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1.1.1.1.1.DESPESAS CORRENTES:
a) Despesas de Custeio:
• Pessoal civil;
• Pessoal militar;
• Material de consumo;
• Serviços de terceiros;
• Encargos diversos.
b) Transferências correntes:
Subvenções econômicas;
Subvenções sociais;
Pensionistas;
Inativos;
Salário-família;
Juros da dívida pública;
Contribuições de previdência social;
Diversas transferências correntes.
a) Investimentos:
Obras públicas;
Equipamentos e instalações;
Material permanente;
Participação em constituição ou aumento de capital
de empresas ou entidades industriais ou agrícolas.
b) Inversões Financeiras:
• Aquisição de imóveis;
1
• Participação em constituição ou aumento de capital
de empresa ou entidades comerciais ou financeiras;
• Aquisição de títulos representativos de capital de
empresas em funcionamento;
• Constituição de fundos rotativos;
• Concessão de empréstimos;
• Diversas inversões financeiras.
c) Transferências de Capital
• Utilidade;
• Possibilidade Contributiva;
• Discussão Pública;
• Oportunidade;
• Legitimidade;
• Legalidade.
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as despesas públicas. Desse contexto, depreende-se a suma importância da
receita pública para a consecução da atividade financeira do Estado.
Cabe aqui registrar que, a partir da Constituição Federal de 1988, não mais
existem receitas extra orçamentárias. No atual modelo arrecadador-
orçamentário, só ficam de fora do orçamento as contribuições para o FGTS
e para o chamado sistema “S” (Senar, Sesi, Senac, Sesc, sebrae, Senat etc)
que são contribuições parafiscais. As contribuições sociais para o Pis/Pasep
e para a Previdência, por exemplo, foram incorporadas ao orçamento.
Vale observar também que não existe uma associação direta entre receitas
e despesas correntes e entre receitas e despesas de capital. Na verdade, o
saldo da conta corrente do governo – isto é, a diferença entre as receitas
correntes e as despesas correntes (que é igual à poupança do governo), é
uma das fontes de financiamento das despesas de capital. De outra parte,
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as operações de crédito não se restringem, também, a apenas o
financiamento de despesas da mesma categoria.
INGRESSO PÚBLICO
DE TERCEIROS PRÓPRIO
(empréstimos) (receitas)
ORIGINÁRIO DERIVADO
REPARAÇÕES DE GUERRA
PENALIDADES
TRIBUTOS
• Recolhimento da receita.
2. CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO: Direito tributário é o direito que define como serão
cobrados os tributos dos cidadãos para gerar receita para o estado. Tem como contraparte o
Direito Fiscal ou Orçamentário, que é o conjunto de normas jurídicas destinadas à
regulamentação do financiamento das atividades do Estado.
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É um ramo do Direito Público conhecido no Brasil como Direito Financeiro. Comanda as relações
jurídicas entre o Estado e as pessoas de direito privado, concernentes à imposição,escrituração,
fiscalização e arrecadação dos impostos, taxas e contribuições de melhoria.
3. TRIBUTOS: É a principal espécie de receita derivada obtida pelo órgão tributário e tem como
melhor conceito o descrito no próprio CTN, em seu art. 3°.
1 Aliomar Baleeiro, ao comentar o art. 3° do CTN, observa que o "O CTN adotou a teoria segundo a qual
tributos se caracterizam pelo caráter compulsório e, para distingui-los das multas e penalidades, inseriu a
cláusula que não constitua sanção de ato ilícito". Não são tributos, quer do ponto de vista teórico, quer do
jurídico, no Brasil, as prestações de caráter contratual, como os preços (quase privados, públicos e
políticos). Na doutrina brasileira, já se entendia do mesmo modo e, em geral, acolhia-se a divisão tripartida
dos tributos hoje consagrada no art. 5° do CTN. A própria Constituição de 1946 empregava a palavra tributo
no mesmo sentido (p. ex., art. 141, § 34, dela)." (Direito Tributário Brasileiro, Forense, 11. ed.).
2 No referente ao elemento compulsoriedade, cumpre observar a advertência de Vittorio Cassone, em
Direito Tributário, 11. ed., Atlas, p. 73: "...importante frisar que não basta a compulsoriedade. É preciso
Correlacionar o art. 3° do CTN com as regras-matriz dos tributos expressamente previstos na Constituição,
pois somente as prestações pecuniárias compulsórias que correspondem à descrição constitucional dos
tipos tributários é que são tributos. Isto porque pode haver prestações pecuniárias compulsórias que, não
constituindo sanção de ato ilícito, são de natureza outra que não a tributária, justamente por não estarem
compreendidas em referido rol. Com efeito, Aliomar Baleeiro cita as cauções em dinheiro, exigidas pela
administração pública, como garantia à admissão de particulares a licitações públicas, definidas pelo art.
135, I, do DL 200/67, e pelo § 1°, I do art. 39 da Lei Paulista n° 89/67; e outras obrigações de dar, instituídas
em lei, que configurem condição para o exercício de uma determinada conduta. Victor Nunes Leal cita o
seguro obrigatório contra acidentes do trabalho (Pareceres do Procurador-Geral da Fazenda Nacional - Cid
Heráclito de Queiroz, Brasília, 1990, p. 80 e 82)."
3 Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 14. ed., Malheiros, p. 43, afirma que "Não há mais
nos sistemas tributários modernos o tributo em natureza, pago em serviços ou em bens diversos do
dinheiro". Lembra, contudo, que a uma corrente de doutrinadores defendendo que "toda e qualquer
imposição do Estado tem o caráter de tributo, sendo, assim, forma de tributo o serviço militar obrigatório, a
participação no tribunal do júri, a entrega de bens requisitados pelo Estado, e tantas outras imposições do
Poder Público. Mas se tal posição podia ser acatada antes, depois do Código Tributário nos parece
inteiramente superada".
4 Esse elemento constitutivo do tributo deve ser compreendido na extensão que o legislador, a doutrina e a
jurisprudência têm, a respeito, concluído: a) o tributo não é uma penalidade imposta a alguém que cometeu
uma ação ilícita, isto é, contrária à lei; b) a exigência do tributo tem como fonte a ocorrência de um ato lícito;
c) essa última conclusão não representa consideração de que um fato gerador tributável derivado de uma
atividade ilícita não seja tributável; d) o fato gerador do tributo pode decorrer, portanto, de uma atividade
ilícita.
