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Núcleo Gerador 5: Tecnologias de Informação e Comunicação

DR1 (Contexto Privado): Comunicações Rádio

SOCIEDADE

1. Leia atentamente os seguintes textos:

Portugal Móvel

“ Os telemóveis tornaram-se parte integrante do nosso quotidiano e, hoje


em dia, é difícil concebermos o mundo sem eles. Se um indivíduo se perde,
telefona a pedir indicações do caminho, em vez de perguntar a alguém na
rua. Manifestações são convocadas através de SMS. O telemóvel é também
agenda, lista de contactos, arquivo de ficheiros, walkman, rádio,
despertador, consola de jogos, calculadora e relógio. O impacto dos
telemóveis na sociedade actual é portanto inegável. No entanto, a natureza
precisa desse impacto, assim como as suas implicações em termos de
transformação da vida social, permanecem por identificar e analisar em
profundidade.

Antes de 1991, Portugal vivia sem este tipo de dispositivo. Decorridos


apenas 16 anos, o uso deste equipamento tornou-se banal e, nos dias que
correm, é difícil encontrar alguém que não possua pelo menos um
telemóvel. Em consequência desta rápida massificação, o sector das
telecomunicações tornou-se um dos que cresceu a um ritmo mais acelerado
no âmbito da História da Tecnologia. Tão rápido, que torna-se por vezes
difícil recordar como era organizado o nosso quotidiano antes dos
telemóveis. Mas qual o motor deste crescimento? O que explica a adesão
das massas a este dispositivo? Serão os telemóveis expressões da
identidade, ferramentas, uma moda, ou uma combinação de todos estes
elementos?

Apesar dos telemóveis serem normalmente considerados meros


instrumentos ao serviço dos seus donos, eles são também artefactos
sociais. Enquanto meio de comunicação, eles suportam a relação com o
outro. Mas para além disso, a prática comunicativa através do telemóvel é
influenciada pelo contexto social em que este é utilizado e, ao poder ser
activado a partir de qualquer parte e a qualquer momento, o telemóvel
passou a assumir também um papel social activo. Mas quem comunica com
quem? Qual a estrutura das redes sociais criadas pela comunicação através
do telemóvel? Estará o uso do telemóvel associado a um esbatimento das
fronteiras entre os contextos sociais das práticas individuais, à medida que
os papeis que desempenhamos no quotidiano se intercruzam? “

in Cardoso, Gustavo, et al, Portugal Móvel: Utilização do Telemóvel e Transformação da Vida


Social, OberCom, 2007

Agarrados ao Telemóvel

“Hoje em dia há quem já não consiga viver sem ter por perto um telemóvel.
Para fazer negócios, política ou zelar pelo socorro, o pequeno aparelho é
essencial. O antigo presidente da distrital de Santarém do PSD e actual
deputado na Assembleia da República, Miguel Relvas, ficou conhecido há
uns anos por andar a falar para dois telemóveis ao mesmo tempo durante
as campanhas eleitorais. O político na

altura tinha um aparelho só para assuntos de campanha e outro para


contactos pessoais e profissionais. Relvas é um dos “agarrados” ao
telemóvel e está tão dependente deste meio para resolver problemas que
se considera um dependente das tecnologias de comunicação. Este é um
exemplo de uma das pessoas para quem o telemóvel é um precioso auxiliar
na resolução de problemas, ou na concretização de negócios e até no
socorro aos infortunados. Uma forma de estar perto dos acontecimentos e
das pessoas sem fisicamente lá estar, evitando-se deslocações e perdas de
tempo que pode ser usado para outras tarefas. Da política ao mundo dos
negócios há quem passe muitas horas com o aparelho colado ao ouvido,
alguns até ficarem com a orelha encarnada, a ferver. José Alberto Vitorino,
comandante dos Bombeiros Municipais de Santarém, passa por dia, no
mínimo, um total de cinco horas ao telemóvel. Quase todas são chamadas
relacionadas com o serviço. “Às vezes estou a meio de um telefonema e já
tenho outra chamada em espera. Outras vezes assim que acabo de desligar
o aparelho começa logo a tocar”, conta. Devido à sua actividade tem o
telemóvel ligado 24 horas por dia e é frequente receber chamadas fora de
horas. Quem também está sempre contactável é o director geral da Pedro
Lamy S.A. (concessionário Peugeot) em Vila Franca de Xira. Mas António
Martinho não costuma receber telefonemas fora de horas. Já Miguel Relvas
considera que as horas de descanso são sagradas e por isso só deixa o
telemóvel ligado de noite quando está fora. “Hoje em dia sou dependente
do telemóvel”, admite António Martinho. Enquanto Miguel Relvas diz que já
não consegue viver sem os dois aparelhos que tem, um para chamadas
outro para dados (e-mail, Internet). O comandante dos bombeiros considera
que até passava bem sem o telemóvel, não fosse a actividade exigir que
esteja sempre contactável. Qualquer um dos três “telemóvel-dependentes”
não consegue gastar menos de cem euros por mês em comunicações
móveis. Para José Alberto Vitorino esse é o tecto mínimo. António Martinho
costuma receber facturas com valores entre os 150 e os 200 euros e Miguel
Relvas bate o recorde ao pagar 300 euros mensais de comunicações. Mas
para os três o investimento é bem empregue. António Martinho já conseguiu
fazer muitos negócios à custa da conversa ao telemóvel. E quando está em
reunião consegue estar atento ao que é dito e ao mesmo tempo enviar
mensagens escritas (sms) a dar indicações para se resolverem problemas
urgentes. Relvas não é homem de perder muito tempo a conversar. É
prático e vai logo directo ao assunto, até porque são muitos os que lhe
ligam. E aqueles com quem passa mais tempo de aparelho colado ao ouvido
são os jornalistas. Já foi multado duas vezes por conduzir ao telemóvel e
para evitar mais autuações já comprou um auricular. Para até no carro ser
“um dependente da tecnologia”.

Artigo do Semanário Regional O Mirante publicado na edição de 08-11-2006

Os Adolescentes e o Telemóvel

“Dá-me o telemóvel, já!”. A frase correu o país. Alarmou pais e professores.


Foi repetida vezes sem fim entre crianças, adolescentes e jovens, em jeito
de pura ironia face a uma realidade do seu dia-a-dia escolar. E até serviu de
mote para música rap. Um estudo feito junto de 207 alunos dos 6.º e 10.º
anos de escolaridade, do Porto, e agora divulgado, veio revelar a ligação
afectiva forte que existe entre os adolescentes e os telemóveis e demais
parafernália tecnológica. Os investigadores falam mesmo de obsessão e
dependência. Quem manda uma média de 236 sms por semana, tem na
lista contactos mais de 125 registos e já teve, aos 16 anos, mais de três
telemóveis, poderá estar muito tempo longe do seu aparelho de estimação?

Há escolas holandesas onde a utilização de telemóveis é simplesmente


proibida. E se em Portugal acontecesse o mesmo? Sentados à volta de uma
mesa, em pequenos grupos, o desafio caiu que nem bomba nos ouvidos de
pré-adolescentes (com uma idade média de 12 anos, alunos do 6.º ano de
escolaridade) e adolescentes (com uma média de 15 anos, alunos do 10.º
ano de escolaridade).

O mote para conhecer o grau de dependência que amarra os adolescente às


novas tecnologias foi lançado por uma equipa de investigadores da
academia portuense, em Junho do ano passado, liderados por Pedro
Quelhas Brito, professor da Faculdade de Economia da Universidade do
Porto. Apenas um aviso o público-alvo escolhido era constituído por alunos
de quatros escolas do Porto (duas delas de ensino privado), frequentadas
por adolescentes oriundos da classes média e alta, e utilizadores regulares
do Messenger (Msn).

A razão da selecção dos alunos com base na utilização do Msn teve uma
razão, como explicou Quelhas Brito o Msn dá uma ideia do grau de
envolvimento digital dos miúdos, já que ele implica a utilização de um
computador, acesso à Internet, assim como uma rede de amizades para
interagir.

Para os pré-adolescentes, a proibição do uso de telemóveis na escola


constituiu uma má ideia, tendo eles mesmo invocado a impossibilidade de
serem contactados pelos pais para justificarem a utilidade do aparelho na
escola. Já os colegas mais velhos concordaram com a proibição,
principalmente quando os alunos não sabem respeitar as regras da boa
educação.

Questionados sobre a posse de telemóveis, a grande maioria dos pré-


adolescentes (93,3%) afirmaram ter um, enquanto no grupo de colegas
mais velhos todos possuíam telemóvel. Curiosamente, em ambos os grupos,
os aparelhos tinham, na sua maioria, câmara (78% nos pré-adolescentes e
87,4% nos adolescentes). Por outro lado, a maioria dos alunos de ambos os
grupos já possuía telemóvel há muito tempo 69% dos pré-adolescentes
tinham começado a usar antes do ano de 2006, enquanto os adolescentes
já os usavam desde antes do ano 2002.

Curiosamente, 36,5% dos alunos do 6.º ano de escolaridade já tinham tido


mais de três telemóveis. O mesmo acontecia a 77% dos adolescentes.

Quanto ao envio de sms, os investigadores apuraram que os pré-


adolescentes enviavam uma média de 84,2 por semana. Já os colegas mais
velhos, superavam as 235 sms por semana.

Esta diferença é justificada pelo número de contactos presentes na lista os


mais novos revelaram ter uma média de 87,2 contactos, enquanto os mais
velhos tinham 125. Contudo, os números mais utilizados correspondiam a
uma média de 12,2 nos pré-adolescentes, contra os 23,3 nos adolescentes.”

Artigo do Jornal de Notícias publicado na edição de 11-05-2008

Telemóveis no Futuro

“Recordando o dia da primeira chamada por telemóvel, feita por Martin


Cooper, então a trabalhar para a Motorola, o Página 1 da Renascença,
enviou-lhe umas perguntas, entre as quais esta: “Como espera que evoluam
os telemóveis?”. A resposta deste veterano que, aos 79 anos, continua a
trabalhar no futuro da tecnologia das comunicações móveis: Os telemóveis
vão evoluir para aparelhos muito diferentes que vão servir as pessoas de
formas muito diversas. O telefone básico será, num futuro não muito
distante, embebido debaixo da pele do utilizador, juntamente com um
computador potente que vai ouvir a voz da pessoa e seguir os seus
comandos. Não será necessária bateria porque o telefone funcionará com a
energia corporal do utilizador. Também num futuro próximo será possível a
uma pessoa ter uma doença diagnosticada remotamente – muitas das
funções vitais do corpo serão medidas e os dados serão enviados, sem fios,
a um médico ou computador. Isto será revolucionário e salvará milhares de
milhões de dólares e milhões de vidas.”

Notícia da primeira página do Jornal Página 1 publicada na edição de 03-04-2009

Elabore um trabalho tendo em conta as seguintes questões:

1. Identifique diferentes funcionalidades dos telemóveis.

2. Considera que a utilização das diversas funcionalidades dos telemóveis é


influenciada por factores sociais?

3. Como avalia o impacto que os telemóveis têm actualmente na


sociedade?

4. Explore evoluções futuras no uso dos telemóveis e indique algumas


consequências positivas e negativas nas relações e práticas sociais.

TECNOLOGIA

PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM TELEMÓVEL

Hoje em dia todos nós utilizamos o telemóvel e, nalguns casos, somos até
um pouco dependentes dele. Mas será que o conhecemos bem? A
actividade que se segue irá pôr isto à prova:
Identifique as principais componentes do seu telemóvel (ecrã, teclado, …) e,
utilizando uma ou várias imagens, faça uma legenda. Além disso, elabore
uma breve descrição de cada componente. Poderá efectuar uma pesquisa
na internet, consultando, por exemplo, o site da respectiva marca, entre
outros.

Exponha o seu trabalho num documento escrito em Word.

CIÊNCIA

FUNCIONAMENTO DE UM TELEMÓVEL
Nesta actividade pretende-se que efectue uma pesquisa e elabore um
trabalho escrito acerca de alguns aspectos relacionados com princípios
tecnológicos e científicos do funcionamento de um telemóvel,
nomeadamente:

 funcionamento do telemóvel como equipamento celular;

 distinção entre as potencialidades e limitações das várias gerações de


telemóveis e das respectivas redes (por exemplo as redes GSM e GPRS);

 ondas electromagnéticas:

- fontes (naturais e artificiais)


- características gerais e algumas relações entre elas ( comprimento de
onda, frequência, …)

 preocupações quanto aos efeitos potencialmente prejudiciais para a


saúde do uso dos telemóveis.

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