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4.1 Introdução
Com o advento dos primeiros sistemas de distribuição de energia elétrica, surgiram os
fusíveis para
protegê-los contra sobrecorrentes indesejáveis.
A maior vantagem dos fusíveis é o preço. No entanto, é um barato que pode se tornar caro
,
principalmente, quando são empregados na proteção de alimentadores radiais longos, poi
s, apresentam as
seguintes desvantagens:
Ao fundirem, se faz necessário a ação de uma pessoa para substituí-los, demandando dinhe
iro e tempo,
prejudicando assim a continuidade do serviço.
Com o envelhecimento, as suas características corrente x tempo podem ser alteradas
, levando-os à fusão
em valores de correntes inferiores aos admissíveis;
Não fazem a distinção entre defeitos permanentes e transitórios.
Esta última desvantagem pesa muito, pois, segundo dados estatísticos, a maioria dos
curtos-circuitos
que ocorrem num sistema de distribuição aéreo de condutores nus, são de natureza transitór
ia. As causas
típicas são :
Tensão nominal: Igual ou superior a tensão máxima entre fases (tensão composta ou de lin
ha) do circuito
no qual vai ser ligado;
Corrente nominal: Deverá ser maior do que a corrente de carga máxima do circuito mul
tiplicada pelo
fator de crescimento ou de transferência de carga (corrente de operação do sistema);
Capacidade de interrupção: Igual ou maior do que a corrente de curto-circuito máxima,
valor
assimétrico, no ponto de instalação;
NBI: Compatível com a classe de tensão do circuito que vai ser ligado.
Correntes e curvas de atuação ajustáveis (ajustes): Devem permitir coordenação e/ou seleti
vidade com
outros equipamentos de proteção a montante e a jusante.
4.2.2 Seqüências e curvas de operação
Os religadores possuem um sistema de controle que permite que sejam operados com
temporização
dupla, ou seja, pode-se escolher uma seqüência de operação tal que efetuem disparos rápido
s e lentos,
conforme os ajustes previamente definidos. De acordo com a operação mais conveniente
do sistema elétrico,
escolhe-se esta seqüência, podendo ser todos os disparos rápidos, ou todos lentos ou u
ma combinação. O
mais comum é ajusta-la para disparos rápidos seguidos por lentos.
Os disparos rápidos são desenvolvidos por unidades instantâneas (50) ou por unidades d
e tempo
dependente (51), com curvas características rápidas (curvas baixas) dos tipos invers
as ou definidas. Já os
disparos lentos são conseguidos através de unidades de tempo dependente (51), com cu
rvas características
lentas (curvas altas), também inversas ou definidas.
Para melhor entendimento, considere-se o religador da Fig. 1, ajustado para oper
ar de acordo com a
curvas INST. 1 e RET. 2 (Fig. 4.4) e com a seqüência: 2 disparos rápidos (instantâneos)
seguidos por
1 lento (temporizado) , conforme a Fig. 4.3 , onde: tR1 e tR2 , são os intervalos
de religamentos
previamente ajustados (tempos de religamentos) e tI1 e t2T , são os tempos de disp
aros (tempos de
desligamentos). Os tempos tI1 e t2T são obtidos das curvas INST. 1 e RET. 2 (Fig.
4.4), para a corrente
de curto-circuito (IFALTA).
t (s)
I (A)
I CARGA
IFALTA Bloqueio
tI1 tI1 t2T
t (s)
I (A)
I CARGA
IFALTA Bloqueio
tI1 tI1 t2T
tR1 tR2
Fig. 4.3 Seqüência de operação: 2 rápidas + 1 retardada
t(s)
INST. 1
INST. 2
IFALTA I(A
RET. 1
RET. 2
t1I
t2T
Fig. 4.4 Curvas características de religador: tempos dependentes
A maioria dos religadores permitem ajustes de disparos segundo curvas de tempos
dependentes e/ou
de tempos definidos (Fig. 4.5).
t(s)
INST. 1
INST. 2
IFALTA I(A)
RET. 1
RET. 2
t1I
t2T
Fig. 4.5 Curvas características de religador: tempos dependentes e definidos
Resumindo, os religadores permitem os seguintes ajustes: corrente mínima de atuação; s
eqüência
de operação; curvas características; intervalo de religamento; tempo de rearme.
4.2.3 Critérios para ajustes
De modo geral, os religadores atuais possuem TCs nos seus interiores (geralmente
TCs de bucha), no
entanto, alguns tipos necessitam que seja feita o dimensionamento da relação destes
transformadores (RTC),
outros não. Quando necessário, deve-se empregar os critérios dados a seguir.
