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acabam também por contribuir para o aumento dos demais tipo de criminalidade.
substâncias, temos que nos eximir de qualquer tipo de hipocrisia, para em primeiro
plano constatar, e depois finalmente aceitar, que o uso de substâncias que geram
dependência química não são apenas aquelas tidas pelas mais variadas legislações
nacionais e convenções internacionais como ilegais, mas também aquelas que são
motivos que levam as pessoas a procurar tais substâncias, bem como suas
consequências na sociedade) não apenas sob a ótica do direito penal, mas também
com a ajuda de extratos suplementares oriundos dos estudos das ciências sociais e da
própria medicina.
Toda sociedade tem suas drogas (ou as drogas que merece), sejam lícitas ou
não são absolutos, mas flutuantes e sujeitos à relatividade cultural e histórica. Os excessos
É sabido que o ser humano sempre procurou uma espécie de fuga para as suas
dores, para as suas desilusões, para os revezes inevitáveis que se sucedem durante a sua
existência individual. A procura por um alívio é inerente ao homem, sujeito aos percalços de
sempre acompanharam a humanidade na sua jornada de luta contra a escassez, seja ela
material ou emocional.
companheiras do ser humano na sua busca por alivio para suas tensões e aflições ou
próprio indivíduo usuário construía um lugar de felicidade e paz somente dele. A droga é um
sucedâneo da cultura, e é normal que ela siga as evoluções desta última. Há períodos onde,
menos espaço participativo para a droga, onde sua inserção em rituais compartilhados pela
comunidade se enfraquece, onde o único espaço no qual consegue ainda penetrar, se situa no
organizações criminosas podem ditar os segmentos de políticas públicas, devido ao alto grau
nenhuma organização criminosa se sustenta se não detiver certo poderio econômico e não
puder fazer circular os montantes obtidos das zonas escuras2 do tecido social. E não
podemos deixar de salientar que a criminalidade organizada que espalha os seus tentáculos
pelo globo terrestre, portanto, internacional, também se estabelece e atinge os seus objetivos
faz-se necessário citar o que o jornalista bielorrusso, ex-agente da KGB, Daniel Estulin
mobilidade e a sua circulação constituiu e constitui um dos índices mais importantes para a
podemos concluir que o crime da lavagem de capitais sempre se dará naqueles lugares onde
há imensa liberdade para a circulação de capitais. A lavagem sempre será facilitada em
lugares em que não há mecanismos legais que rastreiem a fonte do dinheiro sujo.
de capitais.
internacional.
difícil, uma vez que a prática deste delito lesiona um grande número de bens essenciais,
sociedade.
administração da justiça, foi entendido com um bem protegido pela lei da lavagem, pelo
cunho preventivo que a lei representa, a partir do momento que pretende evitar o crime
antecedente (ou precedente) criminalizando-se a conduta que faz dos produtos ilícitos
capitais com aparência legal, ou seja, sem vestígios dos crimes graves.
Roberto Podval em seu estudo sore o tema afirma que o bem tutelado é a
culpados.
imobiliários).
mascaramento e integração.
dinheir sujo. Quase sempre a ocultação ocorre em local diverso onde foi praticado o crime
precedente.
O mascaramento é uma fase que engloba muitas manobras. Pode-se dizer que é a
com a finalidade de reintegrar-se ao mercado financeiro. É nesta fase que o dinheiro sujo já
Este expressão, “branquear” não é recente, eis que remonta à época da proibição
nos EUA, quando as receitas de vendas de álcool ilícito em notas bancárias eram investidas
paraísos fiscais, centros Off Shore, bolsas de valores, companhias seguradoras, mercado
imobiliário, etc.
Rodrigo Santiago afirma:
Estado”.
Alguns esforços tem sido feitos para combater a lavagem de capitais oriundos do
narcotráfico. Desde os anos 80, nos Estados Unidos tem-se adotado o lema “follow the
Investigation.
como o Plano de Ação contra Lavagem de Dinheiro (ou GPML – Global Plan Against
Unidades Financeiras de Inteligência – UFI (ou FIU – Financial Intelligence Unit), Grupo
lavagem de capitais.
3
Apud COSTA, José Faria, O branqueamento de capitais, Conferência proferida em Madrid em outubro de 1992,
Jornadas en honor al Professor Klaus Tiedemann, citada a partir do original, 9.
A lavagem de capitais tornou-se para o crime organizado uma necessidade
imprescindível. A luta contra ela coenvolve sempre o combate à ação delituosa prévia, da
monitorem o sistema financeiro para fins de inibir a lavagem de dinheiro sujo, aprofundando
o estudo das etapas inerentes a lavagem, sem contudo ferir princípios jurídicos consagrados
profissional.
Entretanto, até que ponto o Estado pode tomar medidas de cunho persecutório
Para que se possa apresentar a denúncia, os indícios devem ser seguros e não
meras probabilidades. Ressalte-se ainda que deve haver a concorrência de uma pluralidade
enlace preciso, racional, ou seja, é de suma necessidade a prova real do delito procedente.
pois a respectiva atuação pressupõe necessariamente, um fato ilícito prévio 4, ou seja, o crime
de narcotráfico.
4
SANTIAGO, Rodrigo, O branqueamento de capitais e outros produtos do crime, in Direito Penal Econômico
e Europeu: Textos Doutrinários, vol. II, 1999, pg. 366, ed. Coimbra,.
BIBLIOGRAFIA
Bucher, Richard, Drogas e Drogadição no Brasil, ed. Artes Médicas, 1992.
Coimbra, 1999.
valores, em http://jus.uol.com.br/revista/texto/3838
http://jus.uol.com.br/revista/texto/4498