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Direito do Trabalho

Origem da palavra trabalho –

Tripalium – três palos ou canga que oprimía bois e cavalos que resistiam à
marcação a ferro, ou instrumento de tortura dos escravos e réus de
determinados crimes.
Labor – designa esforço, sofrimento.
Travail – do francês, indica tudo o que faz sofrer.

Física – trabalho é a transformação da energia térmica, química ou elétrica. O


trabalho é realizado quando é consumida determinada quantidade de energia.
A energia se transforma em trabalho mecânico em nossos músculos.

Economia – Funda-se na constatação de que o homem para viver necessita de


bens econômicos que devem ser produzidos, destinados a satisfazer
necessidades vitais (alimentação, habitação, vestuário). Assim depende da
conjugação de três fatores de produção: Trabalho, capital e natureza (terra).
O trabalho é o emprego que faz o homem de suas forças físicas e morais, para
a produção de riquezas ou de serviços.

Direito – Para Perez Botija o trabalho é compreendido como “a atividade


pessoal, prestada mediante contrato, por conta ou sob direção alheia, em
condições de dependência e subordinação.”

Escravidão – É a primeira forma de trabalho decorrente de uma relação de


pessoas. Nesta modalidade, o escravo não possuía direito nenhum, visto que a
razão de estar vivo decorria da clemência do seu adversário em poupar-lhe a
vida. Nos primórdios da civilização humana, as guerras entre tribos ou
impérios, não se faziam prisioneiros, sendo eliminados. A escravidão é um
avanço em relação a este tipo de organização social, que segundo Locke, “ a
condição perfeita da escravidão nada mais é que o estado de guerra
continuado entre o conquistador legitimo e o cativo.”

Denominações do Direito do Trabalho

Direito Industrial – De origem britânica, pós-revolução industrial. A industria é


considerada como fator relevante na oferta de trabalho.

Direito Operário – Extensivo aos operários em geral, não só da indústria,


refere-se ao trabalhador braçal.

Direito Corporativo – Origem no corporativismo italiano, cujo objetivo destina-se


à unificação nacional.

Direito Social – Pretende resolver a questão social,o que inclui a Previdência


Social. É um Direito que contrapõe-se ao Direito individual.
Direito do Trabalho – Adotado no I e no II Congresso Internacional de Direito do
Trabalho (Genebra, 1957)

No ano de 1956, através da Lei 2724 é alterada a denominação da cadeira na


Faculdade de Direito para Direito do Trabalho, a qual incorpora o direito
industrial.

Definição de Direito do Trabalho

Subjetivista – Tem como vértice os sujeitos ou pessoas a que se aplica e que


figuram nas relações jurídicas.

Para Orlando Gomes, o Direito do Trabalho:


“ é o conjunto de princípios e regras jurídicas aplicáveis às prestações
individuais e coletivas que nascem entre os empregadores privados – ou
equiparados – e os que trabalham sob sua direção e de ambos com o Estado,
por ocasião do trabalho ou eventualmente fora dele.”

Objetivista – Esta teoria considera o objeto, a matéria disciplinada pelo direito


do trabalho e não as pessoas. Trata do âmbito do direito material do trabalho.

O Direito do Trabalho é um “corpo de princípios e de normas que


regulam as relações jurídicas oriundas da prestação de serviço subordinado e
outros aspectos deste último, como conseqüência da situação econômica das
pessoas que o exercer,”

Definição Mista – Para Evaristo de Moraes Filho, é o conjunto de princípios e


de normas que regulam as relações jurídicas oriundas da prestação de serviço
subordinado e outros aspectos deste último, como conseqüência da situação
econômica das pessoas que o exercem.

Para Amauri Mascaro Nascimento, o Direito do Trabalho:


“ é o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas jurídicas
que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus
sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho, em sua
estrutura e atividades.”

Art. 114 CF/88 – Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar:

I – as ações oriundas das relações de trabalho, abrangidos os entes de direito


público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Relação do Direito do Trabalho com outras áreas do Direito.

Direito Civil – O Direito do Trabalho tem sua origem nos moldes dos contratos
de Direito Civil, como a locação de serviços, arrendamento, etc. O Direito Civil
é fonte subsidiária do Direito do Trabalho, conforme o disposto no art. 8º da
CLT.

Art. 8º da CLT – As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na


falta de disposições legais ou contratuais, decidirão conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do Direito do Trabalho, e, ainda, de acordo com os
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que, nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único – O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho,
naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Direito Constitucional – O Direito do Trabalho passou por um processo de


constitucionalização a partir de 1917 com a Constituição do México, 1918 com
a Constituição da Rússia, 1919 com a Constituição de Weimar, 1925 com a
Constituição do Chile, 1934 com a Constituição do Brasil e do Uruguai.

No Brasil o art. 170 da CF/88 estabelece que “é livre o exercício de qualquer


trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer.”

O Capítulo II da CF/88 trata dos chamados Direitos Sociais, e desta forma


estabelece no art. 6º o Direito ao Trabalho, e elenca no art. 7º uma série de
direitos pertinentes aos trabalhadores urbanos e rurais.
Direito Administrativo – Trata da organização do sistema nacional de
empregos, da inspeção do trabalho, a cargo do Ministério do Trabalho e
Emprego.

Direito Processual – Define a competência da Justiça do Trabalho, conforme


art. 114 da CF/88.

Direito Penal – Trata dos crimes contra a organização do trabalho.

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

O Ordenamento Jurídico é o complexo de princípios, regras e institutos


regulatórios da vida social em determinado Estado ou entidade supranacional.
É a ordem jurídica imperante em determinado território e vida social. (Maurício
Godinho Delgado)

Fonte – No sentido metafórico constitui na “causa donde provém efeitos, tanto


físicos como morais.”
Fontes do Direito consubstancia a expressão metafórica para designar a
origem das normas jurídicas.

Fontes materiais – Diz respeito ao momento anterior à existência do fenômeno


pleno da regra, ou seja, designa os fatores que conduzem à emergência e
construção da regra de Direito.

Fonte material econômica – Vinculada à existência e evolução do sistema


capitalista. Revolução Industrial do Século XVIII. Sistema baseado na grande
indústria em oposição às fórmulas produtivas (artesanato e manufatura).
Ocorre a centralização dos empreendimentos capitalistas.

Fonte material sociológica – Diz respeito ao processo de agregação de


trabalhadores assalariados, nas empresas, cidades e regiões do mundo
ocidental contemporâneo.

Fonte material político – Diz respeito ao nítido caráter reivindicatório do


movimento sindical, como dos partidos e movimentos políticos operários,
reformistas ou de esquerda, atuando mais amplamente no plano da sociedade
civil e do Estado.

Fonte material filosófica – São idéias e correntes do pensamento que,


articuladamente entre si ou não, influíram na construção e mudança do Direito
do Trabalho. Neste sentido, a corrente socialista, corrente trabalhista, corrente
corporativista, corrente neoliberal, corrente social-democrata.

Fontes Formais – São os meios de revelação e transparência da norma


jurídica.

Teoria Monista – As fontes formais derivam de um único centro de positivação


(Estado) dotado de coerção/sanção.

Teoria Pluralista – Existência de distintos centros de positivação. Costumes,


negociação coletiva trabalhista (contrato, convenção, acordo).

Fontes formais Heterônomas - São regras de origem estatal. Constituição, leis,


medidas provisórias, decretos, sentença normativa, tratados e convenções
internacionais.

Fontes heterônomas – ex: CF/88 - art. 1º, art. 3º, art.6º, art. 7º, art. 8º, art. 9º,
art. 10.

Art.1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
I- a soberania;
II- a cidadania;
III- a dignidade da pessoa humana;
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V- o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art.3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I- constituir uma sociedade livre, justa e solidária;
II- garantir o desenvolvimento nacional;
III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais; (fundo de combate a erradicação da pobreza, lei
complementar n.º111 de 06 de junho de 2001.)
IV- Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (Lei 9.459 de
13 de maio de 1997.)

CF- Capitulo II – Dos direitos sociais

Art.6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer,


a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e a infância, a
assistência aos desamparados, a alimentação, na forma desta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário (lei 7998/90);

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV – salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a


suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


XI – participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei (lei 4266/63)

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos


de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinqüenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos , um terço a mais
do que o do salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração


de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta


dias, nos termos da lei;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei.

Art. 8º CF/88 – É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical.

Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.

Art. 10º - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Leis – CLT Dec.Lei 5452/1943, Lei do FGTS 8.036/1990, Lei do Descanso
Semanal e Feriados 605/1949, Lei do Trabalho Portuário 8.630/93.
Tratados e Convenções da OIT – Ex. Convenção 158.

Fontes formais Autônomas – Caracteriza-se pela participação dos destinatários


principais das regras produzidas. (costumes e instrumentos e de negociação
coletiva – convenções, acordo e contrato coletivo de trabalho.)

Convenção e Acordo Coletivo de Trabalho – art. 611 da CLT:


- Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual,
dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das
respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

§1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais


celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no
âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de
trabalho.

Art. 7º XXVI, CF/88 – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de


trabalho.

Art. 8º VI, CF/88 – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações


coletivas de trabalho.

Art. 18 da Lei 8.630/93 – Os operadores portuários devem constituir, em cada


porto organizado, um órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário,
tendo como finalidade:
I – administrar o fornecimento da mão-de-obra do trabalhador portuário e do
trabalhador portuário avulso;...
Parágrafo único – No caso de vir a ser celebrado contrato, acordo, ou
convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços,
este precederá o órgão gestor a que se refere o caput deste artigo e
dispensará a sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto.

Princípios do Direito do Trabalho

Os princípios são as diretrizes de um ordenamento jurídico. Informam as


normas, guiam à interpretação e inspiram uma série de soluções para os casos
concretos.

Funções dos princípios:


- Informadora – inspiram o legislador, servindo de fundamento para o
ordenamento jurídico.
- Normativa – atuam como fonte supletiva, no caso de ausência da lei. São
meios de integração do direito.
- Interpretadora – operam como critério orientador do juiz ou do intérprete.

Américo Plá Rodrigues, expressa que nos casos de lacunas da lei, os


princípios se encontram na base da integração judicial.

CLT,art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de


disposições legais ou contratuais,decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo Único: O direito comum será fonte subsidiária do direito do
trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais
deste.

Princípio Protetor

É aquele em virtude do qual o Direito do Trabalho, reconhecendo a


desigualdade de fato entre os sujeitos da relação jurídica de trabalho, promove
a atenuação da inferioridade econômica, hierárquica e intelectual dos
trabalhadores.
(Prof. Luiz de Pinho Pedreira da Silva – Juiz do TRT 5ª Região – Bahia)

Para Arnaldo Sussekind, em sua obra Instituições de Direito do Trabalho,


expressa que o princípio da proteção resulta das normas imperativas (de
ordem pública) que caracterizam a intervenção do Estado no âmbito da
autonomia da vontade

Fundamento do Princípio Protetor1

1- Subordinação Jurídica - Característica de destaque no contrato de


trabalho devido à existência de uma posição de superioridade
hierárquica entre os seus sujeitos. A subordinação jurídica do
empregado ao empregador o coloca sob a autoridade deste, existindo
desta forma uma relação de poder, a supremacia do empregador sobre
o empregado. Art.2º CLT – Considera-se empregador a empresa
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite,assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
2- Dependência econômica – Em regra quase absoluta somente coloca
sua força de trabalho à disposição de outrem quem precisa de emprego
para sobreviver com o salário que ele propicia. Art. 3º CLT – Considera-
se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

1
Pedreira da Silva, Luiz de Pinho. Principiologia do Direito do Trabalho, p.26.
3- Pessoalidade – Comprometimento na execução do serviço – O
trabalhador se compromete pessoalmente na execução das atividades
determinadas pelo empregador, estando exposto desta forma a perigos
à sua incolumidade moral e física, tais como acidentes ou doenças do
trabalho, assédio moral, etc.
4- Submissão – Ignorância pelo empregado das condições de trabalho e
dos seus direitos. A necessidade do trabalho conduz o trabalhador a se
submeter muitas vezes a condições degradantes.

Técnicas de Proteção

– Heterocomposição – Intervenção do Estado nas relações de trabalho com a


edição de normas e outras providências no amparo do trabalhador.
- Autocomposição – Negociação Coletiva, como procedimento destinado à
celebração de convenção ou acordo coletivo de trabalho, conforme art. 114
CF/88.
- Autotutela – Autodefesa dos interesses do grupo mediante à ação direta,
sendo singular neste caso a greve, que é promovida pelos trabalhadores,
prevista na Lei 7.783/89 e o Lockout, que é o fechamento da empresa pelo
empregador, artifício proibido pela Lei de Greve.

Jurisprudência – “Com fundamento no princípio de proteção, fundamental do


Direito do Trabalho, exige a lei, sob pena de nulidade do ato, que a rescisão do
contrato de empregado com mais de um ano de serviço, seja feita com
assistência do respectivo sindicato da categoria profissional ou do MTE – TRT
12º Região, Rel. Juiz Umberto Grillo.”

Art. 477 parágrafo 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão


do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de um ano de
serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato
ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho.

“É do espírito do Direito do Trabalho que as condições contratuais favoráveis


ao empregado não podem ser afastadas do seu patrimônio jurídico nem
mesmo por via legal, já que a lei deve se limitar a resguardar-lhe os direitos
mínimos, nada obstando que as partes avencem negócios jurídicos que
ampliem as vantagens legais garantidas ao trabalhador” (TRT, 9ª Região, rel.
Juiz Tobias Macedo).

O princípio protetor se expressa sob 3 formas distintas:

a) Regra “in dúbio pro operário” – Critério que utiliza o juiz ou intérprete
para escolher entre vários sentidos possíveis de uma norma, aquele que
seja mais favorável ao trabalhador.
b) Regra da norma mais favorável – Determina que no caso de haver mais
de uma norma aplicável, deve-se optar por aquela que seja mais
favorável, ainda que não seja a que corresponda aos critérios clássicos
de hierarquia das normas.
c) Regra da condição mais benéfica – Critério pelo qual a aplicação de
uma nova norma trabalhista nunca deve servir para diminuir as
condições mais favoráveis em que se encontrava um trabalhador.

Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas

As regras justrabalhistas são essencialmente imperativas, não podendo de


maneira geral ter sua regência contratual afastada pela simples manifestação
das partes.
Art. 9º CLT – Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.

Súmula 230 TST – Aviso Prévio. Substituição pelo pagamento das horas
reduzidas da jornada de trabalho. É ilegal substituir o período que se reduz da
jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas
correspondentes.

Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas

Este princípio concretiza, no âmbito da relação de emprego, a natureza


impositiva da maioria das normas juslaborais.

Art. 468 da CLT – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração


das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que
não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Princípio da Primazia da Realidade sobre a forma.

A relação objetiva evidenciada pelos fatos define a verdadeira relação jurídica


estipulada pelos contratantes.

Segundo Américo Plá Rodriguez significa que em caso de discordância entre o


que ocorre na prática e o que surge de documentos e acordos se deve dar
preferência ao primeiro, isto é, ao que sucede no terreno dos fatos.

Jurisprudência – EMENTA: DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTES DE


EQUIPARAÇÃO. Demonstrado nos autos o efetivo desempenho, por parte da
autora, de tarefas idênticas àquelas executadas pelas paradigmas, sem
embargo da diversidade na contratação (estas, como Auxiliar de Enfermagem e
aquela como Atendente de Enfermagem). Prevalência no Direito do Trabalho
dos fatos sobre as formas, em atenção ao Princípio da Primazia da Realidade.
Provido o apelo, para condenar a reclamada a pagar à autora diferenças
salariais decorrentes da equiparação com as modelos citadas na petição inicial
(autos apensados), devendo, em liquidação de sentença, ser observada aquela
que perceber maior salário, com repercussões em FGTS acrescidos de multa
de 40% e determinando-se ainda a retificação da CTPS da autora, a fim de
constar a correta remuneração. (TRT 4ª região, RO nº 00896.030/97/0, 6ª T.)
Princípio da Continuidade

Conceito – É aquele em virtude do qual o contrato de trabalho perdura até que


sobrevenham circunstâncias previstas pelas partes, ou em lei como idôneas
para fazê-lo cessar.

Fundamento – O trabalho é um contrato de trato sucessivo ou de duração. A


obrigação de fazer consistente na prestação de serviços dele originados se
prolonga no tempo ao inverso do que ocorre com os contratos instantâneos.
Ex: compra e venda de imóveis – instantâneo.
Locação de imóveis – sucessivo.

A continuidade não precisa ser absoluta. Considera-se efetivo ou não-eventual


o trabalho que não é prestado todos os dias da semana, mas apenas em
alguns deles, de maneira uniforme, em período de tempo fixo. Ex.
Trabalhadores que prestam serviços a clubes apenas alguns dias da semana.

“A prova das alegações incumbe à parte que as fizer (CLT, art 818) A alegação
do reclamado de não ter dispensado o reclamante configura mero jogo de
palavras, equivalendo à notícia de que o mesmo deixou, espontaneamente, o
trabalho. Para evitar fraude ao citado preceito normativo, o Judiciário não pode
aplicá-lo, literalmente, devendo conformá-lo ao art. 9º da CLT.”

Princípios Constitucionais

a) Princípio da não-discriminação – proíbe a diferença de critérios de


admissão, de exercício de funções e de salário por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil. Art. 7º XXX; em razão de deficiência, art. 7º
XXXI; trabalho manual, técnico e intelectual (distinção na aplicação de
normas gerais).
b) Princípio da continuidade da relação de emprego – Art. 7º, I “Relação de
emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos”. Enunciado 212 do TST. Despedimento. Ônus da
prova. “O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando
negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador,
pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.”
c) Princípio da irredutibilidade salarial. É flexível sob tutela sindical. Art.
7ºVI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo.

Metodologia de Interpretação

Metodologia de interpretação jurídica

Interpretação da Lei – Interpretar a lei é atribuir um significado, medindo-lhe a


exata extensão e a possibilidade de sua aplicação a um caso concreto.
Consiste, portanto, em determinar-lhe o sentido, chamado, também,
pensamento, espírito ou vontade da lei.(Délio Maranhão, Instit. de direito, 200).
“O que se chama espírito ou sentido da lei, não é a vontade do
legislador, mas a vontade desta, considerada objetivamente, como um ser que
existe por si, dotado de vida própria.”(Coviello, Doctrina Derecho Civil México,
p. 71.)

Gramatical (ou lingüística) – É a interpretação que, fundada nas regras e


métodos da lingüística e filologia, constrói-se a partir do exame literal do texto
normativo e das palavras que o compõem. O chamado método gramatical
busca o sentido que resulta diretamente do significado próprio e literal das
palavras, fazendo do vocábulo o instrumento básico da interpretação.
O método gramatical ou lingüístico afirma-se como primeiro mecanismo de
aproximação do intérprete perante o texto legal enfocado.

Lógico (ou racional) – É o método de interpretação que busca o significado,


coerência e harmonia do texto legal, socorrendo-se de técnicas da lógica
formal. Tal método tem como válido o suposto de que a lei, após produzida,
encarna uma vontade própria; assim deve-se compreender a lei, afastada do
conceito de ser mera exteriorização psíquica de uma pessoa ou entidade. Por
esse método, pesquisa-se a ratio legis, a mens legis, o pensamento contido na
lei, ainda que exteriorizado em forma lingüística inadequada.

Sistemático – É o método interpretativo que se caracteriza pela busca de


harmonização da norma ao conjunto do sistema jurídico. Tal método volta-se a
produzir uma interpretação vinculada e harmônica ao conjunto do sistema do
Direito. Pelo método sistemático, o processo lógico de interpretação passa a
operar em campo mais vasto de ação: investiga-se também a tendência
normativa hegemônica nas diversas normas e diplomas existentes sobre
matérias correlatas, adotando-se tal tendência como uma das premissas
centrais implícitas àquela norma ou diploma interpretado. A partir desse critério
apreendem-se, inclusive, com maior clareza, os aspectos transformadores,
retificadores ou continuativos da norma recente perante a ordem jurídica
respectiva.

Teleológico (ou finalístico) – É o método que busca subordinar o processo


interpretativo ao império dos fins objetivados pela norma jurídica. Propõe tal
conduta teórica que o intérprete deve pesquisar, na interpretação, os objetivos
visados pela legislação examinada, evitando resultados interpretativos que
conspirem ou inviabilizem a concretização desses objetivos legais inferidos. A
legislação tende a enfatizar a conduta teleológica, ao dispor que o operador
jurídico deve observar, no processo interpretativo, os “fins sociais da lei” (art. 5º
da Lei de Introdução ao Código Civil), de maneira que “nenhum interesse de
classe ou particular prevaleça sobre o interesse comum” (art. 8º, caput, CLT).
A conclusão interpretativa deve resultar da convergência do método gramatical
– utilizado como primeiro instrumento de aproximação da norma – com o
critério combinado lógico-sistemático e teleológico

Histórico – Consistiria na reconstituição da occasio legis no momento


interpretativo – na pesquisa das necessidades e intenções jurídicas presentes
no instante de elaboração da norma, com o fito de se compreender sua razão
de ser, seus fins e a vontade efetiva do legislador. Deve-se analisar, na
evolução histórica dos fatos, o pensamento do legislador não só a época da
edição da lei, mas também de acordo com a sua exposição de motivos,
mensagens, emendas, as discussões parlamentares, etc.

Sociológica – Deve-se verificar a realidade e a necessidade social na


elaboração da lei e em sua aplicação. O juiz, ao aplicar a lei, deve ater-se
aosfins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 5º LICC
e art. 852-I, parágrafo 1º da CLT.

Contrato de Trabalho

Objeto – O objeto direto do contrato de trabalho é a prestação de serviço


subordinado e não eventual do empregado ao empregador, mediante o
pagamento de salário. O trabalho autônomo não gera contrato de trabalho, por
faltar o elemento subordinação. (Sérgio Pinto Martins, p. 93)

Natureza – O contrato de trabalho é de natureza privada, por se tratar de uma


relação jurídica entre particulares, de um lado o empregado, pessoa física, de
outro o empregador, pessoa física ou jurídica. Pode ocorrer que o Estado faça
parte desta relação, quando admite prestadores de serviços pelo regime da
CLT, não descaracterizando essa situação, porque não foi retirado do âmbito
do direito privado.

Requisitos do contrato de trabalho:

Pessoalidade – Não poderá fazer-se substituir por outra pessoa.


O contrato de trabalho é “intuitu personae”, ou seja, realizado com certa e
determinada pessoa e desta forma não poderá fazer-se substituir de forma
intermitente por outro trabalhador ao longo da concretização dos serviços
pactuados. O contrato de trabalho em relação ao trabalhador é infungível. (Os
bens fungíveis são substituíveis por outros da mesma espécie, quantidade e
qualidade).
A substituição configura uma situação jurídica nova em relação ao trabalhador
substituto. Art. 450 CLT, enunciado 159 TST.

Onerosidade – Não é gratuito. Serviço voluntário – Lei 9.608/98


A relação empregatícia é uma relação de essencial fundo econômico.
Onerosidade – plano objetivo – manifesta-se pelo pagamento, pelo
empregador, de parcelas dirigidas a remunerar o empregado em função do
contrato empregatício pactuado. Art. 3º CLT
Onerosidade – plano subjetivo – Através da expressão animus contrahendi, o
prestador de serviços demonstra a intenção, intuito, de se vincular ao
contratante, agindo como se empregado fosse.

Continuidade – o contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo, cuja


duração se prolonga no tempo. Quem presta serviços eventualmente não é
empregado. O contrato de trabalho em caráter continuado é distinto dos
contratos denominados de instantâneo, cujo exemplo pode-se destacar a
compra e venda; e outro exemplo de contrato que se prolonga no tempo é a
locação de imóveis.

Subordinação – O obreiro exerce sua atividade com dependência ao


empregador, por quem é dirigido.
Diverge do autônomo, o qual assume o risco do negócio.

Alteridade – Corresponde a prestação de serviços por conta alheia, sem


assumir qualquer risco.

Características do Contrato de Trabalho

Sinalagmático – É uma relação jurídica entre particulares, de um lado o


empregado, pessoa física, de outro o empregador, pessoa física ou jurídica,
que estabelecem obrigações recíprocas. Desta forma são obrigações principais
do contrato de trabalho:
Empregado tem por obrigação realizar a prestação de serviços
Empregador tem por obrigação efetuar o pagamento do salário

Consensual – Significa a necessidade do assentimento verbal, escrito ou tácito


para a configuração do vínculo jurídico.
Art. 442 da CLT – Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.

Não eventual – Através do elemento fático-jurídico da não-eventualidade


evidencia-se que a noção de permanência é relevante na formação sócio-
jurídica da relação de emprego. A não-eventualidade pressupõe que o contrato
de trabalho é de caráter contínuo.

A Lei do trabalho doméstico, nº 5.859/72, faz referência a “serviços de natureza


contínua”.

Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta


serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta Lei.

Diverge do disposto no art. 3º da CLT:

Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de


natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.

No entanto, esta característica predispõe a existência de quatro teorias, na


qual, revela-se a chamada eventualidade.

Teoria da descontinuidade – Eventual seria o trabalho descontínuo e interrupto


com relação ao tomador enfocado, portanto, um trabalho que se fracione no
tempo, perdendo o caráter de fluidez temporal sistemática.
Esta teoria foi rejeitada pela CLT, que preferiu a expressão negativa “serviços
de natureza não eventual” ao contrário da expressão positiva “serviços de
natureza contínua”.

Ex. Garçom de clube campestre que trabalha diversos meses seguidos, mas
apenas em fins de semana ou feriado.
Este é um exemplo de trabalho descontínuo, porém, não eventual. Neste caso,
pode-se caracterizar a relação de emprego.

Ex. Trabalhador descontínuo doméstico que comparece um ou dois dias por


semana ou quinzena na residência.
Este exemplo é da conhecida diarista, cuja atividade descontínua, embora não
eventual, não será considerada como relação de emprego, uma vez que a lei
do trabalho doméstico adota a teoria da continuidade ao invés da não
eventualidade.

Pela teoria da descontinuidade o trabalhador eventual teria rupturas e


espaçamentos temporais significativos com respeito ao tomador de serviços
examinado.

Teoria do Evento – Eventual é o trabalhador admitido em virtude de um


determinado e específico fato, acontecimento ou evento que enseja certa obra
ou serviço. Para o tomador de serviços, o trabalho terá a duração do evento
esporádico ocorrido.

Eventual é aquele que depende de acontecimento incerto, casual, fortuito. Os


fatos é que revelarão, portanto, se a tarefa do trabalhador na empresa é
eventual ou permanente.

Teoria dos Fins do Empreendimento (ou fins da empresa) – É a mais


prestigiada entre as 4 teorias.

Para Délio Maranhão circunstâncias transitórias exigirão, algumas vezes,


admita-se o trabalho de alguém que se destina a atender a uma necessidade,
que se apresenta com caráter de exceção dentro do quadro das necessidades
normais do empreendimento. Os serviços prestados serão de natureza
eventual e aqueles que os prestar – trabalhador eventual – não será
empregado.

“A aferição da natureza eventual dos serviços prestados há de ser feita


tendo em vista os fins normais da empresa.”

Teoria da fixação jurídica ao tomador dos serviços – Eventual é o que não se


fixa a uma única fonte de trabalho, ou seja, possui uma pluralidade variável de
tomadores de serviços.

Caracterização do trabalho Eventual


a) Descontinuidade – não permanência a uma organização com ânimo
definitivo.
b) Não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, atuação em uma
pluralidade variável de tomadores de serviço.
c) Curta duração do trabalho prestado.
d) Natureza do trabalho destinado a evento certo, determinado e episódico
no tocante a dinâmica regular do empreendimento tomador de serviços.

Natureza Jurídica da Relação de Emprego

Analisar a natureza jurídica de um instituto é procurar enquadra-lo na categoria


a que pertence no ramo do Direito. É verificar a essência do instituto analisado,
no que ele consiste, inserindo-o no lugar a que pertence no ordenamento
jurídico.

Conceito do Contrato de Trabalho

Contrato de trabalho stricto sensu é o negócio jurídico pelo qual uma


pessoa física (empregado)se obriga, mediante o pagamento de uma
contraprestação (salário), a prestar trabalho não eventual em proveito de
pessoa, física ou jurídica (empregador), a quem fica juridicamente subordinado.

Teorias contratualista tradicional – A relação empregatícia teria caráter


contratual, sendo assimilável a alguma das figuras contratuais do Direito Civil.

Teoria do arrendamento – locação – aluguel – oriundo do Direito romano.


Locatio operis – locação de obra ou empreitada
Locatio operarum – locação de serviços

Não é assimilável ao arrendamento, pois no contrato de emprego não


existe separação entre o trabalhador e o objeto do contrato, como na locação
(locador e coisa).

Teoria da compra e venda – O obreiro venderia sua força de trabalho ao


empregador por um preço (salário). Da mesma forma que o arrendamento, não
há separação entre o objeto do contrato (força de trabalho) e o trabalhador.

Carnelutti faz referência a compra e venda de energia elétrica, em que a


energia destinada ao consumidor não se dissocia da fonte geradora , como no
caso do trabalhador e a sua força de trabalho. No entanto, o trabalho é
contratado sem contraprestatividade rigorosa, remunerando-se mesmo sem
sua realização efetiva, como ocorre nos períodos de férias, dias de repouso,
intervalos remunerados, tempo à disposição, etc., o que não ocorre na
obrigação comparada.

Teoria do Mandato – Em razão do caráter fiduciário existente entre o


empregado e o empregador ocorreria a assimilação com o contrato de trabalho
e neste caso o empregado atuaria como mandatário. A fidúcia ocorre de forma
mais acentuada nos escalões superiores da empresa,sendo que os demais
trabalhadores estão em regime de produção maciça, de cumprimento objetivo
do contrato.

Teoria Acontratualista – Nega relevância ao papel da liberdade e da vontade,


desdobrando-se em duas teorias:

Relação de Trabalho – O que prepondera é a situação jurídica objetiva. O


simples fato da prestação de serviços seria o elemento essencial, conforme o
disposto por Mário de la Cueva, que afirma o contrato-realidade.
“Relação de trabalho como situação jurídica objetiva, estabelecida entre um
trabalhador e um empregador para a prestação de um serviço subordinado,
qualquer que seja o ato ou a causa de sua origem.”

Art. 4º CLT – serviço efetivo o tempo em que o empregado esteja à disposição


do empregador.
Art. 58 1º e 2º CLT tempo in itinere

Institucionalista – A empresa como uma instituição, um corpo social que se


impõe objetivamente a um certo conjunto de pessoas e cuja permanência não
se submete a vontade particular de seus membros componentes.
O trabalhador adere à instituição estando sujeito as regras da instituição.

Contrato de Trabalho Determinado

É o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da


execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada. Art.443, parágrafo 1º.
-Considera-se como de prazo determinado contrato de trabalho cuja vigência
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou
ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

As atividades abrangidas pelo contrato de trabalho determinado, devem estar


especificadas na Carteira de Trabalho, conforme o disposto no art, 29 da CLT.
Deve ser especificada a data de admissão, remuneração e as condições
especiais, onde se inclui o contrato de trabalho determinado.

O contrato de trabalho, conforme o disposto no art. 443, parágrafo 2º, só é


válido em se tratando de:

a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do


prazo;

O serviço de natureza transitória é o que é breve, cuja duração é temporária,


de caráter efêmero. Um exemplo desta modalidade de contrato determinado é
a contratação de um empregado temporariamente para atender a um breve
aumento de produção em certo período do ano. A transitoriedade é em relação
às atividades do empregador e não do empregado.
b) atividades empresariais de caráter transitório;

São atividades desenvolvidas em determinadas épocas do ano e para


determinados eventos, de tal forma que a constituição da empresa tem a
finalidade de atingir estes fins. Desta forma, a transitoriedade diz respeito a
empresa e não ao empregado ou ao serviço. Ex. empresa destinada a fabricar
ovos de chocolate para a páscoa ou empresa que venha a fabricar fogos de
artifício para a festa junina.

c) contrato de experiência
É um contrato determinado que tem a finalidade de verificar a adaptação do
trabalhador em relação as atividades que desenvolverá e ao ambiente de
trabalho. É uma avaliação mútua, na qual o trabalhador poderá não concordar
em permanecer na atividade que lhe foi atribuída.

Art. 445 parágrafo único - O contrato de trabalho por prazo determinado não
poderá ser estipulado por mais de 2 anos, observadas as regras do art. 451.

Art. 451 – O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou


expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem
determinação de prazo.

Os contratos de trabalho por tempo determinado são os seguintes:

Contrato de safra – parágrafo único do art. 14, da Lei 5.889/73.

É o pacto empregatício rural a prazo certo cujo termo final seja fixado em
função das variações estacionais da atividade agrária.

Indenização por tempo de serviço – o empregador pagará ao safrista a título de


indenização do tempo de serviço valor correspondente a 1/12 do salário
mensal obreiro, por mês de serviço ou fração acima de 14 dias. Diverge do
disposto no artigo 477 da CLT, uma vez que este faz referência ao trabalho
indeterminado e a garantia de emprego, conforme o disposto no art. 7, I da
cF/88.

Atleta profissional – art. 30 da Lei 9.615/98

Artistas – art.9º da Lei 6.533/78

Técnico estrangeiro – Decreto-Lei 691/69

Obra certa – Lei 2.959/56

É o pacto empregatício urbano a prazo, qualificado pela presença de um


construtor em caráter permanente no pólo empresarial da relação e pela
execução de obra ou serviço certo como fator que enseja a prefixação do prazo
contratual.

Aprendizagem – art. 428 CLT

Contrato determinado – Lei 9.601/98

Necessidade de negociação coletiva (convenção ou acordo coletivo de


trabalho). Art. 1º

Indenização nas hipóteses de rescisão antecipada, não se aplicando os artigos


479 e 480 da CLT.

O contrato poderá ser prorrogado mais de uma vez

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