You are on page 1of 7

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

STREPTOCOCCUS BETA-HEMOLÍTICOS DO GRUPO C


CAUSADOR DE DOENÇAS EM HUMANOS

________________________________________________

Camelissa Maeda Darian (Aluna do Univag)


Cristiane Coimbra de Paula (Professora do Univag)
Daniela Bispo Novaes (Aluna do Univag)
Juliana Amabile (Professora do Univag)
Luana Ingridy Dias Barros (Aluna do Univag)
Samyra Lopes Buzelle (Aluna do Univag)
Último de Miranda e Lins (Aluna do Univag)

RESUMO

Os estreptococos beta-hemolíticos do grupo C de Lancefield têm sido considerados


patógenos humanos emergentes, mostrando importante papel como agente oportunista, e
responsáveis por causarem doenças nosocomiais e surtos, especialmente os associados com
Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis.
Apesar de, os Streptococcus do Grupo C de Lancefield colonizarem indivíduos
saudáveis; ultimamente, têm aumentado o número de publicações e notificações de doenças
graves causadas por essas bactérias; particularmente, nos indivíduos com doenças
subjacentes, como a doença cardiovascular, malignas ou imunossupressão.
Estes microrganismos podem causar sérias e algumas vezes infecções fatais como:
pneumonias, sinusites, septicemia, endocardites, osteomielites e meningites.
Os estreptococos do grupo C são descritos nos termos de suas propriedades

bioquímicas, das infecções que causam nos animais, e de sua tendência em produzir

doenças nos seres humanos.

Palavras Chave: Estreptococos beta hemolíticos do grupo C, Streptococcus dysgalactiae

subsp. equisimilis, surtos.


ABSTRACT

The beta-hemolytic group C streptococci (Lancefield), has been considered an

emergent human pathogen, showing an important role as an opportunist agent, and being

responsible for diseases in nosocomial infection and outbreak. These outbreaks are

specially associated with Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis.

Although the Streptococcus of Group C of Lancefield they colonize healthful

individuals; lately, they have increased the publication number and notifications of serious

illnesses caused by these bacteria, particularly in individuals with underlying illnesses such

as cardiovascular disease, malignancy or immunosuppression. These microrganismos can

cause serious and some times fatal infections as: pneumonitis, sinusitis, septicemia,

endocarditis, osteomyelitis, and meningitis. Group C streptococci are described in terms of

their biochemical properties, the infections they cause in animals, and their tendency to

produce disease in humans.

Key-Words: beta-hemolytic group C streptococci, Streptococcus dysgalactiae subsp.

