You are on page 1of 4

AMORES EXPRESSOS

UMA VIAGEM LITERÁRIA


______________________________________________

Estréia dia 28 de abril, às 23hs na TV Cultura,


série internacional de documentários
sobre escritores brasileiros

_______________________________________________

MUITO RÁPIDO

Eu e a diretora e roteirista Estela Renner viajamos pelo mundo para registrar as


experiências de todos os escritores da série de livros AMORES EXPRESSOS,
onde 16 autores se mudaram para 16 cidades do mundo por um mês, com o
objetivo de escrever um livro onde o Amor deveria ser o tema central. Estela
viajou para seis países e eu para dez. Foi uma grande viagem feita em sete
meses intensos, pois no projeto literário original do Rodrigo Teixeira, não se
previa a realização de um documentário. Assim sendo, os escritores já estavam
com as viagens marcadas, um se superpondo ao outro em termos de
cronograma.

Numa tarde, em abril de 2007, eu achei que esta inédita jornada literária não
poderia passar em branco e que deveríamos correr para registrar a vivência
destes escritores nas suas respectivas cidades. Em menos de uma hora de
conversa com meu sócio Paulo Schmidt decidimos que a nossa produtora
ACADEMIA DE FILMES iria bancar os custos. Em uma semana já tínhamos
um plano de viagem.

Uma semana depois eu já estava vivendo o 1̊ de Maio em Berlim com a


escritora Cecília Gianetti e a Estela gravava o André de Leones em São Paulo.
Com a consultoria do escritor e também curador e participante do projeto João
Paulo Cuenca, organizamos uma pauta comum para todos os escritores. Na
seqüência imergimos no universo literário de cada autor e com o boarding pass
na mão, elaboramos as questões específicas para cada escritor dentro de suas
singularidades.

O PLANO E A TELA

O nosso objetivo era tentar mergulhar no momento criativo do escritor e


registrar o que ele estava vivendo em busca de uma história de amor numa
cidade estranha à sua. Inicia-se a viagem. Feita na raça. Uma câmera HD na
mão. Literalmente. Em poucos lugares contatamos produtores locais.

A idéia era acompanhar o dia a dia do escritor. Ouvir sua história. Deixar que
ele nos mostrasse a cidade. E sempre com a certeza de que não seria um
documentário padrão, mas que as nossas experiências nestas cidades tão
díspares também penetrassem o processo de captação de imagens e depois
contaminassem a edição do documentário.

Cada episódio tem uma “face” diferente. Se vocês assistirem a alguns


perceberão uma “forma” semelhante, mas nunca uma fórmula igual. Há uma
mão forte na montagem que leva a narrativa para perto de uma pintura em
audiovisual, sempre com o texto do escritor nos guiando pelas velozes
imagens, superposições e grafismos do nosso montador argentino German
Espiaut. São apenas 22 minutos de história permitidos pelo formato da Tv, o
que nos restringiu, mas nos estimulou para sermos secos, fragmentados e ao
mesmo tempo diretos. Não há grandes discursos do escritor. Há fatos,
memórias, análises, impressões e descontração captados, cortados e
justapostos como num retrato cubista de imagem e movimento mais som.

Quase nunca buscamos cartões postais. O cotidiano nos era mais importante.
O olhar era dirigido para o singular e mesmo para o trivial, em detrimento do
clássico. Fizemos vídeo e fotos. Antes e depois de conversarmos com o autor.
Fomos em busca de um pouco de nós e de um muito dele. Subjetivo sobre o
objetivo.

Estes quadros pretendem abrir uma brecha na narrativa da Tv usual,


estimulando o espectador a ficar mais atento ao fluxo de informações e não
passivo a um fio condutor conhecido. Tentamos ser frescos e verdadeiros, nos
colocando por inteiro com a câmera caminhando ao lado do escritor. Sempre
com uma pauta de desejos sobre a vida do autor, mas sem um plano de
produção turístico estabelecido. Lugares imaginados como ideais para se
realizar a entrevista foram subvertidos pelo acaso de uma chuva ou pela
vontade do escritor que nos levava pelas mãos para nos mostrar um lugar onde
ele se sentia bem, ou que poderia fazer parte da trama do seu livro. Um bar
com uma sessão dominical-vespertina gay friendly, uma esquina com uma
cadeira emprestada, uma conversa num taxi...

ALGUMAS

Na maioria, a produção foi feita de forma remota e nós diretores, nos viramos
em cidades díspares como a amistosa Buenos Aires ou a caótica Cairo.
Histórias cômicas e surpreendentes (nenhuma trágica) fazem parte da nossa
coleção de memórias.