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e) A dívida constituída em relação aos tributos deverá ser cobrada por
autoridade administrativa competente, que atuará atendendo ao que
estabelece a legislação específica. O ato de cobrar tributos dos
contribuintes não poderá ser discricionário. Na atividade vinculada, a
autoridade administrativa agirá exatamente como determina a norma
legal.
f) Tributo não se confunde com tarifa ou preço público, como é o caso da
conta de luz residencial, conta de telefone, conta de gás, passagem de
ônibus, e outros preços públicos.
3.1.1. PRINCÍPIO NON OLET: O Princípio “non olet” (sem cheiro), também
conhecido como Princípio da Interpretação Objetiva do Fato Gerador. A tributação
das atividades ilícitas encontra-se respaldada pela Cláusula Tributária Pecúnia
“Non Olet” (dinheiro não tem cheiro), instituída pelos juristas Otmar Buhler e Albert
Hensel.
Neste contexto, a cláusula “non olet” é uma questão que vem se consolidando na
doutrina pátria, repercutindo, assim, gradativamente na jurisprudência dos tribunais,
conforme se verifica nas decisões citadas e em outras encontradas facilmente na
literatura jurídica que norteiam a adoção da tributação de atividades criminosas,
ilícitas ou imorais. Desse modo, pode-se verificar a incidência tributária de atos
ilícitos em praticamente todos os tributos, notoriamente no IR, bem como no ICMS,
dentre outros.
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Além do disposto no art. 3º do CTN, há a definição de tributo constante na Lei n° 4.320, de
17 de março de 1964 (Estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal), em seu art. 9º: "Tributo é a receita derivada, instituída pelas entidades de direito
público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições, nos termos da
Constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades."
• Impostos
• Taxas
• Contribuições:
o De Melhoria
o Parafiscais
o Sociais
De Seguridade Social
Outras da Seguridade Social
Sociais Gerais
• Especiais:
o De Intervenção no domínio público
o Corporativas (CF – art. 149)
• Empréstimos Compulsórios (CF – art. 148)
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vinculados são: impostos gerais, impostos restituíveis e impostos
especiais, afetados, finalísticos. Os tributos vinculados são: taxas e
contribuições. As taxas são: de polícia e de serviços. As contribuições são:
de melhoria e previdenciárias.
d) Contribuições especiais:
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iv. Corporativa - É o tributo instituível pela União,
de interesse das categorias profissionais ou eco-
nômicas. Destinação: Custear a atuação da enti-
dade.
Vinculação à uma
atividade estatal específica Vinculação das receitas a
Espécie Tributária
em relação ao determinadas despesas?
contribuinte?
Imposto Não Em regra, não, Há exceções
Critério proporcional entre o
Taxas Sim. Vinculação imediata valor cobrado e o custo da
atividade estatal
Sim. Vinculação mediata
(pois não basta a realização Valor total a ser pago não
Contribuições de Melhoria da obra pública, mas pode superar o custo total da
também a valorização obra
imobiliária)
Empréstimos Compulsórios Não Sim
Em regra, não. Há exceções
Contribuições Especiais Sim
(contribuição previdenciária)
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3.2.1.6. FUNÇÕES DOS TRIBUTOS: Assim, quanto a seu objetivo, o tributo
é:
3.2.2. IMPOSTOS: O CTN define impostos no art. 16: "Art. 16. Imposto é o tributo
cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte."
A Constituição Federal discrimina imposto nos arts. 153, 155 e 156. Estes são cha-
mados de nominados. Os permitidos pelo art. 154 da CF são denominados de ino-
minados, tendo como característica essencial o fato de que só podem ser instituí-
dos pela União no exercício de sua competência residual.
5 CF/88 – Art. 167. São vedados [...] IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.
6 Os impostos indiretos provocam o fenômeno nominado pela doutrina de repercussão ou de transferência
do ônus do tributo ou de transladação.
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c) reais (são os que incidem sobre bens singulares ou rendimentos,
sem considerar a condição pessoal do contribuinte, a exemplificar
com o IPTU, com o ITR e outros semelhantes);
I - impostos;
[...]
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3.2.2.1.1. ADIMC-QO 2551: O Poder Público, especialmente em
sede de tributação, não pode agir imoderadamente, pois a ativida-
de estatal acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da
razoabilidade, que traduz limitação material à ação normativa do Po-
der Legislativo. O Estado não pode legislar abusivamente. A ativi-
dade legislativa está necessariamente sujeita à rígida observância de
diretriz fundamental, que, encontrando suporte teórico no princípio da
proporcionalidade, veda os excessos normativos e as prescrições ir-
razoáveis do Poder Público. O princípio da proporcionalidade,
nesse contexto, acha-se vocacionado a inibir e a neutralizar os
abusos do Poder Público no exercício de suas funções, qualifi-
cando-se como parâmetro de aferição da própria constitucionali-
dade material dos atos estatais. A prerrogativa institucional de tri-
butar, que o ordenamento positivo reconhece ao Estado, não lhe ou-
torga o poder de suprimir (ou de inviabilizar) direitos de caráter
fundamental constitucionalmente assegurados ao contribuinte.
É que este dispõe, nos termos da própria Carta Política, de um siste-
ma de proteção destinado a ampará-lo contra eventuais excessos co-
metidos pelo poder tributante ou, ainda, contra exigências irrazoáveis
veiculadas em diplomas normativos editados pelo Estado." (ADIMC-
QO 2551, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-03, DJ de 20-
4-06).
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plexo de direitos e prerrogativas que assistem, constitucional-
mente, aos contribuintes e aos cidadãos em geral. Na realidade,
os poderes do Estado encontram, nos direitos e garantias individuais,
limites intransponíveis, cujo desrespeito pode caracterizar ilícito
constitucional. A administração tributária, por isso mesmo, embora
podendo muito, não pode tudo. É que, ao Estado, é somente lícito
atuar ‘respeitados os direitos individuais e nos termos da lei’ (CF, art.
145, § 1º), consideradas, sobretudo, e para esse específico efeito, as
limitações jurídicas decorrentes do próprio sistema instituído pela Lei
Fundamental, cuja eficácia – que prepondera sobre todos os órgãos
e agentes fazendários – restringe-lhes o alcance do poder de que se
acham investidos, especialmente quando exercido em face do contri-
buinte e dos cidadãos da República, que são titulares de garantias
impregnadas de estatura constitucional e que, por tal razão, não po-
dem ser transgredidas por aqueles que exercem a autoridade em
nome do Estado." (HC 82.788, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
em 12-4-05, DJ de 2-6-06).
7 ADCT CF/88 – Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011,
20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respecti -
vos acréscimos legais.
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de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20%
(vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribui-
ções sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos
ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e
respectivos acréscimos legais.
SOBRE CO-
Incidem sobre operações de importação ou ex-
MÉRCIO EXTE- II e IE
portação
RIOR
QUANTO À SOBRE PATRI- Incidem sobre a propriedade de bens móveis IR, ITR, IGF,
BASE ECO- MÔNIO E REN- ou imóveis e sobre o ganho do trabalho ou do ITD, IPVA,
NÔMICA DA capital ITBI e IPTU
SOBRE PRO-
Incidem sobre a circulação de bens ou valores, IPI, IOF,
DUÇÃO E CIR-
bem como a produção dos bens ICMS e ISS
CULAÇÃO
A grande mai-
oria dos im-
A alíquota é um percentual, ou seja, “ad valo-
PROPORCIO- postos, como
rem”. É, portanto, variável de acordo com a
NAIS o ICMS, IR,
base de cálculo
IPI, IOF e ou-
tros
QUANTO À DIRETOS Recaem diretamente sobre o contribuinte, sen- IR, IPTU, ITR
FORMA DE do este impossibilitado de transferir tributaria-
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito
Federal e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição,
bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c, da Constituição.
§ 2o Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da contribuição social do
salário-educação a que se refere o art. 212, § 5o, da Constituição.
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mente o ônus financeiro para terceiros e outros
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3.2.3. TAXAS: A taxa tem os seus elementos configuradores previstos no art. 145
da CF:
O Código Tributário Nacional, no art. 778, define taxa do mesmo modo como está
na Constituição Federal.
É concorrente a competência para a cobrança de taxas, pelo que ela pode ser exi-
gida pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A fixação da base de cálculos das taxas só encontra uma limitação: não poderá
ser a base de cálculo que tenha servido para a incidência de imposto.
As taxas só podem ser cobradas se criadas por lei e se estiverem previsíveis no or-
çamento.
8 CTN - Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a im -
posto nem ser calculada em função do capital das empresas.
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Parágrafo único: Considera-se regular o exercício do po-
der de polícia quando desempenhado pelo órgão compe-
tente nos limites da lei aplicável, com observância do pro-
cesso legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha
como discricionária, sem abuso ou desvio de poder."
Há certos direitos cujo exercício deve ser conciliado com o interesse público,
cabendo ao Estado policiar a atuação do indivíduo. A construção de um pré-
dio ou a instalação de uma empresa devem obedecer às leis de zoneamen-
to, de segurança etc. Cabe à administração pública verificar o cumprimento
das normas pertinentes e conceder a autorização, licença ou alvará. Do
mesmo modo, se um indivíduo deseja portar uma arma, ele deve solicitar a
licença do Estado; se quer viajar para o exterior, compete-lhe obter passa-
porte (Amaro, 2002: 32/33).
Esses direitos (de construir, de portar arma, de viajar etc), porque podem
afetar o interesse da coletividade, sofrem limites e restrições de ordem públi-
ca. A taxa de polícia é cobrada em razão da atividade do Estado, que
verifica o cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a
licença, a autorização, o alvará etc. A atuação fiscalizadora do Estado,
em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da
taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sen-
do isso que justifica a imposição da taxa (Amaro, 2002: 33).
Como bem ensina Odete Medauar (Direito Administrativo Moderno, ed. Re-
vista dos Tribunais, 1996, pág.: 363) a principal distinção entre ambas é que,
a Polícia Administrativa ou o Poder de Polícia "restringe o exercício de ati-
vidades lícitas, reconhecidas pelo ordenamento como direito dos particula-
res, isolados ou em grupo", enquanto que a Polícia Judiciária "visa impe-
dir o exercício de atividades lícitas, vedadas pelo ordenamento". E,
mais à frente, continua a dileta professora: "a Polícia Judiciária auxilia o
Estado e o Poder Judiciário na prevenção e repressão de delitos; e au-
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xilia o Judiciário no cumprimento de suas sentenças, conforme o que
está previsto na Constituição Federal".
9 Discricionariedade é à margem de "liberdade" que remanesce ao administrador para eleger, segundo cri-
térios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos, cabíveis perante cada
caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade legal,
quando, por força da fluidez das expressões da lei ou da liberdade conferida no mandamento, dela não se
possa extrair objetivamente uma solução unívoca para a situação vertente (1).A noção de Discricionariedade,
ou "atribuição discricionária" envolve um aspecto liberal, de autonomia em face de uma determinada autori -
dade. Logo, atuar discricionariamente significa proceder no exercício de uma atividade, sob aspectos racio-
nais e proporcionais, dentro do âmbito estabelecido pelo ordenamento jurídico, optando pelo melhor proce-
dimento que irá satisfazer o bem comum, diante de conceitos ambíguos trazidos pela norma posta.Neste di-
apasão, Discricionariedade implica uma escolha entre muitas possíveis, em atendimento ao interesse públi -
co próprio de sua atribuição e competência, com uma função finalística perante o fato real. Seria, pois, a de-
terminação do sentido de uma noção deixada na norma. A opção da melhor atitude a ser tomada pela auto -
ridade dentre inúmeras, deve ser entendida diante de um aspecto de liberdade sempre relativa, limitada e
contrastável pelo Judiciário, caso este venha a ser acionado.
11 Coercibilidade, é o emprego de força para sujeitar o particular a obedecê-lo, se for o caso. Porém, a
força admitida no âmbito da coercibilidade do poder de polícia não abriga o abuso de poder, que extrapola
os limites de sua atuação. A coercibilidade, contida nos limites da legalidade é, assim, elemento essencial
para o exercício do poder de polícia, ou seja, o meio lícito para restabelecer a situação desequilibrada.
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III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separa-
damente, por parte de cada um dos seus usuários".
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decorre do próprio dispositivo constitucional, que se
refere a se refere a serviço específico e divisível”.
A taxa, ainda, não deve ser confundida com preço público, pois este é uma
receita originária facultativa não sujeita ao princípio da anterioridade (Súm.
545 STF)12.
12 STF – SÚMULA N° 545: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
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da, aumentada e cobrada em qualquer época do ano, desde que
o usuário utilize, efetivamente, o serviço ou aufira, concretamen-
te, a utilidade pública tarifada, como tem sustentado, uniforme-
mente, a doutrina pátria, com apoio da jurisprudência dominante
de nossos Tribunais.
