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IGREJA PRESBITERIANA JARDIM CALIFÓRNIA

Rev. Joselmá Pereira Gomes

DONS E MINISTÉRIOS

Fundamentação Bíblica

Pesquisa:

1) Palestra “Dons e Ministérios”, proferida pelo Rev. Amílcar Ovídeo Borba, em


04.08.1990, na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo.

2) Curso Conflitos da Vida – Avançado. Larry Coy, Primeira edição de formato


reduzido – 1989.

3) Como descobrir e desenvolver seus ministérios, Lida E. Night.

LIÇÃO 01: DIRETRIZES GERAIS DO ESTUDO SOBRE DONS E MINISTÉRIOS


LIÇÃO 02 – O SALVO E OS FRUTOS
LIÇÃO 03 – O SALVO E OS FRUTOS (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 04: OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL
LIÇÃO 05 – OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL (CONT.)
LIÇÃO 06 – OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL (CONT.)
LIÇÃO 07 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES
LIÇÃO 08 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 09 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 10 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 11 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 12 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)
LIÇÃO 13 – OS DONS DA GRAÇA – CONCLUSÃO
LIÇÃO 14 – COMPREENSÃO DOS DONS NOS DIAS ATUAIS
LIÇÃO 15 – O DOM DE CRISTO–PESSOAS(MINISTÉRIOS)–Efésios 4.7-11
Estudo sobre “Dons e Ministérios” 2

LIÇÃO 01: DIRETRIZES GERAIS DO ESTUDO SOBRE DONS E MINISTÉRIOS

1 – MOTIVO

1) O exercício dos dons: a ausência dessa prática na Igreja deve ser identificada
como a principal causa de ser o ministério da Igreja, via de regra, desorganizado,
limitado, deficiente, muito aquém do que deveria ser.

2) Adequação da estrutura da Igreja: também os crentes, sentindo o peso da


responsabilidade de assumir o devido serviço, não encontram uma estrutura que
lhes favoreça a satisfação de suas ansiedades.

3) Potencialidades: as potencialidades da Igreja Jamais chegarão ao seu ponto


mais alto de realizações, se não estabelecermos um sistema bíblico de serviço,
tão completo quanto possível.

4) Obediência: por obediência à responsabilidade de identificarmos e exercermos


os dons que possuímos e à necessidade de aferirmos com a Bíblia, e ajustarmos
a ela, a vida da Igreja.

2 – OBJETIVOS

1) Do propósito: alcançar uma dinâmica de alto nível, no corpo de Cristo. Facilitar,


a todos os membros da Igreja, os meios para assumirem e exercerem suas
responsabilidades diante de Deus.

2) Do Estudo: transmitir a fundamentação bíblica do exercício de cada ministério.

3 – ABRANGÊNCIA

1) Do que o estudo trata: responsabilidade individual de cada crente no corpo de


Cristo, bem como da coletividade dos salvos, quanto ao serviço cristão, e as
ferramentas com que Deus provê cada crente para o exercício dos seus
ministérios, ou seja, o estudo do estabelecimento e a prática dos ministérios,
com ênfase nos dons chamados “dons da graça” e “Dom de Cristo”,
apresentados em Romanos 12.6 a 8 e Efésios 4.7 a 11.

2) Do que o estudo não trata: o estudo não aborda as nove manifestações do


Espírito, arroladas em I Coríntios 12.7 a 11, porque objetiva principalmente tratar
dos dons que estão sob jurisdição divino-humana, ou seja, sob o controle do
homem, que, por sua vez, está sob o controle de Deus. Entendemos que as
manifestações do Espírito Santo, de I Coríntios 12, que, como o próprio nome
explica são manifestações que ocorrem sob a jurisdição e sob o controle
exclusivo do Espírito, ou seja, assunto diferente do que objetivamos tratar no
presente estudo. Observamos que as manifestações foram chamadas “dons”

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 3
pelos tradutores da Bíblia, embora no primeiro versículo, na língua original, não
ocorra a palavra “dons”.

4 - ESTRUTURA DO ESTUDO

1) Nem todos os ministérios são considerados, por enquanto, na estrutura do


estudo que será apresentado.

2) A concepção, implantação e o exercício dos “Dons e Ministérios” não poderão


comprometer a existência e o trabalho dos departamentos internos. Pelo
contrário, o projeto objetiva harmonizar-se com os departamentos já
estabelecidos, proporcionando recursos que beneficiem e complementem as
atividades dos departamentos internos.

3) A estrutura ministerial, proposta para nossa igreja, para execução das atividades
é:

• Ministério de Evangelização
• Ministério de Visitação
• Ministério de Recepção
• Ministério de Ensino
• Ministério de Assistência Social
• Ministério de Aconselhamento
• Ministério de Oração
• Ministério de Louvor

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LIÇÃO 02 – O SALVO E OS FRUTOS

1 – O SALVO

a) Fé e Obras

1) A salvação é pela fé: a salvação é obra da graça e resulta da fé evangélica,


a fé no Senhor Jesus, fé que produz arrependimento, transformação,
mudança de mente e de rumo de vida, mudança no destino eterno da alma.

2) A importância das obras: fé e obras – Tiago 2. 14 a 26.


Ao esclarecermos que a salvação é pela fé, damos tanta ênfase a essa
verdade que deixamos de falar da importância das obras. Acabamos criando
um falso conceito de fé sem obras.
Salvação não tem nada a ver com obras. Fé tem tudo a ver com obras. É
possível alguém pensar que exerce fé e estar completamente enganado, por
estar tentando viver uma vida cristã de fé e absolutamente sem obras. Esse é
um ensino anti-bíblico. Esse tipo de vida cristã simplesmente não existe.
As obras são a parte objetiva, concreta da fé. O contrário é fé morta. As obras
são a parte visível da fé. O contrário é uma fé apenas intelectual, que não
produz transformação, mudança, salvação, como a fé dos demônios, em
Tiago 2.19. Não é essa a fé evangélica citada em Filipenses 1.27.

3) Exercício da fé: conforme a instrução divina – Hebreus 11.7.


Pela fé, Noé atuou conforme a instrução divina que recebera de Deus. Ele
era temente a Deus, tinha relacionamento de fato, experimental.
A fé evangélica preocupa-se em conhecer a instrução divina, para executar
as boas obras que Deus preparou de antemão, conforme a vontade do
próprio Deus. É conhecer para obedecer. É executar as boas obras por amor
e conforme a instrução divina, por obediência. A instrução divina é a
substância que forma a parte concreta da fé: as obras.

4) Os fundamentos da fé: Hebreus 11.7


São os seguintes os fundamentos da fé:
- apoio na Palavra;
- Temor a Deus: comunhão, relacionamentos prático com Deus;
- ação conforme a instrução recebida pela Palavra: obediência prática.

b) Frutos

1) A importância da produtividade: Em Mateus 21.28 a 31, vemos dois tipos


opostos de comportamento diante do apelo à obediência prática. O primeiro
irmão, o que não obedeceu à ordem do pai, apesar de ter dito que ia, é

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exemplo de muitos na Igreja. Estão sempre dizendo que vão, mas não vão
nunca.

Deus, ao conceber a vida cristã incluiu a produtividade. Vemos isso


confirmado em João 15.16: Jesus nos escolheu, nos chamou, nos aproximou
dEle, nos qualificou e determinou que vamos e demos frutos. Nossa escolha
aconteceu antes da fundação do mundo, conforme Efésios 1.3-5.

