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TRABALHADORES HORISTAS - ASPECTOS GERAIS TRABALHADORES HORISTAS: N&o existe muita diferenca entre o trabalhador mensalista, Quinzenalista, semanalista, diarista ou horista. O mensalista é aquele que recebe o saldrio uma vez por més, 0 quinzenalista é o trabalhador que recebe por quinzena, o semanalista é 0 que recebe por semana e diarista é 0 que recebe por dia. Ao contrério do que indica 0 nome, o horista recebe como os outros, por més, quinzena, semana ou dia. Neste caso, o numero de horas é utilizado apenas como base para apurar o valor da remuneraco. © termo "horista", em distingdo ao termo "mensalista", encontra utilizago justificdvel sempre que temos um empregado que labora em jornada inferior ao limite maximo permitido. Como sabido, a legislagdo admite o salario/hora como garantia de proporcionalidade de salarios entre empregados que laborem em diferentes extensdes de jornadas de trabalho para mesmas atividades. Em legislacao recente a CLT foi acrescida do artigo 58-A, que diz: "Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duracdo no exceda a vinte e cinco horas semanais". Assim tem-se que a consideragdo da quantidade de horas trabalhadas ja pratica enraizada em nosso ordenamento juridico trabalhista. Nossos mensalistas séo horistas que laboram a jornada permitida de 44 (quarenta e quatro) horas por semana. Nossos horistas séo mensalistas que laboram jornada inferior & maxima permitida, com rendimentos proporcionais & duracao definida para a jornada, que deve ser igualmente constante do Contrato de Trabalho, Livro de Registro de Empregados (ou equivalente), Quadro de Hordtio de Trabalho, e demais pertinentes, todos igualmente sujeitos a todos os requisitos da legislacao trabalhista, gozando, inclusive, dos mesmos direitos a remuneracao da jornada extraordindria, com os adicionais legais, sempre que laborem além de suas respectivas jornadas normais. JORNADA DE TRABALHO Entendemos que a legislacao patria exige a definicdo de jornada para todos os empregados regidos pela Consolidacao das Leis do Trabalho. Tal é © dispositive do artigo 74, "caput" da norma trabalhista que determina: "o hordrio de trabalho constaré do quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministério do Trabalho e afixado em lugar bem visivel. Esse quadro ser discriminativo no caso de nao ser 0 hordrio Unico para todos os empregados de uma mesma secdo ou turma." O pardgrafo primeiro determina: "O horario de trabalho sera anotado em registro de empregados, com a indicagao de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados” Apreende-se que o hordrio de trabalho deve ser declarado, sendo necessério para isto sua precisa definicao. Portanto ndo pode, o empregado considerado “horista", ter seu hordrio de trabalho "em aberto" "Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durag&o n3o exceda a vinte e cinco horas semanais". (Art. 58-A CLT). A jornada diaria nao podera exceder 08 horas e 25 horas semanais Uma vez fixado a jornada de trabalho semanal, 0 empregador deverd garantir a remuneragdo correspondente ao empregado, mesmo que o mesmo no venha cumpri-la integralmente por necessidade do empregador. Portanto nao ha possibilidade do empregador deixar de remunerar 0 empregado quando em uma semana nao haver servico, pois Tal pratica necessariamente seria entendida como uma forma de compartilhar com os empregados dos custos do empreendimento , 0 que nao tem procedéncia legal. HORAS EXTRAORDINARIAS A partir do limite fixado em Quadro de Horario de Trabalho e Escala de Trabalho tem-se, por ébvio, jornada extraordindria, devendo ser remunerada, nos termos da lei, com acréscimo de pelo menos 50% do valor da hora normal de trabalho. E improcedente qualquer entendimento de que, laborando o trabalhador celetista no regime de empregado horista, "ndo é exigivel 0 pagamento do adicional de horas-extras a seus empregados, sendo a partir da 8.2 hora trabalhada". TEMPO A DISPOSICAO DO EMPREGADOR Prescreve a norma celetista, em seu artigo 4.°: "Considera-se como de servico efetivo o periodo em que o empregado esteja a disposicdo do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposicdo especial expressamente consignada." Definida a jornada de trabalho, constantes em Escalas de Trabalho, o natural é que os empregados se organizem para a prestago de servicos no tempo designado, ficando impedidos de dispor daquele hordrio, ou mesmo de parte dele. Tem-se por exigivel aquele tempo que, pactuado, leva o empregado a designd-lo para os cuidados profissionais, impedindo-o de dele usufruir, ou quanto a esse tempo se comprometer. Assim, todo o tempo previsto é tempo "a disposicéo do empregador". Assim, em nosso entendimento, n&o deve prevalecer qualquer entendimento que prive o empregado de seu direito a remuneracao das horas nao trabalhadas, por critério do empregador, pois em outras palavras, © empregador estaria impedindo 0 empregado de cumprir sua jornada normal, praticando uma reducdo de saldrios,o que é contraria a nossa norma constitucional (art. 7.° inciso VI da CF/88). Tal comportamento se equipararia ao do empregador que pagando por producdo, deixa de suprir 0 trabalhador do material necessdrio a sua produgéo, como meio de reduzir- Ihe o salario. Tal comportamento, de téo grave, compée o quadro descrito no artigo 483, "g" como razdes para o empregado considerar rescindido seu contrato, e pleitear a devida indenizacao (rescisao indireta), assim descrita: " art. 483/CLT - O empregado poder considerar rescindido 0 contrato e pleitear a devida indenizacio, quando: g) 0 empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por pega ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importancia dos salarios". Sobre o assunto se manifesta o Prof. Arnaldo Siissekind em "Instituiges de Direito de Trabalho" 19.? edigdo, Vol. I pagina 467, in verbis: "Um dos aspectos de maior relevo da protecdo que a legislacao dispensa ao salario concerne a sua irredutibilidade, que decorre do principio da inalterabilidade contratual, assegurada, de forma ampla, pelo art. 468 da CLT. Essa protecao, portanto, funda-se, ndo apenas na idéia de tutela do trabalhador, mas, igualmente, na de cumprimento do contrato de trabalho: 0 saldrio néo pode ser modificado por ato unilateral do empregador, nem por acordo do qual resultem prejuizos para 0 empregado. E que a lei presume viciada a manifestacdo da vontade do trabalhador que concorde, durante a execugao do contrato de trabalho, com a alteracao efetuada em seu prejuizo, sobretudo no terreno do salério”. CONTRATO DE TRABALHO: Todo © contrato de trabalho individual firmado entre o empregador e empregado deverd conter cldusulas que expressarao todas as condigées como seré prestado o servico, mediante cumprimento de uma carga horaria e recebimento de saldrio por més, quinzena, semana, dias ou horas. A unica diferenca que haverd do contrato de trabalho individual de um trabalhador mensalista para o trabalhador horista, seré a definiggo da carga horaria semanal inferior ou ndo a dos demais trabalhadores com jornada integral (44 horas semanais) e sua percepcao em valor hora fixado (0 valor salério- hora pago a0 empregado deverd corresponder salario-hora do piso da categoria descrito no documento coletivo da categoria). Se o empregador contratar um empregado com jornada até 25 horas semanais, devera constar no contrato de trabalho individual que o mesmo esta sendo contratado em regime de tempo parcial MARCACAO DE PONTO: Para os estabelecimentos de mais de 10 (dez) trabalhadores ser obrigatéria a anotacio da hora de entrada e saida, em registro manual, mecanico ou eletrénico (Art. 74 - Parag. 2°), n&o havendo disting&o entre trabalhadores horistas ou mensalistas, pois os mesmos marcardo 0 efetivo horario de trabalho. Vale ressaltar que a legislacio ndo obriga a empresa com menos de 10 empregados a manter tal controle, Muito se discute sobre a adog&o ou nao de controles de ponto nas empresas, especialmente aquelas que contam com menos de 10 empregados. Por outro lado, todas as empresas deveriam manter alguma forma de controle de ponto, pois certamente evitariam muitos problemas futuros, principalmente com indesejaveis acdes trabalhistas. ‘A adocao de mecanismos de controle de ponto portanto é recomendavel ,independente do nuimero de funcionarios. A empresa podera adotar 0 cartao de ponto modo mec&nico (ou eletrénico), Livro de Ponto ou Folha de Ponto Individual EERIAS Todo empregado tera direito anualmente ao gozo de um periodo de férias , sem prejuizo na remuneraco, apés cada periodo de 12 (doze) meses de vigéncia do contrato de trabalho. (Art. 129 e 130 CLT) A remunerac’o das férias corresponde ao saldrio do empregado acrescido dos adicionais de horas extras,noturno etc., bem como das parcelas varidveis, acrescidas de 1/3 da Constituicio Federal, e poderd ser paga de forma simples ou em dobro, conforme o caso, Quando o salario for pago por hora, apura-se a média aritmética do numero de horas do perfodo aquisitivo, multiplicando-se pelo valor pago por ocasiéo da concesséo das férias Quando o trabalhador contratado em regime de tempo parcial, cuja durago ndo exceda de 25 (vinte e cinco) horas semanais, a gozo de férias. obedeceré ao quadro abaixo: Trabalho a tempo parcial Escala proporcional de férias [Duragao do trabalho semanal Periodo de gozo de ferias, ‘Acima de Ate. ‘Ate 7 faltas injustificadas 6 ou + faltas injustificadas 22 horas | 25 horas 18 dias 9 dias 20horas | 22 horas 16 dias 8 dias ‘1Shoras | 20 horas 14 dias 7 dias TOhoras | _1Shoras 12 dias dias S horas 10 horas: 10 dias 5 dias igual ou inferior a 5 hs. 08 dias ‘4 dias (Art, 58-A da CLT e Art, 130-A, actescido pela Medida Proviséria n? 2164-41, de 24/08/2001). Quando a jornada de trabalho ultrapassar as 25 horas semanais, o gozo de férias obedecera ao quadro abaixo: N° de dias de corridos de | N° Faltas Injustificas no Periodo férias Aquistivo 30. ate 5 24 de6a iF 78. de 15.423 72. de 24.a32 oO acima de 32 13° SALARIO A gratificagdo de Natal, mais conhecida como 13° Salario, é devida a todos 0s empregados em duas parcelas e corresponde a 1/12 da remuneracéo devida em dezembro de cada ano. A remuneragao devida serd a média apurada do ntimero de horas do periodo de janeiro a dezembro, multiplicando-se pelo valor pago por ocasido da concessdo do 13° salario. ENCARGOS TRABALHISTAS (INSS/IR/FGT: Qualquer remuneracao paga aos trabalhadores & titulo de saldrio, adicionais, horas extras, tero o reflexo no desconto da contribuicéo previdenciaria conforme tabela, retencdo de imposto de renda, conforme tabela progressiva e recolhimento pela empresa no percentual de 8% (oito por cento) do Fundo de Garantia por tempo de Servico. Nao haverd alteraco nas aliquotas da contribuicéo previdencidria patronal sobre a folha de pagamento de salarios do que ja é praticado atualmente, isto é, EMPRESA (20%), TERCEIROS (5,8%) e SAT (2%)

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