Professional Documents
Culture Documents
PORQUE ME UFANO
DO MEU PAÍS
Afonso Celso
www.ebooksbrasil.org
Fonte Digital
Digitalização de edição em papel
Laemert & C. Livreiros - Editores, 1908.
ÍNDICE
Dedicatória
I – Para quem e para que foi composto este
opúsculo
II – Primeiro motivo da superioridade do Brasil:
a sua grandeza territorial
III – Vantagens unidas à grandeza territorial do
Brasil
IV – Outras vantagens da grandeza territorial
do Brasil
V – Segundo motivo da superioridade do
Brasil: a sua beleza
VI – Amazonas
VII – A Cachoeira de Paulo Afonso
VIII – A floresta virgem
IX – A Baía do Rio de Janeiro
X – Mais belezas do Brasil
XI – Terceiro motivo da superioridade do
Brasil: a sua riqueza
XII – Riquezas naturais do Brasil
XIII – Mais riquezas do Brasil
XIV – Quarto motivo da superioridade do
Brasil: a variedade e amenidade de seu clima
XV – Quinto motivo da superioridade do Brasil:
ausência de calamidades
XVI – Sexto motivo da superioridade do Brasil:
excelência dos elementos que entraram na
formação do tipo nacional
XVII – Costumes curiosos dos índios no Brasil
XVIII – Os negros
XIX – Os portugueses
XX – Não foi de degredados que se povoou o
Brasil
XXI – O mestiço brasileiro
XXII – Sétimo motivo da superioridade do
Brasil: nobres predicados do caráter nacional
XXIII – Oitavo motivo da superioridade do
Brasil: nunca sofreu humilhações, nunca foi
vencido
XXIV – Guerras depois da independência
XXV – A batalha de Ituzaingo
XXVI – A guerra do Paraguai
XXVII – Nono motivo da superioridade do
Brasil: seu procedimento cavalheiroso e digno
para com os outros povos
XXVIII – Décimo motivo da superioridade do
Brasil: as glórias a colher nele
XXIX – Undécimo motivo da superioridade do
Brasil: a sua história
XXX – Os jesuítas
XXXI – Serviços dos jesuítas ao Brasil
XXXII – Os bandeirantes
XXXIII – A República de Palmares
XXXIV – A guerra holandesa
XXXV – A retirada, da Laguna
XXXVI – A independência do Brasil
XXXVII – Grandes nomes da nossa história
XXXVIII – D. Pedro II
XXXIX – A escravidão no Brasil
XL – Resumo das grandezas do Brasil
XLI – Perigos que ameaçam o Brasil
XLII – O futuro do Brasil
Nota
AFFONSO CELSO
DA ACADEMIA BRASILEIRA
PORQUE ME UFANO
DO MEU PAÍS
RIGHT OR WRONG, MY COUNTRY
A MEUS FILHOS
AFFONSO CELSO DE OURO PRETO
E
CARLOS CELSO DE OURO PRETO
E
À MEMÓRIA DE MEU FILHO
JOÃO PAULO DE OURO PRETO
I
Para quem e para que foi composto este opúsculo
II
Primeiro motivo da superioridade do Brasil: a sua
grandeza territorial
III
Vantagens unidas à grandeza territorial do Brasil
A enorme extensão do Brasil forma um
todo homogêneo, bem situado, servido por
magníficos rios, facilmente acessível.
Comunicam-se entre si, do modo mais
natural, todos os elementos desse conjunto,
quer pelo mar, quer pelo interior.
Ocupa ele a parte central do continente.
Acha-se mais perto da Europa e da África que
qualquer ponto da América espanhola, o que o
torna em extremo favorável ao comércio e à
navegação.
Oferece mais de mil léguas de costas, com
uma infinidade de portos e enseadas, como
que adrede abertos para acolherem os
visitantes.
Constitui tão gigantesco território um
resumo da superfície do planeta, exceto as
regiões polares.
Descobre-se nele tudo quanto o mundo
possui de melhor. Pode suprir por si só as
necessidades físicas das inumeráveis
multidões que o povoarem.
À flora brasileira, maravilhosamente rica,
é dado se juntarem todas as flores e frutas do
universo. Nenhuma é incompatível com a
nossa natureza. Não há planta exótica que,
convenientemente tratada, deixe de germinar
no Brasil.
Homens de não importa que procedência
encontram também no Brasil, escolhendo
zona, meio adequado para prosperar.
Negros, brancos, peles-vermelhas,
mestiços vivem aqui em abundância e paz.
IV
Outras vantagens da grandeza territorial do Brasil
V
Segundo motivo da superioridads do Brasil: a sua
beleza
VI
O Amazonas
VII
A Cachoeira de Paulo Afonso
VIII
A floresta virgem
IX
A Baía do Rio de Janeiro
X
Mais belezas do Brasil
XI
Terceiro motivo da superioridade do Brasil: a sua
riqueza
XII
Riquezas naturais do Brasil
XIII
Mais riquezas do Brasil
Segundo o critério hoje dominante,
considera-se nação rica a que possui grande
soma de utilidades. O Brasil possui-as todas.
