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Resumo de aulas

Teoria Geral da Administração - A


Atualizada em fevereiro/06

Turmas: sexta-feira

Caro aluno este material foi elaborado com base na bibliografia citada no final da apostila, e tem por objetivo
oferecer material complementar de estudo para fixação da matéria, lembrando que esta não deve ser a
única fonte de consulta, pois além dela vocês devem consultar o(s) livro(s) adotados, textos, artigos,
caderno, entre outros recursos utilizados durante as aulas.

Também foi respeitada a lei de direitos autorais, para elaboração deste material.

Este material poderá ser obtido através do site: www.alexlocci.kit.net


ÍNDICE

A administração é uma filosofia em ação.........................................................................................................................1


Antecedentes Históricos do Estudo da Administração.....................................................................................................2
Habilidades de um administrador.....................................................................................................................................2
Algumas “definições” para administração.......................................................................................................................3
As Variáveis Básicas da Administração...........................................................................................................................4
As Principais Teorias Administrativas.............................................................................................................................4
A administração na Sociedade Moderna e suas Perspectivas...........................................................................................5
A Revolução Industrial.....................................................................................................................................................6
1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro (de 1780 a 1860):............................................................6
2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade (de 1860 a 1914): .......................................................................6
A Abordagem Clássica da Administração.......................................................................................................................7
Origens da Abordagem Clássica.......................................................................................................................................7
Teorias da Administração.................................................................................................................................................8
A Administração Científica .............................................................................................................................................8
Taylor............................................................................................................................................................................8
Princípios de Emerson..................................................................................................................................................9
Ford.............................................................................................................................................................................10
Teoria Administrativa.....................................................................................................................................................10
Fayol (Formado em Engenharia de Minas) ..............................................................................................................10
As Necessidades da Teoria Administrativa:...............................................................................................................11
As funções básicas da empresa...................................................................................................................................11
Funções Universais da Administração:......................................................................................................................11
Os Princípios Gerais da Teoria clássica.....................................................................................................................12
Administração e Organização.....................................................................................................................................12
Organização Linear e de Staff....................................................................................................................................13
Proporcionalidade das Funções Administrativas........................................................................................................13
Comparação das Teorias:............................................................................................................................................13
Abordagem Humanística da Administração...................................................................................................................13
Antecedentes...............................................................................................................................................................14
Experiência de Hawthorne..........................................................................................................................................14
A Civilização Industrializada e o Homem..................................................................................................................17
Influência da Motivação Humana...............................................................................................................................17
Teoria de Campo de Kurt Lewin................................................................................................................................18
Necessidades Humanas...............................................................................................................................................19
Ciclo Motivacional.....................................................................................................................................................19
Comunicação..................................................................................................................................................................20
Obstáculos na comunicação que devem ser evitados:................................................................................................21
Liderança........................................................................................................................................................................22
Estilos de Liderança....................................................................................................................................................22
Organização Informal.....................................................................................................................................................24
Características da Organização Informal....................................................................................................................24
Origens da Organização Informal...............................................................................................................................25
Grupos Informais........................................................................................................................................................25
Abordagem Estruturalista da Administração..................................................................................................................26
Origens da Teoria da Burocracia................................................................................................................................26
Tipos de Sociedade.....................................................................................................................................................26
Tipos de Autoridade...................................................................................................................................................26
Características da Burocracia segundo Weber:..........................................................................................................27
Vantagens da Burocracia............................................................................................................................................27
Modelo Geral da Burocracia.......................................................................................................................................28
Disfunções da burocracia............................................................................................................................................28
Graus de Burocratização nas Organizações................................................................................................................29
As dimensões da Burocracia.......................................................................................................................................29
Bibliografia.........................................................................................................................................................................30

Página: I
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Administração de Empresas Sexta- feira

A administração é uma filosofia em ação.

Não como Como


• Massa determinada de doutrina, • Processo de ação racional,
• Visão de mundo, • Atribuição de valores (ética)
• Sistema de valores,
• Como articulação de qualquer epistemologia,
• Estética específica

Filosofia como um processo de ação racional e atribuição de valores. E por intermédio destes dois fatores, a
racionalidade e a ética, que a Administração se torna filosófica.

Existe ainda uma outra maneira pela qual o conjunto de atividades classificado como Administração
assume, direta ou indiretamente, uma conotação filosófica. A matéria-prima essencial da Administração está
no homem. A natureza humana é o estofo básico das organizações, essas coletividades que buscam metas,
nas quais nasce a demanda pelas funções que dão origem à Administração. Assim, a filosofia primitiva do
administrador assim como seus pressupostos a respeito do homem e de sua natureza sempre estarão na
equação complexa que determina as direções da ação coletiva.

A Administração pode ser concebida como a racionalidade aplicada às relações sociais. Mas, embora seja
um domínio para o exercício apropriado da lógica aplicada, seus praticantes introduzem valores e praticam
a ética. É por isso que temos interesse pelos aspectos lógicos e de valor da administração filosófica e da
filosofia administrativa.

A civilização tem como pedra angular o esforço cooperativo do homem para a concretização do trabalho;
esse esforço, em todos os campos da ciência, da organização e em todas as relações sociais, visa ao bem-
estar da sociedade. Se nosso bem-estar depende realmente desse esforço cooperativo, a ciência de gerir,
de coordenar, de comandar e de dirigir esse esforço é uma ciência presente em todas as atividades
humanas.

É por meio da ação humana que damos forma ao pensamento e materializamos o que queremos.

A Administração faz-se presente pela organização da ação do homem, integrando recursos e esforços de
forma sistêmica.

A Administração está alicerçada na lógica e na clareza do raciocínio humano; somente assim podemos
obter com eficiência o desenvolvimento tecnológico ordenado e rápido, da mesma forma que somente
dentro da metodologia científica podemos aplicar métodos dedutivos e indutivos, capazes de dar seqüência,
forma e lógica aos experimentos e pensamentos humanos.
Hoje, a Administração é comparada com a arquitetura do pensamento lógico-administrativo que nos leva à
eficácia técnico- funcional.

A tarefa básica da empresa é fazer coisas, realizar eventos por intermédio das pessoas. Quando falamos
em empresa-organização, falamos em Administração não como um sistema direto e pragmático, mas como
um corpo de princípios universais que se aplicam a todo tipo de atividade humana.

A Administração é o elemento sintetizador da ampliação da atividade humana e, assim, interage com todas
as demais. Assim, não existem sistemas organizacionais desenvolvidos ou subdesenvolvidos.

Existem, isso sim, sistemas organizacionais eficazmente administrados e sistemas mal administrados ou
ainda inadministrados.

Pressupomos a história da Administração como iniciada há, aproximadamente, cem anos, quando ocorreu a
definitiva separação entre planejamento e execução de trabalho.

A Administração nasce, portanto, como uma formulação intelectual e racional da separação e submissão do
trabalho manual ao intelectual, reflexo da dependência do trabalho ao capital.

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Seguindo o itinerário histórico, inferimos que depois da Segunda Guerra Mundial, e em conseqüência da
grandeza de experiências traumáticas e das modificações econômicas e políticas suscitadas pelo conflito, a
administração começa a reforçar o seu sistema com conceitos complementares.
Antecedentes Históricos do Estudo da Administração.
Administração é uma atividade essencialmente empírica. Ao administrarmos qualquer coisa, seja ela uma
empresa, um exército ou nosso próprio tempo, estamos procurando formas de interagir com a realidade que
nos cerca, na busca de determinados objetivos.

Para o estudo da Administração, interessa-nos prioritariamente a administração de organizações.


Entendemos como organizações sistemas com:

a) objetivos fixos ou metas a cumprir - garantir ganhos para o seu proprietário, prestar serviços
médicos à comunidade, preservar a Segurança Nacional, fornecer ajuda espiritual etc.;

b) recursos materiais e não-materiais - dinheiro, instalações, know-how, máquinas, tecnologia etc.;

c) grupos de pessoas cujos esforços são coordenados no sentido de se atingir os objetivos e metas
determinadas, utilizando-se dos recursos existentes.

