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Exercícios resolvidos

 
 Para Hegel o fundamento supremo da realidade podia ser o "absoluto" de Schelling?
a) Sim. Esta é a base do pensamento hegeliano.
b) Sim, além do "eu" de Fichte.
c) Não. O fundamento é a "idéia", que se desenvolve numa linha de estrita necessidade.
Resposta: C
Explicação da resposta:
Mas tal necessidade não abrigaria em sua lógica princípios de identidade e contradição; seria
embasada pela "dialética"

 Para Hegel a dialética teria três fases?


a) Apenas uma fase, o Absoluto.
) Duas fases, por isso o nome "dialética".
c) Três fases.
Resposta: C
Explicação da resposta:
As três fases são tese, antítese e síntese. Assim, toda realidade primeiro "se apresenta",
depois se nega a si própria e num terceiro momento supera e elimina essa contradição.

 Hegel seguiu a carreira eclesiástica após a formação na Universidade?


a) Sim, pois sua formação aconteceu neste sentido.
b) Inicialmente, Hegel dedicou-se à literatura.
c) O filósofo teve problemas médicos e não trabalhou por muitos anos.
Resposta: B
Explicação da resposta:
Hegel teve como colegas Hölderlin e Shelling. Os três gostavam dos temas em torno da
tragédia grega e tinham curiosidade pelos ideais da revolução francesa. Quando se formou,
Hegel optou por dedicar-se ao estudo da literatura e da filosofia gregas; dava aulas como
professor particular.

 Em 1801, Hegel parte para a Universidade de Jena. Lá estudou o idealismo.Hegel


estudou Fichte e Schelling?
a) Hegel nunca esteve em tal Universidade. Seus estudos nunca estiveram relacionados
ao idealismo, mas sim ao empirismo.
b) Sim. . Em 1801, na obra Diferença dos sistemas filosóficos de Fichte e Schelling,
expressava que os dois filósofos trataram de ultrapassar o dualismo de Kant, mas não
tiveram êxito na elaboração de uma teoria coerente.
Resposta: B
Explicação da resposta:
Estes estudos foram essenciais na construção da obra hegeliana, na discussão dos problemas
tendo como contraponto a teoria kantiana, a maturação da abordagem dialética que se
seguiria.

 É certo dizermos que o êxito de Napoleão na Prússia deixou Hegel perturbado?


a) Sim. Inclusive o filósofo recolheu-se ao silêncio.
b) Não. O o filósofo tinha pouco apreço pela Prússia. Hegel achava a Prússia um centro
de corrupção, burocracia, soberba.
c) Hegel foi lutar na Prússia.
Resposta: B
Explicação da resposta:
Isso não afetou o filósofo. Logo em seguida Hegel assumiria uma reitoria. Foi neste período
que publicou Phänomenologie des Geistes (Fenomenologia do espírito).
 No processo de dialética hegeliana temos a lógica, a filosofia natural e a filosofia do
espírito?
a) Sim, respectivamente.
b) Não, temos apenas a filosofia natural.
c) Não, temos apenas a filosofia natural e a filosofia do espírito, respectivamente.
Resposta: A
Explicação da resposta:
Neste esquema, a idéia lógica converte-se em seu contrário, a natureza, e esta em espírito,
que é a "síntese" de idéia e natureza: a idéia "para si". A correspondência em cada uma
destas etapas é, respectivamente, a lógica, a filosofia natural e a filosofia do espírito. A
complexidade maior está nesta etapa última: o espírito se desdobra em "subjetivo",
"objetivo" e "absoluto".

 É correto afirmarmos que Hegel se esqueceu de diferenciar o espírito subjetivo do


espírito objetivo?
a) Sim, ele negligenciou este aspecto.
b) Sim, ele não soube diferenciar.
c) Não, o filósofo estabeleceu a diferenciação.
Resposta: C
Explicação da resposta:
Hegel fez esta diferenciação. Para o filósofo, o espírito subjetivo é o de cada
indivíduo, e o espírito objetivo é a manifestação da idéia na história: seu ápice é
representado pelo estado; este efetiva a razão universal humana, síntese do espírito
subjetivo e do objetivo no espírito absoluto.