Recordai a sua extensão territorial, o seu
completo sistema hidrográfico, a
multiplicidade de seus portos, a sua posição
geográfica, tocando em todos os países da
América do Sul, à exceção do Chile, (o que o
torna o traço de união entre eles), a sua
proximidade dos grandes centros, os seus
tesouros em fosfatos e em águas minerais;
considerai que as suas vias de comunicação
aumentam diariamente, bem como a sua
atividade comercial e industrial, pelo simples
movimento da população, movimento
ascendente que nunca estacionou e menos
retrocedeu; observai que o operário nacional,
muito inteligente, apreende com rapidez o
ensino técnico; que se estabeleceu uma
corrente imigratória para a nossa Pátria,
corrente cujo acréscimo depende apenas da
boa vontade da administração; que, enquanto
na Europa a área das terras cultivadas se
estreita e esgota, esbarrando a vida em
dificuldades sempre agravadas, entre nós se
dá o contrário e, a despeito de crises fatais,
iniciam-se culturas novas, dilata-se a zona
produtora; ponderai tudo isso e reconhecereis
que o Brasil oferece imensas vantagens à
economia geral do gênero humano, e
repetireis, com Robert Southey, que só a mais
extrema e obstinada prevaricação da parte do
governo, ou a mais cega e culpável
impaciência da do povo poderão subverter a
influência e a prosperidade do Brasil.
Em nosso conceito, nem assim. Aqueles
maus elementos poderão retardar; nunca
impedir a predestinação do Brasil a grandes
cousas.
Mas, — objetar-se-á, — apontastes apenas
facilidades naturais, e facilidades naturais não
são riqueza, sem que o trabalho as aproveite
e valorize.
É exato. As facilidades naturais do Brasil,
porém, já estão sendo exploradas e se-lo-ão
fatalmente, em grau condigno da sua
importância, sob a pressão inevitável da
necessidade e da concorrência. A luta pela
vida cada dia se torna mais áspera no velho
mundo. O Brasil é imenso repositório de
recursos, inexaurível arsenal para os
industriosos, refúgio sem igual aberto aos
necessitados.
As nossas condições econômicas hão de
ser breve forçosamente aproveitadas, em
virtude da ação de forças inflexíveis. Acresce
que circunstâncias especiais operam no Brasil
a distribuição da riqueza conforme as leis
naturais do trabalho, o que, numa sociedade
laboriosa, suficientemente esclarecida, onde a
liberdade de cada um seja protegida contra a
fraude e a violência, é o ideal, no dizer dos
economistas.
Não conhecemos proletariado, nem
fortunas colossais que jamais se hão de
acumular entre nós, graças aos nossos hábitos
e sistema de sucessão. Nem argentarismo,
pior que a tirania, nem pauperismo, pior que a
escravidão.
Nem cumeadas, nem abismos, nem
transições bruscas, nem, portanto, desespero
embaixo, porque se pode sempre esperar
atingir o grau superior, nem desdém soberbo
no alto, porque este se acha mui vizinho do
grau inferior, não sendo lícito aos que aí se
vêem considerarem-se de espécie diversa da
dos seus semelhantes menos bem colocados.
No Brasil, com trabalho e honestidade,
conquistam-se quaisquer posições. Encontra-
se a mais larga acessibilidade a tudo, no meio
de condições sociais únicas, sem distinção e
divergência de classes, em perfeita
comunicação e homogeneidade da população.
A esperança constante de uma situação
melhor anima a todos, e é esse o eficaz
incentivo da indústria humana.
Temos, pois, o estado mais propício ao
progresso da riqueza pública. No Brasil, o
trabalho anda a procura do homem e não o
homem à procura do trabalho.
Ninguém, querendo trabalhar, morrerá de
fome. Parece país de milionários, tão
largamente se gasta.
Por conseguinte, é incontestável a
superioridade econômica do Brasil, material e
moralmente aquilatada. Tudo nele tende a
crescer, a subir. Nenhum perigo sério lhe
ameaça o desenvolvimento, nenhuma chaga o
corrói, como acontece à Europa, sob o receio
permanente de uma guerra, e minada, como
também os Estados Unidos, pela extrema
riqueza e pela extrema indigência, fontes de
invejas e desprezos.
No balanço geral do Brasil, figura esta
verba compensadora de quaisquer
desfalecimentos: Futuro!
XIV
Quarto motivo da superioridade do Brasil: a
variedade e amenidade de seu clima
XV
Quinto motivo da superioridade do Brasil: ausência
de calamidades
XVI
Sexto motivo da superioridade do Brasil:
excelência dos elementos que entraram na
formação do tipo nacional
XVII
Costumes curiosos dos índios do Brasil
XIX
Os portugueses
XX
Não foi de degredados que se povoou o Brasil
XXI
O mestiço brasileiro
XXII
Sétimo motivo da superioridade do Brasil: nobres
predicados do caráter nacional
XXIII
Oitavo motivo da superioridade do Brasil: nunca
sofreu humilhações, nunca foi vencido
XXIV
Guerras depois da independência
XXV
A batalha de Ituzaingo
XXVI
A guerra do Paraguai
XXVII
Nono motivo da superioridade do Brasil: seu
procedimento cavalheiroso e digno para com os
outros povos
XXVIII
Décimo motivo da superioridade do Brasil: as
glórias a colher nele
XXIX
Undécimo motivo da superioridade do Brasil: a sua
história
XXX
Os jesuítas
XXXI
Serviços dos jesuítas ao Brasil
XXXIII
A República de Palmares
XXXIV
A guerra holandesa
XXXV
A retirada da Laguna
XXXVI
A independência do Brasil
XXXVII
Grandes nomes da nossa história
XXXVIII
D. Pedro II
XXXIX
A escravidão no Brasil
XL
Resumo das grandezas do Brasil
XLI
Perigos que ameaçam o Brasil
XLII
O futuro do Brasil
Vila Petiote.
Petrópolis, 8 de Setembro de 1900.
Nota
__________________
Agosto 2002
__________________
Junho 2002
Edições em pdf e eBookLibris
eBooksBrasil.org
__________________
Março 2006
eBookLibris
© 2006 eBooksBrasil.org