Hospitais,.empresas, sindicatos, fundações, escolas, igrejas, partidos políticos, associações comunitárias, o


Exército e o Estado são exemplos de organizações. Em cada uma delas, a Administração tem a função de
coordenar pessoas e recursos, com vistas a cumprir seus objetivos e metas. Para cumprir estes objetivos, a
Administração deve sempre atuar sobre a realidade circundante.

Se o administrar é construído sempre a partir da realidade que o cerca, podemos afirmar com segurança
que diferentes realidades demandarão diferentes formas de se administrar. Em tempo de férias podemos
administrar nosso tempo com graus de folga e tolerância muito maiores do que em semanas em que
estamos atulhados de trabalho. Da mesma forma, administrar uma empresa no começo do nosso século
certamente era uma atividade bastante diferente da prática dos administradores de empresas de hoje.

Todo o conhecimento que possuímos hoje é fruto de uma mecânica cumulativa histórica e social, baseada
na eliminação de explicações que deixam de ter validade e na incorporação de outras que passam a ter.

Habilidades de um administrador
Existem 3 tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa atuar com sucesso.

Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários


para o desempenho de tarefas específicas, por meio de experiência e educação.

Habilidade humana: Consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar,
compreender suas atitudes e motivações e principalmente liderar grupo de pessoas.

Habilidade conceitual: Consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização como um


todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte
de acordo com os objetivos da organização e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de
seu departamento ou grupo imediato.

Vale reforçar que para a habilidade conceitual necessitamos desenvolver a capacidade de pensar, definir
situações organizacionais e seus respectivos graus de complexidade e finalmente diagnosticar e propor
soluções.

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N Habilidades Necessárias
í
v
e Institucional
i Alta Direção
s Conceituais

A
d
m
i
n Intermediário
i Gerência
s
t Humanas
r
a
t Técnicas
i Operacional
v Supervisão
o
s

Algumas “definições” para administração.


1-) A palavra administração vem do latim:

ad (direção, tendência para)


minister (subordinação ou obediência)

significa: aquele que realiza uma função abaixo do comando de outra.

2-) Tarefa básica da administração: Fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz.

3-) Administração: É o processo de planejar, Organizar, Dirigir e Controlar o uso de recursos a fim de
alcançar os objetivos.

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As Variáveis Básicas da Administração

Tarefas

Estrutura Pessoas
Organização

Ambiente Tecnologia

As Principais Teorias Administrativas

Foco Teorias Administrativas Principais Enfoques


nas Tarefas Administração Científica Racionalização do trabalho no nível operacional.
Teoria Clássica Organização formal.
Teoria Neoclássica Princípios gerais da administração.
Funções do administrador.
Teoria da Burocracia Organização formal burocrática.
Na Estrutura Racionalidade organizacional.
Teoria Estruturalista Múltiplas abordagens:
Organização formal e informal.
Análise intra-organizacional e análise
interorganizacional.
Teoria das Relações Humanas Organização informal.
Motivação, lideranças, comunicações e dinâmica de
grupo.
Teoria do Comportamento Estilos de Administração.
nas Pessoas
Organizacional Teoria das decisões.
Integração dos objetivos organizacionais e individuais.
Teoria do Desenvolvimento Mudança organizacional planejada.
organizacional Abordagem de sistema aberto.
Teoria Estruturalista Análise intra-organizacional e análise ambiental.
Abordagem de sistema aberto.
no Ambiente
Teoria da Contingência Análise ambiental (imperativo ambiental).
Abordagem de sistema aberto.
na Tecnologia Teoria da Contingência Administração da tecnologia (imperativo tecnológico).

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A administração na Sociedade Moderna e suas Perspectivas


A administração é o meio para fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor
custo e com a maior eficiência e eficácia.
A administração na sociedade moderna, toma um rumo de extrema importância, pois cada empresa tem
como exigência premissas básicas como:
• Tomada de decisões,
• Coordenação de múltiplas atividades,
• Condução de pessoas,
• Avaliação de desempenho dirigido a objetivos previamente determinados,
• Obtenção e alocação de recursos, entre outros.

Portanto quando engenheiros, economistas, contabilistas, entre outros profissionais de áreas específicas ou
essencialmente técnicas, são promovidos para cargos executivos (diretorias, gerências, chefias,
supervisões, coordenações, etc.), precisam transformar-se em administradores e por conseqüência
familiarizar-se com os conceitos administrativos ora aplicados nas organizações.

Estudos apontam para que em futuro próximo, veremos o fim da organização forma de hoje (a organização
burocrática) e o surgimento de uma nova arquitetura organizacional; sendo que isto ocorrerá em função da
necessidade de adequação às novas demandas da era pós-industrial.

Estas mudanças serão motivadas devido a:

Mudanças rápidas e inesperadas, principalmente na área do conhecimento e da explosão populacional.


• Imposição de novas e crescentes necessidades não atendidas pela organização atual.

Crescimento em tamanho das organizações, tornando-as complexas e internacionais.

Atividades de hoje, que exigem pessoas de competências diversas e altamente especializadas.


• Foco em mudanças rápidas

Mudanças e transformações carregadas de:


Exigências e pressões:
Sociedade, Influências externas e internas:
Clientes, Incertezas,
Fornecedores, Ambigüidades,
Agências regulamentadoras, Novos desafios
Evolução tecnológica,
Governo,
Problemas multifacetados,
Concorrentes, Complexidade,
Expectativa da alta administração, Informações contraditórias.
Funcionários,
Acionistas.

Turbulências que irão complicar a tarefa administrativa de:


Planejar,Organizar,Dirigir e Controlar

Vários fatores causarão impactos profundos sobre as organizações das empresas, são eles:

• Crescimento das organizações,


• Concorrência mais aguda,
• Sofisticação da tecnologia,
• Taxas elevadas de inflação,
• Globalização da economia e internacionalização dos negócios,
• Visibilidade maior das organizações.

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Tudo isto irá requerer novas formas e modelos de administração, bem como uma nova mentalidade dos
administradores, sendo que estes serão vistos, mais do nunca como um agente de mudanças.
A Revolução Industrial
Com a invenção da máquina a vapor (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção
de trabalho, e está nova visão modificou completamente a estrutura social e comercial da época.

Está modificação ficou conhecida como a Revolução Industrial (iniciada na Inglaterra), pois está provocou
profundas e rápidas mudanças na economia, política e por conseguinte na própria sociedade.

A revolução industrial pode ser dividida em duas épocas distintas a saber:

1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro (de 1780 a 1860):

Passou por quatro fases:

1ª fase: Mecanização da indústria e da agricultura:


Surgimento da Máquina de fiar, Tear hidráulico, Tear mecânico, Descaroçador de algodão.
Substituíram a força motriz do homem, do animal e da roda de água.

2ª fase: A aplicação da força motriz na indústria:


Utilização da máquina a vapor gerou profundas transformações nas oficinas que viraram
fábricas (transportes, comunicações e na agricultura).

3ª fase: O desenvolvimento do sistema fabril:


Desaparece a figura do artesão e suas oficinas, cedendo lugar aos operários e às fábricas e
usinas baseadas na divisão do trabalho.
Outro fator relevante foi a migração da massa humana da área agrícola para as
proximidades das fábricas, provocando desta forma a urbanização.

4ª fase: Ocorre o aceleramento dos transportes e da comunicação.


Surge a navegação a vapor, sendo que logo depois as rodas propulsoras foram substituídas
por hélices; A locomotiva a vapor é aperfeiçoada; Surge a primeira estrada de ferro na
Inglaterra e logo depois nos USA e no Japão; Outros meios de comunicação surgem com
rapidez (Morse inventa o telégrafo elétrico, Graham Bell inventa o telefone); profundas
mudanças ocorrem com maior velocidade neste período.

2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade (de 1860 a 1914):

A revolução entre nesta segunda fase em função de três fatos importantes:


• O aparecimento do processo de fabricação do aço (1856),
• O aperfeiçoamento do dínamo (1873),
• A invenção do motor a combustão interna (1873).

As características da revolução industrial são as seguintes:

• Substituição do ferro pelo aço como material básico na indústria,


• Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia,
• Desenvolvimento de maquinaria automática,
• Crescente domínio da indústria pela ciência,
• Transformação radical nos transporte e na comunicação (Vias férreas são ampliadas, construção de
automóveis, e as primeiras experiências com o avião, são exemplos típicos deste período),
• Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista
• Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.

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A Abordagem Clássica da Administração


No início do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da
administração:

Taylor (americano): que desenvolveu a chamada Escola da Administração Científica, cujo foco principal
estava em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho operário.

Fayol (europeu): que desenvolveu a chamada teoria Clássica, cujo foco principal era o de aumentar a
eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da administração em
bases científicas.

Embora os mesmos não tenham mantido contato e também tendo ambos partido de pontos de vistas
diferentes e até mesmo opostos; suas idéias constituíram as bases da chamada Abordagem clássica da
administração.

Desdobramento da abordagem clássica:

Administração
Científica
(Taylor) Ênfase nas
Tarefas

Abordagem
Clássica da
Administração
Teoria Clássica
Ênfase na
(Fayol) Estrutura

Origens da Abordagem Clássica


A abordagem clássica da administração originou-se das conseqüências geradas pela revolução industrial, e
poderemos resumi-la em dois fatores:

1º O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:


• Complexidade em suas administração,
• Abordagem científica substituindo o empirismo e a improvisação,
• Aumento da dimensão das empresas leva a adotar teorias microindustriais.

2º A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações:


• Obter melhor rendimento possível dos recursos,
• Fazer frente à concorrência e a competição,
• Influenciado pela substituição do capitalismo liberal pelos monopólios (instalados nos EUA),
• Produção em massa aumenta o número de assalariados,
• Necessidade de se evitar o desperdício,
• Economizar mão-de-obra,
• Surge a divisão do trabalho entre os que pensam e os que executam.

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Teorias da Administração
De uma maneira geral os interesses do estudo da administração são voltados para resultados práticos,
existem pelo menos 4 importantes razões para se estudar a teoria da administração:

• Guiam as decisões da administração;


• Dão forma à nossa visão das organizações;
• Conscientizam-nos do ambiente empresarial;
• São fontes de novas idéias.

A Administração Científica
Taylor

Com sua visão de engenheiro ele revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho através
da aplicação de métodos científicos.

Baseia-se na Escola Clássica, onde as pessoas eram consideradas instrumentos de produção para se
atingir a eficiência empresarial.

MÉTODO EMPÍRICO MÉTODO CIENTÍFICO

Domínio do costume; Metodologia;


Tradição; Pesquisa;
Experiência; Normatização e padronização;
Política do patrão. Seleção e treinamento, supervisão e
planejamento.

Maus Resultados Maior Eficiência

Fases de estudo do tempo:

• Analítica:
Quebra das atividades e estudo dos melhores métodos para cada movimento registrado e cronometrado.

• Construtiva:
Arquivo de movimentos elementares e tempo. Melhoria e padronização dos elementos relacionados ao
trabalho.

 Em virtude desses estudos, os operários se mostraram resistentes porque acreditavam que


trabalhando mais depressa, faziam com que grandes números de outros trabalhadores perdessem o
emprego.

A administração científica focou a administração geral, preocupando-se nas tarefas realizadas pelos
empregados.

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Segundo Taylor as indústrias sofrem de 3 males:

• Vadiagem sistemática (medo dos gerentes abaixarem os salários ou de perderem o emprego);


• Desconhecimento da Gerência sobre a rotina de trabalho e o tempo necessário de cada tarefa;
• Falta de padronização dos métodos e técnicas de trabalho.

 Apesar da forma como Taylor considerava os operários, desenvolveu um sistema educativo que
deveria ser implantado gradualmente para evitar descontentamento dos empregados e prejuízo aos
patrões.

Conceito do princípio da exceção:


♦ “O operário cuida da rotina e o chefe cuida dos assuntos mais importantes.”

Objetivos Básicos da Administração Científica:

• Aumentar a produtividade do trabalhador,


• Motivar o trabalhador através do pagamento por peça produzida.

Pontos Relevantes a serem considerados:

• Colaboração entre gerentes e operários,


• Especialização dos operários,
• Divisão das tarefas dos supervisores.

Críticas ao sistema de Taylor:

• Mecanização: desestimula a iniciativa pessoal; não considera os aspectos psico-sociais.


• Esgotamento físico: funcionários trabalham além da capacidade para obter salários mais altos.
• Exploração: de operários e clientes.
o Resultado: mais trabalhadores entravam nos sindicatos gerando um clima de desconfiança
entre administração e trabalhadores.

Princípios de Emerson

Foi um engenheiro que simplificou os métodos de trabalho.


Popularizou a Administração Científica.
Desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregado.

1. Planos bem definidos e aliados aos objetivos;


2. Senso comum (bom senso);
3. Orientação e Supervisão competente;
4. Disciplina;
5. Justiça social no trabalho;
6. Registros confiáveis e imediatos;
7. Remuneração proporcional ao trabalho;
8. Normas padronizadas para as condições de trabalho;
9. Normas padronizadas para o trabalho em si;
10. Normas padronizadas para as operações;
11. Estabelecer instruções precisas;
12. Oferecer incentivo ao maior rendimento e á eficiência.

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Ford

Americano (nascido no Estado de Michigan)


Era um empresário com visão prática que buscava a cristalização do conceito da eficiência, no mais amplo
sentido, numa fábrica de automóveis.

Princípios de Ford:

Produtividade (tempo) = máxima de produção dentro de um período determinado; distribuição dos ganhos;
redução de custos;redução de preços.
Intensificação (tempo) = aumentar o capital de giro que seria obtido dos próprios consumidores.
Economicidade = reduzir ao mínimo o volume de matéria-prima (estoque).

 “Estoque inútil representa trabalho humano armazenado”


Políticas de Ford:

• Produção em série e contínua;


• Altos salários;
• Preços mínimos;
• Preocupação com os empregados;
• Técnicos altamente competentes.

 Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administração eficiente individual que a história
conhece;

 Abraçou corajosamente as idéias da administração científica, revolucionando nesse processo a


indústria automotiva e a nossa sociedade;

 Conservador com relação às práticas administrativas , não respondeu às mudanças dos tempos. Com
isso o seu domínio sobre o mercado automobilístico aos poucos foi arrancado por empresas com teorias
mais avançadas.

Diferenças entre Taylor e Ford:

TAYLOR FORD

• Operário executa movimentos • Operário adapta seus movimentos à


regulados em tempo padrão; velocidade da esteira;

• Preocupou-se com a “economia do • Preocupou-se com a “economia de


trabalho humano”; material e do tempo”;

• Trabalho individual; • Trabalho em equipe;

Teoria Administrativa
Fayol (Formado em Engenharia de Minas)

Estudos de Fayol
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Fayol começa a separar Conhecimentos Tecnológicos de Habilidades Administrativas.

“Todos os empregados numa organização participam, num maior ou menor grau, da função administrativa
e têm oportunidade para exercitar suas faculdades administrativas e ser reconhecido por isto. Aqueles que
são particularmente talentosos podem subir dos degraus mais baixos aos mais altos, da hierarquia da
organização”

O sucesso organizacional depende mais das habilidades administrativas dos seus líderes do que de suas
habilidades técnicas!!!

Fayol, notou que o efeito da administração sobre as atividades do negócio não foi completamente entendido
e que se as recomendações dos especialistas técnicos poderiam ser completamente destruídas por
procedimentos administrativos falhos.

“Um líder que seja um bom administrador, mas tecnicamente medíocre, é, geralmente, muito mais útil à
empresa do que se ele fosse um técnico brilhante mas, um administrador medíocre”

As Necessidades da Teoria Administrativa:

Os administradores, segundo Fayol, necessitam de certas qualidades, conhecimentos e experiências:

Qualidades físicas: saúde, vigor, trato;


Qualidades mentais: habilidade de aprender e de entender, julgamento, vigor mental e habilidade;
Qualidades morais: energia, firmeza, iniciativa, disposição p/ a responsabilidade, lealdade,
dignidade,tato;
Educação geral: familiaridade geral com outros assuntos não exclusivamente da função desempenhada;
Conhecimento especial: aquele peculiar à função, seja técnica, comercial, financeira, administrativa e
assim por diante;
Experiência: conhecimento advindo do próprio trabalho, o conjunto de lições que uma pessoa tira das
coisas.

As funções básicas da empresa

 Atividades Técnicas:
 “Relacionadas com a transformação e produção de bens (produtos e serviços)”
 Atividades Comerciais:
 “Relacionadas com as transações de compra, venda e permuta”
 Atividades Financeiras:
 “Relacionadas com a captação e bom uso do capital”
 Atividades de Segurança:
 “Relacionadas com a preservação e proteção das pessoas e dos bens”
 Atividades Contábeis:
 “Relacionadas com os controles e registros, como inventários, balanços, custos e estatísticas”
 Atividades Administrativas:
 “Relacionadas com a integração de todas as operações da organização”;
 “as atividades administrativas coordenam e sincronizam as atividades anteriores”,
 “tendo portanto interferência e influência sobre elas”.

Segundo Fayol, mesmo sendo apenas uma das seis grandes atividades organizacionais, as administrativas
eram mais importantes que as outras cinco atividades.

Funções Universais da Administração:

 Previsão: Consiste na avaliação do futuro, tudo aquilo que poderá acontecer.


Um bom plano de ação inclui unidade, continuidade, flexibilidade e precisão.

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Teoria Geral da Administração - A Página: 12
Administração de Empresas Sexta- feira

 Organização: preparar todas as coisas que sejam úteis ao funcionamento da empresa, desde a parte
material, de pessoal e social.

 Comando: fazendo agir o pessoal, de forma a obter o máximo retomo em todos os aspectos, mas
principalmente os globais.

 Coordenação: a harmonia de todas as atividades é o fundamental; os negócios e os trabalhos


dependem desta harmonia para o sucesso; a perfeita sincronização de todas as coisas e ações leva-nos à
harmonia.

 Controle: medir e dimensionar os atos, para verificar se estão ocorrendo de acordo com o plano traçado
pois esta é a sua finalidade. Assim, localizar as falhas e erros é o seu principal objetivo, com a finalidade de
corrigi-los.

Os Princípios Gerais da Teoria clássica

• Divisão do Trabalho: especialização das tarefas e das pessoas visando aumentar a eficiência;

• Autoridade e Responsabilidade: direito de dar ordens e esperar obediência; a responsabilidade é


uma conseqüência da autoridade; devem ser equilibradas entre si;

• Disciplina: obediência, comportamento e respeito às normas estabelecidas;

• Unidade de Comando: o empregado deve receber ordens de um único superior; princípio da


autoridade única;

• Unidade de Direção: uma cabeça e um plano para cada grupo de atividades que tenham o mesmo
objetivo;

• Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem
sobrepor-se aos interesses particulares;

• Remuneração do pessoal: justa e capaz de satisfazer às necessidades dos empregados e atender


à empresa em termos de retribuição;

• Centralização: concentração da autoridade no topo da empresa;

• Cadeia escalar: linha de autoridade do escalão mais alto ao mais baixo; princípio do comando;

• Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar; ordem material e humana;

• Eqüidade: amabilidade e justiça para obter a lealdade do pessoal;

• Estabilidade e duração do pessoal: quanto mais tempo um empregado permanecer no cargo,


tanto melhor; a rotatividade é um fator negativo;

• Iniciativa: capacidade de visualizar um plano e assegurar o seu sucesso;

• Espírito de Equipe: harmonia e união entre os empregados.

Administração e Organização

Para FAYOL a Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. Assim, a organização
abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo portanto estática e limitada.

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Desta forma, a palavra organização passou a ter dois significados distintos:

1.° como empresa; unidade social. Pode ser dividida em:

organização formal: baseada na divisão do trabalho racional, planejada; organização informal: originadas
nos relacionamentos, relações de amizade, formação de grupos, interações etc;

2.° como função administrativa e parte do processo administrativo; significa organizar, estruturar.

Organização Linear e de Staff

A organização linear é uma organização de forma piramidal, caracterizada pela unidade de comando,
unidade de direção, centralização da autoridade e princípio escalar.

Já o Staff se caracteriza pelos Conselhos, Assessorias e Consultorias, não possuindo autoridade de


comando, sendo apenas elemento especialista.

Para FAYOL, o Staff é um grupo de homens, munidos de força, conhecimento e tempo que possam faltar ao
administrador geral, estudando, analisando e propondo alternativas e planos.

Deve ser um grupo de elite, intelectual e profissional.

Proporcionalidade das Funções Administrativas

Níveis mais
Funções Administrativas Funções
altos
Prever Técnicas
Organizar Se equivalem a Comerciais
Comandar Financeiras
Coordenar Contábeis
Mais baixos
Controlar De segurança

Comparação das Teorias:

FAYOL X TAYLOR

Teoria Administrativa Teoria da Administração


(Clássica) Científica

Ênfase na estrutura Ênfase na definição das tarefas dos


da organização empregados

Objetivo: Aumentar a eficiência da Objetivo: Aumentar a eficiência da


organização por meio da definição dos organização por meio da especialização
vários níveis de responsabilidade. dos operários

Abordagem Humanística da Administração


Nesta abordagem, a Administração sofre uma verdadeira revolução. Se antes a ênfase fora tarefas
(Taylor) e estrutura (Fayol), agora o enfoque era "pessoas".

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A máquina, o método de trabalho e a organização formal dão agora lugar aos aspectos psicológicos e
sociológicos.

A abordagem humanística surge com a Teoria das Relações Humanas, nos Estados Unidos por volta de
1930 decorrente do desenvolvimento das ciências sociais, principalmente a Psicologia, que ocupava seus
estudos com dois assuntos básicos, ambos abordados pela Psicologia do Trabalho:

a) a análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho;

b) a adaptação do trabalho ao trabalhador.

Mas, as mudanças ocorridas no campo social, econômico, político e tecnológico trouxeram novas variáveis
para o estudo da Administração.

Estas mudanças provocaram uma revisão dos conceitos e princípios de Administração, até então aceitos e
adotados.

A abordagem humanística começou logo após a morte de TAYLOR, mas somente a partir da década de 30
mereceu grande aceitação nos Estados Unidos, graças às suas características democráticas; no restante do
mundo, somente após o término da 2.a Guerra Mundial, recebeu divulgação.

Antecedentes

Os fatos marcantes na Abordagem Humanística foram:

a) a necessidade de se humanizar e democratizar a Administração;


b) o desenvolvimento das chamadas ciências humanas, em especial a Psicologia e a Sociologia;
c) as idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin;
d) as conclusões da experiência de Hawthorne.

Desta forma, a Teoria das Relações Humanas (ou Escola Humanística) foi basicamente um movimento de
reação e oposição à Teoria Clássica.

A Teoria das Relações Humanas surgiu da necessidade de corrigir a forte tendência a desumanização do
trabalho.

Em 1923, ELTON MAYO conduzira uma pesquisa em uma indústria têxtil, procurando solucionar problemas
de produção e rotatividade de pessoal. Introduziu um período de descanso, determinado pelos próprios
operários e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo, surgiu um espírito de equipe, a produção
aumentou e a rotatividade de pessoal diminuiu.

Em 1924, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos iniciou uma série de experiências, visando
obter a causa entre o ambiente físico e o desempenho. Como ponto de partida, estudou a influência da
intensidade de iluminação na produção.

