A2 Espaço aberto
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SÁBADO, 7 DE MAIO DE 2011
Querem reescrever
a História
●
✽ cimento que obtiveram nos anos
ARTHUR
VIRGÍLIO
O
lulopetismo in-
tenta “reescre-
ver” a História
recente do País.
Começa com a
apropriação do
Plano Real, sem lhe citar o nome,
eda estabilidadeeconômicadele
advinda. Passa pela demoniza-
ção das reformas estruturais do
períodoFernandoHenriqueCar-
doso, mesmo sabendo que foi à
custadelasedaconjunturainter-
nacional benigna que Lula sur-
fou nas ondas da popularidade.
Desemboca na tentativa de con-
vencer a opinião pública de que
não houve mensalão nem desvio
ético algum do “comissariado”.
AstrapaçasdeEreniceGuerra,
braço direito de Dilma Rousseff
na Casa Civil, caem no esqueci-
mento. A atual presidente certa-
mente sabe que, no seu gabinete
anterior,foielaboradotorpedos-
siê contra Ruth Cardoso, e não
inexplicável “banco de dados”.
Cristovam Buarque, por su-
postaincompetência,foidemiti-
do por telefone da pasta da Edu-
cação. José Dirceu, acusado pelo
Ministério Público de ser o che-
fe da “quadrilha do mensalão”,
jamais deixou de frequentar ro-
das palacianas ou de ser atendi-
do,pelosdiversosescalõesdaad-
ministração, em seu mister de
“consultor”.
NãotenhoCristovamcomoin-
competente. Mas se o julgamen-
to do Planalto é esse, o que dizer
de Fernando Haddad, que des-
moralizou o Enem? E dos execu-
tores do PAC, a começar por sua
“gerente”, que gastaram absur-
dos em propaganda de obras in-
completasouque nemsaíramdo
papel? E do monte de ministros,
cujo nome a população ignora?
Beneficiam-se da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, contra a
qual votaram e que questiona-
ram no Supremo Tribunal Fede-
ral(STF).Criticavamadívidapú-
blicainternadeixadaporFernan-
do Henrique, como se não hou-
vesse preço a pagar pela estabili-
dade: resgate de esqueletos, co-
mo o BNH da ditadura; renego-
ciação das dívidas de Estados e
municípios; saneamento dos
bancos estatais estaduais, que,
na prática, até moeda emitiam
em favor do clientelismo e da
corrupção; duas capitalizações
num Banco do Brasil quebrado e
uma na Caixa Econômica Fede-
ral, que foi profissionalizada e
despolitizada.
Hoje a dívida pública é mais
queo dobro da que herdaram:R$
1,7 trilhão, sem desencavar ne-
nhum esqueleto. Eleitoralismo,
“esquerdismo” pelego, falta de
espírito público.
Mistificam, confundem, men-
tem.Comparamomedíocrecres-
PUBLICAÇÃO DA S.A. O ESTADO DE S. PAULO
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da bonança internacional com os
Lavagemcerebral.Tentativacri-
minosa de “miliciar” a juventu-
númerosdalutacontraainflação de, pondo-a a serviço de projeto
edoenfrentamentodeumadeze- depoderquejamaisquisserpro-
na de crises externas sistêmicas jeto estratégico de Nação. Fize-
que danificaram a economia bra- ram isso na Argentina e deu em
sileira,recém-saídadahiperinfla- ópera cinematográfica; no getu-
ção. Esquecem-se de cotejar a lismodo Estado Novo, em depo-
evolução do PIB brasileiro, entre sição do ditador; na Itália e na
2003 e 2010, com a de países vizi- Alemanha, guerra e fim funesto
nhos nossos, com os Brics, com o para os ditadores.
mundo desenvolvido. Olvidam Desde o início foi assim. Os
que o “brilhante” 2010 (cresci- discursos atrasados de Lula e do
mento de 7,5%) nasceu da artifi- PT levaram os mercados à des-
cialização do crédito, do incre- confiança em 2002 e os núme-
mento assustador dos gastos pú- ros da economia se deteriora-
blicos, coroando a crise fiscal, ram. Felizmente, souberam se-
que se foi tornando mais aguda a guir as políticas macroeconômi-
cadaanodosegundomandatode cas com que se depararam. Foi
Lula. Não tomam a América do quandonasceua“herançamaldi-
SuleaAméricaLatinacomoparâ- ta”, mil vezes repetida até a cul-
metros, opondo a evolução de pa sair dos vencedores e cair nas
seus respectivos PIBs aos perío- costas de quem deixava o poder.
dos 1995-2002 e 2003-2010: aí o Agora, às voltas com renitente
Brasil praticamente não alterou inflação gerada pela farra fiscal
quefezLulapopulareelegeuDil-
A que ponto não ma,vivem momentodifícil e não
têm bode expiatório para exe-
chegará o lulopetismo crar. Tergiversam. Candidatam-
quando lhe bater à se a delirante Nobel de Econo-
porta a dura realidade?! mia falando em conter a inflação
sem reduzir o ritmo de cresci-
sua participação porcentual. mento. A que ponto não chega-
Lula melou as mãos de petró- rão quando a dura realidade lhes
leo, alardeando autossuficiência bater à porta?!
que jamais houve. Mágico de cir- Temo turbulências. Que a de-
co, “trouxe” o pré-sal para o pre- mocraciasaiavencedoradequal-
sente, dando a impressão de que quer desafio que se anteponha à
os benefícios seriam para o hoje, sua consolidação plena.
quando mil dúvidas, a começar
pelo marco regulatório, rondam ✽
o êxito das operações. DIPLOMATA, FOI MINISTRO-CHEFE
Apropriou-sedarededeprote- DA SECRETARIA-GERAL DA PRESI-
çãosocial,quevisavaàemancipa- DÊNCIA DA REPÚBLICA, LÍDER
ção dos beneficiários, criando o DO GOVERNO FERNANDO HENRIQUE
Bolsa-Família. Jamais reconhe- CARDOSO E DO PSDB NO SENADO
ceuméritos:procuravaconstran-
gerFernandoHenrique(“ex-pre-
sidente não deve falar”), ao mes- SINAIS PARTICULARES
mo tempo que se beneficiava de
palavras e votos congressuais de
Collor e Sarney.
Gramsciano que não leu
Gramsci, planejou minimizar a
democracia, pelo aparelhamen-
toda máquina pública e pelades-
moralização das instituições.
Um parasita de cargo comissio-
nado de cota partidária se satis-
faz com seus “proventos” e fica à
disposição da “chefia” para gri-
tar palavras de ordem nas ruas
doBrasil.Océrebrodolulopetis-
mo pretende mais. Seu espelho é
o que foi o PRI mexicano. Sonha
com amordaçar a imprensa e rei-
nar sem oposição.
A desenvoltura palaciana de
Dirceu,afraternidadecomDelú-
bio e a imposição de João Paulo
Cunha para presidir a Comissão
de Constituição e Justiça da Câ-
mara dos Deputados não são
obra do acaso. A ideia é apresen-
tar fato consumado ao STF, inti-
midar a Corte, desmontar o pro-
cesso do mensalão.
Fascistas enquistados no Mi-
nistério da Educação foram de-
nunciados por imporem livros
didáticos que criticam Fernan-
Rui Falcão, Dirceu
do Henrique e endeusam Lula.