Em Tóquio estive num sexshop com o Cuenca que queria ver e tocar uma
boneca de borracha que tinha o peso e a textura de pele de uma mulher real
(custava milhares de dólares) e que poderia ser personagem do seu livro.
Terminamos a noite em show num porão com bandas cover do U2. Ou teria
sido do Clash?
Em Istambul o Amilcar Bettega queria me mostrar uma loja onde se vendia
armas. Chegando lá percebemos que eram isqueiros em forma de réplicas
perfeitas de vários revolveres. Em Nova Iorque o taxista perguntou se eu queria
mesmo ir pro lugar onde estava morando o Lourenço Mutarelli: o bairro de Red
Hook, no Brooklin. Eu perguntei o porquê da pergunta; “É o lugar mais barra
pesada do pedaço”. Era, mas de noite.... de dia o Lourenço ficou num dos mais
belos apartamentos dos escritores.

Com o Bernardo Carvalho tínhamos um guia russo, estudante de cinema, que


nos levou na periferia operária da cidade, que o Bernardo queria conhecer,
muito distante dos museus e monumentos de São Petersburgo. Esses lugares
eu reconheço no maravilhoso livro que ele lançou chamado O FILHO DA MÃE.

Em Portugal, eu e o Rufatto acabamos na periferia de Lisboa num cemitério


que ele precisava visitar. O porteiro não nos deixou gravar. Era brasileiro! E
parecia que as viúvas gostavam muito dele... Gravei mesmo assim, com uma
câmera escondida. Xangai foi o lugar do humor. O lugar de Antonio Prata, o
homem que comeu sapo pensando que era frango.

A Estela me conta que em Havana a dona da pensão de 80 anos, em que


estava do Chico Mattoso queria porque queria aparecer no filme. Ok, disse a
Estela. Três horas de espera depois ela aparece toda maquiada e com um
vestido de flores e canta números lindos de músicas mexicanas trágicas, que
fez com que a emoção tomasse conta daquela tarde.

“Se eu contar quantas vezes o Daniel Galera disse a palavra carne, daria pra
fazer um churrasco para todos os gaúchos do planeta” conta Estela. Não é a
toa que o blog do Galera chama-se Rancho Carne. O cara é um animal!

Quando a Estela disse ao dono do hotel em Mumbai que no quarto dela tinha
ratos ele respondeu que ali também tinha gatos e corvos...
Enfim, um ano e meio de edição depois, e os docs ficaram prontos. Foi uma
experiência de vida enriquecedora junto aos criadores e suas idéias, que
marcou fundo na nossa trajetória pelo mundo do cinema.

Espero que os espectadores possam se divertir e dividir conosco o


aprendizado que tivemos nesta viagem.

Tadeu Jungle

_______________________________________________________________
AMORES EXPRESSOS

Toda quinta, 23hs, TV CULTURA

Reprise aos sábados às 21:45hs.

Estréia no dia 28 de abril


ORDEM DE EXIBIÇÃO DOS EPSIÓDIOS

1. XANGAI COM ANTONIO PRATA – NO AR: 28/04


2. SÃO PETERSBURGO COM BERNARDO CARVALHO – NO AR: 05/05
3. NOVA IORQUE COM LOURENÇO MUTARELLI – NO AR: 12/05
4. MUMBAI COM ANTONIA PELEGRINO – NO AR: 19/05
5. BUENOS AIRES COM DANIEL GALERA – NO AR: 26/05
6. LISBOA COM LUIZ RUFFATO – NO AR: 02/06
7. MÉXICO COM REINALDO MORAES - NO AR: 09/06
8. PARIS COM ADRIANA LISBOA – NO AR: 16/06
9. HAVANA COM CHICO MATOSO – NO AR: 23/06
10.SÃO PAULO COM ANDRÉ DE LEONES – ANO AR: 30/06
11.CAIRO COM JOCA REINNER TERRÓN – NO AR: 07/07
12.DUBLIN COM DANIEL PELLIZARI – NO AR: 14/07
13.BERLIM COM CECÍLIA GIANETTI – NO AR: 21/07
14.ISTAMBUL COM AMILCAR BETTEGA – NO AR: 28/07
15.PRAGA COM SÉRGIO SANT´ANNA – NO AR: 04/08
16.TÓQUIO COM JOÃO PAULO CUENCA – NO AR: 11/08

Direção
Tadeu Jungle
Estela Renner

Montagem/Videografismo
German Espiaut

Trilha Sonora
Luiz Macedo
Thiago Chasseraux

Produção

____________________________
CONTATO:
MARCELA FECURI (11) 3376-0707
marcela.fecuri@inkbr.com
______________________________

You might also like