jesus não lhes respondeu? Não teria sido tão simples, para
Ele que tem todo o poder, ter tocado em seus olhos e feito-os bons? Não.
A pura verdade é que, se o Senhor Jesus lhes tivesse atendido no início da
caminhada, Ele teria fracassado em curar-lhes os olhos.
Um grande erro
Se reuníssemos, hoje, 10 mil dos maiores pregadores do Evangelho
em certo local e déssemos a cada um deles uma folha de papel com um
lápis, pedindo-lhes que explicassem, sucintamente, o que é fé, pro-
vavelmente teríamos muitas respostas iguais e, certamente, muito poucos
dariam a resposta certa.
Fé é a coisa mais mal entendida na face da Terra. Mesmo os maiores
líderes evangélicos não sabem explicar, corretamente, o que ela significa.
Uma vez, estava reunido com cinco pastores e disse-lhes: "Irmãos,
poderiam me explicar o que significa fé? Pois, afinal de contas, sendo
pregadores do Evangelho, a nossa missão é fazer a fé nascer e se de-
senvolver no coração das pessoas". Eles se entreolharam, abaixaram a
cabeça e nenhum deles se aventurou a dar tal explicação. Eu insisti, e um
deles tomou coragem e disse: "Missionário, fé é quando a gente crê
muito".
Ele estava complemente enganado. Fé não é crer, e crer não é fé.
É interessante notar que em todo o Velho Testamento, que levou mais
ou menos 1.500 anos para ser escrito, só existem duas referências à fé.
Uma delas está em Deuteronômio 32.20, que aparece, como fé, somente
em algumas traduções, mas que tem o sentido de fidelidade, ou lealdade.
A outra se encontra em Habacuque 2.4, onde realmente significa fé.
Isso nos chama a atenção, que o pessoal do Velho Testamento não
sabia o que era fé. Apesar de a possuírem e a usarem.
Foi Jesus quem começou a ensinar sobre a fé. Ele dizia a certas pessoas
que a fé que tinham as havia curado, e a outras Ele recomendava que
tivessem fé em Deus.
Fé? O que é fé? O povo perguntava e Jesus respondia: Se tiverdes fé
como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de
passar; e nada vos será impossível (Mt 17.20).
Hoje, quase 2 mil anos já se passaram e ainda a maioria do povo não
sabe o que é fé; nem mesmo aqueles que têm obrigação de saber, como os
pregadores, a compreendem. Mas, por quê? Porque não ouvem a Palavra.
Procurar o significado da fé em Deus nos dicionários também não
ajudará. Os seus autores não lêem a Bíblia e, se o fazem, não se inclinam a
aprender com o Senhor.
É triste ter de fazer a mesma crítica aos nossos seminários e
faculdades de teologia. Alguns estão até se excedendo, ensinando
filosofia, métodos de persuasão, lições de marketing, etc. Mas, no
discernimento espiritual, deixam muito a desejar.
Os cegos, apesar de não terem obtido resposta aos seus clamores, não
desistiram.
Jesus percebeu que tudo estava no ponto certo; então, chegou à casa.
Cristo em casa
Desde quando Adão pecou, o Senhor Deus não tem podido ocupar a
Sua casa, o nosso coração. E, sem este morador em nós, somos
simplesmente pobres criaturas, miseráveis e vulneráveis a todo tipo de
erro e de engano. Em alguns casos o ser humano tem-se tornado até
mesmo habitação de demônios.
Sem a presença do Criador a casa fica completamente desarrumada.
Ela se enche de habitantes nocivos que a fazem ser uma filial do inferno.
O grau de distanciamento da divindade numa vida pode ser medido pelo
grau de malignidade em que esteja vivendo. Quanto mais longe de Deus a
pessoa estiver, menos respeito a si mesma ela terá, e quem não se respeita
jamais será respeitado.
Todos os problemas que afligem a sociedade, desde as doenças ditas
incuráveis, passando pelos problemas sociais, como drogas, prostituição,
homossexualismo, violência, até os casos de suicídio terão solução,
somente, se Cristo estiver em casa.
Também o fanatismo é sinal de que o Senhor não reside numa vida. O
fanático está tão distante da verdade como qualquer pessoa que jamais
conheceu a Deus. Ele não admite sua mente corrompida, julga estar
agradando ao Senhor enquanto discrimina os outros, principalmente os
que não seguem a Deus como ele pensa estar seguindo.
Em alguns casos a pessoa já teve bons momentos quando o Senhor
residia em sua vida, mas foi-se distanciando e, hoje, tudo o que tem é só
um formalismo morto, e por puro capricho idiota não abandona a sua vã
maneira de tentar "servir" a Deus.
Enquanto Cristo não chegar à sua casa, Ele terá impedimentos para
operar a Sua vontade.
Para o Senhor entrar na sua casa é preciso que você ouça a Palavra.
