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Capítulo 1

ESTRUTURA DO MÚSCULO

Anatomia macroscópica

Bainhas de tecido conjuntivo

Cada fibra está rodeada por uma membrana delgada de tecido areolar, o endomisio.
Várias fibras são envolvidas pelo perimísio para formar um feixe.
Os feixes são rodeados pelo epimísio para formar o músculo.
No exterior do perimisio encontra-se a aponevrose ou fascia que agrupa os músculos
dum mesmo grupo funcional e pode cobrir outras estruturas.

http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Illu_muscle_structure.jpg
http://prevost.pascal.free.fr/
cortesia de Pascal Prevost

http://people.eku.edu/ritchisong/RITCHISO//301notes3.htm

Fig. 1.1 – Bainhas do músculo

Enervação e irrigação

Ao contrário das fibras musculares cardíacas e lisas, que se podem contrair sem
estimulação nervosa, a fibra muscular estriada tem uma terminação nervosa que rege a
sua actividade.
Os vasos sanguíneos e os nervos penetram nos músculos, dividem-se em vários ramos
no interior dos septos de tecido conjuntivo e atingem o endomísio.
Os capilares são longos e sinuosos e podem adaptar-se às mudanças de comprimento do
músculo.
Inserções

O músculo faz inserções com os ossos pelo menos em dois pontos – no osso móvel
(inserção do músculo) e no osso fixo (origem do músculo) (fig. 1.2).

http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/M/Muscles.html
Cortesia de John W. Kimbal

Fig. 1.2 – Inserções dos músculos

As inserções podem ser directas ou indirectas.


Nas inserções directas o músculo liga-se ao perióstio ou ao pericôndrio.
Nas indirectas liga-se através de um tendão ou de uma aponevrose.
As inserções directas são as mais frequentes porque suportam melhor o atrito das
superfícies ósseas.

Anatomia microscópica

Estrutura geral da fibra muscular

A fibra muscular é uma longa célula cilíndrica, envolvida pela membrana celular ou
sarcolema.
O seu diâmetro (10 a 100 um) é 10 vezes o de uma célula média seu comprimento pode
atingir 30cm.
É polinucleada.
É um sincício, resulta da fusão de centenas de células embrionárias.
O citoplasma ou sarcoplasma tem grandes reservas de glicogénio, mioglobina,
miofibrilhas e os organelos habituais das células.
http://people.eku.edu/ritchisong/RITCHISO//301notes3.htm

Fig. 1.3 – Estrutura geral do músculo

Miofibrilhas

Cada fibra muscular contém um grande número de miofibrilhas paralelas que percorrem
a célula em todo o comprimento.
Têm 1 a 2 um de diâmetro
A fibra muscular contém ce.ntenas a milhares de miofibrilhas, que constituem cerca de
80% do seu volume.

http://people.eku.edu/ritchisong/RITCHISO//301notes3.htm

Fig.1.4 – Miofibrilhas
Estrias

Sobre o comprimento da miofibrilha há uma alternância de bandas escuras e claras, as


estrias.
As bandas escuras chamam-se A e as claras I (fig.1.5).

http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab10/lab10.htm
Cortesia de Thomas Fletcher
Virgínia Maryla Regional College of Veterinary Medicine

Fig. 1.5 – Bandas escuras e claras

A estria A tem no seu meio um risco mais claro, a zona clara ou estria H.
A zona clara é dividida ao meio por uma zona mais escura, a linha Z.
O sarcómero é a zona compreendida entre duas linhas Z.

http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Myofibril.svg

Fig. 1.6 - Bandas e linhas

A desmina é um constituinte dos discos Z, interligando-os com o sarcolema


As miopatias estão muitas vezes associadas com agregados de desmina causada pela
existência de uma desmina não funcional devido a uma mutação ou alterações das
proteínas que reúnem os filamentos de desmina.
O sarcómero é a região da miofibrilha compreendida entre duas linhas Z consecutivas.
O sarcómero é a unidade funcional do músculo esquelético.

Filamentos

As estrias são formadas pela disposição ordenada dos filamentos ou miofilamentos,


espessos e delgados.
Os filamentos espessos percorrem todo o comprimento da estria A.
Os filamentos delgados rodeiam os espessos e estendem-se ao longo da estria I e de
parte da A.
A linha Z é uma camada de proteínas em forma de moeda que fixa os filamentos
delgados e une as miofibrilhas entre si.
A linha M corresponde a uma estrutura transversal que une a porção média dos
filamentos grossos. Contem a proteína fixadora de miosina, a miomesina que se une a
outra proteína fixadora, a proteína C.

Costâmeros

São complexos transmembránarios existentes sob o sarcolema.


É nos costâmeros que se concentra a transmissão das forças.

Miosina

Os filamentos espessos têm essencialmente miosina.


A miosina tem a forma de num taco de golfe com uma haste cilíndrica terminando-se
numa cabeça esférica com dois lobos.
Cada molécula tem duas subunidades, duas pesadas e quatro leves.
Os dois lobos são as extremidades dessas cadeias.
http://www.ghettodriveby.com/myosin/
Cortesia de Greg Frogh

Fig. 1.7 - Miosina

Os lobos são os sítios activos da miosina porque durante a contracção muscular ligam
os filamentos espessos com os delgados.
As moléculas de miosina reagrupam-se para as suas hastes se colocarem no corpo
central do filamento, ficando os lobos orientados em direcções opostas.
Como consequência a parte central é lisa e as suas extremidades contêm a cabeça da
miosina.
As cabeças têm sítios de ligação para a actina e para o ATP e têm ATPases.

http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Myosine.gif

Fig. 1.8 – Cabeças da miosina


Actina

Os filamentos delgados estão compostos principalmente por actina.