A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a razão entre o curto-circui
to máximo (no
ponto da instalação) e o fator de sobrecorrente do TC (FS). Geralmente, FS=20 .
I
CC,MAX
I =
(4.1)
N,P
FS
A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a máxima corrente de carga a
ser
considerada:
IN,P =
k ×
ICARGA , MAX (4.2)
Na determinação das correntes mínimas de disparo de religador, usam-se, basicamente, o
s mesmos
critérios empregados para as unidades 51 de fases. A diferença é que, as correntes mínim
as de atuação destas
unidades são ajustadas com base nas correntes indiretas (correntes secundárias de TC
s); no caso dos
religadores, geralmente, estas correntes são ajustadas com base nas correntes dire
tas das fases e neutro ou
terra, apesar de seus sensores estarem recebendo correntes indiretas.
1 Corrente mínima de disparo dos dispositivos sensores de faltas envolvendo as fas
es
Com base na corrente mínima de atuação ou disparo, previamente ajustada, os sensores d
e faltas
envolvendo as fases (em muitos casos, relés de fases), monitoram as correntes nas
fases do sistema. Ao
ocorrer uma sobrecorrente igual ou superior ao valor de referência (corrente ajust
ada), estes atuam e
comandam a abertura ou disparo do religador.
O ajuste da corrente mínima de disparo, depende da corrente de carga máxima, no pont
o de
instalação do religador, e da corrente de curto-circuito dupla fase no final da zona
protegida ou monitorada
pelos sensores de fases.
Na medida do possível, usam-se os critérios apresentados a seguir:
a) Quando o riligador for instalado ao longo da rede, a corrente de disparo por
fase, deverá ser maior que a
máxima corrente de carga medida ou convenientemente avaliada multiplicada pelo fat
or de crescimento de
carga (k).
I D, FASE =
k ×
ICARGA MAX (4.3)
b) Quando o riligador for instalado numa subestação, a qual não possui equipamento de
proteção para
transferência, sua corrente de disparo por fase deverá ser maior que a somatória da máxi
ma corrente de
carga do circuito em estudo com a máxima corrente de carga do outro circuito que,
eventualmente, venha a
ser transferido, multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k).
I D, FASE =
k ×SICARGA MAX DOS CIRCUITOS (4.4)
c) Quando o religador for instalado numa subestação, a qual possui equipamento de pr
oteção para
transferência, sua corrente de disparo por fase, do circuito em estudo, deverá ser m
aior que a corrente de
carga máxima multiplicada pelo fator de crescimento de carga (k).
I D, FASE =
k ×
ICARGA MAX (4.5)
.
a% .n
O fator de crescimento de carga k , é dado pela expressão: k =.1 +.
.
100 .
Onde, a% é a taxa anual prevista para o crescimento e n o número de anos para o qual
o estudo está sendo
planejado.
d) A corrente mínima de disparo, por fase do religador, deverá ser menor do que a co
rrente de curto-circuito
bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo sempre que possível os trechos a sere
m adicionados
quando em condição de manobras consideradas usuais.
I D, FASE =
ICC,2F
(NO FINAL DO TRECHO) (4.6)
2 Corrente mínima de disparo do dispositivo sensor de falta envolvendo a terra ou
neutro
Este dispositivo (em muitas casos, relé de neutro) é responsável pela monitoração, com bas
e na
corrente mínima de atuação previamente ajustada, das correntes de faltas à terra. Quando
esta corrente atingir
valor igual ou maior do que a corrente de referência, o dispositivo atuará e comanda
rá o disparo do religador.
O ajuste dessa corrente, irá depender da corrente de desequilíbrio dos TCs e/ou do s
istema, no ponto
de instalação do religador, e da corrente de curto-circuito fase-terra mínima no final
da zona protegida ou
monitorada pelos sensores de neutro ou terra.
Na medida do possível, ajusta-se essa corrente utilizado-se os critérios dados a seg
uir:
a) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de u
m transformador de
aterramento, e não possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro, a corrente
de disparo de neutro
deverá ser menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da zona d
e proteção do religador.
E deverá ser maior do que 10% da corrente de carga do circuito devido erros admissív
eis nos
transformadores de corrente.
0,1 ×
ICARGA, MAX =
I D, NEUTRO =
ICC, FT, MIN (NO FINAL DO TRECHO) (4.7)
b) Quando o sistema for ligado em estrela aterrado, ou delta aterrado através de u
m transformador de
aterramento, e possuir cargas ligadas entre fase e terra ou neutro, a corrente d
e disparo de neutro deverá
ser menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua zona de
proteção do religador. E
deverá ser maior do que 10% a 30% da corrente de carga do circuito devido aos dese
quilíbrios admissíveis
do sistema.
(0,1 a 0,3) ×
ICARGA, MAX =
I D, NEUTRO =
ICC, FT, MIN (NO FINAL DO TRECHO) (4.8)
O religador deve ser sensível, sempre que possível, ao menor curto-circuito fase-fas
e e fase-terra no final do
alimentador. Geralmente, devido a carga do circuito, nem sempre é possível. Nestas c
ondições, o religador,
deverá, no mínimo, oferecer proteção de retaguarda para o primeiro elo-fusível instalado a
montante. Caso
não seja ainda possível, recomenda-se instalar outro religador ou seccionalizador ou
chave-fusível para
diminuir o trecho a ser protegido. Em virtude do curto-circuito fase-terra ser o
mais freqüente, e o valor fase
terra mínimo ser o mais provável de ocorrer, o religador deverá ser ajustado sempre pa
ra ser sensível a este
valor.
3 Outros ajustes
As curvas de temporização de fase e neutro ou terra deverão ser escolhidas de modo a a
tender a
coordenação com demais equipamentos de proteção a montante e a jusante, bem como os cabo
s de energia do
alimentador.
A seqüência de operação do religador deverá ser ajustada de acordo com as necessidades do
circuito. As operações rápidas deverão eliminar os curto-circuitos fugitivos ou transitóri
os sem que haja
queima do elo-fusível protetor. As operações temporizadas permitirão a fusão do elo-fusível
quando ocorrer
um curto-circuito permanente no trecho protegido.
Os tempos de religamentos (intervalos de religamentos) deverão ser definidos em fu
nção da
coordenação com as demais proteções instaladas a montante e a jusante.
O tempo de rearme será: TREARME = 1,1 x (tempo total de todas operações de abertura pa
ra a
corrente de disparo) + 1,15 x (somatória dos tempos de intervalo de religamento).
4.3 Coordenação religador x elo-fusível do lado da carga
O estudo de coordenação religador x elo-fusível do lado da carga (Fig. 4.6) é muito freqüe
nte. A
coordenação está assegurada quando:
a) Para todos os valores de curto-circuito possíveis no trecho do circuito protegi
do pelo elo-fusivel, o tempo
mínimo de fusão do elo-fusível deve ser maior do que o tempo de abertura do religador
na curva rápida
multiplicada por um fator k.
t FUS. >
k x t ABERT. OP. RÁPIDA (4.9)
Onde, k é o fator que leva em conta a elevação da temperatura do elo-fusível durante os
intervalos de tempos
de abertura rápida do religador. É comum considerar:
k=1,2 para 1 operação rápida;
k=1,5 para 2 operações rápidas.
Faixa de seletividade
t(s)
I (A)
B
A
k x A
Elo-fusível S1
de condutor
k x tA
tB
Curva
de fusão
Curva de
interrupção
tA
I1 I2
Faixa de seletividade
Curva de
recozimento
Faixa de descoordenação
Faixa de coordenação
Fig. 4.7 Coordenograma: religador x elo-fusível do lado da carga
Por segurança, a faixa de coordenação não deve incluir as correntes dos pontos limites (
I1 e I2 ), conforme
pode ser observado na Fig. 4.7.
4.4 Coordenação religador x elo-fusível do lado da fonte
Esta situação é mais freqüente em subestações de distribuição, onde as saídas são equipadas
religadores e a proteção do transformador é feita com elo-fusível de força, no primário do
esmo (Fig. 4.8).
Neste caso, a coordenação está garantida quando:
a) O tempo mínimo de fusão do elo-fusível for maior que o tempo de abertura do religad
or (curva retardada)
multiplicada pelo fator (k), para o curto-circuito trifásico no ponto de instalação do
religador (Fig. 4.9).
t FUS. >
k x t ABERT. OP. RET. (4.11)
Onde k , é o fator que leva em conta a elevação da temperatura do elo-fusível durante os
intervalos de tempos
de abertura rápida do religador. É comum considerar:
k=1,8 para 2 operações rápidas + 2 retardadas;
k=2,0 para 1 operação rápida + 3 retardadas.
t(s)
B
I CURTO 3f NO PONTO DE INSTAL . DO RELIG .
Elo-fusível
de força
Curva de limite térmico
de transformador
A
k x B
tFUSÃO
Fig. 4.8 Elo-fusível protegendo o transformador e
religadores nas saídas dos alimentadores
R
I
S 1
S 2
.R
R
S
Elo-fusível
de força
t(s)
B
I CURTO 3f NO PONTO DE INSTAL . DO RELIG .
