Professional Documents
Culture Documents
A velhice é uma fase em que o indivíduo está mais suscetível a problemas físicos,
emocionais e sociais, um que vem ganhando grande peso é o uso problemático de bebidas
alcoólicas pelos idosos. Nas últimas décadas, o uso e o abuso de álcool têm aumentado
drasticamente, constituindo-se em um dos maiores riscos à saúde da população mundial.
Conforme o relatório sobre a saúde no mundo em 2002, o uso de álcool constituía o
principal risco à saúde nos países em desenvolvimento e na região das Américas, era o
principal fator de risco entre os 27 fatores avaliados na carga de morbidade.6
No Brasil, o último levantamento nacional7 estimou que cerca de 12% de toda a
população preenchiam critérios para dependência alcoólica, o que justifica a grande
percentagem de indivíduos com problemas relacionados ao álcool e ao alcoolismo em
unidades de internação hospitalar, ou buscando atendimento em serviços de atenção
primária à saúde. No Brasil, o alcoolismo é a terceira causa de aposentadorias por invalidez
e ocupa o segundo lugar entre os demais transtornos mentais.8
Diante disso, vêm-se estabelecendo políticas públicas que apontam para a atenção
psicossocial baseada em uma rede de apoio a ser organizados pelos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), articulada aos demais serviços de saúde e dispositivos comunitários
como alternativa de tratamento as pessoas que tem problemas com o álcool.9
METODOLOGIA
Estudo de caso com abordagem qualitativa recorte da pesquisa intitulada Perfil dos
idosos acompanhados pelos acadêmicos da disciplina de enfermagem geriátrica da UVA.
A Unidade de análise é um idoso com problema de abuso e dependência de álcool
residente em Sobral/CE. A coleta de dados se deu por entrevistas e formulário junto ao
cliente e sua família, através de visitas domiciliares realizadas no período de março a junho
de 2010. Foram aplicadas escalas para avaliar a realização de atividades da vida diária
(Barthel), a funcionalidade da família (apgar familiar) e a depressão geriátrica (Yesavage –
versão reduzida/ GDS-15). Construiu-se o genograma e o ecomapa da família. Além disso,
realizou-se exame físico.
RESULTADOS
Genograma e ecomapa
Histórico de enfermagem
S.F.S., 61 anos, sexo masculino, 58 kg, separado, cor parda, tem 1º grau incompleto,
desempregado, católico, residente no bairro Coração de Jesus em Sobral/CE. Tem
antecedentes familiares de hipertensão e diabetes. É diabético, porém não utiliza nenhuma
medicação. Mora sozinho e recebe ajuda das duas filhas e de uma irmã que mora próximo.
A casa de dois cômodos (quarto e banheiro), possui piso de cerâmica, água, esgoto, forro,
é pequena e apresenta precárias condições de higiene e ventilação. Quanto à alimentação o
idoso refere utilizar adoçante e consumir uma dieta hipossódica e hipolipídica. Caminha
freqüentemente, utilizando calçados adequados, apesar de apresentar um problema na
marcha (perna esquerda mais curta). Relata que às vezes tem dificuldade para dormir e que
suas eliminações intestinais e urinárias são normais. Nunca fumou, mas faz uso constante e
abusivo de álcool, desde que se separou há aproximadamente 30 anos por infidelidade da
esposa, abandonou o emprego nesse mesmo período. Era acompanhado pelo CAPS AD,
mas abandonou o tratamento. Sofreu vários atropelamentos, fraturando o quadril, costelas e
perna esquerda. Já foi internado devido ao álcool e a descompensações da glicemia.
Comenta que a família falta coragem em ajudá-lo, apesar de a mesma informar que faz o
possível, mas que o idoso fica agressivo quando alcoolizado. Afirma manter um padrão
sexual normal e ser muito exigente para companheiras. Seu lazer é fazer consertos em
objetos, quando possível, de onde obtém uma pequena renda. Relata que não tem mais
condições de trabalhar e deseja se aposentar, porém a família fica receosa que ele gaste
tudo com o álcool e prefere que ele fique sem o benefício, já que o idoso não permitiria
que ninguém administrasse. Após a aplicação das escalas anteriormente citadas
encontramos uma Escala de Barthel=100, que indica independência, um apgar familiar=3,
que sugere uma família severamente disfuncional e na escala de depressão geriátrica
identificamos cinco respostas deprimidas, o que sugere depressão leve. Além disso, o idoso
percebe seu estado de saúde como ruim. Ao exame físico, o paciente encontrava-se
consciente, porém algumas vezes desorientado, higienizado, apresenta um déficit motor em
MMII, diminuindo a coordenação. Pele apresentando manchas, cicatrizes e escoriações. A
boca com dentes ausentes, porém sem a utilização de prótese, encontrava-se higienizada e
com hálito alcoólico. Referiu embaçamento da vista. A avaliação pulmonar mostrou sons
respiratórios normais e a avaliação cardíaca ausculta também normal. SSVV:
pulso=80bpm, FC=88bpm, PA=120x80mmHg e FR=16.
Plano de cuidados
CONCLUSÃO
Faz-se necessário entender que, ao longo dos anos, são processadas mudanças na
forma de pensar, de sentir e de agir dos seres humanos que lidam com a velhice. Várias
dimensões: biológica, psicológica, social, espiritual dentre outras, necessitam ser
consideradas no cuidado à pessoa idosa, possibilitando a aproximação de um conceito que
a abranja e que a perceba como ser multidimensional e complexo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS