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Joanicy Brito2
Na era em que o computador conectado a rede mundial de computadores está cada dia
mais presente nos lares, nas escolas, no trabalho, quem tem dúvida sobre algo sabe logo
onde encontrar respostas rápidas e de todo tamanho. O nome desse lugar varia, pode ser
google, yahoo, Cadê, ou qualquer outro buscador. Perguntas que você não faria por
vergonha ou para não causar má impressão sobre sua reputação têm vez na internet.
Baseado na idéia de que nesse ambiente virtual os indivíduos expressam
comportamentos que não admitiriam em uma pesquisa de opinião, associado ao fato de
que a todo momento pessoas estão voluntariamente indicando que temas despertam o
interesse delas, Bill Tancer sugere a possibilidade das empresas conhecerem o
comportamento dos usuários da internet e utilizarem essa informação para embasar
decisões corporativas.
Obter a lista do sites mais visitados, saber sobre a porcentagem de acesso a eles,
conhecer a quantidade de tempo que os usuários passam por ali, observar os dias e
horários em que alguns têm mais “ibope”, verificar quais Unidades da empresa e que
segmentos de público mais utilizam esses endereços eletrônicos são ações que podem
resultar em um bom material para análise sobre o comportamento do público interno.
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Texto escrito em março de 2009.
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Relações Públicas, jornalista, especialista em Assessoria em Comunicação Pública (IESB/DF) e analista da Secretaria
de Comunicação da Embrapa. E-mail: joanicy.brito@embrapa.br .
Basear ações em análises de dados de pesquisa em buscadores é válido, mas nem
sempre. Variáveis externas devem ser relacionadas em cada caso, como apresenta
Tancer ao falar sobre política. O autor cita experiências onde a amostra da opinião de
internautas não seria confiável se analisada separadamente a outros fatores. Um exemplo
marcante foi a lacuna “aberrrante” entre o voto popular a Ron Paul e os dados da internet.
Segundo Tancer, a dominância do candidato aparecia em vários serviços de medição e
em uma pesquisa realizada pelo canal noticioso a cabo CNBC Paul recebeu votação
“esmagadora”, registrando mais de 75% de aceitação depois do debate do Partido
Republicano veiculado naquela emissora. Os resultados foram tão impressionantes que o
diretor editorial da CNBC.com, explicou que o resultado da pesquisa do site, que davam a
Paul a vitória no debate, estavam distantes de qualquer outra pesquisa legítima que eles
decidiram tirá-los do ar, com medo de terem sido alvo de hackers ou de fazer parte de
uma campanha para aumentar os números de Paul. Ficou o recado: antes de dar um
resultado de pesquisa on-line como confiável é importante avaliar o contexto e a validade
da amostra.
Fonte: TANCER, Bill. Click: o que milhões de pessoas estão fazendo on-line e por que
isso é importante. São Paulo: Globo, 2009.