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3781 Segurança Avaliação e Controlo de Riscos - Catarina Mesquita

Manual

Segurança Avaliação e Controlo de Riscos

2011
ESCOLA PROFISSIONAL DE TONDELA

3781 Segurança Avaliação e Controlo de Riscos - Catarina Mesquita

Índice
Introdução..................................................................................................................... 4
1.Local de trabalho ....................................................................................................... 6
1.1.Qual é o significado dos sinais nos locais de trabalho? ................................................ 7
1.2.Sinalização de segurança .................................................................................................. 7
1.3.Princípios de Prevenção ..................................................................................................... 9
1.4.Redução dos riscos de acidente (prevenção) ............................................................... 10
1.5.Protecção colectiva e protecção individual .................................................................... 11
1.6.Serviço de prevenção e segurança ................................................................................ 12
1.7.Medidas de prevenção ...................................................................................................... 14
1.8.O que é um equipamento de protecção individual? ..................................................... 19
1.9.Como avaliar e apreciar a necessidade do uso de um EPI? ...................................... 20
1.10.Escadas e escadotes ...................................................................................................... 29
2.Trabalhos de armazenamento e de transporte......................................................... 31
2.1.Transporte com a ajuda de veículos, de empilhadores, de gruas e de monta-cargas
..................................................................................................................................................... 33
Perigos/Riscos mais frequentes associadas a trabalhos relacionados com demolição
de estruturas ............................................................................................................... 33
Causas Principais ....................................................................................................... 34
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 34
2.2.Riscos e Medidas Preventivas associados a trabalhos que envolvam armação de
ferro............................................................................................................................................. 37
Riscos mais frequentes............................................................................................... 37
Causas Principais ....................................................................................................... 37
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 38
2.3.Descrição de Riscos e medidas de segurança associados a tarefas envolvendo
cofragem e descofragem de estruturas ................................................................................ 40
Riscos mais frequentes............................................................................................... 40
Causas Principais ....................................................................................................... 40
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 40
2.4.Descrição de Riscos e Medidas Preventivas associados a trabalhos envolvendo
betonagem de estruturas ............................................................................................ 43
Perigos/Riscos mais frequentes .................................................................................. 43
Causas Principais ....................................................................................................... 44
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 44

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2.5.Descrição de Riscos e Medidas Preventivas associados a trabalhos que envolvam
a execução de alvenarias ....................................................................................................... 45
Riscos mais frequentes............................................................................................... 45
Causas Principais ....................................................................................................... 45
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 46
2.6. Riscos e Medidas preventivas associadas a trabalhos envolvendo tarefas de
carpintaria .................................................................................................................................. 47
Riscos mais frequentes............................................................................................... 47
Causas Principais ....................................................................................................... 48
Medidas de Prevenção Aconselhadas ........................................................................ 48
Regras e procedimentos gerais de boas práticas em armazéns ................................. 49
Controlo do acesso .............................................................................................. 49
Recepção e expedição ........................................................................................ 50
Armazenamento dos Produtos - Segregação e Separarão dos produtos ............. 51
Armazenamento no Exterior ................................................................................ 53
Sistemas de Controlo de Stocks .......................................................................... 53
Operações Auxiliares ........................................................................................... 54
Ordem e Limpeza ................................................................................................ 54
Organização Interna da Emergência.................................................................... 55
Equipamento de Protecção Individual .................................................................. 55
Primeiros Socorros .............................................................................................. 56
Bibliografia .................................................................................................................. 57
Consulta na Internet ................................................................................................... 57
Legislação Consultada................................................................................................ 58

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INTRODUÇÃO

A segurança e a saúde no trabalho são, antes de mais, da responsabilidade do


empregador. Isto é, do responsável da empresa:
 Ele decide o que vai produzir e como essa produção se desenvolverá;
 Ele decide sobre a aquisição de novas máquinas de trabalho e sobre a introdução
de novos métodos de trabalho;
 Ele é igualmente responsável pela organização na empresa e, portanto, o
empregador é o principal responsável pela protecção no trabalho.

Contudo, a segurança e a saúde no local de trabalho não são unicamente deveres do


empregador. Não podem ser garantidas sem o responsável da empresa e as chefias em
conjunto com todos os trabalhadores. Todos devem reunir esforços para garantir a
segurança e a saúde no trabalho.

Os trabalhadores têm igualmente obrigações; em particular eles devem:


 Respeitar as instruções do seu empregador no que diz respeito à prevenção dos
acidentes;
 Apoiar as medidas para a segurança no trabalho;
 Utilizar os equipamentos de protecção colocados
à sua disposição;
 Utilizar as instalações para os fins destinados
pelo empregador ou com fins de uso corrente e
não as utilizar sem autorização;
 Eliminar ou sinalizar imediatamente os defeitos
constatados.
É evidente que os trabalhadores não devem obedecer às ordens da chefia que sejam
contrárias às exigências da segurança.
Neste manual encontrareis alguns conselhos úteis, e mesmo muito úteis, para a vossa
segurança. Estes conselhos são-vos dados para prevenir os acidentes e para que a
vossa saúde e a vossa capacidade de trabalho não sofram prejuízo.

Uma mão amputada, a perda dum olho, a boa saúde e capacidade de trabalho
diminuídas, não podem mais ser substituídas.

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Controlo de Riscos Profissionais

Princípios Gerais da Prevenção

Com base nestes princípios bem como para que estes sejam cumpridos desenvolve-
se na empresa um trabalho continuo – que permite o controlo dos riscos profissionais
– no âmbito da segurança e higiene no trabalho

Este trabalho implica e depende a gestão dos recursos (humanos, materiais e


financeiros) disponíveis bem como exige a colaboração de todos os sectores da
empresa, e desenvolve-se nos seguintes momentos:

 Fase de projecto

 Localização e Implantação de Edifícios


 Concepção do Edifícios e/ou Locais de Trabalho (localização e Implantação do
Edifício, Concepção do edifício e locais de trabalho)

 Durante toda a vida útil da empresa

Medidas de Prevenção e Protecção a Implementar:


 Medidas de Engenharia
 Medidas Organizacionais
 Medidas de Informação e Formação
 Medidas de Protecção
 Colectiva (protecção nas máquinas, guarda-corpos, etc..)
- Critérios de selecção
- Conservação e manutenção
 Individual
- Tipos
- Órgãos a proteger

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- Critérios de selecção
- Utilização, Manutenção e Conservação.
 Sinalização de Segurança

Critérios para a programação da implementação das medidas de prevenção e


protecção:
 Hierarquização de medidas (implementação em função do grau de
perigosidade de determinada situação).
 Recursos Disponíveis.

 Articulação com os restantes departamentos da empresa.

Para constatar da eficácia, ou não, das medidas implementadas é necessário avaliar


continuamente. Esta avaliação poderá ser realizada através de:
 Observação directa
 Realização de entrevistas
 Passagem de questionários
 Reavaliação de riscos.

1. LOCAL DE TRABALHO
Um local defeituoso aumenta o risco de acidente, da mesma forma que uma má
iluminação. Um arejamento insuficiente pode causar risco para a saúde, pelo que se
deve:
 Garantir áreas suficientes para trabalhar;
 Garantir uma boa iluminação (a iluminação deve ser
função do esforço visual a realizar);
 Garantir que os pavimentos sejam isentos de qualquer
obstáculo para se evitar tropeções;
 Eliminar imediatamente os resíduos espalhados, óleos,
etc...;
 Limpar os pavimentos e garantir que eles sejam
antiderrapantes.
Para as vias de circulação deve-se:
 Manterem-se desimpedidas;

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 Tomar medidas contra a circulação transversal;
 Utilizar os caminhos de circulação sinalizados.
 VIAS DE EMERGÊNCIA, SAÍDAS DE EMERGÊNCIA
Os locais de trabalho e os postos devem poder ser abandonados rapidamente e com
toda a segurança, em caso de emergência. Por isso:
 Manter as vias de emergência e saídas sempre livres;
 Devem estar sempre facilmente acessíveis e serem abertas sem recorrer a meios
auxiliares;
 Devem ser sinalizadas, com sinais adequados e permanentemente visíveis.

1.1.Qual é o significado dos sinais nos locais de trabalho?

O objectivo da sinalização de segurança é chamar a atenção de forma rápida, e


facilmente compreensível, para as instalações e condições de trabalho que comportem
risco de acidente.

1.2. Sinalização de segurança

Os sinais de segurança não podem ser utilizados senão para indicações relativas à
segurança. A sinalização não pode em nenhum caso dispensar a obrigação de tomar as
medidas colectivas e individuais de segurança necessárias para certos trabalhos.

PRINCÍPIOS GERAIS DA PREVENÇÃO


1. Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de
segurança, higiene e de protecção da saúde.

2. Deve assegurar-se que o desenvolvimento económico vise também promover a


humanização do trabalho em condições de segurança, higiene e saúde.

3. A prevenção dos riscos profissionais deve ser desenvolvida segundo princípios,


normas e programas que visem:

a) A definição das condições técnicas a que devem obedecer a concepção, a fabricação,


a importação, a venda, a cedência, a instalação, a organização, a utilização e as

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transformações dos componentes materiais do trabalho em função da natureza e grau
dos riscos e, ainda, as obrigações das pessoas por tal responsáveis.

b) A determinação das substâncias, agentes ou processos que devam ser proibidos,


limitados ou sujeitos a autorização ou a controlo de autoridade competente, bem como
a definição de valores limite de exposição dos trabalhadores a agentes químicos,
físicos e biológicos e das normas técnicas para a amostragem, medição e avaliação
de resultados.

c) A promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores.

d) O incremento da investigação no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho.

e) A educação, formação e informação para promover a segurança, higiene e saúde no


trabalho.

f) A eficácia de um sistema de fiscalização do cumprimento da legislação relativa à


segurança, higiene e saúde no trabalho.

4. O desenvolvimento de programas e a aplicação de medidas a que se refere o número


anterior devem ser apoiadas por uma coordenação dos meios disponíveis, pela
avaliação dos resultados quanto à diminuição dos riscos profissionais e dos danos
para a saúde dos trabalhadores e, ainda, pela mobilização dos agentes de que
depende a sua execução, particularmente os empregadores e os trabalhadores.
Com base nestes princípios e para que estes sejam cumpridos desenvolve-se, na
empresa, um trabalho continuo no âmbito de segurança e higiene no trabalho
garantindo assim o CONTROLO DOS RISCOS PROFISSIONAIS.

Este trabalho é parte integrante da gestão da prevenção e obriga á gestão de todos os


recursos disponíveis para que os objectivos sejam plenamente atingidos. Implica,
ainda, a cooperação entre todos os sectores da empresa.

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1.3. Princípios de Prevenção

1º - Eliminar os Perigos
 O perigo, enquanto potencial de dano inerente aos componentes de trabalho, deve ser
objecto de análise sistemática tendo em vista a sua detecção e eliminação;

 Esta atitude preventiva inicia-se na fase do projecto e acompanha a construção e sua


manutenção;
2º - Avaliar os Riscos
Avaliar os riscos significa desenvolver um processo de:
– Identificação de perigos,
– Identificação dos trabalhadores expostos,
– Estimativa do risco,
– Valoração do risco,
– Controlo do Risco.