Até a pessoa ouvir a Palavra de Deus, ela não vê motivos para não viver
como todo mundo vive. Afinal de contas, disse-me uma senhora, que mal
há em que eu e o meu marido freqüentemos a noite, e dancemos. Não
somos casados? O mesmo acontece com pessoas que me escrevem
perguntando se é pecado jogar na Loto, comprar bilhetes de loterias,
Telesena, etc. Nesse raciocínio, dificilmente alguém encontrará razões
para censurar aquele que bebe esporadicamente, que usa da
licenciosidade ou faz outras coisas condenadas.
Enquanto não fizermos algo, não tirarmos aquelas coisinhas que não
prestam, que são apontadas pela Palavra como perniciosas, o Senhor não
poderá chegar à casa.
Se o leitor ainda não é salvo, se ainda não passou pelo novo
nascimento que a Palavra e o Espírito Santo realizam, isso significa que
ainda está debaixo da autoridade do inimigo de nossas almas, e por isso,
não se tem realizado na vida.
Só o novo nascimento completa uma pessoa. Pois, não tendo se
tornado membro da família divina, é impossível conseguir a plena
operação do Senhor.
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
João 3.5
Vocês crêem?
Ao criar o homem, o Senhor não o fez como um boneco, ou robô; bem
ao contrário, deu-lhe o livre-arbítrio. Ele poderia decidir todas as coisas,
inclusive se iria crer ou não nEle.
Na tentação do Paraíso, em que houve a queda e a conseqüente
escravidão da humanidade pelo diabo, Adão provou o quanto custa não
crer no Senhor Deus. O seu ato foi nada mais nada menos do que descrer
das advertências que o Senhor lhe fizera.
Quadro semelhante vemos nos dias atuais. Milhões de pessoas, cultas,
inteligentes, preparadas para a vida, por uma questão idiota, de puro
orgulho, ou mesmo por pura tolice, recusam-se a crer em Deus. Alguns,
porque vivem e gostam da devassidão, outros, simplesmente, adiam para
mais tarde. Até que se toma tarde demais para buscar a verdadeira fonte
da sabedoria e da ciência.
Quando Jesus perguntou aos cegos se criam que Ele podia atender aos
seus pedidos, Ele estava, também, a indagar-lhes se eles entendiam por
que lá, no início da caminhada, Ele não lhes respondeu.
É certo que, quando, pela primeira vez, pronunciaram o pedido de
misericórdia, o Senhor já sabia, antes mesmo que as palavras fossem
articuladas, o que eles clamariam. E, na Sua sabedoria, não os atendeu.
Pois, se os tivesse atendido, ter-se-ia escrito que um dia Jesus fracassou
em curar a dois cegos.
A atitude do Senhor para com estes dois cegos não é a mesma que Ele
tem tido com muitos que O têm procurado e Lhe têm pedido que
solucione os seus problemas?
No início da caminhada eles não estavam preparados para serem
atendidos pelo Senhor. Eles O estavam começando a seguir, e, portanto, a
fé deles era zero. Como, então, poderiam crer que o Senhor os curaria, se a
base sobre a qual Deus opera era inexistente em suas vidas?
Com o passar do tempo, seguindo a Jesus e ouvindo os Seus
ensinamentos, eles aprenderam, ouvindo a Palavra do Mestre, e a fé veio
aos seus corações.
Quando o Senhor viu que eles estavam prontos, chegou em casa e fez
com que confirmassem que a preparação havia terminado.
Credes vós que eu possa fazer isto?
SIM, SENHOR.
Dizer sim para o Senhor Jesus é condição essencial para que Ele possa
operar na vida de qualquer pessoa. Dizer sim significa que O estamos
reconhecendo como nosso Senhor, e que nos colocamos na posição de
servos.
A verdade é que na vida não há neutralidade. Enganam-se aqueles
que dizem: Eu não sirvo a Deus, nem ao diabo. O certo é que um ou outro
está no comando da vida de qualquer ser que pertence a este mundo.
Quando a pessoa nasce, ela já nasce debaixo do senhorio do inimigo.
Foi o pecado de Adão que nos deu esta triste herança. Isto continua até a
pessoa se converter e aceitar ao Senhor Jesus como seu Senhor; sendo,
então, tirada de debaixo da autoridade do império das trevas.
Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho
do seu amor.
Colossenses 1.13
Seja-vos feito
Já é hora de o povo de Deus parar de acreditar em mágicas. As
operações de Deus não surgem por acaso, elas são feitas pelo Seu poder
segundo a nossa fé.
Quanto tempo leva o Senhor para realizar um milagre? Depende de
quanta fé — certeza daquilo que se espera — existe naquele que o está
reivindicando ou determinando e de como e quando ele vai crer.
O leproso de Mateus 8.1-3 foi imediatamente purificado. Foi um passe
de mágica? Não, claro que não. Jesus, antes de o leproso ter-se
aproximado dEle, esteve no monte das bem-aventuranças, de onde minis-
trou os maiores ensinamentos que alguém jamais poderia ouvir. Ao
descer da montanha, o leproso, que em algum lugar no pé daquele monte
O havia ouvido, se aproximou dEle e fez o seu pedido: Se quiseres, bem
podes purificar-me.