2) Consagração e frutos: A vida de consagração é absolutamente frutífera.


Todo crente deve questionar-se nesses termos: “No tempo que eu tenho de
vida cristã, que fruto já produzi”?

3) Categorias de frutos:
Primeiro fruto: fruto do arrependimento – Mateus 3.8. É a verdadeira
regeneração. A palavra “arrependimento”, na língua original, significa
mudança de rumo, de percurso.
Segundo fruto: fruto do caráter – Gálatas 5.22 e 23. Determina o que o
crente é. É o trabalho de Deus em nós. O Espírito Santo trabalha o nosso
caráter, para produzir nele cada um dos aspectos do caráter de Jesus: amor,
alegria, paz, bondade, benignidade, longanimidade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio.
Terceiro fruto: fruto de reprodução – Mateus 13.19 a 23. É o crente que
faz. É o trabalho de Deus através de nós. O primeiro ouvinte, na parábola do
semeador, deixou de compreender, não por deficiência intelectual, mas por
não ter recebido de bom grado o ensinamento. O segundo, recebeu a
mensagem com alegria, mas não com profundidade; quando vieram as
perseguições, ele logo desistiu. O terceiro, recebeu a mensagem, mas foi
seduzido pela fascinação das riquezas e também desistiu. O quarto, recebeu
a mensagem de tal modo que nada foi capaz de levá-lo a desistir. Chegou ao
novo nascimento e frutificou. Reproduziu-se em outras vidas. Essa
reprodução é privilégio de todas as testemunhas de Cristo: trinta, sessenta,
cem outras vidas.

4) Resultados da improdutividade – I Coríntios 11.30 a 32, João 15.2.


Quem não dá frutos e persiste nessa atitude, acaba sendo cortado pelo
Senhor. O texto de I Coríntios 11.30 a 32 descreve as últimas conseqüências
de uma vida desobediente: fraqueza, doença, morte. Chega o momento em
que, depois de exortar e procurar disciplinar a pessoa, o Senhor dá um basta
à improdutividade: “Nunca mais coma alguém fruto de ti” (Marcos 11.14).

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LIÇÃO 03 – O SALVO E OS FRUTOS (CONTINUAÇÃO)

2 - A COLETIVIDADE DOS SALVOS

a) Integração

Nós não vivemos a nossa vida cristã como se fôssemos uma planta estéril,
plantada num deserto. Pelo contrário, para explicar como Jesus vê a Sua Igreja, Ele
utilizou, através do Apóstolo Paulo três figuras de integração e comunidade: lavoura,
edifício, corpo.

- Somos lavoura de Deus – I Coríntios 3.9


Cristo é a videira, nós, os ramos: fomos plantados em Cristo por Deus. Fomos
plantados em Cristo, conforme Romanos 6.3 a 6. Deus plantou cada um visando
colher frutos.

- Somos edifício de Deus – I Coríntios 3.9 a 11


Jesus é a pedra fundamental: I Pedro 2.4 e 5. Sobre esse fundamento está
sendo construído um edifício. O Espírito está modelando cada pedra, conforme o
lugar que cada uma ocupa, para sermos casa espiritual e sacerdócio santo.

- Somos corpo de Cristo – Efésios 1.20 a 23, I Coríntios 12.12 a 25


Cristo é a cabeça do corpo, é a cabeça que controla o funcionamento do corpo
todo. O Espírito inclui e articula no corpo cada um de nós. Cada área é exclusiva
de cada membro: se não ocupá-la, fica vazia. É Deus quem estabelece o
membro no corpo, seu relacionamento, sua função. O corpo interdepende de
todas as suas partes.

- Necessidade da consciência de integração


Nós estamos sendo edificados e crescemos para santuário, sobre a pedra
angular, que é Cristo: Efésios 2.19 a 22. O pensamento correto é: “Minha Igreja
precisa de mim”. Qualquer afirmação contrária a isso é pecado: Tiago 4.17. Em I
Coríntios 12.14 e 15, vemos isso exemplificado, no caso da pessoa que, ao
alegar que não está no corpo, porque não sabe ensinar ou pregar, está
completamente errada.
Em I Coríntios 12.16 e 17 fica claro que a definição da função de cada um não
depende de sua escolha individual. É Deus quem determina. Quando
encontramos nossa função no corpo, devemos exercê-la com amor e alegria,
sem ambicionar a de outros, pois essa é uma decisão do próprio Deus: I
Coríntios 12.18. Também não podemos desprezar os que têm função
aparentemente mais humilde, pois a esses, Deus revestiu de maior honra: I
Coríntios 12.19 a 25.

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- Importância da integração
Integração é um fato, não uma escolha. A integração depende da nossa
consagração e santificação, e ambas promovem maior integração. São três
elementos que podem se desenvolver ilimitadamente: integração, consagração e
santificação. A cada novo dia devemos nos perguntar: “Como posso me
consagrar hoje, mais do que me consagrei ontem”?

b) Função individual de cada um

A função individual é estabelecida por Deus desde antes da fundação do


mundo, conforme já vimos em Efésios 1.3 a 5. É exclusiva e não pode ser
substituída ou absorvida pela de nenhum outro irmão. Não se mistura nem se
confunde com a de ninguém mais.

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LIÇÃO 04: OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL

1) Os dons: presentes de Deus

Deus está continuamente derramando Seus dons. As provisões da Sua graça


não faltam e não mudam, assim como Ele próprio: Tiago 1.17. Suas provisões
atendem nossas necessidades de salvação, regeneração e capacitação para o
trabalho. Ao chamar-mos para execução de boas obras, Ele não só já preparou as
boas obras que vamos executar, como nos equipa com as ferramentas necessárias
para que as façamos bem feitas.

2) Dons num sentido geral

Jesus Cristo: o Dom inefável. Jesus é o Dom de Deus para nós, para prover
nossa salvação. João 3.16, II Coríntios 9.15.
O Espírito Santo: é o Dom de Deus para nós, para nos convencer do pecado,
da justiça e do juízo, para nos guiar a toda a verdade, para executar o trabalho de
Deus em nós e através de nós. Atos 2.38, I Coríntios 12.3, João 14.16 e 17.

3) Diferenças

- Dons e talentos

A concepção BÍBLICA da palavra “Dom” (diferente da concepção secular) é a


seguinte: dons é capacitação espiritual, ferramentas de trabalho para execução das
boas obras.
Os talentos são habilidades naturais em todas as áreas, como música, línguas,
artes manuais, pintura, escultura, cozinha, comunicação e expressão verbal,
liderança, etc.
Todos os crentes e só os crentes têm, além de talentos naturais, um ou mais
dons espirituais (sendo um predominante). Todas as pessoas têm talentos naturais.
Esses talentos freqüentemente fazem parte do equipamento para exercício de
um Dom espiritual. Por exemplo: liderança, para o Dom de governo; comunicação,
para o Dom de profecia (pregação).

- Dons e cargos

Os cargos que os crentes ocupam não são sinônimos de dons espirituais dessas
pessoas. A maneira como esses cargos são exercidos é diretamente determinada
pelo Dom espiritual predominante da pessoa que exerce o cargo. Ninguém deve

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reivindicar um cargo por possuir um dom com ele identificado, pois a distribuição
dos cargos está sob responsabilidade de autoridades competentes.