Elo-fusível
de força
Curva de limite térmico
de transformador
A
k x B
tFUSÃO
Fig. 4.8 Elo-fusível protegendo o transformador e
religadores nas saídas dos alimentadores
R
I
S 1
S 2
.R
R
S
Elo-fusível
de força
I (A)
Fig. 4.9 Coordenograma: religador x elo-fusível do lado da fonte
4.5 Coordenação relé x religador
É comum a realização desse estudo em duas situações: relés como proteção geral de um barram
do qual derivam vários alimentadores protegidos por religadores (Fig. 4.10) ou , n
o caso de relés ligados à
saída de alimentador e religador conectado a jusante (Fig. 4.11). Esta última situação, é
menos provável.
R
I
S 1
S 2
.R
R
R
D
RD
R
S 1
S 2
S 3
I
Fig. 4.10 Relés como proteção de retaguarda para os religadores
.
5
B
A
.t=0,30 s , no ponto
mais crítico
0,30
0,60
0,10
1200
I (A)
Fig. 4.12 Coordenograma : relé x religador
2a Critério : A verificação deste, é feita como a seguir:
t (s)
I (A)
ICARGA
1200
Bloqueio
0,10 0,10 0,30
0,5 3,0
Fig. 4.13 Seqüência de operação do religador: 2 rápidas + 1 retardada
Considerando os relés eletromecânicos e ajustados na curva 5, será arbitrado um tempo
de rearme ou
restabelecimento igual a 10 s : tREARME RELÉ = 10 s
Para um curto-circuito trifásico de 1200 A , das curvas, têm-se: tATUAÇÃO RELÉ = 0,60 s ;
tDISP. INST. RELIG. = 0,1 s ; tDIP. RETARD. RELIG.=0,3 s
1o Avanço do relé, em porcento, durante o 1o disparo rápido do religador : (0,10/ 0,60
) x 100=16,7% ;
1o Rearme do relé, em porcento, durante o 1o intervalo de religamento do religador
: (0,5/10) x 100=5% ;
2o Avanço do relé, em porcento, durante o 2o disparo rápido do religador : (0,10/0,60)
x100=16,7%;
2o Rearme do relé, em porcento, durante o 2o intervalo de religamento do religador
: (3,0/10)x 100=30% ;
3o Avanço do relé, em porcento, durante o 3o disparo retardado do religador : (0,30/
0,60)x100=50%
Antes de se efetuar a somatória, é importante observar : quando uma parcela (Avanço% -
Rearme%),
resultar igual ou menor que zero, deverá ser feita igual a zero, pois, o rearme do
relé não pode ser superior ao
avanço, ambos em porcentagem.
A somatória, resulta:
(1o Avanço % - 1o Rearme%) + (2o Avanço% - 2o Rearme% + 3o Avanço% = 80%
(16,7% -5%) + (16,7% -30%) + 50% = 80%
11,7% + 0% + 50% = 80% . 61,7% =
80% , então, o segundo critério está também atendido , portanto,
neste caso, há coordenação relé x religador.
a) O religador de retaguarda não deve atuar na sua curva retardada, antes do relig
ador à sua frente, para
qualquer valor de curto-circuito dentro da zona de proteção mútua;
b)
A diferença entre os tempos de operação das curvas retardadas dos religadores deverá ser
maior que 0,2s
(Fig. 4.15);
tDISP. RETARD. RELIG. NA RETAG. >
tDISP. RETARD. RELIG. NA FRENTE + 0,2s (4.13)
É muito difícil se obter coordenação entre as curvas rápidas dos religadores devido o inte
rvalo de
tempo entre elas ser muito pequeno, quando existe. Portanto, nesta condição, é admissíve
l operações
simultâneas entre os religadores.
Para se conseguir a coordenação entre religadores poderão ser usadas as seguintes reco
mendações:
Caso a corrente de disparo dos religadores sejam iguais, utilizar curvas retarda
das diferentes com
seqüência de operação iguais, ou curvas de operações retardadas iguais com seqüências de op
diferentes;
R1 R2
S 1
S 2
.S 3
I
Caso a corrente de disparo dos religadores sejam diferentes, poderão ser utilizada
s curvas de operação
retardadas, dependendo do nível de curto-circuito, ou ainda curvas de operações difere
ntes, atendendo o
critério do item b.