Estes dois trabalhos não apresentaram resultados definitivos, mas apenas levantaram problemas para
futuras análises.

Experiência de Hawthorne

Pesquisa realizada na Westen Electric Company, localizada no bairro de Hawthorne em chigago.

1ª fase:

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Em 1927, sob a coordenação de ELTON MAYO, são escolhidos para a experiência dois grupos de
operários que fariam o mesmo trabalho, em condições idênticas, da Western Electric Company.

Um grupo o experimental trabalhou sob luz variável em intensidade, e o outro grupo de controle trabalhou
sob luz de intensidade constante.

O objetivo era conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento. Entretanto, nada foi encontrado; foi
verificada a existência de outras variáveis difíceis de isolamento.

Um dos fatores descobertos foi o psicológico: os operários reagiam à experiência com suposições pessoais,
isto é, julgavam que deviam produzir mais quando a intensidade da iluminação aumentava, e, ao contrário,
quando esta diminuía.

Este fato foi comprovado, trocando-se lâmpadas por outras da mesma potência, fazendo-se crer que a
intensidade variava.

E a produtividade era proporcional à intensidade de luz sob a qual os operários supunham trabalhar.

Assim, comprovava-se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico.

2ª fase:

Nesta fase, foram selecionadas e convidadas 6 moças de nível médio, constituindo se o grupo
experimental, sendo que 5 delas montavam relés e a sexta apenas fornecia as peças necessárias.
O grupo de controle era constituído pelo restante do Departamento.

O grupo experimental tinha ainda um supervisor comum, assim como o grupo de controle, mas tinha
também um observador que permanecia na sala, ordenava o trabalho e assegurava o espírito de
colaboração das moças.

As moças, convidadas a participar da pesquisa, receberam todos os conhecimentos quanto aos objetivos da
mesma; eram constantemente informadas sobre resultados, modificações, etc.
Esta fase permitiu concluir que, em que pese as variações efetuadas na sala de provas, estas não
chegaram a afetar o ritmo de trabalho, e alguns aspectos foram levantados:

• as moças gostavam de trabalhar na sala de provas,


• o ambiente era amistoso e sem pressões,
• não havia temor ao supervisor,
• houve desenvolvimento social do grupo experimental,
• o grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns

3ª fase:

Em setembro de 1928, foi dado início ao programa de entrevistas, cujos objetivos eram:

• conhecer atitudes e sentimentos dos trabalhadores,


• ouvir opiniões quanto ao trabalho e tratamento recebido,
• ouvir sugestões.

O programa foi muito bem recebido. Em fevereiro de 1929 foi criada a Divisão de Pesquisas Industriais.
Entre 1928-30 foram entrevistados 21.126 empregados dos 40.000 existentes.

Em 1931, o sistema adotou a técnica de entrevista não diretiva: os operários falavam livremente sobre
aquilo que desejassem.
Surge daí a revelação da existência de uma organização informal, destinada a protegê-los contra o que
consideravam ameaça ao seu bem-estar.

Esta organização informal manifestou-se através de:

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• produção controlada por padrões que os próprios operários estabeleciam e consideravam normal,
• punições aplicadas pelo grupo aos operários que ultrapassavam aqueles padrões,
• uso de expressões que traduziam suas insatisfações;
• lideranças informais, que mantinha os grupos unidos e assegurava o respeito às regras de conduta;
• preocupações fúteis com relação a promoções;
• contentamentos e descontentamentos exagerados em relação aos superiores imediatos.

4ª fase:

Nesta fase foram escolhidos 9 operadores, 9 soldadores e 2 inspetores para a composição do grupo
experimental, todos montadores de terminais telefônicos.

Esta experiência durou de novembro de 1931 a maio de 1932 e tinha por objetivo analisar a organização
informal.

O sistema de pagamento era baseado na produção.


O primeiro aspecto constatado foi que os operários usavam de uma série de artimanhas, tais como:

• sempre que julgavam que a produção havia atingido o normal, diminuíam o ritmo de trabalho;
• ao relatarem a sua produção, o faziam de tal forma que o excesso de um dia pudesse ser lançado
num dia de baixo rendimento;
• solicitavam pagamento pelos excessos de produção.

Constatou-se ainda uma certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal:

aquele que prejudicasse um companheiro era considerado delator e era punido;


faziam pressões para que os mais "rápidos" estabilizassem sua produção, através de punições simbólicas.

Conclusões da Experiência de Hawthorne

Os resultados permitiram o estabelecimento dos princípios básicos da Escola de Relações Humanas, que
veio a se formar logo em seguida. Vejamos as conclusões:

a) o nível de produção é resultante da integração social


o nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado, mas pela
capacidade social do trabalhador que, quanto mais integrado socialmente ao grupo, mais produzirá;

b) o comportamento social dos empregados se apóia totalmente no grupo


o operário não age isoladamente, mas sim como membro do grupo;

c) as recompensas e as sanções sociais são importantes


tanto as recompensas como as sanções aplicadas pelo grupo tinham para o operário um efeito muito
superior àquelas aplicadas pela empresa;

d) os grupos informais são diversos


a empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de diversos grupos informais,
cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa; os grupos informais definem
suas regras de comportamento, suas formas de recompensas e punições, seus objetivos, sua escala de
valores sociais, suas crenças;

e) as relações humanas são intensas e constantes


os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm-se em uma constante interação
social; seu comportamento é influenciado pelo meio ambiente e pelas normas existentes;

f) a importância do conteúdo do cargo afeta o moral do trabalhador


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o conteúdo e a natureza do trabalho têm enorme influência sobre o moral do trabalhador; trabalhos simples
e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes, afetando de forma negativa o trabalhador e reduzindo sua
eficiência;

g) deve se dar ênfase aos aspectos emocionais


os elementos emocionais do comportamento humano passam a merecer uma observação e
acompanhamento especial.

A Civilização Industrializada e o Homem

Segundo ELTON MAYO, enquanto a eficiência material aumentou tremendamente nos últimos 200 anos, a
capacidade humana para o trabalho não acompanhou o mesmo ritmo.
Assim, ele propõe "uma nova concepção nas relações humanas no trabalho". Ele lembra que os métodos
de trabalho tendem todos para a eficiência e nenhum para a cooperação.

Os Pontos de Vista de Elton Mayo

a) o trabalho é uma atividade grupal


o nível de produção é mais influenciado pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e
materiais;

b) o operário não reage isoladamente


a reação do operário não é uma atitude isolada, mas sim a atitude de um membro de um grupo social;

c) a administração tem uma tarefa básica


deverá formar uma elite capaz de compreender e de se comunicar, através de chefes democráticos,
persuasivos e simpáticos;

d) há a necessidade de "estar junto" e de "ser reconhecido"


a pessoa humana é motivada essencialmente por estas duas necessidades e, desse modo, receber uma
adequada resposta;

e) e a fábrica, como uma nova unidade social, será o futuro


numa visão romântica, ELTON MAYO afirma que a fábrica surgirá como uma nova unidade social,
proporcionando um novo lar, um local de compreensão e de segurança emocional.

Conflito Social

Enquanto os objetivos organizacionais das empresas visam apenas à eficiência, os objetivos pessoais dos
empregados visam ao bem-estar.

Daí surge uma incompatibilidade, principalmente quando a eficiência sufoca o trabalhador.

A este choque de interesses, Mayo denominou "Conflito Social" que deve ser evitado a todo custo.

Influência da Motivação Humana

Com o surgimento da Teoria das Relações Humanas, novos tópicos passam a ser considerada na nova a
abordagem administrativa:

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• Motivação • Organização Informal


• Liderança • Dinâmica de Grupo,
• Comunicação • etc

A ênfase que antes era nas Tarefas e na Estrutura, é substituída pela ênfase nas Pessoas.

Com a Teoria das Relações Humanas, surge também uma nova forma de se enfocar a natureza do homem,
aparecendo neste momento a definição do homem social, que se baseia nos seguintes aspectos:

 Os trabalhadores são criaturas sociais complexas:


Ou seja, temos sentimentos, desejos e temores, nosso comportamento é fruto de nossa motivação.

 As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações por meio dos
grupos sociais com quem interagem:
Dificuldades de relacionamento podem causar elevação de turnover, baixo moral, queda de
desempenho.

 O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança:


A eficácia da supervisão está em se obter comprometimento do grupo e elevado desempenho.

 As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos


membros.
Os níveis de produção são controlados informalmente pelas normas do grupo.

Podemos observar que:

Toda a Abordagem Clássica da Administração, baseava-se na teoria da motivação em que as pessoas


buscavam apenas dinheiro, recompensas salariais e materiais de trabalho, para se sentirem motivados.

Já a experiência de Hawthorne (Elton Mayo), demonstra que as recompensas financeiras, não são os
únicos fatores decisivos para a satisfação do trabalhador.

Sendo que Mayo e sua equipe concluem que o ser humano é motivado, não por estímulos econômicos e
salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais.

Teoria de Campo de Kurt Lewin

Em suas pesquisas sobre o comportamento social, Lewin reforça a importância da motivação.

Lewin elabora a Teoria de Campo, que se baseia em duas posições fundamentais:

1ª Comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes;


2ª Esses fatos coexistentes têm caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de
uma inter-relação com as demais outras partes.

Lewin, propõe a seguinte equação, para explicar o comportamento humano.

C = f(P,M)
Onde: C (comportamento) é função (f) ou resultado da interação entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M)
que a rodeia.

Para Lewin, toda necessidade cria um estado de tensão no indivíduo, uma predisposição à ação, sem
nenhuma direção. Quando um objeto exeqüível é encontrado, ele adquire uma valência positiva para dirigir-
se para o objeto. Quando a tensão é excessiva (muita fome, por exemplo), ela pode tumultuar a percepção
do ambiente e desorientar o comportamento do indivíduo. Se surge uma barreira, ocorre a frustração pelo

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não alcance do objeto, provocando aumento da tensão e levando a um comportamento ainda mais
desorientado. Lewin foi o principal inspirador dos autores da Escola das Relações Humanas.

Necessidades Humanas

A compreensão da motivação do comportamento supõe o conhecimento das necessidades humanas. A


Teoria das Relações Humanas constatou a existência das necessidades humanas básicas.

O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e
controle do homem.

Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes que levam o
indivíduo a um determinado comportamento.

As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção e conteúdo.

Para Lewin estas necessidades são assim classificadas:

 Necessidades Fisiológicas

 Necessidades Psicológicas

 necessidade de segurança íntima


 necessidade de participação
 necessidade de autoconfiança
 necessidade de afeição

 Necessidade de Auto-realização

Ciclo Motivacional

A partir da Teoria das Relações Humanas, todo o acervo de teorias psicológicas a respeito da motivação
humana passou a ser aplicado dentro das organizações.

A motivação é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à
satisfação de uma ou mais necessidades.

Daí o conceito de ciclo motivacional: o organismo humano permanece em estado de equilíbrio psicológico
(equilíbrio de forças psicológicas, segundo Lewin), até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade.

Essa necessidade provoca um estado de tensão em substituição ao estado de equilíbrio anterior. A tensão
conduz a um comportamento ou ação para chegar a alguma forma de satisfação da necessidade. Se a
necessidade é satisfeita, o organismo retoma a seu estado de equilíbrio inicial, até que outro estímulo
sobrevenha.

Etapas do ciclo motivacional

Equilíbrio
Barreira Estímulo

Comportamento
Necessidade
Tensão

Etapas do ciclo motivacional com frustração

Equilíbrio Estímulo
Barreira
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Comportamento Necessidade
Tensão

Frustração e compensação

A não realização de uma necessidade, resultante de bloqueio por alguma barreira, traz a ocorrência da
frustração; Mas pode ocorrer a compensação, isto é, a transferência através da satisfação de outra
necessidade. Desta forma, esta satisfação aplaca a necessidade mais importante e reduz ou evita a
frustração.

O importante é que toda necessidade não satisfeita interfere no comportamento.

Toda necessidade não satisfeita é motivadora de comportamento, sendo que uma necessidade não
satisfeita, após algum tempo pode passar a ser motivo de frustração e por conseguinte pode levar a certas
reações comportamentais a saber:
 Desorganização do comportamento,
 Agressividade,
 Reações emocionais,
 Alienação e apatia.
Moral e Atitude

Portanto podemos concluir que os comportamentos são decorrentes do estado motivacional; como o moral
está intimamente ligado ao estado motivacional, a título de ilustração vamos analisar o quadro abaixo
comparando os níveis de moral e as atitudes resultantes com o mesmo.

Moral Elevado Fanatismo


Euforia
Atitudes positivas
Satisfação
Otimismo
Cooperação
Coesão
Colaboração
Aceitação dos objetivos
Boa vontade
identificação

Atitudes negativas
Pessimismo
Insatisfação
Oposição
Negação
Rejeição dos objetivos
Má vontade
Resistência
Dispersão
Disforia (Inquietação, mal-estar provocado por ansiedade)
Moral Baixo Agressão

Comunicação
A comunicação é particularmente importante na função de Direção. E, em Administração, significa
transmissão de informações entre pessoas.
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O propósito da comunicação é influenciar ações. O conteúdo da comunicação chama-se mensagem.

Emissor Canal Receptor

Significado Codificação Mensagem Decodificação Compreensão

Retroinformação

A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais:

1º Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam se conduzir em suas
tarefas;
(Habilidade de trabalhar)


2º Proporcionar as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos.
(Vontade de trabalhar)

=
Esses dois propósitos promovem um ambiente que conduz a um espírito de equipe e a um melhor
desempenho nas tarefas.
(Trabalho em equipe)

Aspectos a considerar:

 Atenção: compreender uma mensagem requer toda a atenção do receptor;


 Integridade: toda comunicação precisa ser transmitida ou formulada através da hierarquia formal;
 Uso estratégico: as comunicações obtidas informalmente devem ser utilizadas depois de avaliadas e
aferidas o seu grau de confiabilidade.

Obstáculos na comunicação que devem ser evitados:

 Obstáculos na fonte

 Falta de clareza,
 Várias fontes concorrentes,
 Mensagens não desejadas.

 Obstáculos ao Receptor

Lembre-se: A transmissão é também um processo perigoso, especialmente quando a mensagem deve


passar por intermediários.

 Desatenção,
 Avaliação prematura,
 Respostas a fatores imateriais,
 Preparar a própria resposta em vez de ouvir,
 Má interpretação.
Como Melhorar a Comunicação

• Defina o propósito real da comunicação;

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• Tenha idéias claras do que pretende comunicar;


• Considerar todos os recursos materiais e humanos;
• Escolha o momento e o método da comunicação;
• Use mais de um veículo;
• Faça uso de linguagem simples;
• Evite do duplo sentido;
• Repita a mensagem;
• Peça feedback,
• Tenha sensibilidade ao receptor;
• Verifique o estado de espírito do receptor no momento da comunicação;
• Saiba ouvir.

Liderança
O líder pode ser definido como uma pessoa capaz de unir outras através de esforços combinados para
atingir determinado objetivo.

Liderar é, pois, a capacidade de dirigir, coordenar e motivar indivíduos ou grupos para alcançar
determinados fins.

A liderança é pessoal e pode ser afetada pelo ambiente. E essa capacidade de liderar pode ser
aperfeiçoada ou mesmo adquirida pela cultivação de algumas atitudes, as quais os líderes ou chefes,
através de treinamento, podem desenvolver, de modo que fiquem habilitados a influenciar pessoas.

Essas atitudes são:

 Empatia: capacidade de colocar-se na posição de outrem, experimentando os sentimentos, preconceitos


e escala de valores dessa outra pessoa.

 Objetividade: atitude para encarar as causas dos efeitos, sem se deixar influenciar por emoções
pessoais.

 Auto-Análise: conhecimento de si mesmo, para superar as próprias limitações.

A liderança é um poderoso meio de Direção nos casos de mudanças ou reformas: a dinâmica da reforma
pode ser ativada estrategicamente pelo líder para mudar o comportamento do grupo.

Em princípio, pode-se dizer que a estratégia da mudança consiste em acalmar receios e satisfazer
necessidades.

Quanto aos métodos de liderança temos os tipos:

 por coação: é o apelo à disciplina (gera o medo);


 por sugestão: é o apelo ao sentimento (gera o entusiasmo);
 por persuasão: é o apelo à razão (gera a convicção),

Estilos de Liderança

 Autocrática (ênfase no Líder)


 A líder fixa diretrizes, sem participação do grupo,
 O líder determina as providências para a execução das tarefas,
 O líder determina a tarefa que cada um deve executar,
 O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas.

 Democrática (ênfase no Líder e Subordinados)


 As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo,
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 O grupo esboça as providências para atingir o alvo, pedindo aconselhamento ao líder,


 A divisão das tarefas fica a critério do grupo e existe liberdade para escolha dos companheiros,
 O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” nas críticas e elogios.

 Liberal, também conhecida como laisser-faire* (ênfase nos Subordinados)


 Há liberdade total para as decisões grupais e individuais, com mínima participação do líder,
 A participação do líder é limitada, fornecendo informações se solicitado,
 A divisão de tarefas e escolha de colegas fica totalmente a cargo do grupo,
 O líder não avalia o grupo nem controla os acontecimentos.

* laisser faire deixar como está

Práticas de Equipes Bem Sucedidas

• Compartilhar Informações
• Fornecer Feedback
• Encorajar Participações

Trabalho em Equipe/Times

1 - Definir Objetivos

Identificar e analisar os problemas


Direcionar todos os esforços para atingir os objetivos.

2- Motivação - Força da Equipe

Vontade e união
Comprometimento de todos

3 – Planejamento

O quê fazer?
Como fazer?
Estabelecer prazos

4. Responsabilidades

Quem faz o quê?


Compromisso individual
Compromisso de todos (sucesso e fracasso)

5.Interação

Fluxo de informação para todos


Compartilhar problemas.

6- Respeito

Confiança e respeito

Uma Equipe Eficaz

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1. As contribuições feitas dentro do grupo são aditivas.


2. O grupo avança solidário: há uma sensação de espírito de equipe.
3. As decisões são tomadas através de consenso.
4. A maioria dos membros tem um forte compromisso com as decisões tomadas.
5. O grupo se auto-avalia constantemente
6. O grupo não tem dúvidas quanto a suas metas.
7. Qualquer conflito é trazido à luz e resolvido.
8. Gera-se maneiras alternativas de buscar soluções.
9. A liderança tende a recair sobre a pessoa mais qualificada.
10. As emoções são tratadas abertamente.

Organização Informal
Verificamos que o comportamento dos indivíduos no trabalho não pode ser compreendido sem se
considerar a organização informal e suas relações com a organização informal da fábrica.

O conjunto de interações e relacionamentos que se estabelecem entre as pessoas denomina-se


organização informal, paralelamente à organização formal, que é constituída pela estrutura organizacional
composta de órgãos, cargos, relações funcionais, níveis hierárquicos etc.

O comportamento dos grupos sociais está condicionado a dois tipos de organização: a organização formal
ou racional e a organização informal ou natural.

Existem processos sociais relacionados com a realização do objetivo da empresa e que culminam na
organização formal. A organização formal é conduzida pelas práticas estabelecidas pela lei, por uma
política empresarial previamente traçada

A organização formal tem um caráter essencialmente lógico.

A organização informal concretiza-se nos usos e costumes, nas tradições, nos ideais e nas normas
sociais.

Traduz-se por meio de atitudes e disposições baseadas na opinião e no sentimento. São as expressões da
necessidade de “associar-se" e não se modificam rapidamente e nem procedem da lógica; Estão
relacionados com o senso dos valores, os estilos de vida e com as aquisições da vida social que a pessoa
se esforça por preservar e pela defesa das quais está disposta a lutar e resistir.

A organização informal tem sua origem na necessidade do indivíduo de conviver com os demais seres
humanos. Os indivíduos, em sua associação com outros na empresa, criam relações pessoais, integram-se
em grupos informais, nos quais cada pessoa adquire uma posição ou status.

Características da Organização Informal

A organização informal apresenta as seguintes características:

a) Relação de coesão ou de antagonismo.


As pessoas em associação com as outras, situadas em diferentes níveis de setores da empresa, criam
relações pessoais. de simpatia (de identificação) ou de antagonismo (de antipatia).

b) Status.
Os indivíduos interagem em grupos informais, dentro dos quais cada um, independentemente de sua
posição na organização formal, adquire certa posição social ou status em função do seu papel e
participação e integração na vida do grupo.

c) Colaboração espontânea.
A organização informal é um reflexo da colaboração espontânea que pode e deve ser aplicado a favor da
empresa.

d) A possibilidade da oposição à organização informal.

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Quando não bem entendida, ou manipulada inadequadamente, a organização informal pode se desenvolver
em oposição à organização formal e em desarmonia com os objetivos da empresa. Isso resulta da
inabilidade da direção em propiciar um clima adequado de boas relações humanas com o pessoal.

e) Padrões de relações e atitudes.


Os grupos informais desenvolvem, espontaneamente, padrões de relações, e atitudes aceitos e assimilados
pelas pessoas, pois traduzem os interesses e aspirações do grupo.

f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais. As pessoas participam de vários grupos
informais em face das relações funcionais que mantêm com outras pessoas em outros níveis e setores da
empresa. Os grupos informais tendem a se alterar com as modificações na organização formal.

g) A organização informal transcende a organização formal.


A organização informal é constituída por interações e relações espontâneas, cuja duração e natureza
transcendem as interações e relações formais. Enquanto a organização formal está circunscrita ao local
físico e ao horário de trabalho da empresa, a organização informal escapa a essas limitações.

h) Padrões de desempenho nos grupos informais.


Os padrões de desempenho e de trabalho estabelecidos pelo grupo informal nem sempre correspondem
aos padrões estabelecidos pela administração. Podem ser maiores ou menores, bem como podem estar em
perfeita harmonia ou em completa oposição, dependendo do grau de motivação do grupo quanto aos
objetivos da empresa. Enquanto a administração avalia o desempenho do pessoal por padrões que
estabelece, cada indivíduo é avaliado pelo seu grupo em função dos padrões grupais. Na organização
informal, o indivíduo preocupa-se com o reconhecimento e aprovação social do grupo a qual pertence. O
seu ajustamento social reflete sua integração ao seu grupo.

Origens da Organização Informal

Existem quatro fatores que condicionam os grupos informais:

a) Os "interesses comuns" das pessoas que, através deles, passam a se sintonizar mais intimamente. Ao
passarem juntas a maior parte de seu tempo nos locais de trabalho, as pessoas passam a identificar
interesses comuns quanto a assuntos de política, esportes, de acontecimentos públicos, de atividade etc.
Os interesses comuns aglutinam as pessoas.

b) A interação provocada pela própria organização formal. O cargo que cada pessoa ocupa na empresa
exige contatos e relações formais com outras pessoas. A inter-relação decorrente das atividades do cargo
se prolonga e se amplia além dos momentos do trabalho, propiciando a formação de contatos informais.
Assim, as relações estabelecidas pela organização formal dão margem a uma vida grupal intensa que se
realiza fora dela.

c) A flutuação do pessoal dentro da empresa provoca a alteração dos grupos sociais informais. A
rotatividade, a movimentação horizontal e vertical do pessoal, as transferências etc. causam mudanças na
estrutura informal, pois as interações se alteram e com elas os vínculos humanos. Os novos empregados
são integrados pelos mais antigos para se adaptarem e se submeterem aos padrões sociais do grupo. Esse
processo de indução dos novos elementos visa ao fortalecimento da organização informal.

d) Os períodos de lazer, ou seja, os "tempos livres" permitem a interação entre as pessoas que
estabelece e fortalece os vínculos sociais entre elas. Os períodos de lazer ou tempos livres são os
intervalos de tempo nos quais o indivíduo não trabalha, mas durante os quais permanece ao redor de seu
local de trabalho, em contato com outras pessoas.

Grupos Informais

Os grupos informais, também chamados grupos de amizade, se organizam naturalmente por meio de
adesões espontâneas de pessoas que com eles se identificam. Os grupos informais são encontrados dentro
da organização formal e se compõem de pessoas de diversos grupos e níveis hierárquicos da empresa. A
hierarquia funcional existente na organização formal nem sempre prevalece nos grupos informais.

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Abordagem Estruturalista da Administração


Origens da Teoria da Burocracia

A partir da década de 40, em função de críticas feitas tanto à Teoria Clássica (em função de seu
mecanicismo), como à Teoria das Relações Humanas (por seu romantismo ingênuo), apontam para a
necessidade de uma teoria de organização mais sólida e abrangente que servisse de orientação para o
administrador; E está foi baseada em estudos do economista e sociólogo Max Weber.

Esta teoria desenvolveu-se em função dos seguintes aspectos:

a) A fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e
contraditórias, mas sem possibilitarem uma abordagem global.

b) A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis


envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente à fábrica,
mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas

c) O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais
bem-definidos.

d) O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu
criador.

A Sociologia da Burocracia propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar


aplicá-Io na prática, proporcionando as base da Teoria da Burocracia.

Origem da Burocracia

A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação
dos meios aos objetivos (fins) pretendidos; visando garantir a máxima eficiência no alcance de objetivos.

Para compreender a burocracia Weber estudou os tipos de sociedades e os tipos de autoridades.

Tipos de Sociedade

Weber distingue três tipos de sociedades:

a) Sociedade tradicional: Predominância de características patriarcais e patrimoniais,

b) Sociedade carismática: Predominância de características místicas, arbitráriais e personalísticas,

c) Sociedade legal, racional ou burocrática: Predominância de normas impessoais e racionalidade na


escolha de dos meios e dos fins.

Tipos de Autoridade

Para cada tipo de sociedade corresponde um tipo de autoridade (segundo Weber).

Autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido; A autoridade
representa o poder institucionalizado e oficializado.

A autoridade é legítima quando aceita pelo grupo.

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Weber aponta três tipos de autoridade legítima:

a) Autoridade Tradicional:
Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi a
maneira pela qual as coisas sempre foram feitas.
 Domínio patriarcal
b) Autoridade Carismática*:
Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, por causa da influência da
personalidade e da liderança do superior com o qual se identificam.

*Carisma: Weber e outros estudiosos, usam este termo no sentido de uma qualidade extraordinária e
indefinível de uma pessoa; é aplicado a líderes políticos e “capitães” de indústrias.

c) Autoridade Legal, Racional ou Burocrática:


Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um
conjunto de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando.

Weber identifica três fatores para o desenvolvimento da burocracia:

 Desenvolvimento da economia monetária


 Crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno.
 Superioridade técnica em termos de eficiência do tipo burocrático de administração.

Características da Burocracia segundo Weber:

A burocracia é baseada em:


Característica Objetivo
1.Caráter legal das normas.
2.Caráter formal das comunicações. s Previstas
3.Divisão do trabalho.
4.Impessoalidade no relacionamento. Previsibilidade do
5.Hierarquização da autoridade. comportamento
6.Rotinas e procedimentos. humano Máxima
7.Competência técnica e mérito. eficiência da
8.Especialização da administração. Padronização do organização
9.Profissionalização. desempenho dos
10.Previsibilidade do funcionamento. participantes.

Vantagens da Burocracia

1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização.

2. Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres.

3. Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito e por quem e as ordens e papéis
tramitam através de canais preestabelecidos.

4. Univocidade (Que só comporta uma forma de interpretação) de interpretação garantida pela


regulamentação específica e escrita. Por outro lado, a informação é discreta, pois é fornecida apenas a
quem deve recebê-la.

5. Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a padronização, redução de custos e erros, pois
as rotinas são definidas por escrito.

6. Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado. Além disso, os critérios
de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na competência técnica.

7. Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece o que é exigido dele e quais os limites
entre suas responsabilidades e as dos outros.

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8. Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.

9. Confiabilidade, pois o negócio é conduzido através de regras conhecidas, e os casos similares são
metodicamente tratados dentro da mesma maneira sistemática. As decisões são previsíveis e o processo
decisório, por ser despersonalizada no sentido de excluir sentimentos irracionais, como amor, raiva,
preferência pessoal, elimina a discriminação pessoal.

10. Benefícios para as pessoas na organização, pois hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as
pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas, podendo
encarreirar-se na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica.

Modelo Geral da Burocracia

Organização Burocrática
f f
(sistema social de controle)
e e
e e
d Função Disfunção d
b b
a a
c c
k Conseqüências previstas Conseqüências Imprevistas k

Disfunções da burocracia

Para Weber a burocracia é uma organização cujas conseqüências desejadas resumem-se na previsibilidade
do seu funcionamento; porém ao estudar as conseqüências previstas, Merton notou também as
conseqüências imprevistas que levam à ineficiência e às imperfeições.

Para Merton, não existe uma organização totalmente racional e o formalismo não tem a profundidade
descrita por Weber.

Disfunções da burocracia (imprevisibilidade de funcionamento)

1. Internalização das normas,

2. Excesso de formalismo e papelório,

3. Resistência a mudanças,

4. Despersonalização do relacionamento,

5. Categorização do relacionamento,

6. Superconformidade,

7. Exibição de sinais de autoridade,

8. Dificuldades com clientes.

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Modelo Burocrático de Merton


Merton representa a burocracia através de um modelo que se baseia nas disfunções da burocracia.

Exigência de controle por


parte da organização

Ênfase na previsibilidade
do comportamento

Rigidez de comportamento
Justificativa da ação Sentimento de defesa da
e defesa mútua na
individual ação individual
organização

Grau de dificuldade com


os clientes

Conseqüências previstas (características) ________ Conseqüências não previstas (disfunções) _ _ _ _ _ _ _ _

Graus de Burocratização nas Organizações

No modelo burocrático de Gouldner, o processo burocrático é um ciclo instável que busca estabilidade e
equilíbrio, mas que provoca tensões e conflitos interpessoais.

Gouldner consta em seus estudos que não há uma burocracia, mas graus de burocratização.

Excessivamente Burocratizada: Muito pouco Burocratizada:

Excesso de normas e regulamentos Escassez de normas e regulamentos

As dimensões da Burocracia

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Escassez de Burocratização Excesso de Burocratização

Falta de especialização Superespecialização


Bagunça, confusão
Divisão do Trabalho responsabilidade

Autoridade, autocracia e
Falta de Autoridade Hierarquia imposição

Liberdade Excessiva Regras e Regulamentos Ordem e disciplina

Ausência de documentos Excesso de papelório


Informalidade
Formalização das Comunicações Formalismo

Ênfase nas pessoas Impessoalidade Ênfase nos cargos

Apadrinhamento Seleção e Promoção do Pessoal Excesso de exigências

Bibliografia

Básica
CHIAVENATO, I. Introdução á Teoria Geral da Administração. 6. ed., Rio de Janeiro. Campus, 2000.

Complementar
DRUKER, P.F. Introdução à administração. 3 ed. São Paulo. Pioneira, 1998.
MAXIMINIANO, A.C.A.Teoria Geral da Administração. 4 ed. São Paulo. Atlas, 1997.
MORGAN, G. Imagens da Organização. São Paulo. Atlas, 1996.
ROBBINS, S.P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2002.
Trabalhos:
Trabalhos Apresentados na Pós Graduação
turma de administração estratégica de negócios – 2001/2002

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