Apesar de não estar ciente da vontade do Senhor, ele havia aprendido
que Jesus tinha condições de curá-lo, se quisesse. O mesmo já não ocorre
conosco. Vivemos após o Calvário, onde Jesus cumpriu a profecia de
Isaías que diz que Ele mesmo tomou sobre Si as nossas enfermidades e
levou as nossas dores.
No Calvário o Senhor Jesus estava cumprindo exatamente a vontade
de Deus. Hoje todos os doentes, enfermos, perturbados, oprimidos,
pecadores e demais sofredores já sabem que a vontade de Deus é que
vivam libertos e desfrutem da vida abundante. Pois o Senhor fez cair
sobre Jesus todas as nossas cargas. E o próprio Senhor Jesus convidou a
todos que estão cansados e sobrecarregados a vir a Ele para receber o
alívio; Ele disse:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mateus 11.28-30
Segundo a vossa fé
Jesus tinha um segredo para operar milagres. Ele não orava, nem dava
a ordem para a pessoa ficar curada antes de pregar a Palavra de Deus que
gera fé. O Seu segredo se chamava fé. Sem ela nada se realiza.
Ele sabia fazer a fé nascer e se desenvolver no coração das pessoas;
para isso, usava o único material que é capaz de produzi-la — a Palavra
de Deus.
Ninguém recebe fé por orar, jejuar ou ter a imposição de mãos,
mesmo que estas sejam dos maiores pregadores do mundo. A fé vem pelo
ouvir a Palavra de Deus.
Sem dúvida, foi oportuno que Jesus não os tivesse atendido no início
da caminhada. A fé deles era tão pouca, ou nada, que eles teriam perdido
a oportunidade de serem curados.
É por isso que muitos oram e, aparentemente, não recebem resposta.
A sua fé é tão rala que, provavelmente, fracassariam se Deus os atendesse
de pronto.
Como já vimos, foi Jesus quem começou a falar sobre fé. Logo, as
pessoas começaram a aprender o seu significado. Elas reconheciam que
Ele falava diferente de todos os outros pregadores. Ele ministrava a
Palavra e não comentários sobre Ela. Quem Lhe dava ouvidos via surgir
no seu espírito a certeza daquilo que se espera e a prova do que não se vê.
As ordens eram claras e precisas. Tudo o que Josué precisava fazer era
esforçar-se e ter bom ânimo, ninguém se susteria diante dele; pois Deus
seria com ele.
Sem dúvida, Josué foi um grande guerreiro. Fez com que Israel
atravessasse o Jordão, ganhando inúmeras batalhas, permitindo, assim, às
tribos assumirem as suas heranças. Mas não fez tudo o que devia fazer.
Quando já velho, o Senhor aparece a ele e lhe diz:
O problema aqui era a sua limitação em crer. Josué creu até certo
ponto, colocou os seus pés ali, e o Senhor confirmou aquela terra aos
hebreus. Se tivesse crido até onde o Senhor havia-lhe dado como limite de
Israel, o povo de Deus teria tomado posse de mais terra e seria hoje uma
grande nação, como Deus havia determinado.
Sem dúvida, Josué amava ao Senhor e queria realizar plenamente a
Sua vontade. Mas, no decorrer dos dias, enfrentando grandes lutas, tanto
no trato com outros povos, como nos problemas que surgiam no dia a dia
no meio dos israelitas, ele permitiu que, de alguma maneira, o cansaço e
outras coisas o impedissem de cumprir o que lhe fora determinado.
Semelhante fato tem acontecido com todos nós. Sabemos que temos
obrigação de vencer todas as batalhas. Os armamentos, tanto de ataque
quanto de defesa, já nos foram dados. Temos o Nome do Senhor, a
Palavra de Deus, a unção do Espírito Santo, incluindo aí todas as
habilidades de Deus que foram colocadas à nossa disposição, para nos
ajudar a cumprir a nossa chamada. Mas, não temos assumido tudo o que
nos pertence.
Por quê? As respostas são várias: Uns se desculpam, dizendo que
foram traídos, outros que a vida não sorriu para eles como o fez para com
alguns; há quem afirme que tentar ele tentou, mas que o Senhor não quis
usá-lo. Estas e outras desculpas não nos eximem da culpa.
Tudo que estamos passando ou que venhamos a passar já estava
previsto pelo Senhor, e Ele sabia que, se quiséssemos e se usássemos o
poder que Ele alocou ao nosso ministério, poderíamos fazer tudo o que
Ele nos prescreveu.
A desculpa humana é uma velha conhecida do Senhor. Lá no Éden,
após a tentação, o homem, quando foi inquirido por que havia comido o
fruto proibido, foi logo colocando a culpa na mulher, e esta a transferiu
para a serpente. Quase ninguém assume o que faz, e, por isso, vive
debaixo da escravidão do diabo.
Já ouvi alguém se desculpar, dizendo: "É verdade que tenho esta
amante, mas não estou em pecado. Deus sabe que eu preciso de outra
pessoa, pois a minha esposa é bem mais velha do que eu". Há quem se
defenda da desonestidade, afirmando que o patrão lhe pagava pouco
pelos seus serviços, ou que o seu líder não lhe dava a devida atenção.