.t > 0,20 s , no ponto
mais crítico
t2
t1
I CURTO NA ZONA DE PROT. DO RELIG.. 2. I (A)
t(s)
Os valores das correntes de ajustes dos sensores de fase e terra, são definidos de
acordo com as
correntes de curtos-circuitos mínimas de fase e terra, na zona de proteção do secciona
lizador, com a corrente
mínima de atuação do religador e com a corrente de operação do sistema. Quando ocorrer uma
falta, na zona
de proteção do seccionalizador, cujo valor for igual ou maior do que a corrente ajus
tada (de fase ou terra), esta
irá setar o circuito de contagem, preparando-o para realizar a contagem. Se o religa
dor de retaguarda atuar,
cortando a tensão e, consequentemente, a corrente, o circuito de contagem dispara,
efetuando a primeira
contagem; e assim por diante, até atingir o número máximo de contagens previamente aju
stado. Quando isto
ocorrer, conforme já foi dito, o seccionalizador abrirá os seus contatos, isolando o
trecho defeituoso.
4.8 Coordenação religador x seccionalizador
Os seccionalizadores não possuem curva característica de atuação do tipo tempo x corrent
e.
Portanto, não há necesidade de se preocupar com o estudo de coordenação de curvas. A coo
rdenação com o
religador fica assegurada desde que as condições a seguir sejam satisfeitas.
1) O número de contagens do seccionalizador deve ser ajustado para uma unidade a m
enos do que o número
de disparos do religador :
no de cont. do SECC. = no de disparos do RELIG. -1
2) O tempo de ressete do seccionalizador deverá ser maior do que o intervalo de te
mpo de operação do
religador, compreendido entre a primeira e a última contagem do seccionalizador:
Tempo de ressete do SECC. >.t de op. do RELIG. entre a 1a e a última cont. do SECC
.
Para melhor entendimento, considere-se o religador com a seqüência de operação dada na F
ig.4.18. Assim
sendo, tem-se:
No de cont. do SECC. = 4 1= 3 ;
Tempo ressete SECC. > tR1 + t1I + tR2 + t2T
t (s)
I (A)
I CARGA
IFALTA Bloqueio
tI1 tI1 t2T
tR1 tR2
t2T
tR3
Abertura do
seccionalizador
1a cont 2a cont. 3a cont.
Fig. 4.18 Seqüência de operação do religador: 2 rápidas + 2 retardadas
3) As correntes ajustadas para os sensores de fase e terra do seccionalizador, d
e preferência, devem ser iguais
as correntes ajustadas para os sensores de disparos de fase e terra do religador
de retaguarda, respectivamente.
I SENSOR DE FASE DO SECC. = I DISP. DE FASE DO RELIG.
I SENSOR DE TERRA DO SECC. = I DISP. DE TERRA DO RELIG.
4.9 Coordenação seccionalizador x seccionalizador
Quando houver mais de um seccionalizador ligado ao mesmo circuito, é necessário se f
azer o estudo
de coordenação entre eles. Isto é possível ajustando-se, cada seccionalizador, instalado
a jusante, com uma
contagem a menos. Isto é, caso se tenha três seccionalizadores em cascata, o primeir
o, mais a montante deverá
ser ajustado para três contagens, o do meio para duas contagens, e o último (mais na
ponta do sistema), para
uma contagem. Tudo isso, considerando que o religador está ajustado para quatro op
erações de disparos.
Então, a instalação de seccionalizadores em um mesmo circuito radial, fica limitada a,
no máximo, três
unidades.
4.10 Coordenação religador x seccionalizador x elo-fusível
Estes são os equipamentos básicos da proteção de alimentadores primários radiais e aéreos.
ortanto,
é bastante comum a necessidade do estudo de coordenação entre eles.
O que se faz na prática é, primeiramente, o estudo de coordenação entre os elos-fusíveis e
o
religador. Em seguida, trabalha-se a coordenação entre o religador e o seccionalizad
or. Separadamente,
quando se obtém a coordenação religador x elo-fusível e religador x seccionalizador, aut
omaticamente,
consegue-se a coordenação e/ou seletividade religador x seccionalizador x elo-fusível.
560
485
400
75kVA
25 A
S
carga
S
450
S
390
300
300
260
200
1600
1386
800
600
520
500
380
329
230
125kVA
Dados do religador:
3o
Intervalo de religamento (tempo morto) : 1o 0,5 - 180 s , passode 1s ; 2o 2,0 18
0 s , passo de 1s ; 2,0
180 s , passo de1s ;
Tempo de rearme : 5 180 s , com passo de 0,1s ;
Número de disparos para bloqueio : até 4
Corr. nom. : 630 A ; Capac. de interrup. : 12,5kA ; Tensão nom. : 12/15kV
Sensores de faltas envolvendo as fases: