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pensamento
adultério
José Arnaldo Fernandes Filho
“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que
olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração, adulterou com ela.”
(Mateus,V:27e28)
Kardec esclarece, no primeiro parágrafo, que a palavra adultério, no texto não deve ser entendida
no significado exclusivo próprio, mas no sentido mais amplo de mal, erro, pecado. Cita, para
mostrar que Jesus a empregava algumas vezes, nesse sentido mais amplo, uma passagem de
Marcos, VIII:38 : “ Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e
de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de
seu Pai, acompanhado dos santos anjos.”
O que fica bem evidenciado, nas palavras de Jesus, citadas por Mateus, é que não se erra tão
somente, por atos, mas também por pensamentos, visto que quem tem o coração puro, não sente
o mal e nem pensa nele. Sente, pensa e faz somente o bem. Percebe o mal ao seu redor, mas
compreende-o como fruto da ignorância e da imperfeição.
Podemos, assim, avaliar nossas imperfeições pelos pensamentos, que nos surgem na mente, em
relação às situações, às pessoas, em nosso dia-a-dia.
Se a vítima estiver com sentimentos e pensamentos negativos, pode sofrer o impacto do ataque,
as vibrações agressivas, que se manifestará por sensações desagradáveis, sentindo medo ou
revolta, sem saber porquê. Se estiver bem, em atividades nobres, ou em equilíbrio, nada sofrerá.
Se um homem pensa em caluniar um outro, mas não o faz, por medo de ser descoberto e
apontado como um caluniador, pelo outro e/ou por seus amigos, ou pela sociedade, é sinal de que
tem, em si, essa imperfeição, com a qual já prejudicou muitas pessoas, em um passado distante ou
próximo.
Constatando esse fato, pode trabalhar dentro de si, para eliminar essa tendência de caluniar, de
querer prejudicar os seus desafetos, não executando esse mau pensamento, não pelo medo de ser
descoberto, mas por querer libertar-se dessa imperfeição moral.
Um dia, nesta ou em outra existência ou no plano espiritual, alguém lhe apontará sua capacidade
de compreender, de desculpar o outro, e ele vai sentir um prazer imenso de sentir-se incapaz de
ferir alguém, seja por que meio for.
Assim, há os que nem percebem o quanto de pensamentos negativos lhe vêem à mente e, se os
percebe, busca realizá-los ou tenta justificá-los e justificar-se. Ainda não iniciaram sua
transformação moral.
Há ainda, os que estão atentos a eles, compreendendo-os como efeitos de maus sentimentos e
buscam afastá-los no desenvolvimento dos sentimentos nobres dentro de si.
Assim, na medida do aperfeiçoamento de cada um, que se faz à custa de muita luta interior,
através do bom uso do livre-arbítrio, o homem vai se reformando devagar, mas, continuamente,
tornando-se melhor pessoa.
Se a má ação não se concretizou por falta de oportunidade, ou por medo ou pressão externa, será
como se a tivesse praticado.
Mas, se não foi realizada pela consciência de que estaria infringindo a lei do Bem, demonstrando
uma intenção de vivenciar essa lei maior, as conseqüências serão o prazer de haver vencido a
tentação do momento e o fortalecimento da vontade em viver de acordo com as leis divinas.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Cap. VIII: Bem aventurados os
puros de coração Itens 5 a7: Pecado Por Pensamentoe Adultério.
1 - Kardec, Allan- "A Gênese" :cap. XIV,ítem XV, 2º §
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Pecado: 4.1. Visão de Conjunto; 4.2. Adultério; 4.3.
Pensamento. 5. Escândalo: 5.1. Sentido Vulgar e Evangélico; 5.2. Cortar a Mão. 6. Crianças: 6.1. A Criança
como Símbolo; 6.2. Esquecimento do Passado; 6.3. Pureza de Coração. 7. Conclusão. 8. Bibliografia.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que o bem-estar após o sofrimento só é possível pela
pureza de coração. Pretendemos, assim, analisar o pecado, o escândalo e o deixar vir a mim
os pequeninos.
2. CONCEITO
Bem-Aventurança - Termo técnico para indicar uma forma literária que se encontra quer
no Antigo quer no Novo Testamento. A Bem-Aventurança é uma declaração de bênção
com base em uma virtude ou na boa sorte. A fórmula se inicia com "bem-aventurado
aquele..." Com Jesus toma a forma de um paradoxo: a bem-aventurança não é proclamada
em virtude de uma boa sorte, mas exatamente em virtude de uma má sorte: pobreza, fome,
dor, perseguição. (Mackenzie, 1984)
Puro – Sem mistura nem alteração; genuíno. Límpido, claro, transparente, cristalino, sem
manchas.