- Dons e fruto do Espírito

Dons espirituais estão relacionados com trabalho. Determinam o que o crente


faz. É a realização do trabalho de Deus através de nós.
O fruto do Espírito está relacionado com caráter (Gálatas 5.22 e 23). Determina
o que o crente é. O fruto do Espírito é a realização do trabalho de Deus em nós. É a
formação do caráter de Jesus em nós.

- Dons e responsabilidades gerais

O exercício dos dons não dispensa o cumprimento das responsabilidades


comuns a todos os crentes, tais como: amor cristão, exercício de misericórdia,
solidariedade, contribuição, evangelismo, oração, estudo da Palavra, etc.

- Dons e provisão especial

Além do exercício dos dons espirituais, o crente pode ser especialmente


habilitado por Deus para uma tarefa específica, fora do seu Dom predominante, com
a unção do Espírito, para um determinado serviço, em um dado momento ou
período. Por exemplo: se alguém tem o Dom de ensino e se lhe depara a
oportunidade de exercer misericórdia, deve fazê-lo.

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LIÇÃO 05 – OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL (CONT.)

4) O exercício dos dons espirituais

Recebemos nossas ferramentas de trabalho, nossos dons, na qualidade de


mordomos, administradores desses dons e vamos, um dia, prestar contas ao
Senhor da seara, da nossa boa ou má administração.
Cada um de nós tem pelo menos um dom e reagimos conforme nosso (s)
dom (s), mesmo sem identificá-lo (s).
Os dons são de caráter pessoal e permanente (Romanos 11.29) e
independem da escolaridade, experiência de vida e espiritualidade de cada um.
Entretanto, o exercício dos dons é diretamente afetado por esses fatores
mencionados. Os dons não mudam. Os meios para exercê-los, sim.

a) Os dons habilitam o crente a:

1 – Fazer a vontade de Deus, pessoal e individual para cada um de nós – Efésios


2.10;
2 – Integrar-se no corpo de Cristo – I Pedro 4.10;
3 – Servir a Cristo como mordomo fiel – I Coríntios 4. 1 e 2;
4 – Glorificar a Deus – Mateus 5.16, I Pedro 4.11.

b) Conhecer e identificar os dons é importante:

1 – Para o nosso próprio bem individual, porque assim nós:


- reconhecemos que somos valorizados por Deus;
- sentimo-nos em paz e motivados;
- ajustamo-nos, integramo-nos ao corpo.
Ver: Romanos 12.4, I Coríntios 12.12-27, Efésios 2.10.
2 – Para aprendermos a reconhecer e respeitar os dons dos irmãos:
- não cobrarmos dons que as pessoas não têm;
- incentivarmos os outros, promovendo a unidade do corpo – Efésios 4.11-17;
- não invejar os dons dos outros;
- não exigir que os outros sejam nossa fotocópia – Romanos 12.3 e I Coríntios 4.7

O exercício dos dons, sob a direção de Cristo, promove o entrosamento natural


do indivíduo com o grupo, do crente com o corpo de Cristo. Tudo foi previamente
planejado por Deus; por isso, precisamos DESCOBRIR e não, escolher nossos
dons, pois são concedidos pela graça – I Coríntios 12.11,18 e 4.7.

c) O que impede o exercício dos dons é:

1 – Falta de oportunidade da estrutura da igreja local;

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2 – sobrecarga de atividades;
3 – pecado não confessado – Isaías 59.2

5) Os dons da Graça – Romanos 12.1-8

- Conceito: funções

São dons de serviço, funções distribuídas, pelo menos uma, para cada crente.
São ferramentas de trabalho que capacitam os crentes a exercer atividades
específicas para as quais cada um é chamado. Todos os dons se eqüivalem: são
coisas de mesma grandeza, importância e categoria.

- Contexto: consagração

O apóstolo está fazendo um apelo à consagração, como sacrifício (oferta santa),


não apenas da alma, mas do corpo e de todo o ser. Esse é o assunto a respeito do
qual o apóstolo está falando, para entrar no assunto “dons”. Veja Romanos 12.1 e 2.
A graça opera em nós à medida que nos entregamos ao controle de Deus.
Entrega leva à consagração. Consagração leva à oferta. Deus quer nosso corpo
como sacrifício, oferta santa, separada exclusivamente para Ele; oferta viva,
agradável, de boa vontade, para desfrutar do agrado de Deus.
O corpo deve pertencer ao Senhor totalmente. A entrega deve ser sempre
reiterada. Ao nos reunirmos para cultuar, estamos trazendo nossa oferta: nosso
corpo. Quem controla o corpo, controla o homem, porque o corpo é o culto racional.
Esse é o espírito do texto de Romanos 12.1 e 2.

- Exortação: requisitos da consagração

São requisitos básicos para uma verdadeira consagração e para o exercício real
dos dons: quebrantamento, humildade, fidelidade – Romanos 12.3 a 5, I Coríntios
4.1 a 5.
É preciso ter sempre em mente que tudo existe e funciona para a glória de Deus.
O crente que espera receber um dom que o exalte como pessoa, não vai recebê-lo
de Deus. É preciso quebrantamento e submissão. Por outro lado, quem pretender
desviar o uso do seu dom, visando a sua auto-exaltação, será impedido por Deus.
A escala de grandeza de Deus é, de certo modo, a escala de grandeza do
mundo virada de cabeça para baixo. No mundo há luta para um sobrepujar o outro.
Os que estão nas escalas inferiores do mundo são os rejeitados, por serem simples
e humildes.
Para Jesus, a maior qualidade é a humildade: “Aprendei de Mim, que sou manso
e humilde de coração” – Mateus 11.28 a 30. É maior aquele que aprende a ser o
servo de todos – Mateus 20.25 a 28. Devemos servir a Deus, na escala da
humildade, não como se fôssemos superiores àquele a quem servimos, nem como
iguais, mas como inferiores – João 13.14 a 17, Filipenses 2.3.

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Um grande impedimento para que os dons se manifestem é o fato de o
homem não se quebrantar. Quem tiver a capacidade de ser o servidor mais humilde
diante de seus irmãos, será o maior entre eles.
Quando a graça de Deus realizou em nós a regeneração, realizou também a
obra da distribuição dos dons, obra essa que emergirá na medida de nossa
consagração e humildade.

- Relação dos dons – Romanos 12. 6 a 8.

6) Os dons de Cristo

- Conceito: pessoas

São pessoas especialmente dotadas com um ministério específico. São dons


porque vêm de Deus. São dons de Cristo porque, como tudo pertence a Deus e os
crentes são a propriedades que Deus deu ao Filho, Cristo, por Sua vez, os dá à
Igreja. O dom de Cristo são, portanto, crentes qualificados que Ele dá à Igreja.

- Relação dos ministérios – Efésios 4. 7 a 11

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LIÇÃO 06 – OS DONS E OS MINISTÉRIOS – CONCEITUAÇÃO GERAL (CONT.)

7) Como descobrir nossos dons

Deus não manifestará Seu plano particular para nós, se não nos encontrar
exercendo as responsabilidades que prescreveu para todos: santificação,
integração, evangelização, contribuição, oração, estudo, espírito de serviço, etc.
Cumprindo a vontade geral de Deus, Ele então revela o rumo individual que
traçou para cada um de nós. A condição para isso é que Ele nos encontre honesto e
responsavelmente aplicando-nos às Suas leis gerais.
Para descobrirmos a vontade de Deus, precisamos primeiro reconhecer que
ela é boa, agradável e perfeita, conforme Romanos 12.1 e 2. É o crente-sacrifício-
vivo, que se transformou pela renovação da sua mente, que é capaz de reconhecer
a vontade de Deus. O crente-sacrifício-vivo é aquele que é agradável a Deus,
dedicado ao Seu serviço, não só de corpo, não só de mente, mas o ser inteiro.