equisimilis, outbreaks.
INTRODUÇÃO

Os isolados clínicos de Streptococus, formam na placa de ágar sangue de carneiro


(5%), halos grandes beta-hemolíticos ao redor das colônias, são cocos gram positivos,
catalase negativos que carregam o antígeno do grupo C de Lancefield.
Historicamente, as cepas do grupo C foram divididas em 4 espécies com base no seu
poder hemolítico, sobre a sua capacidade de fermentar sorbitol e trealose e sobre o seu
poder patogênico: Streptococcus dysgalactiae: hemólise alfa, sorbitol negativo, trealose
positiva, responsável por causar mamites nos bovinos; Streptococcus equisimilis: hemólise
beta, sorbitol negativo, trealose positiva, responsável por causar infecções nos homens e
nos animais; Streptococcus equi: hemólise beta, sorbitol negativo, trealose negativa,
responsável por causar infecções no cavalo; Streptococcus zooepidemicus: hemólise beta,
sorbitol positivo, trealose negativa, responsável por causar infecções nos animais e às vezes
no homem.
Os Streptococcus beta-hemolíticos do grupo C (Lancefield), são geralmente
reconhecidos como causa comum das infecções nos animais (25). Os suínos e os cavalos
são comumente infectados pelos S. dysgalactiae subsp. equisimilis, visto que os seres
humanos e os cães raramente o são. Nos cavalos e em outros animais domésticos, S.
dysgalactiae subsp. equisimilis causam condições supurativas (4).
As infecções com os Streptococcus do grupo C podem induzir à doença severa,
particularmente nos indivíduos com condições subjacentes, tais como, a doença
cardiovascular, a malígna ou imunossupressão (18). Entretanto, a infecção pode ocorrer
nos indivíduos previamente saudáveis (13, 18).
Os Streptococcus beta-hemolíticos do grupo C estão sendo implicados como
agentes causadores de surtos e faringites purulentas, embora há poucos estudos ainda que
sugerem um papel para esses microrganismos na faringite endêmica (6, 17, 27).
S. dysgalactiae subsp. equisimilis está associado com faringite(26) e uma variedade
de infecções supurativas sistêmicas localizadas, algumas vezes fatais nos humanos(1, 2).
Ultimamente têm aumentado o número de publicações e notificações de doenças severas
causadas pelos GCBHS, tais como: infecções de feridas(9,22), septicemia(16),
bacteremia(15,17,19), artrite séptica(10,20), pneumonia(21,23) e síndrome do choque tóxico(12).
A infecção humana com Streptococcus zooepidemicus é rara. Mas quando acontece,
pode estar associada com o consumo do queijo fresco, leite da vaca despasteurizado e do
contato com cavalos. Entre os Streptococcus do grupo C, o S. zooepidemicus é
potencialmente o mais virulento, pois causa infecção mais agressiva e é o menos sensível
aos antibióticos do que a outras subspécies (21).
As bactérias podem ser carreadas pela pele, membranas da mucosa, e em tecidos
linfóides de indivíduos saudáveis (11). Os microrganismos são oportunistas e geralmente
entram no organismo através de ferimentos. Os Streptococcus patogênicos não sobrevivem
por muito tempo fora do corpo do animal, e acreditada-se que a transmissão se dá por
contato direto ou por aerossóis (3). De acordo com Goldmann e colaboradores (9) a rota de
transmissão ainda é desconhecida; mas acredita-se que os Streptococcus podem ser
carreados pelas mãos, secreção nasal, ou por aerossol, como foi relatado para os
Streptococcus do grupo A (8). Teare e colaboradores (24) mostraram que a maioria dos
casos de surtos, ocorreram nas enfermarias, através dos assentos dos vasos sanitários e na
hora do banho, pela maçaneta do chuveiro, e insuficientes dados foram obtidos para excluir
a transmissão de pessoa para pessoa.
Estes microrganismos têm sido considerados patógenos humanos emergente,
mostrando importante papel como agente oportunista, bem como, sendo responsável por
causar doenças em infecções nosocomiais e surtos, especialmente os associados com S.
(5, 6, 8, 24)
dysgalactiae subsp. Equisimilis .
A diversidade dos microrganismos nos hospitais é variável em diferentes áreas,
dentro dos hospitais de uma mesma cidade ou até mesmo dentro de unidades de um mesmo
hospital, por isso, é extremamente importante, que os hospitais façam as identificações das
principais bactérias causadoras de infecções hospitalares, pois no caso de surtos é mais fácil
entrar com a medicação certa e erradicar o mais rápido possível a infecção.
CONCLUSÃO

De acordo com as revisões bibliográficas pode-se concluir que embora os


Streptococcus do grupo C façam parte da microbiota bacteriana, em algumas situações eles
podem causar doenças graves e outras vezes podem ser fatais.
O modo de transmissão ainda é desconhecido, mas na grande maioria dos casos
estão relacionados com contato com os animais e consumo de alimentos.
Acredita-se que independente da infecção é muito importante diagnosticar qual
bactéria está causando a infecção, pois a mesma pode ser tratada com mais segurança e não
ser transmitida para outras pessoas.
REFERENCES