3º - Combater os riscos na origem


 O risco deve ser preferencialmente combatido na origem, como forma de o seu
controlo atingir a máxima eficácia possível;

4º - Adaptar o trabalho ao Homem


 Todos os factores de trabalho devem ser concebidos e organizados em função das
características das pessoas que o executam;

 Este princípio aplica-se em função:


– Diversidade de processos de trabalho;
– Equipamentos;
– Produtos e materiais utilizados;

5º - Atender à evolução
 Atender à permanente evolução tecnológica, de que decorrem novos riscos;
 Novas soluções preventivas integradas;
 Novos métodos mais eficazes de avaliação e controlo de riscos;

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6º - Substitui o que é perigoso


 Princípio da melhoria contínua;
 A atender, nas opções arquitectónicas;
 Substituir o trabalho baseado no esforço humano, pela acção de máquinas;
7º - Planificar a Prevenção
Articular as medidas de prevenção com:
 As medidas técnicas;
 Os componentes materiais;
 As medidas de organização do trabalho;
 Competência dos trabalhadores;
 Lógica da produção;
 Política de gestão da empresa;

8º - Priorizar a protecção colectiva sobre a protecção individual


 Transição entre a prevenção e a protecção;
 A protecção colectiva assume um carácter preferencial sobre a protecção individual;
 A protecção individual só se deve aplicar de forma residual e depois de esgotadas as
medidas de prevenção e protecção colectiva;
9º - Formar e Informar
 Esta abordagem está presente na aplicação de qualquer uma das restantes medidas
(1-8)
 Abordagem preventiva central;
 Desenvolve competências;
 Medida activa de prevenção;
 Garante a integração dos executantes, nos diversos processos de planeamento;

1.4. REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE (PREVENÇÃO)

Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de


segurança, seleccionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção da
segurança. As prioridades são:

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Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente inexistente. (exemplo: uma
escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco
poderá ser eliminado com um piso antiderrapante);
Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado.

Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um


risco. (exemplo: as partes móveis de uma máquina como polias, engrenagens,
correias etc. - devem ser neutralizadas com anteparos de protecção, uma vez que
essas peças das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.

Sinalização do risco: é a medida que deve ser tomada quando não for possível
eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas
com placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente
sinalizados.

1.5. PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL

Os riscos são fontes potenciais de acidentes. O seu controlo, dentro de limites


aceitáveis, é o objectivo a atingir, já que a sua eliminação só muito raramente é
possível.
Há, fundamentalmente, quatro processos para o fazer:

R
Hlim

R
He

R
Ha

R
Hp

O primeiro e o segundo caso envolvem medidas que se designam por construtivas ou


de engenharia, as quais actuam sobre os meios de trabalho (máquinas).A supressão
de uma fuga de gás, com vista à redução do nível de ruído produzido, e o
encapsulamento de uma máquina com o mesmo objectivo constituem exemplos
dessas medidas. No terceiro caso temos as medidas organizacionais, que actuam no
sistema Homem-Máquina-Ambiente. Ainda na perspectiva de controlo de ruído seria,

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por exemplo, proceder à rotação periódica de trabalhadores expostos ao risco de
trauma acústico.
Por último, surgem medidas individuais ou de protecção individual, que actuam no
Homem. Neste caso, e por analogia com os anteriores, teríamos a utilização de
protectores auditivos. Deve salientar-se que a adopção de medidas construtivas
constitui o método mais desejável e eficaz de protecção. Estas devem ser encaradas
na fase de concepção ou de projecto pois implicam maior racionalização e menores
custos (segurança integrada). Em oposição, a segurança aditiva é mais cara e, em
geral, menos eficaz do que a primeira.
As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva
(EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação, uma vez que
beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente Os EPCs devem ser mantidos nas
condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados
sempre que apresentarem qualquer deficiência.
Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:
 sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de
trabalho;
 enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;
 comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o
ciclo de uma máquina;
 cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso
venham a se desprender.
Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para garantir
a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os
equipamentos de protecção individual, conhecidos pela sigla EPI.

1.6. Serviço de prevenção e segurança

Este serviço deve situar-se dentro da organização da empresa na dependência directa


do órgão executivo de mais elevado grau de decisão (gerência ou conselho de
administração). É recomendável um intercâmbio constante entre este serviço e os
diversos departamentos da organização, de algum modo possam interferir com os
aspectos de Higiene e Segurança dos locais de trabalho.

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A resolução n.º76 do Conselho da Europa exprime da seguinte forma o objectivo das
funções de um serviço de prevenção:
Objectivos:
O serviço de segurança tem por objectivo auxiliar e aconselhar o empregador e, na
medida em que seja da sua competência, os trabalhadores ou os seus delegados, na
elaboração e na realização de uma política de segurança, higiene e saúde no trabalho,
visando:
- Eliminar, prevenir ou reduzir os perigos físicos, mecânicos, químicos e até
biológicos, perante os quais as actividades de uma empresa, pode expor a vida ou a
saúde dos trabalhadores afectos a essa empresa;
- Melhorar os métodos e o ambiente de trabalho, adaptando o trabalho aos
trabalhadores em função das suas aptidões físicas e mentais;
- Contribuir para o conhecimento dos problemas de segurança e higiene no trabalho e
fazer progredir as técnicas próprias para os resolver.
Campo de acção:
O serviço de segurança deverá tomar em consideração as questões de material, de
organização e de comportamento que influem no ambiente de trabalho e
particularmente estas:
- A concepção, a disposição e a distribuição de edifícios e de outros locais de trabalho,
assim como de projectos de investimento na matéria;
- Os processos técnicos utilizados particularmente no que respeita à instalação,
funcionamento e conservação dos locais e material;
- A utilização, manipulação e armazenamento de substâncias perigosas e outros
produtos eventualmente perigosos;
- A organização e o método de trabalho;

- As medidas de segurança em vigor sobre o local de trabalho, incluindo


necessariamente:
 As medidas de prevenção de incidentes susceptíveis de provocar perigos;
 O equipamento individual e colectivo de protecção;
 Diversos aspectos que afectam a segurança e a higiene no local de trabalho,
incluindo a concepção ou a escolha de locais e material; o aperfeiçoamento ou
adopção de técnicas e processos novos; a atitude e comportamento das pessoas
afectas à empresa em presença de perigos que ameacem a vida e a saúde.
O conselho da Europa, faz também as seguintes considerações:

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“As actividades de um serviço (de Higiene e) de Segurança, tais como as de um
serviço de medicina no trabalho, situam-se principalmente num plano preventivo.
Compete ao engenheiro de segurança (leia-se no caso português o Técnico Superior
de Higiene e Segurança no Trabalho) propor à direcção e aos chefes de divisão, as
medidas tendentes a promover a protecção e o bem-estar dos trabalhadores. Esta é a
função, bem entendido, do médico do trabalho também, mas enquanto este último no
momento em que a sua opinião se baseia sobretudo no seu conhecimento de
medicina no trabalho, o engenheiro de segurança inspira-se, em primeiro lugar, no seu
conhecimento técnico. Para além das suas iniciativas de ordem consultiva, o
engenheiro de segurança age também como educador. O controlo e o trabalho
administrativo são igualmente do seu domínio.”

1.7. Medidas de prevenção

A segurança no trabalho é uma situação que resulta de acções de prevenção.


As acções de prevenção devem levar à criação de condições de trabalho, que
permitam aos trabalhadores efectuar, sem risco inútil a tarefa que lhes está distribuída,
que lhes foi previamente definida e para a qual recebeu formação planeada.

Importa agora fazer um pequeno parêntesis e tentar fazer a destrinça entre dois
conceitos muito importantes.
Perigo: é uma condição estática – propriedade intrínseca ou situação inerente de
algo com potencial de causar dano. Este perigo pode ser graduado (a voltagem de
uma corrente eléctrica, a toxicidade de uma substância química.
“O leão numa jaula representa um perigo, quando estou a vê-lo na zona
reservada ao público.”
Risco: é a necessidade sentida de lidar com situações de perigo futuras.
Pretende possibilitar a antecipação das situações em que o perigo possa
manifestar-se e atingir pessoas e bens. Implica um processo de valorização
conjunta da probabilidade da sua ocorrência e da estimativa da gravidade dessa
ocorrência.
“O leão numa jaula representa um risco, quando tento fazer-lhe uma festa.”
Para serem plenamente eficazes as acções preventivas deverão ser:
Passivas -as que são tomadas de uma vez para sempre, no acto de projectar ou
construir uma instalação.
As medidas de prevenção passivas, compreendem:
 Regras de implantação: têm como finalidade dividir os riscos, evitar a propagação de
incêndios de uma para a outra instalação, afastar as fontes de vapores combustíveis,
adequar os espaços ao número de utilizadores previstos, impedir que o trabalho de
uns colida ou afecte o trabalho de outros, etc…

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 Regras de escolha de materiais: têm como finalidade a adopção dos equipamentos e
materiais adequados a cada situação, impedir a formação de misturas ar/vapores
combustíveis, suprimir as fontes acidentais de ignição.

Aditivas – as que são tomadas no decurso de trabalhos, de forma a não se introduzir


o risco de acidente.
As medidas de prevenção aditivas, compreendem:
 Evitar a mistura de ar/vapores combustíveis: eliminando as manipulações ao ar livre,
evitar os transbordamentos em reservatórios, abertura de equipamentos sem
autorização, etc.
 Afastar as fontes de ignição: impedir que se fume ou se faça fogo, que se efectuem
soldaduras sem controlo, etc.
 Uso de equipamento de protecção adequado ao tipo de cada risco, do qual importa
prevenir e não abrangido por outras medidas.

Adopção da Segurança Intrínseca

Desde esta fase, ao tomar conhecimento dos processos de trabalho, deve procurar-se
evitar ou reduzir a utilização de matérias – primas e produtos perigosos, substituindo –
os por outros que não sejam perigosos, ou que impliquem menor risco para a
segurança e saúde dos trabalhadores.
Por exemplo:
 Utilizar tolueno em vez de benzeno.
 Utilizar substâncias solúveis em água em vez de solventes orgânicos

Selecção dos métodos e processos de trabalho


Medidas a implementar, também, durante toda a vida útil da empresa
O trabalho realizado na fase de projecto, não é garantia de que ao longo de toda a
vida útil da empresa, não venham a surgir novos riscos que deverão ser eliminados
ou reduzidos. Para tal é necessário desenvolver um trabalho continuo implementando
medidas de correctivas/preventivas.

Medidas essas que podem dividir-se, genericamente, em:


1. Medidas de engenharia, com base na evolução técnica, e tendo por objectivo, a
eliminação e/ou redução do risco procura organizar-se de forma mais segura o

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processo produtivo, alterando-o, aplicando novos componentes nas máquinas, ou
simplesmente colocando sistemas de isolamento, barreiras protectoras, ou
amortecedores, sistemas de aspiração localizada de vapores e/ou poeiras, etc...
2. Medidas Organizacionais, organização do trabalho - horários, pausas,
rotatividade, arrumação e limpeza dos locais de trabalho, etc...
3. Medidas de Informação e formação, elaboração e Implementação na empresa de
programas de informação e formação adequados à sua realidade

4.Medidas estruturais de controlo dos efeitos das altas


temperaturas
- Construção de edifícios eficazes em termos da ventilação natural;
- Na ausência dessa eficácia do sistema projectado, instalação de sistemas de
ventilação adequados;
- Sistemas de ventilação compostos por: ventoinhas, exaustores, refrigeradores,
sempre que as condições da ventilação natural não forem atendidas;
- Colocação de painéis protectores contra a radiação;
- Sistemas de rega colocados de modo estratégico para abaixamento da
temperatura por arrastamento da energia térmica captada pela água,
sobretudo nas coberturas.
5. Medidas organizacionais d e controlo dos efeitos das altas
temperaturas
- Implementar os locais de trabalho isolados das fontes de calor;
- Fornecer aos trabalhadores vestuário próprio adequado, bem como EPI (luvas,
óculos, aventais, etc..., para todos os trabalhadores expostos às fontes de calor;
- Projectar o trabalho de modo a proporcionar pausas para repouso,
rotatividade de tarefas e a realização do trabalho a quente nos períodos
mais frescos do dia;
- "Impôr" a reposição hídrica adequada aos trabalhadores expostos
(frequentemente, devem beber pequenas quantidades de líquido;
- "Impôr" alimentação rica em sais minerais e sal, de modo controlado.
6. Ambientes frios (baixas temperaturas)
Em ambientes cuja temperatura é baixa, o organismo pode sofre danos devido a
uma relação directa entre o tempo de exposição e as condições de protecção
corporal. No conjunto dos efeitos nocivos, deve haver especial cuidado face
àqueles que resultam do chamado choque térmico que, geralmente ocorre
aquando de um brusco abaixamento da temperatura.

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7.Medidas estruturais de controlo dos efeitos das baixas temperaturas
- Construção de edifícios eficazes em termos da ventilação natural; de modo a não
provocar correntes de ar incómodas;
- Na ausência dessa eficácia do sistema projectado, instalação de painéis protectores
contra o movimento do ar sobre o trabalhador;
- Dotar as instalações de sistemas aquecedores (exceptuam-se os locais onde não é
possível a instalação destes equipamentos como as câmaras frigoríficas);
- Construção de zonas intermédias de aclimatização.

8. Medidas organizacionais de controlo dos efeitos das baixas


temperaturas
- Fornecer aos trabalhadores vestuário próprio adequado, bem como EPI (luvas,
óculos, aventais, bonés, casacões, etc...), para todos os trabalhadores expostos ao
frio, em cujo espaço não seja possível o recurso a sistemas aquecedores do ar; -
Projectar o trabalho de modo a proporcionar pausas para repouso e aclimatização;
- "Impôr" alimentação rica em calorias, de modo controlado; - Beber bebidas quentes.

9. Medidas de Redução no Ruído


Para actuar nas medidas de redução deve ter-se em conta que o ruído, ao encontrar
uma superfície, reflecte parte da sua energia e que a frequência tem influência nas
medidas a adoptar.
Na redução de um ruído podemos actuar a vários níveis:
– Na fonte, eliminando ou reduzindo na origem.
– Na transmissão, eliminando ou reduzindo na propagação.
– Na recepção, utilizando protectores de ouvido e/ou rotação de operadores.
Algumas medidas de redução na fonte:
– Substituir máquinas antigas por outras menos ruidosas;
– Actuar a nível de manutenção, no aperto das peças soltas, evitando o choque entre
os componentes das máquinas;
– Blindagem de partes ruidosas de máquinas, utilizando nas paredes internas material
absorvente;
– Montar silenciadores nas aberturas de entradas e saídas de ar de refrigeração.

Algumas medidas de redução na transmissão:


– Tratamento de superfícies, como tectos, paredes e pavimentos com materiais
absorventes acústicos;

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– Afastamento das fontes sonoras das superfícies reflectoras;
– Paredes espessas e porosas;
– Painéis absorventes no tecto.

Algumas medidas de redução na recepção:


– Utilização de protecções individuais;
– Organização do trabalho com a rotação dos trabalhadores entre tarefas ruidosas e
tarefas não ruidosas.

10. Medidas de Intervenção e Controlo nas Vibrações


A análise das vibrações é fundamental para determinar as causas e permitir reduzir
e/ou eliminar determinados tipos de vibrações, principalmente aquelas cujo ritmo
corresponde à frequência de ressonância do corpo.
Para eliminar ou reduzir as vibrações, é fundamental conhecer-se o espectro da
análise da vibração. No entanto, há certos princípios básicos que devem ser seguidos:

Redução das vibrações na origem


 Adquirir máquinas e ferramentas que cumpram as normas CE;
 Realizar a manutenção periódica aos equipamentos, substituindo peças gastas,
fazendo apertos, alinhamentos, ajustamentos e outras operações aos órgãos
mecânicos, de modo a reduzir não só as vibrações como os ruídos;
Diminuir a transmissão das vibrações
 Fazer a montagem das máquinas e dos equipamentos em sistemas antivibratórios,
com a utilização de molas e amortecedores;
 Utilizar materiais para isolamento vibratório (borracha, cortiça, feltros, etc.);

Redução da intensidade das vibrações

 Aumentar a inércia do sistema com a adição de massas, o que permite reduzir a


frequência da vibração.
A aplicação de medidas de prevenção, quer colectivas quer individuais, torna-se difícil,
pelo que se deve procurar esquemas de organização do trabalho e das tarefas de
forma a diminuir o tempo de exposição dos trabalhadores às vibrações e contribuir
para a diminuição de doenças profissionais graves.

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11. MEDIDAS DE PROTECÇÃO COLECTIVAS E INDIVIDUAIS:

Colectiva é prioritária relativamente á individual, e deverá ser adequada aos riscos


existentes, sendo que é responsabilidade de todos a sua conservação.

A escolha desta protecção deve ter em conta


diversos critérios, tais como:
 Qualidade (no que diz respeito ao material utilizado
na sua construção)
 Segurança (no que diz respeito ás características do
elemento de protecção, por exemplo: um guarda -
corpo deverá ter a altura mínima de 90 cm)
 Finalidade Individual, o equipamento de protecção
individual (EPI) é a última barreira contra a lesão.

1.8. O que é um equipamento de protecção individual?

 Qualquer equipamento destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para a sua
protecção contra um ou mais riscos susceptíveis de ameaçar a sua segurança ou
saúde no trabalho.
 É pois, necessário que o equipamento em questão se destine especificamente a
proteger a saúde e a segurança do trabalhador no trabalho, excluindo qualquer outro
objectivo de interesse geral para a empresa como, por exemplo, o uso de uniformes.

Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a protecção
colectiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.
A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante
certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente
aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação
dos empregados usar os equipamentos de protecção individual onde houver risco,
assim como os demais meios destinados a sua segurança.
 Um EPI deve ser concebido e executado em conformidade com as disposições
regulamentares em vigor. A entidade patronal fornece gratuitamente aos trabalhadores
EPI em bom estado:
 adequados relativamente aos riscos a prevenir;

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 que não sejam eles próprios geradores de novos riscos;
 que tenham em conta parâmetros pessoais associados ao utilizador e à natureza do
seu trabalho.
 A regra é um equipamento para cada pessoa exposta! Se forem fornecidos a um
trabalhador vários EPI, estes devem ser compatíveis entre si.
 Se um só EPI servir para vários trabalhadores, será necessário velar pelo estrito
respeito das regras de higiene.
A entidade patronal deve velar para que as informações necessárias à utilização dos
EPI se encontrem disponíveis na empresa sob uma forma que possa ser
compreendida pelos trabalhadores que os utilizam, a cujo conhecimento elas devem
ser levadas.
 A entidade patronal deve organizar sessões de formação e de treino dos trabalhadores
em causa, a fim de garantir uma utilização dos EPI em conformidade com os folhetos
de instruções.

 Os EPI devem ser usados pelo trabalhador exclusivamente nas circunstâncias para as
quais são recomendados e depois de a entidade patronal ter informado o trabalhador
da natureza dos riscos contra os quais o referido EPI o protege.

1.9. Como avaliar e apreciar a necessidade do uso de um EPI?

 Convém proceder ao estudo das partes do corpo susceptíveis de serem expostas a


riscos:
 Riscos Físicos;
 Riscos Químicos;
 Riscos Biológicos.
 Por exemplo, um trabalhador cuja tarefa seja efectuada num ambiente em que o nível
sonoro é muito elevado e não redutível, designadamente por medidas colectivas
(isolamento das máquinas), encontra-se exposto ao ruído.
 O orgão-alvo é o ouvido.
 Em termos de EPI a solução será um protector auricular.
 Mas em primeiro lugar devem ser tomadas outras medidas, como a redução do tempo
de exposição ou... a aquisição de equipamento menos ruidoso.

Como avaliar um EPI do ponto de vista da segurança?

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 A selecção dos dispositivos (ou equipamentos) de protecção individual (EPI) deverá
ter em conta:
 Os riscos a que está exposto o trabalhador;
 As condições em que trabalha;
 A parte do corpo a proteger;
 As características do próprio trabalhador;

Ensaio de Dispositivos de Protecção Individual na Empresa


 Para testar um novo EPI, devem tanto quanto possível, escolher-se trabalhadores com
um critério objectivo de apreciação.
 É indispensável a sua elucidação quanto aos riscos a controlar, bem como o ensaio de
mais de um tipo de protecção.
 O registo de elementos como:
- durabilidade;
- efeito de protecção;
- comodidade;
- possibilidade de limpeza;

entre outros, é extremamente importante para uma solução definitiva.


 A decisão final sobre a utilização do EPI deve ser tomada com base numa análise
cuidada do posto de trabalho, análise essa em que devem participar chefias e
trabalhadores.
 A co-decisão conduz a uma maior motivação para o seu uso.
FORMAÇÃO DO UTILIZADOR
 Os EPI's são simples? É fácil a utilização correcta de um
dado EPI? Para muitos EPI's é necessária uma acção
de demonstração, quando são utilizados pela primeira
vez. A transferência de informação deve estar associada
à motivação.

Os pontos fundamentais na formação do utilizador


são os seguintes:
1) - Porquê utilizar um determinado EPI e qual o tipo de protecção que ele garante?
2) - Qual o tipo de protecção que ele NÃO garante?
3) - Como utilizar o EPI e ficar seguro de que o EPI garante a protecção esperada?
4) - Quando se devem substituir as peças de um dado EPI?

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PRINCIPAIS TIPOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL


Existem EPIs para protecção de praticamente todas as partes do corpo. Veja alguns
exemplos:
Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações, acção dos
agentes meteorológicos etc.
Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite.
É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e limalhas.
Vias respiratórias: protector respiratório, que previne problemas pulmonares e das
vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases, vapores ou
fumos nocivos.
Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de
produtos químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento.
Ouvidos: Auriculares, que previne a surdez, o cansaço, a irritação e outros
problemas psicológicos.
Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos
aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.
Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque eléctrico,
queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda eléctrica,
produtos químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.
Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra electricidade
e humidade. Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem
contacto com produtos químicos.
Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos químicos,
choque eléctrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem
eléctrica, oxiacetilénica, corte a quente

Protecção da Cabeça
 A cabeça deve ser adequadamente protegida
perante o risco de queda de objectos pesados,
pancadas violentas ou projecção de partículas.
 A protecção da cabeça obtém-se mediante uso
de capacete de protecção, o qual deve
apresentar elevada resistência ao impacto e à
penetração.
 Boné anti-choque em poliamida;

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Com protecção interna em polietileno e espuma de conforto para amortecer os
choques.