São formados por uma proteína globular, a proteína G que se polimeriza em dois
cordões idênticos, a actina F que formam uma espiral dupla.
As suas subunidades têm sítios que se ligam à miosina quando da contracção muscular e
sítios de ligação para o ATP.

http://www.neuro.wustl.edu/neuromuscular/mother/myosin.htm
Cortesia de dr. David Van Essen
Washing Univ. Sch.Med.

Fig. 1.9 - Sítios de ligação para o ATP

http://prevost.pascal.free.fr/public/anat/anatomie.htm
Cortesia de Pascal Prevost

Fig. 1.10 – Tropomiosina e troponina

Os seus monómeros estão agrupados em polímeros, formando filamentos longos.


A espinha dorsal de cada filamento fino é constituída por um filamento único de actina
que se dobra sobre si próprio.
O filamento delgado contém várias proteínas reguladoras, como a tropomiosina e a
troponina.

Tropomiosina

É uma proteína cilíndrica que rodeia o centro da actina e a torna rígida.


Coloca-se topo a topo ao longo dos filamentos de actina.
Na fibra muscular em repouso bloqueiam os sítios activos da actina.
Um par de moléculas de tropomiosina está associado com sete moléculas der actina.

Troponina

É um complexo de três polipéptidos.


O TnI é uma subunidade inibidora que se liga à actina.
O TnT liga-se à tropomiosina e alinha-se com a actina.
O TnC liga-se aos iões cálcio.
A troponina e a tropomiosina contribuem para as interacções miosina-actina no decorrer
da contracção.

http://www.ghettodriveby.com/Troponin/
Cortesia de Greg Frogh
http://people.eku.edu/ritchisong/RITCHISO//301notes3.htm

Fig. 1.11 - Troponina

Filamento elástico

Mais recentemente descreveu-se um novo filamento, o filamento elástico.


É composto por uma proteína elástica, a titina ou conectina.
Esta proteína gigante estende-se da linha Z até à linha M.
Liga os filamentos espessos e delgados à linha Z.
A porção de titina que atravessa as estrias I é elástica.

Retículo e túbulos transversos

Retículo sarcoplasmico

É um retículo endoplasmático liso.


A sua rede de túbulos enlaça cada miofibrilha.
A maior parte dos túbulos percorre a miofibrilha longitudinalmente.
Tem canais transversais maiores, as cisternas terminais, acima das junções das estrias A
e I.
Regula a concentração de cálcio iónico intracelular – armazena-o e liberta-o conforme
as necessidades.
http://www.ghettodriveby.com/sarcoplasmic-reticulum/
Cortesia de Greg Frogh

http://people.eku.edu/ritchisong/RITCHISO//301notes3.htm

Fig. 1.12 – Retículo sarcoplasmico

Túbulos transversos

Na junção das estrias A e I o sarcolema penetra no interior da célula formando um longo


túbulo, o túbulo transverso ou túbulo T cujo lume comunica com o líquido intersticial
do espaço extra celular.
O túbulo penetra profundamente na célula, passa entre os pares de cisternas terminais
formando as tríades que são reagrupamentos das três estruturas membranárias - cisterna
terminal situada na extremidade de um sarcómero, túbulo transverso, cisterna terminal
do sarcómero adjacente (fig. 1.13).
http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig55.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
http://prevost.pascal.free.fr/
Cortesia de Pascal Prevost
Fig 1.13 - Triade

Como os túbulos transversos estão em continuidade com o sarcolema, eles podem


encaminhar os influxos para as regiões mais profundas da célula.
Constituem ainda uma via de entrada que põe o líquido intersticial (contendo oxigénio,
glicose, iões) em contacto íntimo com as partes mais profundas da célula.

BIBLIOGRAFIA

http://facstaff.gpc.edu/~jaliff/anahumus.htm
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab10/lab10.htm
http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/index_muscu.html
http://webschoolsolutions.com/patts/systems/muscles.htm
http://cwx.prenhall.com/bookbind/pubbooks/martinidemo/chapter10/medialib/CH10/ht
ml/ch10_5_1.html
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/M/Muscles.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Muscle

Ilustrações músculos

http://webanatomy.net/microscope/muscle.htm
http://www.rad.washington.edu/academics/academic-sections/msk/muscle-atlas/
http://www.innerbody.com/image/musfov.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Gray's_muscle_pictures
http://homepage.smc.edu/wissmann_paul/MusclePics/
Fibra muscular

http://prevost.pascal.free.fr/
http://education.vetmed.vt.edu/Curriculum/VM8054/Labs/Lab10/lab10.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Myofibril.svg

Retículo sarcoplásmico e tubulos transversos

http://prevost.pascal.free.fr/

Ilustrações – retículo sarcoplasmico

http://www.ghettodriveby.com/sarcoplasmic-reticulum/
http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/muscu/fig55.html

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