1. Arditi M.; Shulman S. T.; Davis A. T.; Yogev R. Group C beta-hemolytic streptococcal infections in
children: nine pediatric cases and review, Chicago. Rev. Infect. Diseases, 1989. n. 11, v. 1, jan-feb, p. 34-
45.
2. Barnham, M.; Kerby, J.; Chandler, R. S.; Millar, M. R. Group C streptococci in
human infection: a study of 308 isolates with clinical correlations. Epidemiol Infect., n.
102, v. 3, jun. p. 379-90.
3. Barnum, D. A. 1988. Streptococcus, In Pathogenesis of bacterial infections in animals,
G. L. Gyles and G. O. Thoen (eds). Iowa State University Press, Ames, Iowa, 1989. 227
pp.
4. Biberstein, E. L.; Hirsh, D. C. Streptococci. In Veterinary microbiology, D. C. Hirsh
and Y. C. Zee (eds). Blackwell Science, Cambridge, Massachutts, 1999. 479 pp.
5. Efstratiou, A. The serotyping of hospital strains of streptococci belonging to
Lancefield group C and group G: Journal Hyg, London, 1983. n. 90, v. 1, feb. p. 71-80,
6. Efstratiou, A. Outbreaks of human infection caused by pyogenic streptococci of
Lancefield groups C and G. Journal of Medicine Microbiology, London, 1989. n. 3, v.
29, p. 207-19, jul.
7. Facklam Richard. What Happened to the Streptococci: Overview of Taxonomic and
Nomenclature Changes, Georgia. Clinical Microbiology Reviews, 2002. p. 613-630.
8. Galloway, A.; Noel, I.; Efstratiou A.; Santi E.; White D.R. An outbreak of group C
streptococcal infection in a maternity unit, Durham (UK). J. Hospital Infect., 1994. n. 1,
v. 28, p. 31-7, sep.
9. Goldman, D. A.; Breton, S. J. Group C streptococcal surgical wound infections transmitted by na
anorectal and nasal carrier. Pediatrics, 1978. n. 2, v. 61, feb. p. 235-7,
10. Gonzalez, Teran B.; Roiz, M. P.; Ruiz, Jimeco T.; Rosas J.; Calvo-Alen J. Acute bacterial arthritis
caused by group C streptococci, Spain. Semim Arthritis Rheum, 2001. n. 31, v. 1, aug. p. 43-51.
11. Greenstein, G.; Drozdowitz, C. K.; Nebiab, F.; Bozik, R. Isolation of Streptococcus equisimilis from
abscess delected is specific pathogen-free mice. Laboratory Animal Science, 1994. n. 44, p. 374-376.
12. Hashikawa, S.; Yoshitsugu, Iinuma, Y.; Furushita, Manabu; Ohkura, Teruko;
Nada, Toshi; et al. Characterization of group C and G streptococcal strains that cause
streptococcal toxic shock syndrome. Journal of Clinical Microbiology, 2004. n. 1, v.
42, jan. p. 186-192.
13. Johnson C. C.; Tunkel A. R. Viridans streptococci and group C and G streptococci.
In: Mandell G. L.; Dolim R.; Bennett J. E.; eds. Principles and pratice of infections
diseases, 5th edn. New York: Churchill Livingstone; 2000. p. 2167-833.
14. Kawata K.; Minakami T.; Mori Y.; Katsumi M.; Kataoka Y, Ezawa A.; Kikuchi
N.; Takahashi T. rDNA sequence analyses of Streptococcus dysgalactiae subsp.
equisimilis isolates from pigs, Japan. Int. J. Syst. Evol. Microbiology, 2003. n. 53, v.
Pt6, nov. p. 1941-6.
15. Kristensen, B. Schonheyder, H. C. A 13-year survey of bacteremia due to beta-
haemolytic streptococci in a Danish county. Journal of Medicine Microbiology, 1995.
n. 43, v. 1, jul. p. 63-7.
16. Michael A.; Pandelidaki H.; Koskinas J. Acute epididymitis and septicemia due to