Coração – Órgão central do ser humano é tomado como símbolo – e não, certamente,
como sede efetiva – das funções intelectuais. Na maioria das religiões é o local da
atividade divina. Na Bíblia, a palavra coração é empregada uma dezena de vezes para
designar o órgão corporal, mas há mais de mil exemplos nos quais é metafórico. (Chevalier,
1998)
3. HISTÓRICO
O momento histórico deste ensinamento está no Sermão do Monte, proferido por Jesus há
dois mil anos. Para uma melhor compreensão, não só deste ensinamento como de tantos
outros, convém nos lembrarmos de que o ambiente no qual Jesus esteve inserido fazia parte
do grande império romano, que estendia as asas das suas águias do Atlântico ao Índico. O
jugo romano, porém, pesava de modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros
povos. Significa dizer que o discurso de Jesus era como que um grito de alerta contra esse
poderio. Assim sendo, em cada um de seus ensinamentos não perdia a oportunidade de
realçar esse tipo de autoridade externa, principalmente na indigência com que deixavam o
povo palestino.
4. PECADO
4.2. ADULTÉRIO
4.3. PENSAMENTO
O adultério está ligado ao pecado por pensamento. E por quê? Porque tudo se inicia no
pensamento. Nós não podemos fazer nada sem que antes tenhamos pensado para executá-
lo. Assim sendo, melhorando o pensamento, melhora-se também a ação. "Em resumo, na
pessoa que não concebe mesmo o pensamento do mal, o progresso está realizado; naquela a
quem vem esse pensamento mas o repele, o progresso está em vias de se cumprir; naquela,
enfim, que tem esse pensamento e nele se compraz, o mal está ainda com toda a sua força;
numa, o trabalho está feito, na outra está por fazer. Deus, que é justo, considera todas essas
diferenças na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem". (Kardec, 1984, p.
116)
5. ESCÂNDALO
No sentido evangélico, a acepção é mais geral. Não é mais somente o que ofende a
consciência de outrem, é tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições dos homens, toda
reação má de indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussão. É o resultado efetivo do
mal moral.
"Se vossa mão ou vosso pé vos é um motivo de escândalo, cortai-os e atirai-os longe de
vós; é bem melhor para vós que entreis na vida não tendo senão um pé ou uma só mão, do
que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno. E se vosso olho vos é motivo de
escândalo, arrancai-o e lançai-o longe de vós; é melhor para vós que entreis na vida não
tendo senão uj olho, que terdes os dois e serdes precipitados no fogo do inferno". (Mateus,
cap. XVIII, v. de 6 a 11. – Cap. V, v. 29 e 30)
Seria absurdo tomar essa frase ao pé da letra. O que Jesus queria dizer com isso é que
devemos arrancar o mal pela raiz, pois se não o fizermos ele sempre reaparecerá em nossos
atos. Além do mais, esse mal deve ser extirpado do coração, ponto central de todo o nosso
sentimento. Ainda: valeria mais ao homem renascer sem uma das mãos ou ser privado da
visão, caso esses órgãos fossem prejudicar o seu progresso espiritual.
6. CRIANÇAS
O esquecimento do passado, dádiva divina que nos permite começar sempre do zero,
auxilia-nos a compreender melhor a fase infantil. Observe que, pouco a pouco, esse Espírito
vai recobrando o seu verdadeiro estado emocional e intelectual. Assim sendo, a infância é
um tempo de repouso para o Espírito. Não podendo manifestar as suas tendências,
principalmente as más, em virtude da debilidade do corpo físico, este período torna-o
acessível aos conselhos daqueles que devem fazê-lo progredir. É então que se pode
reformar o seu caráter e reprimir as suas más tendências.
7. CONCLUSÃO
A pureza de coração deve ser o principal alvo daquele que quer se elevar espiritualmente.
Assemelhando-nos à criança, inocente e sem defesas, teremos maiores possibilidades de
não só nos conhecer como também ao nosso próximo.
8. BIBLIOGRAFIA
A - Conclusão do Estudo:
Não basta ao homem somente abster-se de praticar o mal; é necessário destruir em si tudo o que o
leve a praticá-lo, seja por atos, palavras ou pensamentos. A oração e a vigilância são poderosos
auxiliares para se manter o coração livre das influências do mal.
"...aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu
dultério com ela."
Para Jesus, adúltero não é só quem trai o cônjuge, mas todos os que infringem a lei divina.
2 - Constitui infração à lei de deus desejar mal a outrem, mesmo que não se chegue a praticá-lo?
Certamente que sim, pois houve propósito de praticar o mal, também houve a falta.
Aquele que pensa em cometer um mau ato e só não o consuma por falta de ocasião, é tão culpado
como se o cometesse. "Naquele que pensa no mau e nesse pensamento se compraz, o mal ainda
existe na plenitude da sua força."
Tudo que fazemos ou desejamos aos outros, seja de bom, seja de mau, provoca reação sobre nós, em
bênçãos ou sofrimentos.