21
melhoria, que se liga à segunda. Hugo de Brito Machado menciona:
“Enquanto a taxa está ligada ao exercício regular do poder de polícia, ou a
serviço público, a contribuição de melhoria está ligada à realização de obra
pública. Caracteriza-se, ainda, a contribuição de melhoria, por ser o seu fato
gerador instantâneo e único.” Desse modo, observa-se que não há como
confundir taxa com contribuição de melhoria. Quando se falar de serviço,
inclusive do exercício do poder de polícia, que nada mais é do que um
serviço prestado pelo Poder Público, se está diante de taxa; e quando se
falar de obra pública realizada, se está diante de contribuição de melhoria.
22
3.2.3.5.12. SÚMULA N° 306: As taxas de recuperação econômica e
de assistência hospitalar de Minas Gerais são legítimas, quando inci-
dem sobre matéria tributável pelo Estado.
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creto-Lei n° 1.505, de 1976, não atingindo, porém, as taxas, entendi-
das estas na restrita acepção de espécie do gênero tributo.
24
prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa,
assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descarac-
terize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o
custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribu-
inte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade
de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no
art. 150, IV, da Constituição da República. Jurisprudência. Doutri-
na." (ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-
4-03, DJ de 20-4-06).
Podem-se formular dois conceitos para este tributo, o primeiro de ordem legal e o
segundo de ordem doutrinária. O conceito de ordem legal diz que a contribuição
de melhoria tem como seu fato gerador a valorização imobiliária, como elemento
essencial decorrente de obra pública. Já o conceito doutrinário, diz que “a
contribuição de melhoria é o tributo destinado a evitar uma injusta repartição dos
benefícios decorrentes de obras públicas”, pois não é justo que o proprietário do
imóvel valorizado em decorrência da obra pública aufira sozinho essa vantagem
para a qual contribuiu toda a sociedade.
25
distribuição dos encargos públicos, fazendo retornar ao Fisco o valor gasto
com a realização de obras públicas, na medida em que destas decorra
valorização de imóveis.
Quanto ao fato gerador deste tributo, não basta à realização da obra pública para o
surgimento da obrigação de pagar a contribuição de melhoria, é necessária a
efetiva valorização do imóvel decorrente da obra pública realizada, sem a qual a
mesma não pode ser exigida. Outra característica importante desta espécie de
tributo e que muitas vezes não é observada pelos administradores é o fato de que o
lançamento só é possível depois de executada à obra, embora seja admitido com a
conclusão parcial desta para justificar a cobrança da contribuição relativamente aos
imóveis em relação aos qual a obra se possa considerar concluída.
26
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA:
Valorização imobiliária
27
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavi-
mentação e melhoramento de estradas de rodagem;
28
Art. 5° Para cobrança da Contribuição de Melhoria, a Ad-
ministração competente deverá publicar o Edital, conten-
do, entre outros, os seguintes elementos:
[...]
[...]
29
§ 1° O ato da autoridade que determinar o lançamento
poderá fixar descontos para o pagamento à vista, ou em
prazos menores que o lançado.
[...]
30
• Cade entidade poderá institui-la por obras públicas realizadas dentre
das suas respectivas atribuições.
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II - no caso de investimento público de caráter urgente e
de relevante interesse nacional, observado o disposto no
art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes
de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.
• o art. 148, parágrafo único da CF, determina que haja uma vincula-
ção dos recursos obtidos pelo empréstimo compulsório à despesa
que será realizada;
13 CF/88 – Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] § 1º A vedação do inciso III, b (ANTERIORIDADE), não
se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (Empréstimo Compulsório – despesas extraordinárias),
153, I (IPI), II (IE), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (Imposto Extraordinário – Guerra); e a vedação do inciso III,
c (NOVENTENA), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I I (Empréstimo Compulsório – des-
pesas extraordinárias), 153, I (IPI), II (IE), III (IR) e V (IOF); e 154, II (Imposto Extraordinário – Guerra),
nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III (IPVA), e 156, I (IPTU).
32
A UNIÃO poderá instituí-los mediante LEI
COMPLEMENTAR por motivo de
33
3.2.5.5. RE 121.336: "Empréstimo compulsório. (DL 2.288/86, art. 10): in-
cidência na aquisição de automóveis de passeio, com resgate em quotas do
Fundo Nacional de Desenvolvimento: inconstitucionalidade. 'Empréstimo
compulsório, ainda que compulsório, continua empréstimo' (Victor Nunes
Leal): utilizando-se, para definir o instituto de Direito Publico, do termo em-
préstimo, posto que compulsório — obrigação ex lege e não contratual —, a
Constituição vinculou o legislador à essencialidade da restituição na mesma
espécie, seja por força do princípio explícito do art. 110 Código Tributário
Nacional, seja porque a identidade do objeto das prestações recíprocas e in-
dissociável da significação jurídica e vulgar do vocábulo empregado. Portan-
to, não é empréstimo compulsório, mas tributo, a imposição de prestação
pecuniária para receber, no futuro, quotas do Fundo Nacional de Desenvol-
vimento: conclusão unânime a respeito." (RE 121.336, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 11-10-90, DJ de 26-6-92).
35
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais
e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges,
que exerçam suas atividades em regime de economia famili-
ar, sem empregado permanentes, contribuirão para a segu-
ridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado
da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de empresa ou
da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos
para o sistema único de saúde e ações de assistência social
da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípi-
os, e dos Estados para os Municípios, observada a respecti-
va contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das
contribuições sociais de que tratam os incisos I,
a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fi-
xado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para
os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I,
b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição inci-
dente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita
ou o faturamento.
Elas estão submetidas às regras do art. 146, III, da CF (normas gerais em matéria
de legislação tributária, notadamente no referente aos aspectos de definição de
tributos e suas espécies. Elas estão vinculadas aos princípios da legalidade e da
isonomia tributária, conforme previsão do art. 150, incisos I e II, da CF.
Contribuições
parafiscais ou
especiais
De Interesse das
CIDE (intervenção Categorias COSIP (iluminação
SOCIAIS no domínio público) Profissionais ou pública)
Econômicas
As contribuições parafiscais são criadas como regra geral por lei ordinária,
respeitando normas gerais previstas em lei complementar, já que o art. 149 da
CF/88 exige a obediência ao art. 146, III (cabe a lei complementar estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária).
37
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, obser-
vado o seguinte:
17 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante in-
teresse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da adminis -
tração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acio-
nistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais
não extensivos às do setor privado.
38
incumbência de, como agente normativo e regulador, exercer as
funções de fiscalização, incentivo e planejamento (art. 174),
sendo que uma das formas possíveis de cumprir tal função é
mediante a instituição de contribuições interventivas.