Além destes problemas mais sérios, existem outros menores, que
atrapalham muito a operação de Deus em nossa vida. Na parábola do
semeador, Jesus falou da semente que caiu no meio de espinhos, os quais
a sufocaram e não permitiram que Ela produzisse. Ele disse que os
cuidados da vida, a fascinação das riquezas e as demais ambições sufocam
o crescimento e a operação da Palavra de Deus.
O mesmo erro
Promessa semelhante à de Josué recebemos nós do Senhor Jesus:
£ tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho.
João 14.13
Isso significa que não há limites para o cristão que ousar crer em
Jesus. Basta que ele determine, para que o Senhor faça aquilo se
materializar.
E bom não se esquecer de que só podemos determinar aquilo que
aprendemos, pela Palavra, que nos pertence. Então, é preciso primeiro que
se ouça o Senhor, para que a fé surja no coração. Uma vez tendo a fé,
podemos ficar cientes de que já temos a bênção, pois a fé é a prova — a
escritura — de que já nos pertence aquela bênção.
No entanto, apesar de termos sido presenteados com tantas aberturas
da Palavra, em que temos aprendido o nosso direito a todas as bênçãos,
estamos tomando posse só de algumas destas regalias celestiais.
Uns acreditam que tudo que Cristo fez na Sua morte na cruz refere-se
somente à bênção da salvação eterna, que é a maior de todas. Outros vão
mais além e já crêem no batismo do Espírito Santo. A maioria, porém, está
perdendo a vida abundante garantida pela palavra pessoal do Senhor
Jesus.
...eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
João 10.10
Para muitos irmãos, esta declaração de Jesus não tem a menor
importância; é como se Ele tivesse falado alguma coisa desnecessária. Há
quem não veja a hora de chegar ao céu, pois já não agüenta mais viver
nesse mundo de sofrimentos e misérias. Se, quando da partida dessa
pessoa à casa eterna, ela estiver vivendo deste modo, certamente que vai
entrar lá tropeçando e dizendo ao Mestre: "Senhor, graças a Deus!
Consegui! Não foi fácil. Senhor. Lá na terra tudo é difícil. É com muita
luta que se vive, pois no mundo material se tem falta de tudo. É um
milagre a gente conseguir sobreviver ali",
Ele, certamente, dirá: "Coisa nenhuma! Na minha morte, Eu venci o
diabo e destruí todas as suas obras. Eu deleguei a vocês, meus filhos, a
minha autoridade e o meu Nome. Fiz isso como se tivesse assinado uma
procuração em branco; bastava-lhes determinar o que quisessem para que
Eu mesmo fizesse a obra".
Sim, estamos incorrendo no mesmo erro de Josué. Não estamos
crendo, nem assumindo tudo o que Ele nos confiou. Por isso, vivemos
abaixo do nível mínimo estabelecido pelo Senhor como padrão para os
Seus filhos.
Nós só recebemos aquilo que cremos.
Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não
darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura.
Isaías 42.8
Então, agindo, não mais como alguém que sai da multidão e, com voz
firme, conta para Jesus que a razão do alvoroço era que os Seus discípulos
não podiam libertar o seu filho. Mas, agora, em que voltara ao passado, e,
penso eu, se acertara com o Senhor, diz humildemente: Mas, se tu podes
fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
Que lições temos a tirar desta narrativa! E olha que não a estamos
estudando a fundo, o que devemos fazer em outra oportunidade. Aqui,
estamos vendo que a resposta a uma simples pergunta de Jesus traz à
memória coisas que precisam ser refeitas, confessadas e abandonadas.
Por exemplo, um cidadão, trabalhando para alguém, usou de
desonestidade e se enriqueceu. Tempos depois, ouviu o Evangelho e se
converteu. O que o prezado leitor acha que ele deve fazer com a fortuna
que angariou, ainda que pelas leis dos homens o crime esteja prescrito?
Mas, diante do mundo da verdade — o Reino de Deus —, como ficam as
coisas?
Conhecemos pessoas que vivem a debochar do pecado, não se
curvando diante do Senhor. Muitos vivem na prostituição, outros nas
feitiçarias, na incredulidade e, se for para preservar alguém da família,
não hesitam em praticar desonestidade; em certos casos, até mesmo
crimes. O que dizer dos que roubaram a herança dos outros herdeiros,
ocultaram fatos, torceram direitos, falsificaram documentos, mudaram
testemunhos etc? Mais cedo ou mais tarde descobrirão que aquela ação foi
como uma autorização para o inimigo agir neles e nos seus familiares. O
que lucraram foi o pior dos prejuízos que poderiam ter tido em toda a
vida.
Deus pode fechar os olhos ao erro? É certo que não. Ele poderá
abençoar a fortuna que foi amealhada desonestamente? Claro que não.
Deus não abençoa o erro, nem o aprova, tampouco faz vistas grossas.
Sobre a composição que se deve fazer aqui neste mundo, o Senhor nos
orienta em como fazê-la, antes que seja tarde; pois, no além, não haverá
arrependimento nem perdão.
Quando, pois, vais com o teu adversário ao magistrado, procura livrar-te
dele no caminho; para que não suceda que te conduza ao juiz, e o juiz te
entregue ao meirinho, e o meirinho te encerre na prisão.
Lucas 12.58
Esse tipo de mensagem precisa ser mais difundido em nossas igrejas,
para que muitos, no grande dia, não venham a se envergonhar, sendo
separados e colocados à esquerda do Senhor, pelos anjos de Deus (veja Mt
25.31-46).
Quando o pai ouviu Jesus dizer que tudo é possível ao que crê, ele
sentiu que não podia crer com inteireza de coração. Então, com lágrimas,
ele clamou, dizendo: Eu creio; e, no mesmo instante, fez mais um pedido
Àquele que atende todas as orações que lhe são feitas: Ajuda a minha
incredulidade.
A sinceridade dele, depois de ter satisfeito as condições básicas para a
operação de Deus, fez com que Jesus curasse-lhe o filho.
Deus sabe tudo a nosso respeito; deste modo, não precisamos tentar
tapeá-Lo com impostação de voz, vestes religiosas, atos farisaicos e outras
coisas. A melhor maneira de se chegar a Deus é com um coração contrito
— pesaroso, arrependido.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Salmo 51.17
5. A importância de crer
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado,
a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram.
Romanos 5.12
Veja o que o simples fato de Adão não ter crido no Senhor produziu:
Deu a Satanás condições de executar o seu plano de destruir o sonho do
Senhor, fazendo com que milhões de pessoas sejam, por toda a eter-
nidade, afastadas de Deus, sofrendo, no lago que arde com fogo e enxofre,
o suplício eterno; e, enquanto vivem aqui na terra, passem por todo o tipo
de sofrimento.
De Israel poderia não haver lembrança
Falta-nos tempo aqui para escrever sobre toda a trajetória da
humanidade. Das vezes em que, apesar de o Senhor fazer tudo para
resgatá-lo, o homem decidiu não crer nEle.
Vejamos um momento em que Israel poderia ter sido, simplesmente,
apagado do mapa, como o foram vários povos, dos quais não se tem
notícia de algum remanescente.
Lá na Mesopotâmia, atual Iraque, havia um homem que não se
dobrava diante dos ídolos, apesar de ser isto uma prática corrente dos
habitantes daquela região. Seu nome era Abrão, mais tarde mudado, pelo
Senhor Deus, para Abraão. Ele, por sua fidelidade ao Senhor, foi escolhido
para ser o Pai de uma grande família — o povo de Deus.
Por obra do Altíssimo, teve um filho quando tinha cerca de 100 anos,
cujo nome foi Isaque, o qual teve dois filhos: Esaú e Jacó. Jacó foi o
herdeiro da promessa e teve seu nome mudado para Israel, que significa:
"Que luta com Deus".
Por uma série de circunstâncias, os filhos de Israel se estabeleceram no
Egito, onde um deles, José, havia-se tomado o Governador Geral do
império egípcio. Mais tarde, quando José morreu, e também o Faraó que o
conhecia e respeitava, os filhos de Israel passaram a ser escravos. Esta
escravidão durou mais de 400 anos.
Deus ouviu o clamor dos israelitas, lembrou-Se da aliança que fizera
com Abraão, Isaque e Jacó e começou a preparar a libertação deste povo.
O Faraó, temendo o aumento da população escrava, fez um decreto
ordenando que todos os meninos que nascessem dos judeus fossem
mortos. Nasceu, então, um menino, que mais tarde veio a se chamar
Moisés. Por três meses sua mãe o escondeu em casa. Como o menino
crescia, e não podendo mais escondê-lo, ela tomou uma arca de juncos,
pôs nela o menino e a colocou junto ao rio Nilo, onde a filha de Faraó vi-
nha banhar-se. Ela o tomou para si, pagando à própria mãe que o criasse.
Quando o menino era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o
adotou.
Moisés foi educado em toda a ciência dos Egípcios, preparado para
mais tarde, quem sabe, ser um Faraó; porém, conhecendo a sua origem,
renunciou a tudo e foi viver entre os seus irmãos.
Certo dia, viu um egípcio que feria a um hebreu, tomou as dores do
seu irmão e exagerou, matando o egípcio e enterrando-o na areia. No
outro dia, viu dois irmãos se desentendendo, foi apartá-los e um deles lhe
disse: Vai querer me matar, como fez, ontem, com o egípcio? Ao ouvir
isso, fugiu e foi morar na terra de Midiã.
Quarenta anos mais tarde, já casado e com filhos, enquanto
apascentava o rebanho de seu sogro, foi até ao monte de Deus, o monte
Horebe, onde reparou que havia fogo numa sarça, mas, que, apesar de o
fogo estar queimando, ela não se consumia. Ao se aproximar para ver o
estranho fenômeno da sarça. Deus lhe bradou e disse: Moisés! Moisés! E ele
disse: Eis-me aqui. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus
pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa (Êx 3.4,5). Ali o Senhor Se
revelou a Ele e deu-lhe a missão de tirar os israelitas da escravidão. A
história toda se encontra registrada a partir de Êxodo 2.