 A evolução do Espírito, em Hegel, tem a ver com o Estado e com a Arte?


a) Sim, com o Estado e com a Arte, entre outros elementos.
b) Apenas com a Arte.
c) Apenas com o Estado.
d) Sim, desde que a Arte seja determinante sobre o perfil do Estado.
Resposta: A
Explicação da resposta:
É possível ao Espírito alcançar um máximo de entendimento sobre si mesmo, e isso pode ser
aperfeiçoado, na religião, na filosofia, na arte.a cada vez mais perfeita, na arte, na religião e
na filosofia. Quando Hegel trata da questão, explica que o Espírito atinge esta compreensão
somente no homem: "unidade e identidade da natureza divina e da natureza humana".

 Hegel achava a Ontologia vazia?


a) Ao contrário. Ele sempre a defendeu.
b) Ele e Kant tinham esta opinião.
c) Hegel nunca se posicionou sobre o tema.
Resposta: B
Explicação da resposta:
Kant e Hegel entendiam que a ontologia era vazia de conteúdo, mas reconheciam a
necessidade de uma área filosófica essencial que cumprisse a proposta ontológica. Abria-se
então um caminho para a troca da ontologia pela filosofia transcendental de Kant ou pela
lógica de Hegel.

 É correto dizermos que Hegel não comentou a concepção religiosa de Spinoza?


a) Sim, pois Hegel não comentou a concepção religiosa de Spinoza.
b) Não. Hegel proferiu considerações a respeito.
c) Nada podemos afirmar sobre o assunto.
Resposta: B
Explicação da resposta:
Hegel denominou o panteísmo de Spinoza de "acosmismo" (negação da existência de um
universo fora de Deus). Segundo ele, Spinoza não confunde Deus com a natureza e com o
universo finito, nem considera Deus o universo. Pelo contrário, nega a realidade do universo,
vendo em Deus a única realidade.

- O que é a razão para Hegel? Que críticas faz a inatistas, empiristas e kantianos?

R: Para Hegel, a razão é histórica, a mudança, a transformação da razão e de seus


conteúdos é obra racional da própria razão. A razão não está na história: ela é a
história. A razão não está no tempo: ela é o tempo. Ela dá sentido ao tempo. E a
crítica que Hegel faz aos inatistas, empiristas e kantianos, é a de não haverem
compreendido o que há de mais fundamental e de mais essencial à razão: a razão é
histórica. Outra crítica que Hegel fez aos inatistas e empiristas muito semelhante
à que Kant fizera. Ou seja, inatistas e empiristas acreditam que o conhecimento
racional vê das próprias coisas para nós, que o conhecimento depende
exclusivamente da ação das coisas sobre nós, e que a verdade é a correspondência
entre a coisa e a idéia da coisa.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/483994-perguntas-respostas-sobre-filosofia-
hegel/#ixzz1K4Lq3VD7
GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL

(Estugarda, 1770 - Berlim, 1831)

Filósofo alemão. Após passar pela Universidade de Tubinga, instala-se em


Berna como preceptor. Nesta primeira época interessa-se pela teologia. Em
1796 escreve uma Crítica da Ideia da Religião Positiva. Entre 1798 e 1801 é
preceptor em Francoforte e começa a interessar-se intensamente pela filosofia
e pela política. Recebe a influência das ideias políticas de Rousseau. Em 1801
instala-se em Iena, onde, em contacto com Schelling, adopta a sua filosofia da
natureza. Em 1807 publica a Fenomenologia do Espírito e em 1812 a
Propedêutica Filosófica, que constituem uma introdução à sua doutrina,
exposta com mais amplitude na sua obra capital, Ciência da Lógica (1812-
1816). Em 1816 passa para Heidelberga como professor e publica em 1817 um
resumo dos seus ensinamentos intitulado Enciclopédia das Ciências
Filosóficas em Epítome. Em 1818 aceita a cátedra de Filosofia da Universidade
de Berlim, onde o seu ensino goza de um prestígio crescente. Em 1821 publica
Princípios da Filosofia do Direito. Morre aos sessenta e um anos no decurso de
uma epidemia de cólera.    

O sistema filosófico de Hegel pode dividir-se em três partes: lógica, filosofia da


natureza e filosofia do espírito.    

A lógica estuda o desenvolvimento das noções universais das determinações


do pensamento, que são o fundamento de toda a existência natural e espiritual
e que constituem a evolução lógica do absoluto. Kant estabelece uma
separação infranqueável entre o espírito e a realidade: o noumeno permanece
inacessível ao pensamento, limitado aos fenómenos. Hegel identifica o real e o
racional, o ser e o pensamento, que se apoiam num princípio único e universal:
a ideia. Do desenvolvimento da ideia resultam todas as determinações do ser.
A ciência estuda este desenvolvimento e a lógica determina as suas leis, que
são a contradição e a conciliação dos contrários. Toda a ideia tem três
momentos: primeiro apresenta-se (a tese); opõe-se a si mesma (a antítese); e,
finalmente, regressa a si mesma conciliando tese e antítese (a síntese). O
objecto da filosofia da natureza é continuar este desenvolvimento do mundo
real exterior à ideia.    

A filosofia do espírito tem, por sua vez, três divisões: 1) o espírito subjectivo,
subdividido em antropologia, fenomenologia e psicologia; 2) o espírito
objectivo, subdividido em direito, moral e costumes; e 3) o espírito absoluto,
subdividido em arte, religião e filosofia propriamente dita.    

Estas três grandes partes do sistema representam ao mesmo tempo os três


momentos do método absoluto: afirmação, negação e unidade de ambas. O
absoluto é primeiramente pensamento puro e imaterial; depois existência
exterior ao puro pensamento, dissolução do pensamento no tempo e no espaço
(é a natureza). Em terceiro lugar, o absoluto regressa da sua existência
exterior, da sua alienação de si para si; neste regresso converte-se no
pensamento que se conhece a si mesmo, que existe por si mesmo: o espírito.
O influxo exercido por Hegel foi muito considerável, sobretudo no que se refere
às consequências práticas para a história e o direito que extrai da sua doutrina.

A ideia de que tudo o que é real é racional condu-lo à seguinte definição: «A


história é o desenvolvimento do espírito universal no tempo.» O Estado
representa a ideia; é a substância da qual os cidadãos não são senão acidente;
é quem confere os direitos aos indivíduos, mas não para eles, mas para chegar
com mais segurança à realização da sua ideia. As lutas entre os povos são
procedimentos para a realização da ideia. A força parece triunfar e,
efectivamente, triunfa, mas é apenas o símbolo, o sinal visível do direito. Esta
concepção da história do direito conduz à negação da liberdade individual, à
glorificação do facto consumado, à divinização do êxito.    

O conceito de dialéctica é básico para o conhecimento e a compreensão do


pensamento de Hegel. A dialéctica tem uma extensa tradição que vai até
Platão. Mas no caso de Hegel a dialéctica é tão importante que dá nome à sua
filosofia: a filosofia dialéctica.    

A dialéctica expressa, pela sua parte,  a contradição do mundo existente e, por


outra, a necessidade de superar os limites presentes com o propósito de uma
realização total e efectiva da liberdade e da infinidade. A realidade, enquanto
dialéctica, está submetida a um processo, é regida e movida pela contradição,
encontra-se internamente relacionada (é inter-relacional) e é constituída como
oposição de contrários. Assim, cada realidade particular remete para a
totalidade, para o todo, e só pode ser compreendida e explicada em relação ao
todo. Por isso, Hegel expressa isto de modo breve e preciso na seguinte frase:
«O verdadeiro é o todo».    

Devido a esta redução do ser ao pensar, a filosofia de Hegel, já idealista,


converte-se num idealismo absoluto. No fim de contas não se trata tanto da
redução do ser ao pensar como da interpretação do real, do ser, como ideia ou
razão. «Todo o real é racional», é outra frase de Hegel. Segundo o próprio
Hegel, «que o verdadeiro seja efectivamente real unicamente como sistema ou
que a substância seja essencialmente sujeito expressa-se na representação
que enuncia o absoluto como espírito, o conceito mais sublime de todos, que
pertence aos tempos modernos. Só o espiritual é real».
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Estugarda, 27 de agosto de 1770 — Berlim, 14 de
novembro de 1831) foi um filósofo alemão. Recebeu sua formação no Tübinger Stift
(seminário da Igreja Protestante em Württemberg).

Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução
Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do
século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.

Formação
Hegel estudou no seminário de Tubinga com o poeta Friedrich Hölderlin e o filósofo
Schelling. Os três estiveram atentos ao desenvolvimento da Revolução Francesa e
colaboraram em uma crítica das filosofias idealistas de Immanuel Kant e de seu
seguidor, Fichte.

