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CIÊNCIA

SUJEIRA E CONTAMINAÇÃO

Os prós e os contras dos diferentes tipos de geração de


energia para o Brasil
Plantão | Publicada em 26/04/2011 às 09h29m

Cesar Baima

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RIO - O terremoto seguido de tsunami no Japão


no mês passado danificou seriamente a usina
nuclear de Fukushima, fazendo pairar sobre o
mundo o fantasma de um novo acidente nos
moldes do de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986,
que lançou uma nuvem radioativa sobre boa parte
da Europa. A crise nuclear japonesa reforçou o
debate sobre a segurança desse tipo de instalação,
levando países como a Alemanha a desligar
temporariamente seus reatores. Até a China, que
está construindo 25 novas usinas, mais do que qualquer outro país, suspendeu a aprovação de projetos
nucleares. A verdade, no entanto, é que quando o assunto é geração de eletricidade "não existe almoço grátis",
como dizia o economista e ganhador do Prêmio Nobel Milton Friedman. Toda energia é suja e sua produção
tem impactos e riscos para o meio ambiente e os seres humanos.

- Para qualquer fonte de energia há um dano ambiental, nem que seja para produzir a tecnologia que ela usa -
diz Roberto Schaeffer, professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ. - Mesmo nos casos das
energias eólica e solar este impacto não é zero, embora ainda seja bem menor que nas outras opções.

Schaeffer lembra que, no Brasil, cerca de 90% da eletricidade consumida vem de hidrelétricas, que
representam mais de 80% da capacidade instalada de geração no país. A operação dessas usinas praticamente
não tem impacto sobre o meio ambiente e as populações em seu entorno, fazendo com que sejam consideradas
uma das opções mais "limpas" disponíveis.

O mesmo, no entanto, não pode ser dito de sua construção. Seus reservatórios ocupam grandes extensões de
território, forçando a remoção de cidades inteiras, destruindo florestas nativas, matando milhares de animais e
inutilizando terrenos agriculturáveis. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia 2009-2019 da
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, os lagos das novas usinas

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que serão construídas no período cobrirão um total de 7.687 quilômetros quadrados, dos quais quase 5 mil © 1996 -
2011. Todos
são de florestas. E isso sem contar o risco de rompimento das barragens. Embora raros, estes eventos podem os direitos
reservados a
provocar desastres de proporções gigantescas, como no caso da represa chinesa de Banqiao, em que uma falha
Infoglobo
catastrófica em 1975 provocou a morte de ao menos 171 mil pessoas, sendo 26 mil nas inundações
provocadas pela liberação repentina de seu reservatório e outras 145 mil em epidemias subsequentes.

- Não existe a chamada energia limpa - considera Jayme Buarque de Hollanda, diretor-geral do Instituto
Nacional de Eficiência Energética (Inee). - Todo tipo de geração é de alguma forma prejudicial ao ambiente e,
por isso, temos a obrigação de usar bem a energia.

Enquanto a crise nuclear japonesa coloca países como a França e o próprio Japão contra a parede na busca por
alternativas à sua dependência deste tipo de geração, o Brasil é abençoado em opções, destaca Roberto
Schaeffer. Para ele, o fato de o país ter uma das maiores reservas de urânio do mundo não é argumento válido
para defender um maior investimento em usinas nucleares e seus riscos inerentes. Atualmente, o único projeto
em andamento é o de Angra III, no sul do estado do Rio de Janeiro e entre as duas maiores megalópoles do
país. Com potência de 1.405 MW, ela deverá entrar em operação em 2015.

- O cálculo de risco não se faz só sobre a probabilidade de acontecer um acidente, mas essa probabilidade
multiplicada pela magnitude do impacto de um acidente - explica. - Assim, quando acontece um acidente com
uma usina nuclear, o dano pode ser tão grande que, mesmo multiplicado por uma probabilidade pequena, o
risco ainda será alto.

O alto custo das usinas nucleares também faz


delas uma pior opção para o Brasil, avalia
Schaeffer. Apesar de grande parte da eletricidade
do país já vir de usinas hidrelétricas, ainda há um
enorme potencial hidráulico a ser explorado.
Some-se a isso as oportunidades para a
construção de novas usinas térmicas a gás e
biomassa, "fazendas" eólicas, sistemas de
captação solar e aproveitamento de onda e marés
oceânicas, escolhas é que não faltam, afirma o
professor da Coppe.

Segundo Schaeffer, no caso das hidrelétricas, o Brasil só usa um terço do potencial disponível. O problema é
que, dos dois terços restantes, cerca da metade está na Amazônia, onde o relevo muito plano faz com que seus
reservatórios sejam proporcionalmente maiores, ampliando o impacto ambiental e social dos projetos. Assim,
o país enfrenta casos como o da usina de Belo Monte, cuja construção no Rio Xingu, no Pará, só começou
após mais de 30 anos de estudos.

- Não é razoável imaginar que algum dia o Brasil vá explorar todo o seu potencial hidráulico. Não vamos
embarreirar todos os rios do país - diz. - E a Amazônia é uma região complicada. Por ser muito plana, as
barragens alagam grandes áreas, e ela também está distante dos grandes centros consumidores, exigindo linhas
de transmissão muito longas.

Por isso, conta Schaeffer, atualmente há apenas três grandes projetos de hidrelétricas na Amazônia - Belo
Monte, Santo Antônio e Jirau -, e todas a fio d'água. Se por um lado isso minimiza os danos ambientais, por
outro é uma menor garantia de geração.

Outra boa opção que despontou no horizonte brasileiro de geração de energia são as termelétricas a gás

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natural. Segundo o professor da Coppe, com a exploração do petróleo do pré-sal o Brasil vai sair da situação
de país com pouco gás disponível para um com muito gás.

As térmicas a gás, no entanto, estão no centro de uma grande polêmica nos EUA, pois estão espalhadas em
pequenos bolsões em rochas e só podem ser explorados por meio de uma técnica apelidada de fracking, em
que água e compostos químicos sob alta pressão são injetados sob a terra para "expulsar" o gás. O método,
que pode provocar a contaminação de fontes subterrâneas de água e desestabilizar o solo, foi tema do
documentário "Gasland", um dos candidatos ao Oscar deste ano. Além disso, estudo que será publicado na
edição de maio do periódico "Climatic Change Letters" afirma que o fracking faz com que até 8% do metano
do gás natural vazem para o ambiente.

Ainda na lista de oportunidades para o Brasil na


geração térmica está a biomassa. Segundo Luciano
Basto, pesquisador da Coppe, apenas o
aproveitamento dos resíduos da produção
agrícola, como palha de cana, milho e soja, tem o
potencial para gerar 14 mil MW, ou mais do que
uma hidrelétrica como Itaipu, sem prejudicar a
fertilização do solo, que utiliza parte destes restos.
Já os resíduos da pecuária e da criação de aves e
suínos poderiam somar outros 2,5 mil MW à
matriz energética brasileira, enquanto a queima do lixo urbano alcançaria até 1 mil MW, e do biogás do
esgoto, mais 150 MW.

A energia da biomassa também tem a vantagem de ser neutra em carbono, lembra Schaeffer:

- São térmicas de queima limpa, pois o carbono que ela está emitindo é o que a própria planta absorveu em seu
desenvolvimento.

Já do ponto de vista dos riscos e danos ambientais da geração térmica, eles dependem do combustível usado.
Mas o grande vilão da geração térmica é mesmo o carvão. De acordo com estudo da Clean Air Task Force,
uma organização não-governamental americana que luta por uma atmosfera mais respirável, a fuligem
produzida pelas quase 500 usinas a carvão em funcionamento nos EUA provoca a morte prematura de mais de
13 mil pessoas por ano, além de problemas respiratórios que levam à internação de quase 10 mil e ataques
cardíacos em outras 20,4 mil, gerando prejuízos econômicos da ordem de US$ 100 bilhões de dólares anuais.

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