Streptococcus equisimilis. Eur. Journal Intern. Medicine, 2003. n. 14, v. 3, may. p. 209.
17. Nielsen S. V.; Kolmos H. J. Bacteremia due to different groups of beta-haemolytic
streptococci: a two-year survey and presentation of a case of recurring infection due to
Streptococcus “equisimilis”: Infection, 1993. n. 21, v. 6, nov-dec. p. 358-61.
18. Ojukwu I. C.; Newton D. W.; Luque A. E.; Kotb M. Y. S.; Menegus M. Group C
Streptococcus infection associated with rhabdomyolysis and disseminated intravascular
coagulation in a previously healthy adult. Scandinavian Journal of Infectious Diseases,
2001. n. 33, v. 3, p. 227-229.
19. Ombandza-Moussa E.; Schlegel L.; Vekhoff A.; Gerbal R.; Marie J. P.; Bouvet A.
Therapeutic impact of streptococcal and enterococcal bacteremia in hematology
patients, France. Pathol. Biol, 2002. n. 50, v. 3, apr. p. 169-77.
20. Richette P.; Pizzuti P.; Quillard A.; Raskine L.; Naveau B.; Liote F. A definite case
of spondylodiscitis caused by Streptococcus equisilimis, France. Clin. Exp. Rheumatol.,
2001. n. 19, v. 5, sep-oct, p. 587-8.
21. Siefkin, Allan D.; Peterson, David L.; Hansen, Beverly Y. Streptococcus equisimilis Pneumonia in a
Compromised Host, California. Jounal of Clinical Microbiology, 1983. v. 17, n. 2, feb., p. 386-388
22. Sing A.; Trebesius K.; Heesemann J. Diagnosis of Streptococcus dysgalactiae
subspecies equisimilis (Group C streptococci) associated with deep soft tissue
infecitons using fluorescent in situ hybridization, Germany. Eur. Journal of Clinical
Microbiology Infect. Diseases, 2001. n. 20, v. 2, feb, p. 146-9.
23. Stamm A. M.; Cobbs C. G. Group C streptococcal pneumonia: report of a fatal case
and review of the literature. Rev. Infect. Diseases, 1980. n. 2, v. 6, nov-dec, p. 889-98.
24. Teare, E. L.; Smithson, R. D.; Efstratiou, A.; Devenish, W. R.; Noah, N. D. An
outbreak of puerperal fever caused by group C streptococci, Chelmsford (UK). J. Hosp.
Infect., 1989. n. 4, v. 13, may. p. 337-47.
25. Timoney J. F. The pathogenic equine streptococci, USA. Vet. Res, 2004. n. 35, v. 4,
jul-aug, p. 397-409.
26. Turner, James C.; Fox, Alvin.; Fox, Karen; Addy, Cheryl; Garrison, Carol Z.; et
al. Role of Group C Beta-Hemolytic Streptococci in Pharyngitis: Epidemiologic Study
of Clinial Features Associated with Isolation of Group C Streptococci. J. Clinical
Microbiol, 1993. n. 4, v. 31, apr. p. 808-811.

6. Cimolai, N. L., MacCulloch, S. Damm. 1990. The epidemiology of beta-hemolytic


non-group A streptococci isolated from the throats of children over a one-year period.
Epidemiol. Infect. 104:119-126.

17. Meier, F. A., R. M. Centor, L. Graham, H. P. Dalton. 1990. Clinical and


microbiological evidence for endemic pharyngitis among adults due to group C
streptococci. Arch. Intern. Med. 150:825-829.

27. Turner, J. C.; G. F. Hayden, D. Kiselica. J. Lohr, C. F. Fishburne, and D. Murren.


1990. Association of grou C beta-hemolytic streptococci with endemic pharyngitis
among college students. JAMA 264:2644-2647.

Disponível em: http://www.bacterio.cict.fr/bacdico/ss/dysgalactiae.html

You might also like