39
Constituição, especialmente no que diz respeito à regula-
mentação da ordem econômica e financeira (...) A interven-
ção por determinação também só excepcionalmente é admi-
tida, posto que a atividade econômica é, em princípio, livre.
O art. 170, parágrafo único, e o art. 174, da vigente Consti-
tuição Federal, não permitem dúvidas a esse respeito. So-
mente quando houver abuso do poder econômico é que se
justifica a edição de norma legal interventiva, para reprimi-
lo, no sentido de evitar a dominação dos mercados, a elimi-
nação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros,
como autorizado pelo § 4º, de seu art. 173. (...)”
40
As contribuições sociais estão subordinadas ao princípio da ante-
rioridade nonagesimal, conforme posto no § 6° do art. 195 da Cons-
tituição Federal.
CONTRIBUIÇÕES
PARA A SEGURIDADE SOCIAL
41
entidades referidas no seu art. 2º, que repre-
sentem circulação escritural ou física de moeda
e de que resulte ou não transferência de titulari-
dade dos mesmos valores, créditos e direitos.
42
sonegação de impostos. A idéia é que a receita
federal pode cruzar informações dos
pagamentos de impostos da CPMF, pagos por
bancos, com valores declarados por empresas
e indivíduos. Porém, críticos alegam que ITFs
tendem a diminuir a quantidade de dinheiro
líquido em um mercado financeiro, podendo
curvar o crescimento econômico natural de um
país. No Brasil a CPMF era muito criticada pelo
efeito cumulativo em cima do preço final de
produtos manufaturados de alta complexidade,
pois estes precisavam de várias
movimentações financeiras intermediárias até
chegar no produto final. O imposto era cobrado
em cada etapa.
43
um. O Senado também rejeitou todas as ofertas
do governo de modificação da CPMF. Entre
elas, houve propostas para reduzir a alíquota, o
período e a destinação do tributo. A última
proposta do Planalto Central era de renovar a
CPMF com uma alíquota de 0,25% somente
até 2010 com destino integral à saúde pública.
Art. 149.
44
[...]
45
tras fontes, criando contribuição nova, além das expressamente pre-
vistas, é ela inconstitucional, porque é lei ordinária, insuscetível de
veicular tal matéria.” (ADI 1.103, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa,
julgamento em 18-12-96, DJ de 25-4-97).
19 CF/88 – Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação
profissional vinculadas ao sistema sindical.
46
3.2.6.3.1. PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO
PÚBLICA: A ser instituída pelos Municípios e pelo Distrito Federal.
Cabe ressaltar que tal serviço não poderia ser base de incidência
para a cobrança de uma taxa, eis que não se está diante de serviço
específico e divisível.
Sua instituição pode ser feita diretamente por meio de lei ordinária de
cada município e do DF e aplicam-se a essa contribuição todos os
princípios tributários previstos na Constituição, embora tenha o
art.149-A expresso a sujeição da contribuição apenas aos princípios
da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade. Portanto, sendo
tributo, estará, obviamente, sujeita a todos os demais princípios cons-
titucionais tributários”.
3.2.6.4. JURISPRUDÊNCIA:
47
SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SE-
BRAE, no rol do art. 240, CF. Constitucionalidade da contribui-
ção do SEBRAE.” (RE 396.266, Rel. Min. Carlos Velloso, jul-
gamento em 26-11-03, DJ de 27-2-04).
48
cessidade de que a lei complementar." (RE 138.284, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 1-7-92, DJ de 28-8-92).
A teoria da recepção, também serve para informar se determinada norma foi ou não recepcionada
pela nova Constituição, mas também de que maneira houve tal recepção.
Convém ressaltar ainda que a recepção apenas analisa a compatibilidade material da lei anteri-
or com a nova Carta, sendo irrelevante a compatibilidade formal. Em outras palavras, o Direito
Constitucional brasileiro não admite inconstitucionalidade formal superveniente. É o que ocorre,
por exemplo, quando uma lei ordinária dispõe sobre determinado assunto, mas a Constituição
posterior coloque a matéria sob a tutela de lei complementar. Nesse caso, se a lei ordinária anteri-
or for compatível com a Constituição, ela simplesmente passará a ser considerada lei complemen-
tar. A recíproca também é verdadeira. No primeiro caso, o exemplo clássico é o do Código Tribu-
tário Nacional, elaborado sob a égide da Carta de 1946, como lei ordinária e recepcionado pelas
Constituições seguintes (inclusive a atual, art. 146, III) como lei complementar. Já no segundo
caso, temos lei orgânica do Ministério Público, que era complementar (LC 40/81) e atualmente é
ordinária (Lei nº 8.625/93). Note-se que até a entrada em vigor da nova lei em 1993, a “Lei Com-
plementar n° 40/81” tinha status de lei ordinária (tanto que foi revogada por uma lei ordinária).
O que dizer de uma matéria que a Constituição anterior inseria na competência esta-
dual enquanto a nova Constituição passa a competência para legislar sobre aquele
mesmo tema para a União? Aplica-se o mesmo princípio. A lei estadual anterior será,
desde que materialmente constitucional, recepcionada como lei federal, só podendo ser re-
vogada por outra lei federal superveniente.
49
Outro ponto que ajuda a explicar o repúdio à inconstitucionalidade formal superveniente é
a simples existência, ainda hoje, de decretos-leis. Basta uma rápida análise do artigo 59 da
Constituição para percebermos que os decretos-leis não existem no processo legislativo constitu-
cional atual. Foram substituídos por outra espécie normativa que permite ao Presidente da Repú-
blica legislar atipicamente: a medida provisória. Pois bem, no entanto temos inúmeros decretos-
leis em plena vigência. Tudo porque na recepção analisa-se apenas os aspectos de conteúdo ma-
terial, pouco importando a forma de elaboração legislativa.
Em síntese, o ordenamento jurídico ordinário preexistente será tido como recepcionado desde que
seu conteúdo material seja considerado compatível com a nova Constituição, podendo sua consti-
tucionalidade ser aferida apenas pela ação incidental, no controle concreto. Já, por outro lado, a
lei produzida a partir da promulgação de nova Carta Constitucional deve mostrar-se material e for-
malmente compatível com ela e pode ter sua inconstitucionalidade repressiva argüida tanto pela
ação principal (controle abstrato) quanto pela ação incidental (controle concreto).
4.1. TEORIA DA REVOGAÇÃO: A teoria da revogação deve ser aplicada em dois níveis
distintos. Primeiro, em face da Constituição anterior. Neste caso é aplicada
indistintamente, ou seja, toda a Carta anterior é revogada com a promulgação da atual.