 Capacete "Oceanic II" c/ banda de suor


c/ 6 pontos de fixação
Peso:350g

Capacete em polietileno c/ viseira em rede e


auscultador
Protecção dos Olhos e do Rosto
 Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do
corpo onde os acidentes podem atingir a maior
gravidade.
 As lesões nos olhos, ocasionadas por acidentes de
trabalho, podem ser devidas a diferentes causas:
 Acções mecânicas, através de poeiras, partículas ou aparas;
 Acções ópticas, através de luz visível (natural ou artificial), invisível (radiação
ultravioleta ou infravermelha) ou ainda raios laser;
Óculos de protecção

 Ergonómicos, ultra leves. Hastes


curvadas sem rosca, com espátulas flexíveis e
confortáveis;
 Armação removível "stop dust" contra as poeiras;
 Lentes de policarbonato com tratamento anti-riscos;
 Campo de visão panorâmico;
 Dupla protecção a impactos e poeiras.
• Os olhos e também o rosto protegem-se com óculos e viseiras apropriados, cujos
vidros deverão resistir ao choque, à corrosão e às radiações, conforme os casos.

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• Óculos c/ hastes e protecção lateral;


• Lente temperada verde p/ soldadura;
• Haste regulável e lentes amovíveis.

Protecção das Vias Respiratórias


 A atmosfera dos locais de trabalho encontra-se, muitas
vezes, contaminada em virtude da existência de
agentes químicos agressivos, tais como gases, vapores, neblinas, fibras, poeiras.

 A protecção das vias respiratórias é feita através dos chamados dispositivos de


protecção respiratória - aparelhos filtrantes (máscaras).

Máscara
panorâmica
Leve e baixa
resistência à respiração;
Peso bem equilibrado na cara;
Campo de visão;
Comporta 2 filtros (vendidos á parte) p/ partículas, gases e vapores.

Semi - máscara

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Peça facial, leve e suave;


Comportam 2 filtros (vendidos á parte) p/
partículas,
gases e vapores.
Incorpora o sistema de baioneta p/ conecção dos
filtros.
Banda de nuca com fecho rápido

Máscara auto-filtrante p/ partículas


Tipo: FFP2S
Máximo nível de uso:10 x TLV

Máscara com carvão activo p/ vapores orgânicos


e cheiros incómodos.
Tipo: FFP1S
Máximo nível de uso:4xTLV p/ partículas.
Valores inferiores ao TLV p/ vapores orgânicos
e cheiros incómodos.

Protecção dos Ouvidos

 Há fundamentalmente, dois tipos de protectores


de ouvidos: os auriculares (ou tampões) e os auscultadores (ou protectores de tipo
abafador).
 Os auriculares são introduzidos no canal auditivo externo e visam diminuir a
intensidade das variações de pressão que alcançam o tímpano.
Protector auricular
 Atenuação:25 dB (SNR)
 Peso:218 gr

Protector auricular
Arnês almofadado, para melhor conforto.

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Ajuste de pressão.
Atenuação:27 dB (SNR)
Peso:225 gr

Tampões com banda


Banda de alta flexibilidade e comodidade.
Atenuação:26 dB (SNR)
Peso:13 gr

Tampões auditivos descartáveis


Suaves e de grande comodidade
Ajustável a todos os canais auditivos
Atenuação:31 dB (SNR)

Protecção do Tronco
 O tronco é protegido através do vestuário, que pode ser confeccionado em diferentes
tecidos.
 O vestuário de trabalho deve ser cingido ao corpo para se evitar a sua prisão pelos
órgãos em movimento. A gravata ou
cachecol constituem, geralmente, um risco.

Colete reversível com fecho de correr na


frente,

 Acções térmicas, devidas a temperaturas extremas.


 Acções químicas, através de produtos corrosivos (sobretudo ácidos e bases)
no estado sólido líquido ou gasoso;

Protecção dos Pés e dos Membros Inferiores


 A protecção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir
de efeitos mecânicos, térmicos, químicos ou eléctricos.

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 Quando há possibilidade de queda de materiais, deverão ser usados sapatos ou botas
revestidos interiormente com biqueiras de aço, eventualmente com reforço no artelho
e no peito do pé.

Protecção dos Pés e dos Membros Inferiores

 Em certos casos verifica-se o risco de perfuração da planta dos pés (ex: trabalhos de
construção civil) devendo, então, ser incorporada uma palmilha de aço no respectivo
calçado.

Protecção
das Mãos e dos Membros Superiores

 Os ferimentos nas mãos constituem o tipo de lesão mais frequente que ocorre na
indústria. Daí a necessidade da sua protecção.
 O braço e o antebraço estão, geralmente menos expostos do que as mãos, não sendo
contudo de subestimar a sua protecção.

NITRILIO
3/4
C/PUNHO MALHA

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SOLDADOR FORRADA

ANTI-CORTE C/PUNHO MALHA

Protecção contra Quedas

 Em todos os trabalhos que apresentam risco de queda livre deve utilizar-se o cinto de
segurança, que poderá ser reforçado com suspensórios fortes e, em certos casos
associado a dispositivos mecânicos amortecedores de quedas.
 O cinto deve ser ligado a um cabo de boa resistência, que pela outra extremidade se
fixará num ponto conveniente.
 O comprimento do cabo deve ser regulado segundo as circunstâncias, não devendo
exceder 1,4 metros de comprimento.

Cinta de segurança
 Cinto de posicionamento "Ekman"
c/ perneiras

Colete e Cinta de segurança


Colete com arnês incorporado "Ekman",

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Arnês completo "Ekman",1 ponto de ligação dorsal


e 2 frontais com estropo e encosto

Extensão de cinta
Passadeira de posicionamento"Ekman"

Corda de ancoragem"Ekman" 16mm c/ deslizador


-Vertica Light
(10,15,20,25 e 30 metros)

Corda de ancoragem"Ekman" 11mm com


(5,10,15,20,25 e 30 metros)

1.10. Escadas e escadotes

Se precisarmos de subir em altura, para chegar lá com toda a segurança, é necessário


utilizar equipamentos apropriados. Não existe escada universal. Devemos utilizar
escada simples ou escada dupla? A escada a escolher depende da natureza dos
trabalhos a efectuar.
Em todos os casos:
 É proibido utilizar caixotes, barris, consolas ou outros objectos em vez de escadas
ou escadotes;

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 Utilizar somente escadas e escadotes bem construídos, que apresentem solidez e
rigidez suficientes;
 As escadas e escadotes defeituosos devem ser reparados imediatamente ou pô-los
fora de uso;
 Os degraus devem ser fixados solidamente aos prumos e manter as mesmas
distâncias uns dos outros;
 Não reparar os prumos e degraus partidos. É proibido fixar os degraus aos prumos
com a ajuda de pregos ou de parafusos;
 Colocar as escadas somente sobre pisos estáveis e contra superfícies sólidas e
fixas;
 Proteger as escadas contra o deslizamento, derrubamento, oscilação e
afundamento;
 Não revestir as escadas com cores opacas (a fim de nos apercebermos dos
pequenos defeitos);
 Colocar as escadas de forma a que elas sejam protegidas contra qualquer risco
mecânico;
 Não devem deitar-se no solo nem ficar encostadas contra a parede;
 Proteger as escadas de madeira contra as intempéries e influências da temperatura.

ESCADAS SIMPLES (de mão)


A estabilidade depende do apoio no solo e se estão dirigidas
contra superfícies sólidas e fixas.
 Ter em atenção o ângulo correcto de inclinação; nem muito
inclinada (a escada pode cair para trás); nem muito deitada
(pode deslizar). O ângulo de inclinação deve estar entre 65° -
75°;
 Não transpor os três degraus superiores; as escadas de mão
devem ultrapassar em, pelo menos, 1 metro o limite superior
do local que pretende.
 Os trabalhos de grande envergadura não devem ser feitos a partir de escadas
simples.

 Para estes trabalhos é necessário instalar andaimes.

ESCADOTES
 Os escadotes devem ser protegidos contra o derrubamento e separação das partes;

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 As partes são mantidas por cordões ou barras. Estas devem ser sólidas e bem fixas
às duas partes da escada;
 São proibidos dispositivos de bloqueamento superiores ao nível da articulação.

ESCADAS DUPLAS
 Nunca devem ser subidas até ao degrau mais alto. Não haverá apoio;
 Nunca utilizar escadas duplas como escadas simples; elas deslizam.
Actualmente, as escadas duplas são fabricadas em alumínio. As mais seguras são as
escadas duplas com protecções laterais. No cimo, elas têm uma plataforma e um
dispositivo de apoio.
Atenção: Se for necessário trabalhar junto de equipamentos e instalações eléctricas,
não devemos utilizar escadas metálicas. Há um grande risco de contacto eléctrico com
as partes metálicas.

2.TRABALHOS DE ARMAZENAMENTO E DE TRANSPORTE

Os acidentes têm muitas vezes lugar porque os perigos são sub-estimados e as


próprias forças do trabalhador são sobre-estimadas.
Por isso:
 Peça ajuda;
 Utilize na medida do possível meios auxiliares adequados, por exemplo garras,
alavancas, guindastes, macacos, etc...
 Tenha boa visibilidade sobre o percurso do transporte;
 Se transporta objectos compridos, e encobridores como por exemplo escadas,
barras, tubos e outros, redobre de prudência ao passar por portões e portas, etc...
A boa técnica para levantar cargas deve ser:
 Aproximar-se da carga;
 Procurar o equilíbrio;
 Endireitar a coluna vertebral;
 Utilizar a força das pernas;
 Agarrar firmemente;
 Não fazer movimentos bruscos.

Transportar correctamente quer dizer:

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 Evitar o trabalho fatigante dos músculos: o centro de gravidade da carga deve
encontrar-se, na medida do possível, verticalmente acima dos pés;
 Transportar os sacos e as caixas ao ombro; o corpo deve ficar direito;
 Carregar o corpo simetricamente;
 Transportar a carga de braços estendidos;
 Evitar torsões perigosas da coluna vertebral ao levantar-se ou ao baixar-se;
 Aquando do transporte de levantamento de cargas, proteger os pés com calçado de
protecção e as mãos com luvas apropriadas.
Transporte com a ajuda de carros de braços:
 Na medida do possível, deslocar o carro de braços empurrando-o;
 Ao movimentar o carro, é necessário prestar atenção para que os calcanhares ou
outras partes do corpo não sejam feridos pelas rodas ou pela plataforma de carga.
 Proteger os punhos e pulsos com luvas especiais ou colocá-los de forma que as
mãos não ultrapassem os bordos do carro;
 Aquando da paragem do trabalho colocar o cabeçalho do carro em posição vertical
e fixá-lo para que não caia.
ARMAZENAMENTO E EMPILHAMENTO
Aquando da armazenagem e do empilhamento, garantir que:
 Os percursos não tenham obstáculos;
 As portas e saídas não estejam barradas;
 As vias de emergência estejam desimpedidas;
 Os extintores estejam sempre acessíveis.
Dispor os stocks e as pilhas de forma a que:
 Que a carga seja mantida com toda a segurança;
 E que não exista perigo devido a objectos que caiam ou rolem.
As substâncias perigosas e as garrafas de gás, por exemplo, devem ser depositadas
em armários especiais ou locais protegidos contra o sol e a chuva, bem arejadas e
sinalizadas com toda a conformidade.
Os materiais compridos tais como varas, mastros, tubos, etc., devem ser empilhados de
forma a que não rolem.
Entre as pilhas ou os depósitos e as vias de circulação para carros manuais e outros
aparelhos de transporte, é necessário prever um espaço de segurança de, pelo menos,
0,5m.
Atenção: Eliminar imediatamente os meios de transporte defeituosos, como por
exemplo as paletes.

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2.1. Transporte com a ajuda de veículos, de empilhadores, de gruas e de monta-


cargas

Os conselhos específicos que dizem respeito à condução e utilização destes aparelhos


e equipamentos não são tratados aqui, dado que somente as pessoas que receberam
formação especial e que tenham certificado de aptidão estão autorizadas a conduzi-los
e a utilizá-los.
Estas pessoas conhecem, portanto, a fundo, as prescrições de segurança.
Para evitar que alguém não autorizado ou por curiosidade mexa no empilhador, o
condutor deve velar para que no momento em que deixa a máquina, ela não possa ser
utilizada por um estranho, retirando, por exemplo, a chave de contacto.

Breves referências aos trabalhos na construção civil e as medidas de prevenção


adequadas.
Desde o seu início até ao seu terminus, uma obra de construção caracteriza-se por
uma enorme variedade de etapas e processos construtivos, sendo, por isso, um
processo bastante dinâmico. Este aspecto repercute-se na quantidade e inconstância
de factores de risco presentes e também na multiplicidade de acidentes passíveis de
ocorrer. Apresentam-se a título exemplificativo algumas tarefas executadas num
estaleiro de construção civil genérico:
Trabalhos de demolição de estruturas;
Trabalhos de escavação;
Trabalhos associados a armação de ferro;
Trabalhos de cofragem e descofragem;
Trabalhos de Betonagem;
Trabalhos de execução de alvenaria;
Trabalhos de execução de reboco ou estuque;
Trabalhos de execução de coberturas;
Trabalhos de carpintaria;
Trabalhos de serralharia;
Trabalhos de pintura e/ou envernizagem;
Trabalhos de aplicação de aplicação de revestimento de pavimentos
PERIGOS/RISCOS MAIS FREQUENTES ASSOCIADAS A TRABALHOS RELACIONADOS COM
DEMOLIÇÃO DE ESTRUTURAS

Queda de pessoas a nível diferente;

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Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos;
Choque contra objectos imóveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;
Projecção de fragmentos ou partículas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Entalamento ou esmagamento por capotamento de máquinas;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Contactos eléctricos;
Explosão;
Incêndio;
Exposição ao ruído;
Exposição a vibrações;
Danos causados por seres vivos;
Outros (inundações por ruptura de canalizações).
CAUSAS PRINCIPAIS
Falta de preparação do trabalho, nomeadamente, não verificar o estado de
estabilidade e solidez dos elementos construtivos e construções adjacentes;
Não assegurar devidamente o corte de todas as infra-estruturas;
Trabalho desorganizado (trabalhadores a laborar em níveis distintos, demolição de
elementos suportantes antes dos suportados);
Sobrecarga dos pisos com entulho;
Não delimitar e sinalizar a zona de trabalhos e não controlar as entradas nessa
zona;
Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (para arrancar elementos
construtivos ou utilizar os equipamentos para além das capacidades indicadas pelo
fabricante…);
Utilização de andaimes indevidamente ancorados ou escorados;
Não utilizar os EPI (s) necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS
Deve ser elaborado um plano de trabalhos cuja memória descritiva contenha a
descrição das operações a executar, procedimentos, equipamentos e pessoal

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necessário. Também devem constar planos de detalhe de elementos estruturais ou
construtivos que envolvam riscos especiais (amianto, betão pré-esforçado.);
Antes de se iniciar qualquer trabalho, devem estar cortadas (garantidamente)
todas as infra-estuturas: água, gás, electricidade, telefone e TV cabo;
Antes de iniciar qualquer trabalho, deve-se verificar o estado de estabilidade e
solidez de todos os elementos construtivos e decorativos, especialmente nos
casos em que a identificação sofreu catástrofes naturais, incêndio ou abandono
prolongado;
É necessário ter em atenção que após um incêndio, pode haver betão desligado
das armaduras e, lajes aparentemente intactas podem ter perdido resistência,
deixando de aguentar inclusive o peso dos trabalhadores;
Devem ser colocado testemunhos em locais adequados (indicados por técnico) e
vigiada a sua evolução, quando efectuar demolição manual.
Dentro de perímetros urbanos, deve tomar medidas de protecção contra as
projecções de materiais sobre a via pública;
Devem ser desmontados e retirados todos os elementos frágeis antes do inicio da
demolição (portas, janelas, clarabóias);
Devem ser escorados, entivados e/ou saneados todos os elementos construtivos
que apresentem instabilidade ou falta de resistência, antes de iniciar os trabalhos
de demolição;
Devem ser escoradas e/ou entivadas as paredes-mestras das edificações
adjacentes, até uma altura que garanta a solidez das mesmas, caso seja
necessário;
Deve ser delimitado e sinalizado todo o perímetro da área da demolição;
No início e no final da jornada de trabalho deve sanear todos os elementos
construtivos que estejam instáveis;
Os andaimes (se forem necessários) devem ficar completamente desligados dos
elementos a demolir;
A demolição deve ser efectuada piso por piso, de cima para baixo e, os
trabalhadores devem laborar todos no mesmo piso;
Devem-se demolir primeiro os elementos suportados e só depois os suportantes;
Os acessos aos postos de trabalho devem ser adequados (principalmente em
resistência e largura), exercendo-se vigilância constante sobre os mesmos;
Os acessos devem-se manter permanentemente desobstruídos e limpos de
entulhos;

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Devem ser montadas escadas exteriores à construção ou reforçadas as escadas
da edificação (se necessário). As escadas devem ser os últimos elementos a
demolir em cada piso, porque são necessárias à circulação dos trabalhadores;
As tubagens, mangueiras e cabos devem ser fixadas e arrumadas de modo a que,
não provoquem tropeções, não fiquem sujeitas a esforços que as possam
danificar. No atravessamento de vias de circulação de veículos devem ser
enterradas ou protegidas;
As tubagens e acessórios das redes de ar comprimido devem ser periodicamente
inspeccionadas a fim de evitar fugas de ar sob pressão;
As aberturas no pavimento do piso em demolição devem ser tapadas, excepto se
forem usadas para escoamento de entulhos, devendo nesse caso ser protegidas;
Deve ser rigorosamente proibido atirar entulhos pelas janelas ou aberturas nos
pisos;
Os entulhos devem ser regados e descidos em calhas ou caleiras devidamente
vedadas e com troços nunca superiores à altura de 2 pisos. A saída inferior de
cada calha deve ter uma comporta para fazer parar o material das calhas usando
as mãos;
O material da cobertura deve ser retirado de forma progressiva e de ambos os
lados para evitar desequilíbrios (da estrutura);
Os materiais da cobertura, à medida que são retirados devem ser descidos através
de caleiras e/ou com o auxilio da grua ou guincho;
As chaminés e varandas não devem ser puxadas para caírem como um todo, nem
devem ser deixadas em estado tal que possam ser derrubadas por acção do vento
(se necessário, deve montar andaime);
As telhas, placas metálicas ou de fibrocimento, não devem servir de apoio aos
trabalhadores, devendo ser utilizadas tábuas de rojo;
A demolição de lajes só deve ser iniciada depois de se conhecerem os seus
apoios e deve ser efectuada na direcção paralela a esses apoios;
As abóbadas ou arcos devem ser demolidos do centro para as extremidades. No
caso de haver abóbadas múltiplas, devem-se escorar as que não estão a ser
demolidas;
Os trabalhadores não se devem apoiar nas paredes-mestras, que não apresentem
estabilidade e solidez adequadas, devendo executar o seu trabalho a partir de
plataformas ou andaimes externos;
Deve-se escorar o soalho de madeira que não tenha estabilidade ou solidez
adequadas, devendo, nesse caso, os entulhos ser escoados de imediato;

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O corte de lajes ou elementos de estrutura construídos em betão pré-esforçado,
deve ser rigorosamente efectuado nos locais assinalados pelos técnicos e
unicamente nesses locais;
As escadas apoiadas em patamares deverão demolir-se do meio do vão para os
apoios;
As escadas apoiadas lateralmente em vigas deverão demolir-se do centro do vão
para os lados;
Os elementos a demolir devem ser molhados regularmente a fim de evitar o
levantamento de poeiras;
As plataformas de trabalho devem ser estáveis, sólidas e horizontais;
Os trabalhadores, devem trabalhar a uma distância que evite serem atingidos por
projecções;
As roupas e a pele não devem ser limpas utilizando o ar comprimido;
Os trabalhos devem ser suspensos em dias chuva intensa.

2.2. Riscos e medidas preventivas associados a trabalhos que envolvam


armação de ferro

RISCOS MAIS FREQUENTES


Queda de pessoas a nível diferente;
Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos em manipulação;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos;
Choque contra objectos moveis;
Choque ou pancadas por objectos móveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;
Projecção de fragmentos ou partículas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Contactos eléctricos;
Exposição ao ruído;
Exposição a vibrações.
CAUSAS PRINCIPAIS
Lay-out do estaleiro do ferro inadequado;

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Desarrumação do estaleiro e do armazém do ferro;
Retirar protecções às máquinas;
Armazenamento incorrecto do varão e elementos moldados;
Falta de preparação do trabalho, nomeadamente, não verificar o estado de
estabilidade e solidez dos elementos onde se vai montar o ferro;
Trabalho desorganizado (trabalhadores a laborar em níveis distintos, sem
protecções contra queda de objectos...);
Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (utilizar os equipamentos
para além das capacidades indicadas pelo fabricante...);
Utilização de andaimes improvisados ou indevidamente montados;
Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
Não utilizar os EPI(s) necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos de acidentes e doença
profissionais.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS


O varão deve ser armazenados em local acessível à grua ou ao multifunções. O
armazenamento deve ser organizado por baías indicadoras de diâmetro, os
molhos devem ser depositados em cima de barrotes de madeira (e não directa
mente no solo), correctamente alinhados e, a altura das pilhas não deve
ultrapassar 1,50m;
Os elementos moldados devem ser armazenados em local acessível à grua ou ao
multifunções. O armazenamento deve ser organizado por tipo de elemento, os
molhos devem ser correctamente alinhados e etiquetados e, a altura das pilhas
não deve colocar problemas de estabilidade;
Os desperdícios (pontas, arames, recortes...) devem ser acondicionados em
contentor específico e, periodicamente, devem ser enviados para o exterior;
A oficina deve estar suficientemente próxima do local de armazenagem, de forma
que os varões possam ser ripados das baias directamente para a tesoura
mecânica. As pilhas de armazenagem não devem ultrapassar os 90 cm de altura.
As zonas de corte e moldagem devem ter área suficiente de forma a evitar
interferências entre tarefas;
O trabalho deve ser organizado de forma a evitar interferências entre tarefas
complementares, descarga, armazenagem, corte, moldagem, armação e
movimentação dos elementos pré-fabricados (armados) para aplicação em obra e
a aglomeração de pessoal em determinadas áreas (usualmente na moldagem);

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A bancada de trabalho deve ter dimensões suficientes para os elementos a moldar
e armar e altura adequada (entre 75 e 90 cm), de forma a evitar posturas de
trabalho incorrectas;
Os postos de trabalho fixos devem ter uma cobertura tipo telheiro, montada de
forma a não interferir com as movimentações mecânicas do varão e dos elementos
armados e assegurando a luminosidade e ventilação naturais;
Deve ser proibido o trabalho junto aos bordos das placas, antes da instalação das
redes de protecção;
A descarga dos molhos de varão deve ser realizada, suspendendo-os por dois
pontos equidistantes e com resistência adequada, através de um pórtico
indeformável suspenso do gancho;
Deve ser rigorosamente proibida a elevação de atados por um único ponto de
suspensão;
Deve ser rigorosamente proibido efectuar a elevação dos molhos pelos atilhos que
envolvem os atados. A movimentação mecânica deve ser efectuada com os
estropos adequados e, preferencialmente, com correntes em vez de cabos de aço
ou cintas;
Deve ser rigorosamente proibida a permanência de trabalhadores debaixo de
cargas suspensas;
Deve ser efectuada, diariamente, a recolha de todos os desperdícios de ferro,
acondicionando-os no local para tal destinado;
Os elementos armados devem ser transportados suspensos por lingas fixadas em
pontos cujo afastamento seja suficiente para evitar deformações ou deslocamentos
não desejados;
Deve ser rigorosamente proibido trepar por elementos armados;
Deve ser rigorosamente proibido caminhar sobre a cofragem de traves, vigas,
abóbadas e outras superfícies curvas;
Devem ser instaladas pranchas com uma tábua de largura (± 30 cm) para circular
em cima de armaduras de lajes;
As manobras de colocação «in situ» dos elementos armados devem ser
efectuadas por equipas de 3 trabalhadores. Dois guiam a peça através de cordas,
o terceiro dá indicações aos colegas e ao manobrador da grua ou do multifunções;
As pontas dos ferros em espera devem ser cortadas ou devidamente protegidas.

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2.3. Descrição de Riscos e medidas de segurança associados a tarefas
envolvendo cofragem e descofragem de estruturas
RISCOS MAIS FREQUENTES
Queda de pessoas a nível diferente;
Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos em manipulação;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos
Choque contra objectos moveis;
Choque ou pancadas por objectos moveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;
Projecção de fragmentos ou partículas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Contactos eléctricos;
Exposição ao ruído;
Exposição a vibrações;
Soterramento, por desabamento do talude adjacente.
CAUSAS PRINCIPAIS
Lay-out da carpintaria inadequado;
Desarrumação da carpintaria, do armazém e do local de montagem;
Retirar protecções às máquinas;
Armazenamento de tábuas e painéis com pregos salientes;
Trabalho desorganizado (trabalhadores a laborar em níveis distintos, sem
protecções contra queda de objectos...);
Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (utilizar os equipamentos
para além das capacidades indicadas pelo fabricante...);
Utilização de andaimes ou bancadas improvisados ou indevidamente montados;
Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
Não utilizar os EPI(s) necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS
O tipo de cofragem a utilizar deve ser seleccionado tendo em conta o elemento a
ser construído e a envolvente do local onde vai ser construído;
A madeira e/ou os painéis de cofragem devem ser armazenados em local
acessível aos meios mecânicos. O armazenamento deve ser organizado por

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dimensões, os materiais devem estar correctamente alinhados e, a altura das
pilhas não deve colocar em causa a sua estabilidade (a figura 1 apresenta um
exemplo de armazenamento incorrecto de escoras, estão demasiado próximas do
vão existindo risco de queda de materiais);

Figura 1 - Armazenamento incorrecto de escoras


Devem ser usados meios mecânicos para elevação e transporte das cargas. As
suspensões não devem ser feitas por um único ponto e os elementos devem ser
conduzidos com recurso a cordas guia;
Os pregos existentes em madeira usada devem ser retirados ou batidos;
A equipa que vai executar os trabalhos deve conhecer bem o sistema a utilizar;
A zona de trabalho deve ser limpa, diariamente e, os desperdícios devem ser
acondicionados em local apropriado e enviados periodicamente para o exterior (a
figura 2 apresenta um exemplo de má arrumação do local de trabalho, potenciando
riscos de tropeçamento e queda ao mesmo nível);

Figura 2 - Operação de descofragem de laje


A descofragem deve ser efectuada com recurso a «arranca pregos» ou «pés de
cabra» com dimensão suficiente para alavancar as tábuas sem risco de sobre-
esforço para os trabalhadores;

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Deve ser colocada uma cobertura tipo telheiro na zona de trabalho com máquinas,
assegurando, no entanto, a luminosidade e a ventilação naturais e de modo a
permitir a movimentação mecânica dos materiais;
As bancadas devem ter dimensões que permitam uma correcta estabilização das
tábuas, especialmente nas tarefas de corte e uma altura entre os 75 e os 90 cm; O
espaço da carpintaria de toscos deve ser dimensionado, de forma a que as
máquinas disponham, entre si, de espaço suficiente para manusear a madeira sem
interferências;
Os espaços de circulação e operação junto às máquinas devem manter-se
desobstruídos, arrumados e limpos de serradura e desperdícios;
Devem ser colocados extintores na carpintaria junto das máquinas;
As folhas de corte das serras e serrotes devem ser inspeccionadas diariamente;
Os painéis devem ter olhais com resistência adequada ao peso dos painéis a
movimentar, devendo o seu estado de conservação ser verificado antes de iniciar
a sua elevação;
Na sua recepção, os painéis devem ser posicionados com recurso a cordas guia.
Deve ser rigorosamente proibido guiar os painéis com as mãos;
Deve ser proibida a permanência de trabalhadores nas zonas de passagem de
cargas suspensas;
A zona de trabalhos onde se efectua a montagem (ou desmontagem) das
cofragens deve ser delimitada e sinalizada, de forma a que os restantes
trabalhadores não circulem num local onde possam, potencialmente, ser atingidos
pela queda de materiais;
A subida e descida dos trabalhadores aos elementos cofrados deve ser efectuada
com recurso a escadas de mão normalizadas. Para alturas superiores a 6 m, deve
ser montada uma escada com patamares intermédios e equipada com guarda-
costas e guarda-cabeças;
As plataformas de trabalho devem ter uma largura mínima de 80 cm, permitir a
mobilidade necessária para efectuar o trabalho em segurança e permitir a rápida
evacuação no caso de surgir uma situação de emergência;
Os ferros em espera deverão ser dobrados, cortados ou protegidos;
O escoramento deve estar dimensionado para resistir aos esforços previstos, com
uma margem de segurança de 150%. As sapatas e calços devem ter solidez para
resistir aos esforços e os prumos devem estar bem verticais (a figura 1 - apresenta
uma escora correctamente colocada, a figura 2 - apresenta uma escora colocada
incorrectamente em posição não vertical);

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Figura 1 Figura 2
A elevação e montagem de elementos e painéis de cofragem deve ser
previamente combinada com o gruista;
A movimentação mecânica dos painéis deve ser suspensa sempre que sopre
vento com velocidade superior a 40 km/h ou que o manobrador não consiga
acompanhar, visualmente, a carga durante todo o seu percurso (chuva ou
nevoeiro);
A montagem da cofragem deve ser realizada numa sequência tal que não permita
que fiquem «buracos para trás». Se for necessário deixar zonas por cofrar, devem
ser protegidas com guarda-corpos ou redes;
A desmontagem das cofragens deve ser executada com as plataformas protegidas
contra quedas em altura. Em situações não seja possível manter as protecções
colectivas, os trabalhadores devem usar arnês anti-queda, amarrado a um ponto
com solidez adequada.
Trabalhos de Betonagem

2.4. DESCRIÇÃO DE RISCOS E MEDIDAS PREVENTIVAS ASSOCIADOS A TRABALHOS

ENVOLVENDO BETONAGEM DE ESTRUTURAS

PERIGOS/RISCOS MAIS FREQUENTES


Queda de pessoas a nível diferente;
Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos em manipulação;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos;
Choque contra objectos imóveis;
Choque ou pancadas por objectos móveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;

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Projecção de fragmentos ou partículas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Exposição a substâncias nocivas ou tóxicas;
Atropelamento ou choque de veículos;
Contactos eléctricos;
Exposição ao ruído; Exposição a vibrações.
CAUSAS PRINCIPAIS
Falta de acessos e plataforma de trabalho inadequadas;
Não vigiar o comportamento das cofragens e respectivos escoramentos;
Trabalho desorganizado (trabalhadores a laborar em níveis distintos, sem
protecções contra queda de objectos...);
Iluminação inadequada;
Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (utilizar os equipamentos
para além das capacidades indicadas pelo fabricante, embate violento do balde
com as cofragens...);
Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
Utilização de andaimes ou bancadas improvisados ou indevidamente montados;
Não utilizar os EPI(s) necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS
Deve ser elaborado um plano de betonagem definindo os equipamentos, os modos
operatórios e os meios humanos necessários;
Nas betonagens efectuadas durante o período nocturno, deve ser garantida
iluminação adequada (mínimo de 100 lux), com instalação protegida por disjuntor
diferencial de 30 mA e colocada de forma a não provocar encandeamento;
Devem ser construídos acessos adequados a todos os locais de betonagem que
permitam a mobilidade necessária para efectuar o trabalho em segurança e a
rápida evacuação no caso de surgir uma situação de emergência;
Antes do início dos trabalhos, o encarregado deve verificar o bom estado dos
equipamentos de protecção colectiva (guarda-corpos e/ou redes) e das
plataformas de trabalho;
O comportamento da cofragem e do cimbre deve ser constantemente vigiado,
suspendendo a betonagem sempre que se detecte qualquer falha. O trabalho só
deve ser retomado depois de se restabelecer a estabilidade e solidez necessárias;

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O descofrante deve ser aplicado de costas voltadas ao vento. O pulverizador de
dorso só deve ser reabastecido quando pousado no chão;
Deve ser rigorosamente proibida a aplicação de descofrante em tronco nu. Em
caso de contaminação acidental de qualquer parte do corpo, deve lavar
abundantemente a parte atingida com água e sabão;
Os vibradores de betão, demais equipamentos eléctricos e respectivos cabos
devem estar em bom estado e protegidos por disjuntores diferenciais de 30 mA;
Deve ser rigorosamente interdito o acesso à zona de escoramento enquanto
decorre a betonagem;
Deve ser executada uma bacia para lavagem das betoneiras e baldes de
betonagem. No final da obra, a bacia deve ser limpa e os resíduos encaminhados
para aterro adequado.

2.5. Descrição de Riscos e Medidas Preventivas associados a trabalhos que


envolvam a execução de alvenarias

RISCOS MAIS FREQUENTES


Queda de pessoas a nível diferente;
Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos em manipulação;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos;
Choque contra objectos imóveis
Choque ou pancadas por objectos móveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Exposição a substâncias nocivas ou tóxicas;
Contactos eléctricos;
Exposição ao ruído;
Exposição a vibrações.
CAUSAS PRINCIPAIS
Falta de acessos e plataformas de trabalho inadequadas;
Desarrumação;
Retirar protecções às máquinas;

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Trabalho desorganizado (retirada extemporânea de protecções colectivas...);
Iluminação inadequada;
Utilização de meios mecânicos de forma inadequada (utilizar os equipamentos
para alem das capacidades indicadas pelo fabricante, paletes mal empilhadas ou
desamarradas;
Utilização de andaimes ou bancadas improvisados ou indevidamente montados;
Trabalhar em condições atmosféricas adversas;
Não utilizar os EPI(s) necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;.
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS
Deve ser garantida a existência de plataformas de descarga de materiais (nos
pisos) com solidez e estabilidade adequadas às cargas a movimentar e, dotadas
de guarda-corpos e guarda-cabeças e fecho na parte frontal;
Antes de iniciar os trabalhos, devem ser colocadas protecções nos poços dos
elevadores, courettes e em todos negativos existentes nas placas. Se houver
interferência com vias públicas ou trabalhos em níveis inferiores devem ser
protegidos com anteparos. Deve ser proibido o trabalho junto aos bordos das
placas, antes da instalação de redes de protecção;
Deve ser garantida a existência de condutas devidamente vedadas (para descarga
dos entulhos) e com troços nunca superiores à altura de 2 pisos. A saída inferior
de cada calha deve ter uma comporta para fazer parar o material. Deve ser
rigorosamente proibido que os trabalhadores retirem material das calhas usando
as mãos;
As paletes de material devem ser movimentadas com meios mecânicos e
distribuídas para próximo dos locais onde vão ser utilizadas, de forma a não
sobrecarregar as placas e não expor os trabalhadores a sobre-esforços;
As plataformas de trabalho com altura superior a 2 m devem ser dotadas de
guarda-corpos e guarda-cabeças;
Os entulhos devem ser depositados em local específico e, periodicamente,
devem ser enviados para o exterior;
Deve haver o cuidado de não romper o plástico de protecção das paletes de tijolo
antes de as içar. Os tijolos soltos devem ser devidamente empilhados e
amarrados antes de ser içados;
O trabalho da(s) grua(s) deve ser organizado de forma a que as interferências
possam ser facilmente geridas. Se tal não for possível, devem ser instalados na(s)
grua(s) limitadores mecânicos de posição;

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Mesmo em trajectos curtos, o transporte de tijolos e sacos de cimento deve ser
efectuado com recurso a carros de mão;
Deve ser rigorosamente proibido o assentamento de plataformas de trabalho sobre
tijolos;
Deve ser proibido improvisar plataformas de trabalho com bidões, caixas,
escadotes;
Deve ser garantida a limpeza diária das zonas de trabalho, de forma a evitar
acumulações de massa que solidificará;
A deposição de paletes de material deverá ser realizada junto aos pilares para
evitar sobrecarregar as lajes em zonas de maior fragilidade;
As rampas das escadas deverão ser protegidas com guarda-corpos;
De forma a garantir o máximo de iluminação natural, o trabalho deve ser
organizado de forma a construir primeiro as paredes interiores. Deve ser
assegurada uma iluminação mínima de 100 lux (natural ou artificial) medida a 2 m
do solo. Trabalhos em Coberturas

2.6. Riscos e Medidas preventivas associadas a trabalhos envolvendo


tarefas de carpintaria

RISCOS MAIS FREQUENTES


Queda de pessoas a nível diferente;
Queda de pessoas ao mesmo nível;
Queda de objectos por desabamento ou desmoronamento;
Queda de objectos em manipulação;
Queda de objectos desprendidos;
Marcha sobre objectos;
Choque contra objectos moveis;
Choque ou pancadas por objectos móveis;
Pancadas e cortes por objectos ou ferramentas;
Projecção de fragmentos ou partículas;
Entalamento ou esmagamento por ou entre objectos;
Sobre-esforços ou posturas inadequadas;
Contactos eléctricos;
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Exposição a vibrações;

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CAUSAS PRINCIPAIS
Lay-out da carpintaria inadequado;
Desarrumação da carpintaria, do armazém e dos locais de trabalho;
Retirar protecções às máquinas;
Armazenamento de tábuas e painéis com pregos salientes;
Trabalho desorganizado (atravancamento de locais de passagem, trabalhos que
deviam ser efectuados por dois trabalhadores serem efectuados só por um...);
Utilização de ferramentas em mau estado de conservação;
Utilização de andaimes ou bancadas improvisados ou indevidamente montados;
Não delimitar e sinalizar a zona de trabalhos;
Não utilizar os EPI necessários, nomeadamente, contra quedas em altura;
Trabalhadores sem formação e desconhecimento dos riscos.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO ACONSELHADAS
Os aros, pré-aros e ripas de guarnição, devem ser armazenados em local
acessível, sem interferir com as zonas de passagem. O armazenamento deve ser
organizado por dimensões, as peças devem ser correctamente alinhadas e, a
altura das pilhas não deve colocar em causa a sua estabilidade;
As bancadas devem ter dimensões que permitam uma correcta estabilização das
tábuas, especialmente nas tarefas de corte e uma altura entre os 75 e os 90 cm;
O espaço da oficina da carpintaria de limpos deve ser dimensionado, de forma a
que as máquinas disponham, entre si, de espaço suficiente para o manuseamento
da madeira sem interferências;
Os espaços de circulação e operação junto às máquinas devem manter-se
desobstruídos, arrumados e limpos de serradura e desperdícios;
Devem ser colocados extintores junto às máquinas;
As folhas de corte das serras e serrotes devem ser inspeccionadas antes de se
iniciar qualquer trabalho verificando se estão em bom estado de conservação e se
são adequadas ao material a cortar;
Quando proceder ao corte de madeira molhada ou com nós, deve ter em atenção
à resistência ao avanço, desvios e possíveis projecções de materiais devidas à
prisão do disco;
Quando proceder ao corte de aglomerado de madeira com resina, deve apertá-la
com maior firmeza pois a aderência ao disco tende a fazer rodar a peça;
Deve fixar correctamente os discos das serras e não deve utilizar discos
excessivamente desgastados, desequilibrados ou de diâmetro diferente do
indicado pelo fabricante;

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semanalmente, devem ser evacuados para o exterior;
As colas e vernizes devem ser armazenados em local fechado e ventilado, deve
ser colocado um extintor de pó químico polivalente de 12 Kg junto da entrada,
assim como, sinalização de «perigo de incêndio» e «proibido fumar ou foguear»;
O estaleiro e o armazém das madeiras devem ficar afastados de fontes de calor e
de outros materiais combustíveis;
As zonas de trabalho devem ter uma iluminação mínima de 100 lux, medida a uma
altura de dois metros do solo e que não provoque encandeamento;
As tábuas e ripas devem ser transportadas ao ombro por um mínimo de dois
trabalhadores. Se tal não for possível, a frente deve estar a uma altura superior ao
capacete do trabalhador que as transporta, de forma a evitar ferimentos na cara
dos colegas;
A montagem de aros de portas e janelas deve ser efectuado por um mínimo de
dois trabalhadores;
As escoras horizontais (para evitar deformações) devem ser colocadas a 60 cm de
altura e sinalizadas com um pedaço de fita plástica vermelha e branca.

REGRAS E PROCEDIMENTOS GERAIS DE BOAS PRÁTICAS EM ARMAZÉNS

Controlo do acesso

Nos armazéns de forma geral, devem ser tomadas medidas de segurança para
impedir o acesso não autorizado ao armazém, uma vez que pessoas estranhas ao
serviço podem colocar em causa todos os procedimentos de segurança. Assim,
devem ser tidas em consideração as seguintes instruções:

Durante as horas de trabalho o acesso poderá ser feito através de cartões de


banda magnética. Estes deverão conter algumas instruções gerais de segurança
relacionadas com a organização da emergência do edifício;

Fora das horas de trabalho devem ser fechadas à chave as portas e janelas do
armazém bem como dos escritórios;

As chaves do armazém devem estar guardadas no escritório ou portaria, não


devem estar acessíveis a qualquer pessoa. Terão que estar devidamente
etiquetadas e de fácil acesso em caso de emergência.

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Recepção e expedição

Durante a recepção no armazém, deve-se ter o cuidado de identificar todos os


produtos, quantidade, etiquetagem e/ou fichas técnicas dos mesmos. Numa fase
seguinte, far-se-á a catalogação das mercadorias e devem ser conferidos com os
documentos de transporte. O bom estado das embalagens e paletes deve ser sempre
verificado. As embalagens e paletes danificadas ou com fugas devem ser separadas
das restantes. Se surgirem situações de etiquetas danificadas ou ausentes, os
produtos devem ser postos de lado e sujeitos a uma inspecção para posteriormente
lhes serem colocadas novas etiquetas ou fichas de identificação.

A seguir, apresentam-se alguns itens que devem ser considerados relativamente à


recepção e expedição de mercadorias:

Condições de higiene dos veículos de transporte (especialmente se se tratar de


produtos alimentares);

Verificar a separação de produtos por classes nos veículos de transporte e


posteriormente no armazém;

Verificar a compatibilidade das condições ambientais relativas ao tipo de


mercadoria transportada e/ou armazenada (ex. temperatura, humidade);

Condições de acondicionamento das cargas;

Utilização de EPI’s por parte dos trabalhadores que manuseiam as


mercadorias, consoante o tipo de produtos manuseados; ex.: luvas de protecção
mecânica, capacete, fato de trabalho, botas com biqueira de aço, etc.;

Proceder à carga e descarga de mercadorias de forma cuidadosa de modo a


não danificar embalagens e produtos;

Higienizar correctamente os locais, equipamentos e utensílios, especialmente


quando de manipulam alimentos ou produtos químicos;

Armazenar rapidamente (prazo máximo de 30 minutos após a descarga) as


matérias-primas cuja conservação dependa directamente do frio de câmaras
frigoríficas);

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Deverão ser rejeitadas e sujeitas a inspecção as embalagens que apresentem os
seguintes defeitos:

Embalagens danificadas, violadas, etc.;

Embalagens que se apresentem sem o respectivo rotulo ou que apresentem


sinais de corrosão;

Mercadorias cujo prazo de validade esteja expirado;

Mercadorias que apresentem defeitos visíveis ou cujas características sejam


susceptíveis de colocar em causa a segurança e saúde dos trabalhadores que as
manuseiam no processo de armazenamento e transporte.

Armazenamento dos Produtos - Segregação e Separarão dos produtos

A segregação significa que o armazenamento de determinado tipo de produtos é feito


à parte dos restantes, em compartimentos diferentes.

Os funcionários de armazéns terão que ter formação a este nível e ter conhecimento
prévio das condições ideais de armazenamento e manuseamento para cada produto
especificamente.

Devido à sua natureza potencialmente tóxica, o armazenamento determinados


produtos químicos, por exemplo, não deve ser efectuado no mesmo armazém que os
produtos alimentares, rações para animais e outros produtos tais como têxteis, tabaco,
bebidas, etc. Caso seja inevitável o armazenamento conjunto dos produtos
referenciados, estes devem ser cuidadosamente separados dos produtos químicos e
tomadas as devidas precauções.

Os próprios produtos químicos devem ser armazenados por grupos de acordo com a
sua categoria de perigosidade, ex.: inflamáveis, combustíveis, corrosivos, tóxicos, etc.

No armazenamento dos diversos produtos devem ser sempre respeitadas as


indicações presentes na caixa e no rótulo, ex. Produto Frágil!!!

Devem ser utilizadas protecções (protectores de coluna – devidamente fixados) para


as prateleiras, “racks” e estantes de modo a evitar a queda das mercadorias, devido

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por exemplo, ao choque ou impacto inadvertido com os garfos do empilhador ou porta
paletes.

A seguir, apresenta-se uma tabela relativa a recomendações para as alturas de


armazenamento de diversas mercadorias, de acordo com o seu peso e tipo de
mercadoria:

Altura Peso e tipo de mercadoria


< 600 Zona muito boa para materiais de reserva e mercadorias raramente
mm utilizadas.
600 –
Ideal para objectos muito pesados. De fácil acesso aos trabalhadores.
800 mm

800 – Zona IDEAL de armazenamento em termos de movimentação manual


1100 de mercadorias.
mm

1100 - Zona muito boa em termos de visibilidade para o manuseamento de


1400 cargas. A partir desta altura não devem ser armazenadas mercadorias
mm muito pesadas!

1400 -
1700
Nesta faixa, o acesso e visão ficam limitados para alguns trabalhadores.
mm

Nesta faixa, o acesso e visão ficam limitados à maioria dos


1700 -
trabalhadores. A partir deste patamar não deverão ser armazenadas
2200
mercadorias pesadas e que careçam de manipulação directa por parte
mm
dos trabalhadores.

Zona inalcançável fisicamente a todos os trabalhadores. Há


> 2200 necessidade de utilização de escada ou meios mecânicos. Nesta faixa
mm devem ser armazenadas mercadorias leves.

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Notas: Considera-se mercadoria pesada aquela cujo peso é superior a 10 Kg.
É essencial garantir a verticalidade e estabilidade das estantes, prateleiras e
“racks”!

Armazenamento no Exterior

De um modo geral, os produtos podem ser armazenados no exterior, desde que exista
uma cobertura ou telhado e as condições ambientais não sejam muito adversas às
características dos produtos. As embalagens resistentes ao mau tempo, tais como
bidões de 200 litros podem ser armazenadas ao ar livre, desde que o seu conteúdo
não seja sensível a temperaturas extremas e se possa garantir a sua segurança.

As áreas de armazenamento devem possuir uma base sólida e impermeável cercada


por um pequeno muro de retenção. A utilização de alcatrão no pavimento, em certos
casos não é recomendável. Este tem tendência a amolecer em climas quentes, sob
influência de certos solventes ou ainda se sujeito à circulação de veículos pesados. Se
a área não tiver cobertura, é necessário tomar as medidas adequadas para a
drenagem da água da chuva recolhida.

Recomenda-se que o armazenamento de bidões seja efectuado na vertical sobre


paletes. Os bidões que estiverem armazenados na posição horizontal devem estar
devidamente travados com calços ou cintas para evitar que rolem ou se soltem.

Sistemas de Controlo de Stocks

O sistema de controlo de stocks deverá garantir o conhecimento da quantidade e


localização das mercadorias existentes no armazém, em qualquer momento. Esta
informação é extremamente útil para coordenar as actividades desenvolvidas no
armazém em articulação com os clientes e, em simultâneo, proporcionar melhores
níveis de segurança dos trabalhadores e instalações. Deverá existir um inventário, um
esquema de localização das mercadorias e as fichas de dados dos produtos – nas
quais constem as características técnicas dos produtos. Estas informações têm de
estar num lugar seguro, fora da área de armazenamento de forma a facilitar a sua
consulta em caso de um incêndio ou qualquer outra situação de emergência nas
instalações.

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Operações Auxiliares

A segurança num armazém não depende única e exclusivamente do tipo de


actividades que são exercidas diariamente no mesmo (relacionadas com a
movimentação de mercadorias). Desta forma, devem ser evitadas, dentro do armazém
(mais concretamente na zona de movimentação de mercadorias, recepção e
expedição), as actividades que não tenham que ver com o armazenamento
propriamente dito, e devem realizar-se em espaços ou secções apropriadas, tais
como:

A manutenção e reparação de veículos e máquinas;

Controlo de qualidade;

Etiquetagem;

Inspecção e separação de mercadorias;

Etc.

Ordem e Limpeza

A limpeza e organização do armazém (e especificamente de cada posto de trabalho)


estão directamente relacionadas com procedimentos correctos e seguros e com o
aumento dos índices de produtividade.

Para que sejam mantidas as condições de segurança num armazém, é imprescindível


manter o mais elevado nível de ordem e limpeza. A acumulação de resíduos propicia
alto risco para o início de um incêndio, facilita sua propagação e pode dar origem a
vários tipos de acidentes de trabalho.

O pó acumulado deve ser aspirado e nunca soprado (ex. através de pistolas de ar


comprimido). Deve-se prever uma limpeza adequada deve ser dada ao pó acumulado
que se acumula nos equipamentos eléctricos, máquinas e luminárias.

As boas práticas ao nível de higiene e limpeza devem ser mantidas, limpando de


forma regular e sistemática, os pavimentos, prateleiras e “racks” utilizando
preferencialmente, um aspirador industrial. Devem ser proporcionadas instalações
sanitárias aos empregados, bem como locais separados para o consumo de alimentos

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e bebidas. Os trabalhadores devem lavar sempre as mãos antes de comer, beber ou
fumar.

Organização Interna da Emergência

Os armazéns apresentam um grande número de vulnerabilidades e factores de risco


que será necessário controlar, no intuito de minimizar as consequências e as perdas
de ordem humana e material. Não nos podemos esquecer que todos os dispositivos
de prevenção e protecção de acidentes instalados num armazém perderão
completamente sua função, se os recursos humanos não estiverem preparados e
forem conhecedores de todas as incumbências que devem ser tomadas em caso de
emergência.

Por este motivo, é imprescindível dispor de um Plano de Emergência e constituir


equipas com pessoal específico para actuar em tais circunstâncias.

O Plano de Emergência deverá incluir os procedimentos de controlo e de actuação


das equipas de intervenção.

Uma vez elaborado, o plano deve ser implantado mediante a realização dos cursos de
formação e, à posteriori simulados necessários para que todo o pessoal possa treinar
convenientemente as suas funções em função do tipo de emergência.

Equipamento de Protecção Individual

O pessoal do armazém deve receber roupa de trabalho apropriada ao tipo de tarefas


que desempenham normalmente. Devem ainda ter possibilidade de acesso a outros
EPI’s de que necessitem pontualmente para realização de uma dada tarefa; ex.: luvas,
calçado com biqueira de aço, fato de trabalho, capacete, etc.

O contacto com produtos químicos nos locais de armazenamento, só deve ser


possível como consequência de um derrame inadvertido, provocado por uma ruptura
acidental de uma embalagem, ou pela deterioração da mesma.

Os trabalhadores que manipulam os produtos derramados têm de estar protegidos de


forma adequada contra a exposição aos produtos químicos (consoante as

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características dos produtos). O equipamento de protecção tem de estar sempre
disponível no local e deverá ser o seguinte:

Luvas impermeáveis (PVC ou Borracha);

Botas de borracha;

Avental de PVC;

Viseira ou óculos;

Mascara para as vias respiratórias.

O equipamento de protecção deve ser inspeccionado de forma regular, mantido em


boas condições, ser limpos periodicamente e renovados sempre que necessário.

Primeiros Socorros

Em todos os armazéns deverão existir estojos de Primeiros Socorros (o seu numero


estará dependente da dimensão do armazém e do número de trabalhadores). Os
estojos devem estar devidamente sinalizados e todos os trabalhadores devem ter
conhecimento da sua localização. Adicionalmente recomenda-se que seja colocado
junto do estojo um letreiro contendo os conselhos básicos sobre os primeiros socorros,
assim como números de telefone principais para o caso de emergência mais grave em
que seja necessária a intervenção de meios externos (INEM, bombeiros, etc.).

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BIBLIOGRAFIA

AEP; Manual formação PME – Higiene e Segurança no Trabalho.

Carvalho, F.; “Estudo comparativo entre diferentes métodos de Avaliação de Risco, em


situação real de trabalho”; Universidade Técnica de Lisboa; 2007.

CATIM; Ficha técnica PRONACI – Higiene e Segurança no Trabalho; AEP, 2002.

GablGT; Aspectos Essenciais da disciplina legal da Segurança e Saúde no Trabalho;


I.G.T., 2205.
Gadd, S.; Deborah, K.; Balmforth, H; Good practice and pitfalls in risk assessment;
Sheffield; UK: Health & Safety Executive, 2003.

Miguel, A.; Manual de Higiene e Segurança do Trabalho; Porto editora, 8ªEdição.

Macedo, R.; Manual de Higiene do Trabalho na Indústria; Fundação Calouste


Gulbenkian; Coimbra; 1988.

Pedro, R.; Métodos de Identificação e Avaliação de Riscos nos Locais de Trabalho;


TECNOMETAL, N.º 167; Porto; 2006.

Roxo, M.; Segurança e Saúde do Trabalho: Avaliação e Controlo de Riscos; Almedina,


2003.

Sousa, J; Silva, C; Pacheco, E.; Moura, M.; Araújo, M.; Fabela, S.; Acidentes de
Trabalho e Doenças Profissionais em Portugal. Riscos Profissionais: Factores e
Desafios; Centro de Reabilitação Profissional de Gaia; 2005.

Veiga, R.; Metodologias de análise e Avaliação de riscos profissionais; Verlag


Dashöfer; 2006.

Veiga, R.; Plano de Prevenção; Verlag Dashöfer; 2005.

CONSULTA NA INTERNET

Universidade Aberta: http://www.univ-ab.pt

Autoridade das condições de trabalho: http://www.act.gov.pt

OSHA – European Agency for safety and health at work: www.osha.europa.eu

INSHT; Gestion de la prevencion de riesgos laborales em la pequeña y mediana


empresa: http://www.mtas.es/insht

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LEGISLAÇÃO CONSULTADA

Código do Trabalho: Lei n.º 07/2009 de 12 de Fevereiro

Lei n.º 105/2009 de 14 de Setembro

Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro

Lei 113/99 de 3 de Agosto

DL 330/93 de 25 de Setembro

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