O crente experimenta a boa, agradável e perfeita vontade de Deus:

1 – não se conformando com o mundo ao seu redor – Romanos 12.2;


2 – transformando-se pela renovação da sua mente – Romanos 12.2, Colossenses
1.17 e 3.11;
3 – fazendo as boas obras que Deus preparou – Colossenses 1.1 e 10, Efésios
2.10;
4 – desenvolvendo o amor cristão: o desejo sincero pelo máximo bem dos seus
irmãos – Hebreus 10.24;

A vontade de Deus para cada um está escrita em nós: são os dons. Para
identificá-los, precisamos:

1 – manter comunhão permanente com Deus – Isaías 59.1 e 2;


2 – pedir que o Espírito nos oriente na identificação dos nossos dons;
3 – conhecer os dons;
4 – ao serem estudados os dons, eliminar aqueles que temos convicção de que não
são nossos dons, procurando identificar-nos entre os que restauram;
5 – aguardar a orientação do Espírito através de:
- convicção íntima;
- Opinião e orientação da própria igreja;
- chamados ao exercício de funções determinadas no corpo.
Observação: o crente novo precisa ter paciência, pois essa identificação
exige certo grau de maturidade.

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6 – observar-se, pois você fica feliz quando exerce o seu dom, é bem sucedido ao
exercê-lo e outros são beneficiados espiritualmente.

8) Como exercer nossos dons

- Atitudes:

1 – Com amor – 1 Coríntios 13;


2 – em obediência ao Senhor – João 14.15, 21, 23; 15.10; I João 2.4; 5.1; II João 6.
3 – reservar tempo prioritário para o exercício dos nossos dons;
4 – procurar identificar a atividade cristã que possibilite o exercício dos nossos dons;
5 – colaborar para que os outros irmãos exerçam seus dons, especialmente os
idosos e inválidos;
6 – receber com respeito, simpatia e gratidão, a ação dos dons dos nossos irmãos
na nossa vida:
-Governo: aceitar sua liderança e autoridade, colaborando com a execução
de seus planos e ordens – Hebreus 13.7 e 17;
- Ensino: por em prática o que ele ensinou e transmitir esses ensinamentos –
II Timóteo 2.2;
- Exortação: atender seus conselhos e comunicar-lhe os bons resultados
alcançados – Hebreus 12. 25;
- Misericórdia: abrir o coração, sem medo de ser agredido, receber o seu
apoio;
- Profeta: agradecer a Deus pela coragem e integridade do profeta, aceitar
sua mensagem – I Tessalonicenses 2.13;
- Contribuição: informa-lo dos novos planos e do andamento dos trabalhos
com os quais já contribuiu;
- Serviço: aceitar seu socorro no suprimento de providências de ordem
material, com alegria e gratidão.
7 – Preparar-se para enfrentar sofrimentos, pois o exercício do dom pode resultar
em críticas, incompreensão, rejeição – João 15.20; Romanos 8.17; Números 12.1 a
16.

- Perigos:

No exercício dos nossos dons, precisamos estar alertas para os seguintes


perigos:
1 – pecar por orgulho ou rebeldia, no exercício dos dons;
2 – criar problemas ao exercê-los com pessoas do sexo oposto, o que pode criar
situações de envolvimento emocional, aparência do mal, ciúmes do cônjuge –
Romanos 14.13

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LIÇÃO 07 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES

1) Profecia – Romanos 12.6

Funções do don de profecia:

Proclamar a mensagem – Apocalipse 19.1.


Edificar, exortar, consolar – 1 Coríntios 4.13
Apontar o pecado – João 16.7 e 8, Mateus 3.2, Marcos 1.15.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no possuidor


deste dom:

01 – Explica a verdade, O QUE a Palavra de Deus ensina. É a capacidade de


proclamar e interpretar a Palavra de Deus com clareza e aplicar os princípios
bíblicos ao contexto atual, persuadindo as pessoas a tomar certas atitudes e
decisões com vistas à correção e edificação.
02 – Expõe cada doutrina com fundamentação bíblica. Sua palavra tem base
nas Escrituras. Depende delas para validar sua autoridade.
03 – A revelação de Deus é sua convicção íntima e absoluta. Compreende e
aceita profundamente a Palavra de Deus, sem discutir.
04 – Aponta o pecado com rigor, vê tudo como certo ou errado, branco ou
preto. Repreende para convencer do erro, usando as Escrituras como bússola para
corrigir a direção daquele que se desviou – 2 Timóteo 3.16 e 17, 2 Coríntios 13.3 a
5, 1 Tessalonicenses 2.13.
05 – Fala de modo decisivo, franco, persuasivo.
06 – Tem iniciativa, é dinâmico, convence outros a agir.
07 – Procura viver o que prega, aponta o erro tanto do irmão como o seu
próprio.
08 – Demonstra capacidade ímpar para discernir o verdadeiro nível espiritual
e a integridade de outros: de discernir seu caráter e seus motivos. Lê corações,
penetrando as máscaras – Atos 5.1 a 11, 14.8 a 10, 16.16 a 18.
09 – Quer promover e incentivar quebrantamento em outros, com evidência
concreta dessa convicção interior.
10 – Identifica as raízes de problemas espirituais.
11 – Reconhece a operação do Espírito na vida do irmão.

Riscos de pecado neste ministério:

01 – Por vaidade de sua lógica e retórica – Filipenses 3.4 a 8.

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02 – Por depender mais do seu raciocínio do que de Deus – 1 Coríntios 2.4
e 4, 2 Coríntios 3.5.
03 – Por magoar e assustar, afasta aqueles a quem quer ajudar, exortar sem
transmitir o bálsamo do amor de Deus – Colossenses 3.12, 2 Coríntios 13.10.
04 – Por tornar-se legalista e aplicar aos outros a mensagem sem fazê-lo a si
mesmo – Lucas 18.9 a 14, Mateus 23.3.

05 – Por deteriorar-se em críticas exageradas, julgamentos, condenação, ao


faltar o desejo sincero pelo máximo bem do outro – 1 Coríntios 13.

Advertência das Escrituras:

A profecia seja segundo a proporção da fé e com amor, sem hipocrisia –


Romanos 12.6 e 9.

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser considerado:

01 – Intransigente, por sua franqueza e seus padrões rígidos;


02 – Antipático, pela ousadia e dureza de suas palavras;
03 – pouco interessado na opinião alheia, por expressar suas convicções
com insistência;
04 – Frio, insensível e tardio em demonstrar sensibilidade e paciência com os
problemas alheios;
05 – precipitado, por penetrar no coração do hipócrita antes que qualquer
outra pessoa.

Observação: Os irmãos que não entendem esse dom, não levam a sério o
alerta do profeta-vigia e acham que ele se considera o dono da verdade. Com isso,
a proteção do corpo, que Deus realiza através do exercício desse dom é
desprezada e o corpo todo sofre as conseqüências. A prova de fogo desse dom é
que aqueles que ouvem, ou são tocados de verdade, ou rejeitam a Palavra. Os
profetas na Bíblia instruíram, exortaram, transmitiram as promessas de Deus,
protestaram contra a falsa religiosidade, apontaram os males sociais causados
pelos pecados do povo. A prova bíblica do verdadeiro profeta é a harmonia da sua
palavra com a de Deus – Isaías 51.16.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 17

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LIÇÃO 08 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)

02 – Ensino – Romanos 12.7

Funções do dom de ensino:

Educar o corpo de Cristo – Efésios 4.13 a 15, II Timóteo 2.2.


Esclarecer a verdade e COMO praticá-la – João 13.17, Mateus 28.19 e
20.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no


possuidor deste dom:

01 – Capacidade de explicar claramente e aplicar eficientemente a Palavra de


Deus, de modo a transmitir informação relevante ao bem estar espiritual e ao
ministério individual dos irmãos.

02 – Gosta de descobrir e armazenar a verdade. Questiona idéias e conceitos


novos até compreender a verdade sobre esses conceitos e como eles podem ser
aplicados na prática.

03 – Organiza dados e informações metodicamente. Apresenta a verdade


numa seqüência organizada e sistemática.

04 – Ajuda outros a compreenderem a verdade, com todos os recursos de


didática: explicações claras, simples, que ajudem os outros a raciocinar
corretamente, até compreenderem a verdade e saberem como aplica-la. Procura
fazer com que os princípios bíblicos sejam úteis e aplicáveis no dia-a-dia do crente.

05 – Faz questão de usar a Palavra exata e de esclarecer o sentido das


palavras. Pode até exagerar na exposição dos detalhes.

06 – Recebe iluminação de Deus nos seus estudos e transmite efetivamente


esclarecimentos que iluminam a Palavra de Deus.

Maior satisfação:

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 18
Perceber que as pessoas estão crescendo no conhecimento através do seu
ensino.

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Riscos de pecado neste ministério:

01 – Por orgulhar-se do seu conhecimento.

02 – Por desprezar os que não tem o mesmo grau de conhecimento e não


são metódicos.

03 – Por ensinar somente coisas que agradem uma parte do auditório.

04 – Por esquecer que é Deus que o capacita a transmitir corretamente a


Palavra.

Advertência das Escrituras:

O ensino seja com esmero (grande cuidado, ensinar corretamente


independente da circunstância) – Romanos 12.7

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser


considerado:

01 – vaidoso, por valer-se sempre de seus próprios conhecimentos para


argumentar e rebater o conhecimento de outros;

02 – exagerado, por supervalorizar o ensino, considerando-o básico para o


exercício dos demais;

03 – minucioso demais, por fazer questão de detalhes, tanto nos estudos


como ao expor um assunto;

04 – anti-social, por dar maior importância ao estudo do que à participação


em atividades que envolvam contatos sociais;

05 – independente de Deus, por confiar muito em seus conhecimentos e


pesquisas.

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LIÇÃO 09 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)

03 – Exortação – Romanos 12.8

Função do dom de exortação:

Aconselhamento individual – Isaías 57.18 e 19.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no


possuidor deste dom:

01 – Capacidade de ministrar palavras de conforto, consolo, encorajamento,


ânimo e conselho a outros membros do corpo, de modo que eles se sintam
ajudados emocional e espiritualmente.

02 – Identifica o problema verdadeiro de uma determinada pessoa, mesmo


que ela, ao falar de seus problemas, não tenha se referido àquele problema em
particular.

03 – Procura reconduzir a pessoa à Palavra de Deus e estimular sua fé.

04 – Preocupa-se com a qualidade de vida dos irmãos e com a qualidade dos


serviços que eles prestam.

05 – Avalia constantemente os resultados das suas próprias ações, e das


ações das outras pessoas, visando uma boa qualidade dos serviços executados.

06 – Preocupa-se em apontar meios práticos para que um alvo espiritual seja


alcançado.

07 – Coloca-se ao lado do necessitado, fortalece o fraco, ampara o que


vacila, encoraja e anima aquele que está fraquejando.

08 – Reconhece que a tribulação contribui para o amadurecimento espiritual


– Romanos 8.28

Maior Satisfação:

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 20

Ver o resultado alcançado, a tarefa realizada, vidas orientadas e


restauradas.

Riscos de pecado neste ministério:

01 – Ficar com os méritos dos resultados alcançados.

02 – Procurar projeção pessoal.

03 – Usar as pessoas para alcançar seus objetivos.

04 – Administrar mal a aplicação do seu dom; por exemplo:


- Tratar superficialmente a ferida de alguém, sem conhecer suficientemente a
situação – Jeremias 8.11.
- Não dar a pessoa que recebeu a exortação, tempo suficiente para refletir a
respeito e reagir positivamente.

05 – Impor, compulsoriamente, a sua tutela sobre os outros.

Advertência das Escrituras:

O que exorta, faça-o com dedicação – Romanos 12.8.

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser


considerado:

01 – Confiante demais em traçar planos para resolver problemas alheios.

02 – Precipitado, por iniciar seu aconselhamento sem dar tempo à pessoa de


falar do seu problema, o que não permite que a pessoa exortada compreenda que o
exortador entende sua situação real.

Observações:

01 – Exortar significa “andar junto”; o exortador auxilia com PALAVRAS, com


e por amor. Diferente do dom de misericórdia, que auxilia com ATOS, com e por
amor. Veja Isaías 50.4; I Tessalonicenses 4.1 e 10, 5.14; I Timóteo 5.1 e 2.

02 – Acepções bíblicas da exortação:

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Consolar – II Coríntios 1.3 e 7, I Tessalonicenses 4.13 e 18;
Animar – Atos 14.21 e 22;
Suplicar – Gálatas 4.12;
Rogar – Romanos 12.1;
Recomendar – I Coríntios 16.12, II Coríntios 8.6, 9.5, Gálatas 2.10;
Instruir – Tito 2.3 a 5

LIÇÃO 10 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)

04 – Contribuição – Romanos 12.8

Função do dom de contribuição:

Suportar a Igreja nas dificuldades financeiras para que outros possam


realizar seus ministérios.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no


possuidor deste dom:

01 – Capacidade de repartir seus recursos materiais, com generosidade e


alegria, para benefício do trabalho do Senhor e de seus irmãos.

02 – Sente-se incapaz de realizar a obra, mas sabe que seus bens


possibilitam que o ministério de outros se realize.

03 – Procura por em prática idéias novas e criativas.

04 – Tem capacidade para negociar e investir corretamente, obtendo bons


resultados com os negócios que faz.

05 – Tem convicção de que a contribuição traz bênçãos espirituais, não só


materiais.

06 – Incentiva os outros a contribuir generosamente e a utilizar os recursos


financeiros com responsabilidades.

07 – Sua primeira reação, quando surge uma necessidade, é o desejo de


contribuir.

08 – Sente alegria em ser canal supridor de recursos materiais.

09 – Fica triste com a indiferença de outros em relação à necessidade


material que constata.

10 – Tem sensibilidade para detectar necessidades materiais.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 22

11 – Não gosta de publicidade.

12 – Gosta de contribuir com bens duráveis ou com obras de caráter


permanente, como a construção de um imóvel.

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Maior Satisfação:

Ver que sua contribuição está servindo para que sejam alcançados objetivos
espirituais.

Riscos de pecado neste ministério:

01 – Julgar os que não contribuem como ele.

02 – Ceder a pressões para contribuir em casos que atendem a conveniência


de alguns, em vez de ir buscar a orientação e convicção do Espírito Santo.

03 – Contribuir sem humildade e sem a orientação do Espírito.

04 – Contribuir para impressionar os outros.

05 – Pensar que Deus fica obrigado a repor aquilo que ele deu.

Advertência das Escrituras:

A contribuição deve ser feita com liberalidade, compartilhando as


necessidades dos santos – Romanos 12.8 e 13.

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser


considerado:

01 – Intrometido, por incentivar os outros a contribuir e por cobrar eficiência


nos trabalhos para os quais contribui;

02 – Avarento por não atender a apelos insistentes de contribuição (quando


ele não tem convicção de que deve contribuir ou quando a utilização dos recursos
não lhe traz nenhum benefício).

03 – Materialista, por enfatizar a importância dos recursos financeiros e


temporais na obra de Deus. (Se não fosse a minha doação...)

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 23

Observações:

As motivações corretas são as seguintes:


Por amor a Deus – Mateus 6.2 a 4
Por amor – I Coríntios 13.3
Para suprir os necessitados – II Coríntios 8.3 a 5
Pela consciência do dom que possue – Romanos 12.8.

LIÇÃO 11 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)

05 – Governo – Romanos 12.8

Função do dom de Governo:

Administrar, identificar as diversas fases da consecução de um


objetivo, e coordenar a execução das mesmas.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no


possuidor deste dom:

01 – Assume a responsabilidade da coordenação de uma tarefa, num grupo


onde não há liderança.

02 – Tem visão geral do trabalho e identifica os pontos falhos.

03 – Ajuda os outros a enxergar seus objetivos principais e presta assistência


para que esses objetivos sejam alcançados.

04 – Propõe alvos a longo prazo.

05 – Toma decisões rapidamente.

06 – Inspira confiança no grupo e o mantém em harmonia.

07 – Apresenta idéias novas sobre o trabalho do grupo que lidera.

08 – Preocupa-se em realizar as tarefas com rapidez e bom êxito e, logo a


seguir, assumir novas tarefas.

09 – Sabe delegar responsabilidade.

10 – Procura a integração e a participação dos seus liderados.

11 – Tem grande capacidade de organização.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 24
Maior Satisfação:

Reunir e organizar os conceitos numa visão geral.

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Riscos de pecado neste ministério:

01 – Cooperar só quando lidera, esquecendo que todos devem servir –


Mateus 20.20 a 28.

02 – Esquecer a autoridade divina.

03 – Guiar, liderar as pessoas pela sua própria vontade e não pela vontade
de Deus.

04 – Preocupar-se com o sucesso próprio – I Pedro 5.2 e 3.

05 – Liderar mal preparado e, por isso, guiar seus liderados por caminhos
errados.

06 – Tornar-se prepotente, esquecendo-se de ser humilde – Filipenses 2.5 a


8.

Advertência das Escrituras:

O que governa, deve fazê-lo com diligência (Diligência - é a virtude humana


de seguir um objetivo de vida, conquista ou qualquer tipo de princípio por
meios convencionais até chegar ao fim do objetivo) – Romanos 12.8.

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser


considerado:

01 – Convencido e prepotente, por assumir a liderança e tomar a iniciativa de


propor alvos para o grupo;

02 – Insensível, por achar que deve tratar os seus liderados sempre


subjugando, sem nenhuma forma de sentimento.

03 – Comodista, por delegar responsabilidades e achar que nunca deve


executá-las.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 25

topo

LIÇÃO 12 – OS DONS DA GRAÇA – FUNÇÕES (CONTINUAÇÃO)

06 – Misericórdia – Romanos 12.8

Função do dom de Misericórdia:

É dirigido a pessoas. Identifica e atende necessidades mentais e


emocionais.
Observação: a palavra misericórdia é formada de duas outras: miser
(miserável) e corda (coração) = ter o miserável no coração.

Algumas características, entre as que podem ser observadas no


possuidor deste dom:

01 – Identifica-se com indivíduos em seus problemas aflitivos físicos, mentais,


emocionais.

02 – Manifesta compaixão genuína, socorre os aflitos, os marginalizados.

03 – Tomam atitudes que refletem o amor de Cristo e aliviam o sofrimento


das pessoas.

04 – Põe-se no lugar do aflito, sente o que ele sente – Hebreus 13.3.

05 – É sensível às agressões que ferem os outros: palavras, atos,


comportamentos.

06 – Identifica o aflito em meio a um grupo, mesmo que apenas de


passagem.

07 – Toma iniciativa de visitar as pessoas que estão sofrendo.

08 – Expressa compaixão animadora em situações críticas, cria atmosfera de


amor.

09 – Tem facilidade de detectar motivos falsos, desonestos.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 26
Maior Satisfação:

Atender as necessidades emocionais das pessoas.

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Observação:
A pessoa que recebeu assistência de um crente com o dom de
misericórdia, ao se referir a esse crente e à sua assistência, fala de sua
compreensão e presença quando teve necessidade e passou por uma crise.
Todo o crente tem o dever de exercer misericórdia. O crente com o
dom de misericórdia ensina aos demais, com o seu exemplo, como todos os outros
devem exercer misericórdia. Ensinam a diferença entre dó (mero sentimentalismo) e
misericórdia (demonstração ativa de compaixão)

Riscos de pecado neste ministério:

01 – Orgulhar-se de sua sensibilidade.

02 – Menosprezar os que não tem a mesma sensibilidade.

03 – Impacientar-se com os que não são sinceros e marginalizá-los,


esquecendo-se de I Coríntios 13.

04 – Tornar-se hipercrítico em relação aos outros.

Observação: O crente com o dom de misericórdia precisa cuidar-se para não


se envolver em conflitos dos outros (comprar a briga alheia) e para não assumir
responsabilidade dos outros – Provérbios 6.1 a 5.

Advertência das Escrituras:

O que exerce misericórdia, que o faça com alegria – Romanos 12.8, 15 e 20.

O dom mal interpretado, pelos que não o possuem, pode ser


considerado:

01 – Muito emotivo, por identificar-se com os sentimentos dos outros.

02 – Complacente, porque tem dificuldade de disciplinar com rigidez.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 27
03 – Muito fechado, por ter escrúpulos em lidar com pessoas falsas ou
desonestas.

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LIÇÃO 13 – OS DONS DA GRAÇA – CONCLUSÃO

01 – A importância dos dons

Deus tem o poder de exercer todas as capacitações de cada dom ao mesmo


tempo. Ao distribuí-los entre nós, Ele está habilitando o corpo de Cristo a exercer
todas essas funções ao mesmo tempo. Como não podemos fazê-lo individualmente,
Ele capacita o corpo coletivamente, dando a cada indivíduo determinadas
capacitações que, somadas às dos demais, compõe o caráter divino de serviço dos
santos.
A igreja que não desenvolve todos os dons é sempre deficiente em
determinadas áreas. Por exemplo: a igreja preocupada em doutrinar e que não
identifica e não apoia a atividade dos seus dons de misericórdia, é uma igreja que
ensina muito bem, mas que não sabe socorrer os aflitos.

02 – Relacionamento entre os dons

a) Os dons da graça, em resumo, atuam da seguinte maneira:


Profecia: aponta o pecado e o caminho da santificação.
Ensino: disciplina no exercício da santificação.
Exortação: incentiva o exercício da santificação.
Contribuição: provê os recursos necessários para a consecução do
objetivo.
Governo: orienta sobre as providências necessárias para a consecução
do objetivo.
Misericórdia: identifica aflições interiores.

b) Como os dons respondem à pergunta:


“O que precisamos em nossa igreja”?

Profecia: Mensagens bem preparadas, expondo o pecado, proclamando


a justiça e alertando sobre o julgamento final.

Ensino: Estudos bíblicos profundos, com ênfase especial sobre o


significado específico das palavras-chave.

Exortação: Aconselhamento e estímulo a cada membro, para aplicar as


verdades bíblicas à sua vida diária.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 28

Contribuição: Campanhas financeiras generosas para manutenção do


trabalho, assistência social e sustento dos missionários.

Governo: Uma estrutura organizacional eficiente, com departamentos e


subdivisões, de forma que tudo corra com harmonia.

Misericórdia: Preocupação e cuidado com os sentimentos dos membros


da igreja, com a pronta disposição de satisfazer suas necessidades.

c) Como os dons tratariam uma pessoa preocupada com a ordem de


Filipenses 4.8?
Profecia: Você deve ser santo. O que ocupa o seu pensamento deve ser
verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso.

Ensino: Não conseguimos cumprir essa ordem se alimentamos


pensamentos impuros. Para santificar nossos pensamentos precisamos
confessar o pecado do pensamento impuro, orar louvando ao Senhor,
repetir um texto bíblico (memorizando), cada vez que isso acontecer.

Exortação: Você precisa parar de ler esse tipo de literatura, porque ela
está levando você a ter pensamentos impuros. Faça isso hoje. Não deixe
para amanhã.

Contribuição: Gostaria de ajudá-lo a comprar alguns livros, que edificará


seus pensamentos.

Governo: Para resolver esse problema você deve:


1 – Desfazer-se dos livros velhos;
2 – Fazer uma lista de livros novos para ler;
3 – Comprar um de cada vez;
4 – ler os livros à medida que for comprando.

Misericórdia: Você está sofrendo por causa desses pensamentos


impuros. Deixe-me ajudar.

d) como os dons tratariam um problema inesperado:


“durante a refeição, alguém derruba a sobremesa no chão e o prato se
quebra”.
Profecia: Isso é o que acontece quando você não toma cuidado!
Motivação: corrigir o erro.

Ensino: O prato caiu porque estava muito perto da borda da mesa.


Motivação: descobrir e explicar a razão do problema.

Exortação: Da próxima vez, vamos usar pratos de papel.


Motivação: encontrar uma solução para o futuro.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 29
Contribuição: Não se preocupe. Vou comprar outro prato.
Motivação: suprir a necessidade material.

Governo: Arestides, pegue o pano de chão! Márcia, recolha os cacos e


limpe o chão! Suely, traga outra porção de sobremesa!
Motivação: coordenar a solução do problema.

Misericórdia: Não fique triste! Isso acontece!


Motivação: aliviar o problema (embaraço)

LIÇÃO 14 – COMPREENSÃO DOS DONS NOS DIAS ATUAIS

01 – Introdução

Nos dias atuais temos ouvido que coisas surpreendentes vêm acontecendo
no meio carismático (neo-pentecostal). Ouvimos declarações surpreendentes de
que Deus está fazendo maravilhas, sinais e milagres. Curas de todas as espécies
são mencionadas. Alguns milagres até bizarros: cachorrinhos de estimação são
ressuscitados, máquinas de lavar são curadas, tanques vazios de gasolina são
cheios sobrenaturalmente, além dos mais comuns, onde são dirigidas as orações de
cura a partes exclusivas do corpo: perna, joelho, anti-braço e assim por diante.
O ponto focal de toda essa atividade está no ensinamento carismático de que
todos os cristãos tenham que experimentar a “plenitude do Espírito Santo”, incluindo
aqui o falar em línguas. O que torna o movimento carismático especialmente digno
de preocupação é que os carismáticos realmente amam a Jesus e as Escrituras.

02 – Ensinos Carismáticos (neo-pentecostal):

Os cristãos ainda estão recebendo por inspiração do Espírito Santo,


revelações diretas de Deus ao escreverem louvores ou livros, ao pregarem ou
ensinarem, ou mesmo tomarem resoluções. É por isso que quando questionado
sobre um ensino contraditório a Bíblia, alguns cristãos carismáticos dizem: “mas foi
Deus quem me revelou” ou “foi revelado ao meu pastor”. Desta forma a Bíblia, a
revelação de Deus não está fechada, continua sendo revelada e escrita novas
doutrinas. Um devoto carismático escreveu: “se alguém diz “Assim diz o Senhor” e
ousa se dirigir aos irmãos na primeira pessoa – mesmo indo além das palavras da
Escritura – isso já acontecia há muito tempo atrás”.
Os carismáticos argumentam e defendem uma revelação contínua e
contemporânea. Outra grande dificuldade quanto à valorização da Bíblia, são as
“experiências” que eles dizem ter e que são mais valorizadas que a própria Bíblia.
Mesmo que a experiência traga algo que contradiz a Bíblia, o aceitado é o que a
experiência trouxe e não o que a Bíblia ensina.
O falar em línguas é no meu modo de ver, juntamente com profecia, o dom
que mais traz confusão na Igreja. Em primeiro lugar a confusão vem pelo não
entendimento correto deste dom espiritual. E em segundo lugar pela forma que este
dom é apresentado nas igrejas no momento dos cultos. Com toda histeria e
confusão tão criticada pelo apóstolo Paulo. (! Coríntios 14.33). E essa influencia que
os coríntios tinham e estavam trazendo para dentro do culto ao Senhor, era também

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 30
de cultos pagãos. Nós sabemos que todas as religiões falsas e ocultistas têm
como características esse balbuciar extático. Outra coisa, que ao observarmos a
ação de falar em línguas é a possibilidade ou quase certeza, que este
comportamento é aprendido. Uma pessoa simplesmente aprende como fazê-lo. É
surpreendente como os muitos faladores diferentes de línguas usam os mesmos
termos e sons. Geralmente falam todos os mesmos sons.

03 – Ensinos Bíblicos

A Bíblia nos traz várias passagens onde nos confirmam que a revelação do
Senhor já está fechada. Vejamos o que a Bíblia fala sobre isso em: Deuteronômio
4.2; 12.32; Judas 3 e Apocalipse 22.18-19. Quanto à questão da revelação e das
profecias proferidas hoje em dia, não temos muito que falar senão charlatanismo e
falta de temor ao Senhor. Pois a Bíblia é muito clara quanto àqueles que adivinham
ou aqueles que dizem conhecer o futuro. São visões falsas (Ezequiel 13.6). Não
entrarão no Reino de Deus (Deuteronômio 18.10-12; Levítico 19.31). Todo este
ensino seja considerado mentira (Gálatas 1.6-9).
Toda e qualquer tipo de revelação, profecia que ouvimos hoje em dia, pode
vir de qualquer outro lugar menos da boca de Deus. Desta forma, não é Palavra de
Deus e não devemos aceitá-las.
As diversidades de milagres que ouvimos hoje em dia, também é uma
demonstração clara da busca pela satisfação do ser humano. Quando Jesus ou os
apóstolos curavam o único intuito era a glória de Deus (João 11.4). Sabemos que
este poder dado aos homens foi para que essa mesma glória fosse manifestada no
início da Igreja. O propósito dos milagres, ali, não era deixar o corpo de Cristo
saudável fisicamente, se fosse assim o apóstolo Paulo teria curado alguns dos seus
amigos (Filipenses 2.25-27; 2 Timóteo 4.20). O propósito dos milagres e curas era
ser sinal para os descrentes em épocas em que fosse necessário tornar efetiva a
proclamação do Evangelho.
Quanto ao dom de línguas, esse é mais fácil ainda de se refutar. Primeiro
porque na Bíblia não existe o que os carismáticos chamam por dom de línguas (esta
ação de falar extaticamente sílabas conectadas a outras sem nenhum entendimento
ou proximidade de qualquer outra língua (humana) existente). O que entendemos
por dom de línguas ao que se referem vários textos bíblicos é o poder do Espírito
Santo em traduzir uma língua existente. Como no caso claro de Pentecostes (Atos
2. 5-13). Quanto ao texto que mais é aplicado pelos carismáticos (1 Coríntios 12-
14), também não dá nenhuma margem para interpretação de línguas
desconhecidas, mas sim línguas humanas ou vozes do mundo (1 Coríntios 14.9).
Como já vimos, porém, as línguas faladas hoje não são bíblicas. Aqueles que
falam em línguas não estão praticando o dom descrito nas Escrituras.

