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Āsana.

Esta seção da prática pode levar até 40 minutos. A grande dúvida que pode surgir neste
ponto é como montar uma série equilibrada de posturas. Na hora de escolhê-las, leve em
consideração que uma prática corretamente balanceada segue uma combinação
equilibrada destes três critérios seletivos: a correta escolha dentro de cada grupo
postural, as cinco ações da coluna e as posturas do corpo em relação à força de
gravidade. Lembre igualmente da permanência em cada āsana: posturas com maior
estabilidade, como as sentadas ou deitadas, permitem uma permanência maior; posturas
de equilíbrio num pé só, ou sobre as mãos e outras de estabilização ou força, geralmente
mais exigentes, pedem uma permanência mais breve. Idealmente, uma prática
balanceada inclui várias de cada uma dessas categorias.
I) Grupos posturais
a) equilíbrio,
b) estabilização articular,
c) flexibilidade articular,
d) fortalecimento muscular,
e) alongamento muscular, e
f) repouso.
Percebemos que alguns praticantes confundem a prática de āsana com uma espécie de
alongamento passivo. Alguns professores, na mesma linda, dão excessiva importância
ao aumento da flexibilidade e do alongamento. Porém, para que a prática seja
equilibrada, é necessário que ela inclua, além de posturas de alongamento passivo,
outras de estabilização, fortalecimento e repouso. Uma prática excessivamente centrada
apenas na flexibilidade e no alongamento pode vir a produzir um corpo hipermóvel,
mas não trabalha força nem resistência. Um corpo hipermóvel, sem estabilidade
articular nem resistência, está sujeito a lesões.
II) Ações da coluna vertebral
a) extensão axial (tração),
b) lateralidade,
c) torção,
d) flexão, e
e) hiperextensão.

Estas são as cinco ações que uma coluna vertebral sadia é capaz de executar. Elas
devem ser alternadas, mas não precisam ser feitas exatamente na ordem desta lista. Há,
ainda, diferentes combinações dessas ações. Idealmente, antes de cada flexão, extensão
ou torção, é necessário aplicar a tração, para ganhar espaço. Ao passar para a execução
dessas ações, é preciso, na medida do possível, manter ainda esse espaço. A prática
conjunta das posturas com os bandhas, as contrações de músculos e plexos como o
mūla bandha (elevação do assoalho pélvico) e o uḍḍīyana bandha (recolhimento do
baixo ventre), ajuda bastante a manter esse espaço.
III) Posturas possíveis do corpo.
a) posturas em pé,
b) posturas sentadas,
c) posturas deitadas, e
d) posturas de inversão.
Este último critério leva em consideração a influência da força de gravidade sobre o
sistema circulatório. Por via de regra, começamos a prática em pé e a concluímos na
postura de inversão, seguindo a ordem acima sugerida. Entre o início e o final, há dois
grupos posturais: as posições sentadas e as deitadas. Cada grupo se faz seqüencialmente,
de maneira e não precisemos, por exemplo, passar da postura e pé para a deitada, e logo
sentar para ficar novamente em pé. Este modelo de prática balanceada de āsanas foi
ensinado desta forma por Swāmi Śivānanda, de Rishikesh, em seu livro Haṭha Yoga,
editado na década de 1940. Muitos professores hoje em dia seguem essa recomendação,
por ser ela segura e lógica ao mesmo tempo.

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