Veja quanta preparação. E tudo isso poderia ter-se tomado em nada,
se os israelitas não cressem.
No capítulo 4.29 e 30 de Êxodo está escrito:
Então, foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de
Israel. E Arão falou todas as palavras que o Senhor falara a Moisés e fez
os sinais perante os olhos do povo.
Arão era irmão de Moisés e lhe servia de porta-voz, por ser Moisés
pesado de boca e pesado de língua. Nesta reunião todo o plano de Deus e
toda a preparação estavam por um fio. Os anciãos do povo poderiam não
crer e Deus não poderia, então, fazer nada.
Diante dos anciãos de Israel, Arão deu toda a explicação, desde o
nascimento de Moisés, sua renúncia ao trono, sua fuga, sua chamada, as
palavras que Deus lhe dera lá no deserto e o poder que o Senhor lhe
concedera para tirá-los da escravidão.
No versículo 31, do capítulo 4, está escrito: E o povo creu.
Era tudo que precisavam fazer, o resto Deus faria.
O nosso caso
Há uma escravidão muito maior do que qualquer outra que algum
povo já sofreu. É a escravidão espiritual, infinitamente mais terrível que a
subjugação sofrida, em qualquer época, por qualquer pessoa. Esta
escravidão espiritual é, sem dúvida, a fonte de inspiração de todas as
escravidões.
Até o século XVIII havia em nosso país a escravidão negra. Todas as
pessoas que tinham a pele escura não eram consideradas iguais às outras,
cuja pele era branca. Só mesmo uma inspiração maligna pôde fazer com
que nossos pais agissem dessa maneira.
Olhando, agora, o que os nossos antepassados fizeram, dá para ficar
com náuseas e cobertos de remorso. Como admitir que um ser humano
estivesse sem a influência do diabo ao praticar a escravidão? Saíam daqui
ou da Europa e iam ao continente africano, e ali, seqüestrando, ou
trocando por fumo ou bebidas, pegavam pessoas, lançando-as em navios,
e as traziam para o Novo Mundo.
Quanta dor! Quanto sangue frio! Quanta maldade! Separavam
impiedosamente famílias inteiras, trazendo aqueles que julgavam ser os
mais fortes para servirem como escravos, trabalhando sem direito algum.
Hoje o mesmo se vê. É a escravidão financeira. Uns têm o capital, a
cultura, a técnica em suas mãos e fazem com que milhões vivam na
miséria. Não estou dizendo que não existam bons empresários. Sim, eles
existem e são os responsáveis por milhões de pessoas terem os seus
empregos decentes e serem até razoavelmente remuneradas.
Mas, vendo a insensatez de muitos, que diante da miséria do povo
nada fazem, conclui-se que eles também são escravos, escravos de
Mamom, um dos apelidos de Satanás.
Só o que o governo brasileiro gastou em 1995, para socorrer algumas
instituições bancárias, daria para financiar a construção de casas
populares que acabariam com, pelo menos, 10% do déficit habitacional do
país. Este financiamento seria pago no decorrer dos anos, mas o que se
gastou com os bancos provavelmente nunca será pago. Até pessoas bem
intencionadas se deixam escravizar pelo inimigo.
Isso não é novo. Desde a queda no jardim do Éden, o diabo tem
abusado do homem, reduzindo-o a praticamente nada, fazendo-o agir
como se fosse uma besta fera, tendo pouco respeito até pelo seu próprio
corpo e mente, destruindo-os com drogas, na prostituição, na humilhante
e mais suja prática sexual — o homossexualismo — abrindo o seu espírito
para os espíritos malignos, adorando os demônios e submetendo-se a todo
tipo de ultraje.
Agora é hora de sairmos por todas as partes deste planeta e de
anunciarmos a todos que esta escravidão já não tem mais razão de existir.
Hoje qualquer pessoa pode gritar a sua libertação total.
Quando Adão pecou, o Senhor profetizou a destruição da capacidade
do diabo:
E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e
tu lhe ferirás o calcanhar.
Gênesis 3.15
Graças a Deus que tudo isto foi cumprido. O diabo feriu o calcanhar
de Cristo. Ele foi à Cruz e sofreu em nosso lugar. Mas, em compensação, a
cabeça do diabo — o seu poder de raciocinar, o seu quartel-general — foi
ferida. Hoje, ele, o diabo, não tem mais a mesma capacidade de antes. Ele
está ferido na cabeça.
Antes do Calvário, ele agia aqui na terra como se fosse o dono,
fazendo o que queria. Mas, quanto a esta posição dele, disse o Senhor
Jesus:
Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste
mundo.
João 12.31
É bom que se diga que este foi um caso único. Deus jamais pediu, ou
pedirá, que alguém ofereça o seu filho, ou outra pessoa, mesmo um
animal, em sacrifício. O sacrifício já foi feito — Jesus, o Filho de Deus,
morreu na cruz, em sacrifício, em nosso lugar.
Deus estava, neste caso, mostrando o sacrifício em que o Seu único
Filho passaria. Ele não permitiu que Abraão Lhe oferecesse o filho, mas
Ele ofereceu, por nós, o dEle.
Para que o Seu Filho viesse ao mundo pagar o preço da nossa
redenção, o nosso Deus teve um longo trabalho. Tudo o que acontecia no
Velho Testamento convergia para o que aconteceria na Cruz.
Quantas lutas os servos de Deus passaram, quanto sacrifício foi feito!
Homens de Deus foram jogados às feras, serrados ao meio, passaram
tempos na masmorra, foram açoitados, perseguidos, desprezados,
considerados como a escória da humanidade, andaram errantes pelo
mundo, enfim, a lista é quase interminável. Tudo fazia parte do plano de
Deus para nos resgatar das trevas.
O Senhor começou a abrir as madres das mulheres estéreis; era como
se Ele dissesse: "Não vos maravilheis, porque haverá um dia em que até a
virgem, que não conhece homem algum, dará à luz". E houve; Maria deu à
luz o nosso querido Salvador Jesus.
A operação milagrosa do Senhor Deus em relação à vinda de Jesus
envolveu desde a concepção e o Seu nascimento — nasceu de uma virgem
— até a Sua ressurreição. Nem bem havia nascido, José e Maria tiveram de
fugir com Ele para o Egito, pois Herodes procurava matá-lo.
Mais ou menos aos trinta anos, o Senhor Jesus começou a pregar o
Evangelho e a usar o poder milagroso de Deus, anunciando que o Reino
de Deus estava próximo e que todos deveriam se arrepender e crer no
Evangelho.
Fez todos os tipos de milagres. Curou cegos, surdos, mudos, aleijados,
paralíticos; ressuscitou mortos, limpou leprosos, multiplicou pães e
peixes, transformou água em vinho, silenciou o mar e apaziguou tem-
pestades. Era como se o Senhor fosse um propagandista, mostrando o que
poderia ser feito pelo homens, quando viesse o Reino dos Céus.
Tendo chegado a hora do seu sacrifício, permitiu que os homens O
prendessem e O pregassem no madeiro, onde Ele tomou sobre Si pelo
menos cinco grandes males que nos afligem, dos quais surgem todos os
outros, nos libertando para sempre das mãos do inimigo.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas
dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e
oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas
nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas
suas pisaduras, fomos sarados.
Isaías 53.4,5
No Seu sacrifício, o Senhor Jesus sofreu tudo aquilo que nós um dia
poderíamos sofrer. Agora é questão só de crer. Quem crê que as suas
transgressões e iniqüidades foram levadas pelo Senhor é salvo. Aquele
que crê que as suas enfermidades e dores foram sofridas por Ele é curado.
O mesmo se dá com quem crê que o castigo que nos traz a paz estava
sobre Ele: recebe a paz — a sua plena realização na vida.
Tudo já foi pago. Basta que se creia para que o poder de Deus nos
liberte completamente de todas as ações do inimigo.
A substituição nossa por Cristo começou lá no pretório romano, em
Jerusalém, onde Ele foi açoitado, surgindo em Seu corpo as chagas, pelas
quais nós fomos sarados. Continuou na cruz, onde Ele foi pregado em
nosso lugar.
Depois de morto, o Senhor desceu ao inferno e lá sofreu todos os
reclames da justiça. Quando tudo estava realizado, o Espírito Santo
desceu até às regiões da morte e reavivou o Senhor, ressuscitando-O den-
tre os mortos.
Toda essa sucessão de milagres tinha um só objetivo: fazer-nos filhos
de Deus.
Veja quanta preparação para que você e eu fôssemos salvos. Durante
muitos anos, esse plano foi-se desenrolando; por grande sofrimento
passaram as pessoas que foram usadas por Deus, bem como o nosso
Salvador, para que fôssemos resgatados do império das trevas.
E pode ser que alguém, simplesmente, diga: Eu não creio. Em relação
a esta pessoa, nada valeu a pena.
Recusar o que Cristo fez na Cruz, além de uma estupidez tamanha —
a maior de todas —, é o maior pecado que uma pessoa pode cometer.
A importância de crer
Querido leitor, está mais do que claro o que Cristo fez em seu favor.
Você agora pode tomar-se uma pessoa abençoada ou continuar como está.
A decisão é sua.
Admirar, reconhecer, dizer que mais tarde tomará uma posição em
nada melhorará as coisas para você.
Se quiser uma mudança radical e completa na sua vida, tome uma
posição agora. Não deixe para depois, nem para daqui a 10 minutos.
Daqui a pouco poderá ser tarde demais para você.
Diz a Palavra:
... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.
2 Coríntios 6.2
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também
fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou
para meu Pai.
João 14.12
Aqui está um desafio lançado pelo Senhor Jesus: Aquele que crê nEle
tem de fazer, pelo menos, as mesmas obras que Ele fazia. Se não as fizer, é
sinal de que não crê nEle. Logo, entendemos que as obras são como a
credencial que o cristão tem a exibir, quando questionado se é ou não
discípulo do Mestre. Se quiser, poderá vir a fazer até obras maiores do que
as que o próprio Senhor Jesus fazia.
Se alguém se diz seguidor de Cristo, representante dEle, e não faz o
mesmo que Ele fazia, pode-se desconfiar dessa pessoa.
Alguém pode dizer: Bem, não é que eu não seja discípulo dEle, ou que
não creia nEle; a verdade é que o meu ministério é diferente. O que eu
concordo plenamente. O ministério desta pessoa não é um ministério
bíblico. Se o fosse, ela estaria representando o Senhor corretamente,
fazendo, no mínimo, as mesmas obras que Ele realizava.
Jesus ocupou todos os ministérios, desde os maiores até os menores.
Ele foi apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre. Também socorreu
na falta de pão, foi doutor na doutrina, operou milagres, curou enfermos
etc (Ef 4.11; 1 Co 12.28); no entanto, nunca deixou de fazer a obra do Pai.
Seja qual for o ministério que a pessoa venha a ocupar, este não o excluirá
de ter o sublime prazer de realizar a Cbra do Senhor.
Um deles, por nome Estêvão, diz a Bíblia que era homem cheio de fé e
de poder, o qual fazia prodígios e grandes sinais entre o povo, provando,
pelas obras que realizava, que cria em Jesus. Este não ocupava os cinco
ministérios principais da igreja; tinha como ofício o diaconato, cuja missão
era servir às mesas, tratar de coisas materiais em relação à Obra do
Senhor. No entanto, além de cumprir as suas funções outorgadas pela
assembléia, como cristão, cumpria aquelas que a Palavra delega a todo
que crê em Jesus — fazer o mesmo que o Senhor fazia (veja At 6.1-8).
Sim, todos os que se dizem filhos de Deus, que afirmam ter recebido o
novo nascimento, precisam sair para as ruas, praças, hospitais, prisões,
lares, enfim, a todos os lugares, levando o poder deste Nome, que está
sobre todos os nomes, e que nos foi dado para representarmos o Senhor
na Sua ausência.
Isto nada tem a ver com aqueles que vivem correndo de um lado para
o outro, com cara de piedosos, falando mansinho, espalhando
ensinamentos religiosos que contrariam frontalmente o caráter do
evangelho, enquanto insistem que estão fazendo a vontade de Deus.
Talvez, de algum deus, estejam realmente fazendo a vontade; mas,
certamente que a vontade do Senhor, o único e verdadeiro Deus, nem
sequer a conhecem.
As palavras que Jesus pronunciava eram as que o Pai lhe dava. São as
mesmas revelações que encontramos nas Escrituras. Jesus não usava
outras armas que nós não temos à nossa disposição. Eram essas palavras
que faziam a Obra.
Se observarmos bem, veremos que, após dizer as palavras, o Senhor
cria que elas fariam aquilo que havia determinado.
Em Isaías 55.11, o Senhor nos garante que toda palavra que Ele
pronunciou fará aquilo para o que Ele a destinou:
Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim
vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.
Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço (Jo 14.12),
garantiu o Senhor Jesus.
O que você está esperando? Até quando vai ficar sofrendo, enquanto
implora que o Senhor faça algo a seu respeito? Tudo o que Ele tinha de
fazer em relação aos seus problemas já foi feito. Agora é você quem deve
se levantar e tomar posse da sua bênção.
Ele disse: Pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às
minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao
meu criado: faze isto, e ele o faz.
Mateus 8.9
Devemos fazer orações aos anjos para que eles nos socorram? Não!
Oração só se faz ao Pai em Nome de Jesus. Toda oração feita a anjos, ou
santos, ou até mesmo à virgem Maria, não terá como destino final o Trono
de Deus, e, sim, o inferno. A Bíblia nos proíbe orar a quem quer que seja:
Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus...
Mateus 6.9
4° PASSO — Mas crer que se fará o que diz. Aqui está a chave de
tudo. Jesus mostra, nesta declaração, a importância de crer. Pode-se
conseguir a fé e, em seguida exigir que o mal saia, tudo conforme tem de
ser feito, e, sem duvidar. Mas, se a pessoa não crer que se fará o que ela
diz, a obra não será feita.
Crer é como um combustível que se dá ao poder de Deus para realizar
a vontade do Senhor.
Crer — desprezar os sintomas, lutar contra as evidências, considerar a
obra feita antes de ver o resultado —, é o que fará com que o Senhor
confirme a Sua Palavra.
Enquanto a pessoa não crê, a obra não será terminada.
5° PASSO — Tudo o que disser lhe será feito. Toda a confissão que
fizermos, crendo, permitirá que o poder de Deus realize a obra por inteiro.
Jesus garantiu que tudo o que dissermos nos será feito.
Agora, a minha missão em relação a este assunto está terminada. Eu o
fiz ver a importância de crer. O meu propósito ao escrever este livro foi o
de tomar público estes segredos que me têm feito vencer as batalhas do
dia-a-dia e realizar melhor a obra do Senhor.
Oro, a Ele, para que você se tome um grande vencedor. Que a partir
de agora você passe a ser conhecido como um cristão — parecido com
Cristo.
Que o Senhor satisfaça todas as suas petições.
FIM