04 – Conclusão

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 31
A igreja não pode funcionar sem dons espirituais, e, naturalmente,
satanás vai tentar falsificá-los a todo instante. Ele vai fazer tudo o que puder para
causar desentendimentos e conceitos errados sobre os dons espirituais, a fim de
causar confusão e caos. Aconteceu em Corinto e está acontecendo hoje.

Bibliografia: MACARTHUR, John F. Jr. Os Carismáticos. Editora Fiel.

LIÇÃO 15 – O DOM DE CRISTO–PESSOAS(MINISTÉRIOS)–Efésios 4.7-11

01 – Apóstolos – Atos 1.21-22

Foram enviados pelo próprio Senhor Jesus. Seu campo ministerial foi o
mundo. Ultrapassaram os limites geográficos de sua igreja local, não só pelo seu
âmbito de atuação, como por seu elevado grau de autoridade. Tiveram a última
palavra em questões doutrinárias (Atos 2.42). Ocupa o ápice da pirâmide abaixo de
Cristo.
Descrições de Apóstolos na Bíblia:
Jesus – Foi enviado do céu à terra, para habitar (tabernacular) um corpo na
terra – Hebreus 3.1. Ninguém pode substituí-lo no Seu ministério.
Os doze Apóstolos – Seus nomes estão inscritos nos fundamentos da
Jerusalém celestial – Lucas 6.12 a 15 e Apocalipse 21.14. Ninguém pode substituí-
los.
Paulo – Declara-se como um apóstolo nas palavras de abertura da maioria
de suas cartas (Gálatas 1.1). Foi comissionado pelo próprio Senhor Jesus
(Romanos 1.1) na estrada de Damasco (Atos 9.3-6). Foi testemunha da
ressurreição de Jesus como era necessário para um apóstolo (Atos 1.21-22). Pedro,
Tiago e João aceitaram Paulo no colégio apostólico (Gálatas 2.9). E Deus confirmou
sua condição de apóstolo com sinais e milagres (2 Coríntios 12.12).
Os apóstolos foram agentes de Deus na revelação das verdades que se
tornaria a regra de fé e de vida cristãs. Não há apóstolos hoje, ainda que alguns
cristãos realizem ministérios que de modo particular, são apostólicos em estilo
(Bíblia de Genebra).

02 – Profetas – 1 Coríntios 14.3

Pessoas especialmente habilitadas a anunciar a Palavra, pela pregação.


Recebem um ministério específico para transmitir à igreja: convicção de pecado e
da veracidade da Palavra de Deus. O profeta levanta o espírito de quebrantamento,
consagração, dedicação e santificação.
A mensagem central do profeta está em Apocalipse 19.10: “O testemunho de
Jesus é o espírito da profecia”. Nenhuma profecia vale se não tiver esse substrato,
essa essência. É a exposição da verdade, que é Jesus.

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 32
Os profetas do Velho Testamento, no exercício do seu ministério,
proferiram palavras que se constituíram no registro bíblico. Os profetas do Novo
Testamento pregam essa Palavra. Exemplo: Atos 2.14 a 36; 3.11-26.

03 – Evangelistas – 1 Coríntios 1.17

Pregam sobre o evangelho, sobre Jesus. Sabem dar o primeiro alimento


espiritual a quem não conhece o Evangelho, de modo a tocar profunda e
especialmente o coração do não convertido e levá-lo ao arrependimento. Sabem
como chamar as pessoas para Jesus. Seu coração tem paixão pelas almas
perdidas. Têm sensibilidade e habilidade incomuns para tocar o coração do não
convertido.
Comparando a especialidades médicas, o evangelista é o obstetra.
Compartilha o Evangelho com espontaneidade e alegria, com as pessoas ao seu
redor, na rua, na condução, no trabalho, etc. Nunca o faz por obrigação. Está
sempre pronto a visitar pessoas com a finalidade de evangelizá-las.
Pode ser mal compreendido e ser considerado:
1 – Maçante, pela sua insistência em proclamar a mensagem;
2 – antipático, por levar as pessoas a se sentirem culpadas;
3 – inconveniente, por falar do Evangelho a qualquer momento, seja próprio ou não
– 2 Timóteo 4.2

04 – Pastores – 1 Pedro 5.1-4

Guiam o rebanho e essa atribuição é exclusivamente sua. Vivem no meio do


rebanho e sofrem suas dores. Todo pastor é mestre também. O compartilhar dores
e problemas é um trabalho difícil, cheio de pressões. É uma responsabilidade
pessoal, a longo prazo, pelo bem-estar espiritual de um determinado grupo de
crentes.
O pastor deve estar sempre disposto a animar, incentivar, corrigir seu
rebanho, pronto a correr o risco de não ser aceito, de momento, pela ovelha. Vai em
busca da ovelha que se ausenta ou foge dele.
Procura conhecer bem cada ovelha confiada aos seus cuidados e ser
conhecido por elas. Mantêm-se alerta para evitar que o crente novo seja levado por
ensino de heresias, meias verdades, etc.
Preocupa-se com o entrosamento de novas ovelhas no rebanho. Dedica-se a
elas, o tempo que for necessário, para conduzi-las pacientemente na nova vida.
Enquanto o evangelista é o obstetra, o pastor vai da pediatra a geriatria. Sabe
receber o novo crente como ele é, perseverando no trabalho de prover a ele a
orientação, o ensino, o alimento necessário para seu progressivo amadurecimento
espiritual.

05 – Mestres

Nem todo mestre é pastor. O mestre é o magistério da Igreja. Tem na


mente um sistema doutrinário completo. Domina o assunto. Instrui e treina os
crentes. Estrutura e fortalece a igreja, habilitando-os a conhecer e praticar a

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Estudo sobre “Dons e Ministérios” 33
Palavra, identificar e banir heresias, ensinar e discipular novos crentes,
ensinando-os a se reproduzirem. São especialmente habilitados no aperfeiçoamento
dos santos. A doutrina é o esqueleto do corpo e o mestre é um grande anatomista.
O mestre possui a capacidade de transmitir o seu conhecimento com eficácia,
proporcionando consolidação tanto ao indivíduo, como à igreja. O conhecimento
bíblico está sistematicamente contido no seu intelecto, assim como a aplicação
prática desse conhecimento. O mestre deve ter paciência em proporcionar a seus
alunos a doutrina bíblica, não obstante as dificuldades que estes possam apresentar
no seu aprendizado.

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