Depois de ter se tornado tutor em Berna e em Frankfurt, Hegel começou a lecionar na


Universidade de Jena, onde permaneceu de 1801 a 1806. Após a vitória de Napoleão,
Hegel abandonou Jena e se tornou reitor da escola de latim em Nuremberg. Em 1816
ocupou uma cátedra na Universidade de Heidelberg. Sucedeu Fichte como professor de
filosofia na Universidade de Berlim em 1818, posto que ocupou até sua morte.
[ Estudou gramática até 18 anos, enquanto estudante, fez uma vasta coleção de extratos
de autores clássicos,artigos de jornal,trechos de manuais e tratados usados na época.
Hegel é muito citado no livro de Yakov Lentsman, escritor russo, em A ORIGEM DO
CRISTIANISMO.junto com Baur descobriram tendências opostas em síntese no Novo
Testamento concluindo que, como conhecemos, não foi escrito antes do século II.

Teoria
Filósofo da totalidade, do saber absoluto, do fim da história, da dedução de toda a
realidade a partir do conceito, da identidade que não concebe espaço para o contingente,
para a diferença; filósofo do estado prussiano, que hipostasiou o Estado - todas essas
são algumas das recepções da filosofia de Hegel na contemporaneidade. É difícil dizer
até que ponto essas qualificações são justas para com a filosofia hegeliana.

Ademais, as obras de Hegel possuem a fama de serem difíceis, devido à amplitude dos
temas que pretendem abarcar. Diz a anedota (possivelmente verdadeira) que, quando
saiu a tradução francesa da Fenomenologia do Espírito, muitos estudiosos alemães
foram tentar estudar a Fenomenologia pela tradução francesa, para "ver se entendiam
melhor" o árido texto hegeliano.(A) O fato é que sua filosofia é realmente difícil, embora
isso não se deva necessariamente a uma confusão na escrita. Afinal, Hegel era crítico
das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da
ontologia. Neste sentido, a clareza não seria adequada para conceituar o objeto.
Introduziu um sistema para compreender a história da filosofia e do mundo mesmo,
chamado geralmente dialética: uma progressão na qual cada movimento sucessivo surge
como solução das contradições inerentes ao movimento anterior. Por exemplo, a
Revolução Francesa constitui, para Hegel, a introdução da verdadeira liberdade nas
sociedades ocidentais pela primeira vez na história escrita. No entanto, precisamente por
sua novidade absoluta, é também absolutamente radical: por um lado, o aumento
abrupto da violência que fez falta para realizar a revolução, não pode deixar de ser o que
é, e, por outro lado, já consumiu seu oponente. A revolução, por conseguinte, já não
pode voltar-se para nada além de seu resultado: a liberdade conquistada com tantas
penúrias é consumida por um brutal Reinado do Terror. A história, não obstante,
progride aprendendo com seus erros: somente depois desta experiência, e precisamente
por causa dela, pode-se postular a existência de um Estado constitucional de cidadãos
livres, que consagra tanto o poder organizador benévolo (supostamente) do governo
racional e os ideais revolucionários da liberdade e da igualdade.

Segundo Umberto Padovani e Luis Castagnola, em "A história da Filosofia": "A Lógica
tradicional afirma que o ser é idêntico a si mesmo e exclui o seu oposto (principio da
identidade e de contradição); ao passo que a lógica hegeliana sustenta que a realidade
é essencialmente mudança, devir, passagem de um elemento ao seu oposto."

De todo modo, a dialética é uma das muitas partes do sistema hegeliano que foi objeto
de má compreensão ao longo do tempo. Possivelmente, uma das razões para isto é que,
para Hegel, é preciso abandonar a idéia de que a contradição produz um objeto vazio de
conteúdo. Ou seja, Hegel dá dignidade ontológica à contradição, bem como ao negativo.
Por outro lado, Hegel não queria com isso dizer que absurdos como, por exemplo,
pensar que um quadrado redondo fosse possível. Talvez um melhor exemplo da
dignidade ontológica da contradição é pensarmos nos conceitos aristotélicos de potência
e ato (um ser que é ao mesmo tempo potência e ato) ou então na concepção dos objetos
como unos e múltiplos ao mesmo tempo.

Nas explicações contemporâneas do hegelianismo - para os estudantes universitários,


por exemplo - a dialética de Hegel geralmente aparece fragmentada, por comodismo,
em três momentos chamados: tese (em nosso exemplo, a revolução), antítese (o terror
subsequente) e a síntese (o estado constitucional de cidadãos livres). No entanto, Hegel
não empregou pessoalmente essa classificação absolutamente; ela foi criada
anteriormente por Fichte em sua explicação mais ou menos análoga à relação entre o
indivíduo e o mundo. Os estudiosos sérios de Hegel não reconhecem, em geral, a
validade desta classificação, ainda que possivelmente tenha algum valor pedagógico.

Hegel utilizou-se deste sistema para explicar toda a história da filosofia, da ciência, da
arte, da política e da religião, mas muitos críticos modernos assinalam que Hegel
geralmente parece analisar superficialmente as realidades da história a fim de encaixá-
las em seu modelo dialético. Karl Popper, crítico de Hegel em A Sociedade Aberta e
Seus Inimigos, opina que o sistema de Hegel constitui uma justificação velada do
governo de Frederico Guilherme III e da idéia de que o objetivo ulterior da história é
chegar a um Estado semelhante à Prússia dos anos 1830. Esta visão de Hegel como
apologista do poder estatal e precursor do totalitarismo do século XX foi criticada
minuciosamente por Herbert Marcuse em Razão e Revolução: Hegel e o surgimento da
teoria social. Segundo Marcuse, Hegel não fez apologia a nenhum Estado ou forma de
autoridade, simplesmente porque existia: para Hegel, o Estado tem que ser sempre
racional. Já Arthur Schopenhauer desprezou Hegel por seu historicismo e tachou a obra
de Hegel de pseudo-filosofia.

Como se vê, a obra hegeliana é fonte de inúmeras controvérsias, mas, sem dúvida, a
filosofia, na maior parte dos casos, não deixa de se referir a Hegel - mesmo quando é
anti-hegeliana. Por outro lado, várias vertentes filosóficas inserem-se no legado
hegeliano - embora em geral não se auto-intitulem hegelianas - a exemplo do
Pragmatismo, da Escola de Frankfurt e do Marxismo.
Seguidores
Após a morte de Hegel, seus seguidores dividiram-se em dois campos principais e
contrários. Os hegelianos de direita, discípulos diretos do filósofo na Universidade de
Berlim, defenderam a ortodoxia evangélica e o conservadorismo político do período
posterior à restauração napoleônica.

Os hegelianos de esquerda, chamados jovens Hegelianos, interpretaram Hegel em um


sentido revolucionário, o que os levou a se aterem ao ateísmo na religião e ao
socialismo na política. Entre os hegelianos de esquerda encontra-se Bruno Bauer,
Ludwig Feuerbach, David Friedrich Strauss, Max Stirner e, o mais famoso, Karl Marx.
Os múltiplos cismas nesta facção levaram, finalmente, ao individualismo egoísta de
Stirner e à versão marxiana do comunismo.

No século XX a filosofia de Hegel experimentou um grande renascimento: tal fato


deveu-se em parte por ter sido descoberto e reavaliado como progenitor filosófico do
marxismo por marxistas de orientação filosófica, em parte devido a um ressurgimento
da perspectiva histórica que Hegel colocou em tudo, e em parte ao crescente
reconhecimento da importância de seu método dialético. Algumas figuras que
relacionam-se com este renascimento são Georg Lukács, Herbert Marcuse, Theodor
Adorno, Ernst Bloch, Alexandre Kojève e Gotthard Günther. O renascimento de Hegel
também colocou em relevo a importância de suas primeiras obras, ou seja, as publicadas
antes da Fenomenologia do Espírito.

Mas não só os teóricos da escola de Frankfurt viram um renascimento da filosofia


hegeliana, como também muitos filosófos na França, em geral após o curso hoje famoso
de Kojève. Dentre estes, podemos citar Sartre, Maurice Merleau-Ponty, Lacan,
Hippolyte entre outros.

Do mesmo modo, os teóricos pragmatistas como Robert Brandon, aproveitaram os


aspectos comunitaristas da filosofia hegeliana. Na verdade, esta apropriação de Hegel
pelos pragmatistas começou com os primeiros filósofos pragmatistas.

Principais obras
 Fenomenologia do Espírito (Phänomenologie des Geistes), 1806
 Ciência da Lógica (Wissenschaft der Logik), 1812-1816
 Enciclopédia das Ciências Filosóficas, 1817-1830
 Elementos da Filosofia do Direito (Grundlinien der Philosophie des Rechts),
1817-1830

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