Nada é aproveitado a não ser que conste no texto da nova Constituição. Assim, como um
organismo não medra com dois cérebros, um Estado não suporta duas Constituições. Em
segundo lugar, o princípio da revogação também encontra aplicação, se bem que mais
restrita, quando se focaliza o ordenamento jurídico infraconstitucional preexistente.
Segundo dispõe o artigo 2° da Lei de Introdução do Código Civil (que, aliás, data de 1917),
se a lei não se destinar a vigência temporária, isto é, se não for lei de prazo certo,
conservará sua vigência até ser revogada por outra lei. Explica ainda que a lei será
considerada revogada quando, expressamente, outra assim dispuser ou quando tratar da
mesma matéria de modo diverso. Não podemos perder de vista que a Constituição é uma
lei, a Lei das leis, mas, ainda sim, uma lei. Dessa forma, lei vigente à época em que entra
em vigor norma constitucional originária ou derivada será automaticamente revogada,
desde que seu conteúdo seja colidente com o do novo dispositivo constitucional. Ressalte-
se, no entanto, que as normas constitucionais derivadas (emendas à Constituição, por
exemplo) devem observar as limitações constitucionais ao poder de reforma, devendo
respeitabilidade, em tese, inclusive, ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa
julgada, entre outras limitações explícitas e implícitas constantes da própria Constituição.
A título de esclarecimento, convém ao amigo leitor perceber que, não raro, a imprensa em-
prega o termo desconstitucionalização com outro sentido: “- O Presidente da República
pretende desconstitucionalizar a polícia militar”. Nessa acepção aceitável, desconstitucio-
nalizar significa retirar matérias da Constituição (através de emendas constitucionais su-
pressivas) e entregá-las totalmente ao legislador ordinário.
Portanto, a Constituição Federal não cria tributos: ela atribui competência para que os entes
públicos os instituam. Caberá a essas pessoas políticas instituir os tributos da sua respectiva com-
petência, mediante lei ordinária, ressalvadas as hipóteses reservadas a lei complementar (em-
préstimos compulsórios e os chamados impostos e contribuições residuais – como veremos em
outras aulas).
Define-se competência tributária como o poder juridicamente limitado que determina a inci-
dência, a base de cálculo e a alíquota, o sujeito passivo da obrigação, formas de lançamen-
to e cobrança e provê os meios de arrecadação e fiscalização.
A competência tributária é indelegável. Se um dos entes políticos não exercer a sua faculdade
para instituir os tributos, nenhum outro ente poderá tomar o seu lugar (art. 8º, do CTN) 20. Não se
pode confundir Competência com Capacidade. A capacidade ativa é o atributo que uma pes-
soa tem de figurar no pólo ativo de uma relação jurídica, como numa ação judicial de execução fis-
cal. Essa pode ser delegada. É o que ocorre, por exemplo, com autarquias do Governo Federal e
contribuições para a seguridade social a elas atreladas, autorizadas pelo art. 195 da CF/88. As-
sim, quando a União delega ao INSS as funções relativas à fiscalização e arrecadação de certas
contribuições sociais, neste instante, é a capacidade ativa que está sendo transferida para a au-
tarquia.
20 CTN – Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
51
5.1. RELAÇÃO OBRIGACIONAL TRIBUTÁRIA: A relação jurídica obrigacional tributária é
objeto essencial do direito tributário, pois sendo este de natureza obrigacional, constitui
sempre uma obrigação do sujeito passivo para com o sujeito ativo tributante.
Uma relação jurídica pode ser entendida como um conjunto de direitos e deveres agrega-
dos, surgindo do relacionamento concreto entre duas ou mais pessoas, para a coordena-
ção de seus respectivos interesses. No âmbito tributário, esta relação jurídica é a que se
instaura entre o sujeito ativo e passivo do tributo, inclusive terceiros vinculados e
partícipes também da fenomenologia impositiva no qual decorre uma obrigação tri-
butária atual ou iminente.
Nascendo uma relação obrigacional tributária, verifica-se o vínculo jurídico entre o sujeito
ativo aplicador do tributo e o contribuinte, sujeito passivo obrigado ao cumprimento destas
obrigações, ou seja, a obrigação tributária é entendida como o vínculo jurídico mantido di-
retamente entre o sujeito ativo e sujeito passivo em torno do tributo.
Sobre a obrigação tributária, Hugo de Brito Machado define como sendo ela:
O Código Tributário Nacional fala que a obrigação tributária nasce com o acontecimento de
um fato gerador tributário constituindo o crédito através do lançamento, quando melhor se-
ria a conceituação de que o débito tributário surge com a ocorrência de um fato imponível,
e que o lançamento constitui a obrigação tributária.
Assim, a obrigação jurídica tributária nada mais é do que um vínculo existente entre
o sujeito passivo e o sujeito ativo, de uma obrigação de dar, de fazer, de não fazer ou
de tolerar, nos termos do artigo 113 do Código Tributário Nacional, sob pena de san-
ção.
A obrigação tributária principal decorre sempre de lei, ou seja, somente a lei poderá
instituir um tributo, bem como somente a lei gerará uma obrigação tributária
principal. Assim, a obrigação de pagar ao Estado necessariamente deve ser
instituída por lei.
52
Ricardo Lobo Torres [9], quanto ao objeto da obrigação tributária principal diz que o
"tributo é o dever fundamental, consistente em prestação pecuniária, que é exigido
de quem tenha realizado o fato descrito em lei".
O art. 153, da CF, aponta que somente a União poderá instituir os impostos sobre:
1) importação de produtos estrangeiros (II), 2) exportação de produtos nacionais ou
nacionalizados (IE), 3) a renda ou proventos de qualquer natureza (IR), 4) produtos
industrializados (IPI), 5) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títu-
los ou valores imobiliários (IOF), 6) a propriedade territorial rural (ITR), e 7) grandes
fortunas (IGF).
Já o art. 156 da Constituição Federal estabelece que compete aos Municípios insti-
tuir impostos sobre: 1) a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), 2) a trans-
missão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou por acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição (ITIV ou ITBI), e, ainda, 3) serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II (CF), definidos em lei comple-
mentar (ISS).
53
Assim, ocorrida uma prestação de certos serviços públicos ou o exercício regular do
poder de polícia (para o caso das taxas), ou uma realização de obras públicas que
tenham valorizado imóveis de particulares (para o caso das contribuições de melho-
ria), atendidos os demais requisitos estabelecidos em lei, qualquer uma das pesso-
as jurídicas de direito público poderá instituir as citadas exações.
