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Eça de Queirós(1845-1900)

Melhor Realista Português


Estilo realista-naturalista
Um dos ideólogos do Realismo
Lusitano (1865-1890)
Influência do Determinismo
(Taine): Meio, Raça e Momento
“Grupo dos Vencidos pela Vida”
Eça de Queirós(1845-1900)
Fases do Autor:
1. Influência Romântica (folhetins e
produção jornalística);
2. Realismo Combativo (crítica
social e eclesiástica);
3. Maturidade Intelectual (realismo
fantástico e soluções às críticas)
“A Cidade e as Serras”
a)Publicação:
1901 (último romance do autor,
publicado postumamente);
Tem como base um conto de sua
autoria, “A Civilização”;
Segundo a “Advertência” da
primeira edição, datada de 24 de
abril, o romance não passou pelo
crivo severo das implacáveis
revisões do autor (os dois capítulos
finais, sobretudo, demonstram
isso);
“A Cidade e as Serras”
b) Estrutura:
Dividido em XVI capítulos que podem ser
assim esquematizados:
1. Capítulos I a VII (valorização da Cidade e
oposição ao campo);
2. Capítulo VIII (transição para o campo);
3. Capítulos IX ao XVI (valorização da
Serras = campo, natureza e
simplicidade);
“A Cidade e as Serras”
c) Espaço:
Espaço representativo na estruturação do
romance;
1. A Cidade: Paris, Avenida dos Campos Elísios,
número 202 (microcosmo da civilização
urbana e metonímia do tecnicismo, do
cientificismo, do artificialismo, da frivolidade e
futilidade da burguesia);
2. As Serras: Portugal, Guiães, na região do
Douro e as serras de Tormes, onde ficava a
casa senhorial dos Jacintos, edificada em
1410 (natureza contemplada de forma idílica,
espaço de libertação da inteligência, fonte de
paz e felicidade na busca de uma vida
autêntica, simples e serena);
“A Cidade e as Serras”
d) Tempo:
A narrativa se inicia em torno de 1820 indo até
cerca de 1893;
Relato linear, mas não de forma contínua;
Poderíamos assim esquematizar o tempo:
I) Entre as décadas de 1820-1830: Dom Galião é
socorrido pelo infante Dom Miguel nas ruas de
Lisboa e se torna seu súdito fiel. Com a expulsão
de Dom Miguel de Portugal (1834), Dom Galião
parte para Paris(capítulo 1);
II) No final de 1853, morre o pai de Jacinto. A 10 de
janeiro de 1854, nasce o “Príncipe da Grã-Ventura”
(capítulo 1);
“A Cidade e as Serras”
III) Por volta de 1875, Jacinto e Zé Fernandes se
conhecem da universidade e Jacinto formulou a
sua idéia do mundo: “O homem só é superiormente
feliz quando é superiormente civilizado”
suma ciência X suma potência = suma felicidade
Em 1880, Zé Fernandes é chamado por seu tio,
Afonso Fernandes para cuidar das suas
propriedades(capítulo 1);
IV) De fevereiro de 1887 a abril de 1888, Zé
Fernandes volta a Paris e assiste à decadência
física e ao progressivo desânimo e entediamento
de seu amigo Jacinto( capítulos 2 a 7 e início do
oitavo);
“A Cidade e as Serras”
V) Abril de 1888 a maio de 1889: Jacinto chega em
Tormes, entusiasma-se com a vida no campo e
casa-se com Joaninha(maior parte do capítulo 8 e
capítulos de 9 a 14);
VI) Em 1894, cinco anos depois, Jacinto e Joaninha já
têm dois filhos (Teresa e Jacintinho); Zé Fernandes
faz uma rápida visita a Paris e retorna
definitivamente para Portugal (capítulos 15 e 16).
e) Foco narrativo:
Narrador testemunha (narrador observador)
=Zé Fernandes, deuteragonista, única
personagem mais desenvolvida, fora o
protagonista (Jacinto de Tormes);
“A Cidade e as Serras”
f) Estilo literário:
Obra situada na terceira fase do autor, a fase
madura e simbólica;
Escola Realista;
Mescla de tendências:
1. Realismo (espírito crítico que castiga o
francesismo da elite rural portuguesa de seu
tempo, motivo do abandono das propriedades
agrárias);
2. Naturalismo (romance de tese, zoomorfismo e
a estética do feio);
3. Impressionismo (descrições conforme a
captação imediata, sem análises racionais);
“A Cidade e as Serras”
g) Características:
Uso expressivo da pontuação;
Adjetivação marcante;
A ação do meio social e crítica à futilidade,
marcada pelas aparências;
Crítica à civilização urbana;
Elaboração estilística;
Linguagem cuidada;
Descrições em excesso;
Perspectiva realista;
Recusa de idealizações;
Ironia e estilo caricatural;
“A Cidade e as Serras”
h) Natureza representativa:
Serras = espaço bucólico;
Temas clássicos:
1. Fugere Urbem;
2. Locus Amoenus;
3. Inutilia Truncat;
4. Aurea Mediocritas;
5. Carpe Diem;
“A Cidade e as Serras”
i) Personagens:
Jacinto de Tormes (protagonista);
Zé Fernandes (deuteragonista);
Madame Colombe (amante de Zé Fernandes);
Madame de Oriol (amante de Jacinto);
Joaninha (com quem Jacinto vai se casar e ter
dois filhos)
Silvério (administrador da quinta dos Tormes);
Tia Vicência (tia do narrador);
Etc.

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