54
5.2.5.1. OBSERVAÇÃO: Nada impede que o Brasil volte a ter Territórios Fe-
derais (art. 18, parágrafos 2.º e 3.º, da CF), fato que justifica o estudo da pri-
meira parte do art. 147, da CF.
55
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégi-
os processuais que competem à pessoa jurídica de direi-
to público que a conferir.
O citado dispositivo veda, na primeira parte do seu caput, a delegação de competência tri-
butária, cabendo a cada ente tributante instituir os tributos que a Constituição Federal lhe
atribuiu. Aqui a referência é à dita competência tributária plena, qual seja, a competência
para, mediante o exercício da atividade legislativa, instituir os tributos pela Constituição au-
torizados.
É exatamente o que acontece com muitas das chamadas contribuições sociais: a União,
exercendo a sua competência plena indelegável, institui a contribuição mediante lei (ativi-
dade legislativa que não pode ser delegada), e, a seguir, delega ao INSS (que é uma au-
tarquia federal, portanto, uma outra pessoa jurídica de direito público) as funções de fiscali-
zação, arrecadação, etc. A terceira situação contida no art. 7.º, está no 3.º parágrafo. Diz
respeito apenas à função de arrecadar praticada, atualmente, pelos bancos, casa lotéricas,
correios, etc, ou seja, por pessoas jurídicas de direito privado21.
[...]
21 A disposição do parágrafo 3.º é uma atribuição autorizada pelo CTN, mas que, segundo o próprio texto
legal, não constitui delegação de competência. É, dessa forma, apenas uma autorização legal para que pes -
soas jurídicas de direito privado possam arrecadar tributos.
56
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Esta-
dos exercerão a competência legislativa plena, para aten-
der a suas peculiaridades.
A iniciativa no caso de leis, no âmbito da União¸ em que versem sobre matéria tributária
não é privativa do Presidente da República, a não ser quando for matéria relacionada aos
territórios, por força do disposto no art. 61, § 1º, II, b da CF/8822.
Sendo assim, nos demais casos, podemos ter a iniciativa por parte do Congresso Nacio-
nal, ou até mesmo a iniciativa popular.
22 CF/88 – Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição [...] § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da Repú-
blica as leis que [...]II - disponham sobre [...]b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e or -
çamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios [...].
57
5.4.3. ADI 2.344-QO: "Nas hipóteses de competência concorrente (CF, art. 24), nas
quais se estabelece verdadeira situação de condomínio legislativo entre a União
Federal e os Estados-Membros (Raul Machado Horta, Estudos de Direito Constitu-
cional, p. 366, item n. 2, 1995, Del Rey), daí resultando clara repartição vertical de
competências normativas, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se
no sentido de entender incabível a ação direta de inconstitucionalidade, se, para o
específico efeito de examinar-se a ocorrência, ou não, de invasão de competência
da União Federal, por parte de qualquer Estado-Membro, tornar-se necessário o
confronto prévio entre diplomas normativos de caráter infraconstitucional: a legisla-
ção nacional de princípios ou de normas gerais, de um lado (CF, art. 24, § 1º), e as
leis estaduais de aplicação e execução das diretrizes fixadas pela União Federal,
de outro (CF, art. 24, § 2º). Precedentes. É que, tratando-se de controle normativo
abstrato, a inconstitucionalidade há de transparecer de modo imediato, derivando, o
seu reconhecimento, do confronto direto que se faça entre o ato estatal impugnado
e o texto da própria Constituição da República." (ADI 2.344-QO, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 23-11-00, DJ de 2-8-02).
Federativo
Anterioridade ou anualidade NÃO utilização de confisco
Noventena NÃO limitação de tráfego
Legalidade NÃO concessão de
Irretroatividade da Lei privilégios a títulos federais
Isonomia ou igualdade NÃO concessão de isenção
Uniformidade NÃO diferenciação
Petição diante dos poderes NÃO cumulatividade
públicos Seletividade
59
tidas em lei antes do início do novo exercício, para que os tribu-
tos possam ser cobrados ou majorados.
5.5.1.3. NOVENTENA (ART. 150, III, c): Princípio criado pela EC n.º
42/2003, já anteriormente aplicado em parte às contribuições sociais, de
acordo com o art. 195, § 6º, da CF/88. Em parte, uma vez que, àquelas con-
tribuições, não se aplica o princípio da anterioridade e, de acordo com esta
nova limitação, aos demais tributos se se aplicam ambos os princípios. Em
outras palavras, um tributo só poderá ser cobrado noventa dias após a
publicação da lei que o houver instituído ou aumentado, e desde que já
esteja no exercício seguinte ao da referida publicação.
5.5.1.3.4. OBSERVAÇÕES:
5.5.1.3.5. RESUMO:
61
5.5.1.4. LEGALIDADE (ART. 150, I): Dispõe o art. 150, I, da CF, que ne-
nhum tributo pode ser exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça.
Lei, aqui, deve ser entendida no seu sentido estrito, ou seja, o instrumento
formalmente produzido pelo Poder competente para legislar. No mesmo
sentido, o art. 97 do CTN.
62
em situações pertinentes à economia (balança comercial, mercado fi-
nanceiro, nível da atividade industrial, etc.).
Parte da doutrina considerava que por ter força de lei a Medida Provi-
sória pode ser instrumento instituidor de tributos. Outros considera-
vam, todavia, que o princípio da legalidade não comporta extensões
interpretativas: apenas a lei (sentido estrito) poderia instituir ou majo-
rar tributos.
63
vas penalidades, não se referem à instituição ou majoração de tributos, não
se constituindo, portanto, como exceção ao princípio em apreço.
Isso vale tanto para o elaborador da lei, que não pode estabelecer hipóteses
de incidência privilegiando um outro segmento, como vale, também, para o
aplicador da lei, pois este deverá aplicar a lei a todos que tenham praticado
atos ou se encontrem em situação descritos na hipótese relativa à incidência
de um dado tributo.
5.5.1.7. UNIFORMIDADE (ART. 151, I): o tributo da União deve ser uniforme
em todo o território nacional, ressalvando-se a concessão de incentivos fis-
cais destinada a promover o equilíbrio sócio-econômico entre as regiões do
país (art. 151, I, CF). É a observância ao federalismo vigente no Brasil, co-
mum em todos os incisos do art. 151.
64
5.5.1.7.3. OUTROS SUB-PRINCÍPIOS:
65
Dessa maneira, há uma imunidade tributária específica dada pelo Poder
Constituinte para esta TAXA no artigo 5º, a, b da Constituição Federal não
existindo, portanto, fato imponível para a materialização deste tributo a ser
cobrada dos contribuintes.
O Estado não pode criar tributo que seja utilizado com efeito de confisco, ou
seja, o tributo não pode ser tão gravoso que atinja de forma exacerbada o
patrimônio do contribuinte. A Constituição Federal não diz o que deve ser
considerado tributo com efeito de confisco, nem fala das características que
tais tributos devem possuir, sendo assim, cabe ao Poder Judiciário, em suas
decisões, e à doutrina, com os estudos aprofundados, determinar o que se-
ria considerado confisco.
5.5.1.10. NÃO LIMITAÇÃO DO TRÁFEGO (ART. 150, V): a lei tributária não
pode limitar o tráfego intermunicipal ou estadual de pessoas ou bens (art.
150, V, CF; art. 9.º, III, CTN). A transposição de limites interestaduais e in-
termunicipais não pode ser elemento essencial de hipótese de incidência de
um tributo. Não poderia ser diferente, já que vivemos numa Federação.
Observe-se que esta limitação tributária não abrange a União, que pode es-
tabelecer diferenças tributárias entre bens e serviços devido a sua proce-
dência ou destino, quando se reportar a importação, exportação e fixação de
alíquotas interestaduais do ICMS.
5.5.1.15. SELETIVIDADE (ART. 153, § 3º, I, ART. 155, § 2º, III): obriga o
ente público a considerar a essencialidade dos produtos, mercadorias ou
serviços, no momento da instituição e determinação do critério quantitativo
dos respectivos impostos.
154, I – competência
residual de impostos
154, II – Imposto
extraordinário de
guerra
148 – guerra
externa, calamidade,
Empréstimos
investimentos
Compulsórios
urgentes e
relevantes
68
149 – contribuições
corporativas,
interventivas e
sociais
177, § 4º - CIDE-
Combustíveis
239 – PIS/PASEP
74, 75, 84 e 85 –
ADCT – CPMF
O primeiro, mais direto, diz respeito à própria competência tributária de cada ente, instituin-
do e arrecadando os tributos da sua respectiva competência.
Normalmente, a pessoa política fica com o produto da arrecadação de seus tributos como
meio de prover a manutenção da máquina administrativa e atender às necessidades da po-
pulação.
Por vezes, porém, a Constituição determina que haja uma partilha entre os entes públicos
no tocante às receitas tributárias, em nome daquela intenção distributiva. É o que se verifi-
ca nos termos dos artigos 157 a 162, e ainda, no art. 153, parágrafo 5.º da CF/88.
69
c) Classificam-se as repartições em diretas (as previstas nos art. 157 e
158, e ainda, 153, parágrafo 5.º) e indiretas, estas quando viabilizadas
mediante fundos de participação (art. 159, I, a, b e c) ou compensatórios
(art. 159, II).
Para finalizar, verifiquemos que, por se tratar de questão que envolve a autonomia finan-
ceira, não é permitida retenção ou condicionamentos ao repasse dos valores, à exceção:
Ainda como participação, tida como direta, aquela que os Estados e DF têm sobre o
IOF incidente sobre os investimentos relativos ao ouro, como ativo financeiro (ouro
como mercadoria: ICMS) ou instrumento cambial: 30% sobre a arrecadação.
Cabe, ainda, aos Municípios 70% da arrecadação do IOF incidente sobre o ouro
(art. 153, parágrafo 5.º).
70
Portanto, aos Municípios cabe a participação sobre a arrecadação de três impostos
federais (IR, ITR e IOF – art. 158, I e II, e 153, parágrafo 5.º, respectivamente, to-
dos da CF) e dois impostos estaduais (IPVA e ICMS – art.
158, III e IV da CF).
O inciso II do art. 159 determina que 10% da arrecadação do IPI deverão ser
destinados aos Estados e ao Distrito Federal, numa divisão proporcional ao
valor das respectivas exportações de produtos industrializados. É o que se
chama de fundo compensatório de exportações. Os Estados devem, toda-
via, destinar para os seus Municípios 25% dos recursos recebidos (art. 159,
parágrafo 3.º, observados os critérios estabelecidos no parágrafo único do
art. 158).
Quanto a essa distribuição do art. 159, II, registre-se que nenhum Estado
(ou o DF) poderá receber mais do que 20% do montante total. É o que esta-
belece o parágrafo 2.º, do mesmo artigo.
71
I – RECEITAS REPASSADAS AOS ESTADOS e DF
I.1 DIRETAS
– 100% IR na fonte sobre rendimentos pagos por ele (Art. 157, I CRFB)
– 20% Imposto instituído pela competência residual da União (Art. 157, II
CRFB)
– 30% IOF sobre o ouro (Art. 153, §5° CRFB)
– 10% IPI proporcional a exportação daquele Estado/DF (Art. 159, II CRFB)
*vedado mais de 20% por unidade (Art. 159, §2° CRFB)
*repasse de 25% do valor aos Municípios (Art. 159, §3° CRFB)
5 – 29% da CIDE-Combustível (Art. 159, III CRFB)à deste, 25% repassado aos
Municípios (Art. 159, §4° CRFB)
II.1 DIRETAS
– 100% IR na fonte sobre rendimentos pagos por ele (Art. 158, I CRFB)
– 50% ITR à ou 100% se arrecadados e fiscalizados (Art. 158, II CRFB)
– 50% IPVA (Art. 158, III CRFB)
– 70% IOF sobre o ouro (Art. 153, §5° CRFB)
– 25% ICMS:deste total 3/4 do valor adicionado nos Municípios da operação e
1/4 conforme a lei (Art. 158, IV e parágrafo único, CRFB)
72
II.2 FUNDO DE PARTICIPAÇÃO (FPM)
73
6.1.2.1. EXCEÇÕES AO CONCEITO DE MERCADORIA NACIONAL OU
NACIONALIZADA EXPORTADA ENQUADRÁVEL NO CONCEITO DE
MARCADORIA ESTRANGEIRA25:
25 [...] Para fins de incidência do imposto, considerar-se-á também estrangeira a mercadoria nacional ou
nacionalizada exportada, que retornar ao País, salvo se [...].
26 Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda es-
trangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato
gerador da obrigação.
74
a) importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada
de mercadoria estrangeira no Território Nacional;
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6.1.8. LANÇAMENTO: O lançamento é feito por declaração do sujeito passivo,
que oferece ao fisco os elementos informativos necessários a esse fim, ao provi-
denciar o despacho aduaneiro das mercadorias importadas.