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O Maxixe
Já o Maxixe, foi como ficou conhecida uma dança urbana surgida no Rio de
Janeiro por volta de 1870. Segundo José Ramos Tinhorão, o maxixe desenvolveu-se
a partir do momento em que a polca, gênero musical de origem européia e tocado
nos salões da corte imperial e da alta classe média carioca, sempre ao piano,
passou a ser tocada por músicos populares chamados chorões com a utilização de
flauta, violão e oficlide. Tais grupos costumavam animar festas em casas populares
tocando polcas, valsas e mazurcas.
A designação de "maxixe" à música e à dança atesta o seu caráter popular
ligado às classes mais baixas da sociedade carioca da época, uma vez que a
palavra era usada para designar coisas de pouco valor.
Ao que parece, a primeira apresentação do maxixe em palcos de teatro da
cidade do Rio de Janeiro ocorreu em 1883, quando o ator Francisco Correia
Vasques (1839-1893) apresentou o espetáculo "Aí, Caradura!", cuja maior atração
eram os trechos cantados e dançados de maxixes. No entanto, o maxixe somente
virou verdadeiramente um sucesso a partir da apresentação do maxixe "As laranjas
da Sabina", de Artur Azevedo (1055-1908) na revista "República". A partir de então
esse gênero logrou um período de sucesso de quase 40 anos, sendo presença certa
em praticamente todas as revistas musicais.
No final do século XIX começaram a aparecer as primeiras partituras com
maxixes, "quando as casas editoras o reconheceram como gênero musical
específico", os compositores que se destacaram na composição de maxixes foram
Eduardo Souto, Sinhô, Sebastião Cirino, Romeu Silva, J. Bicudo e eventualmente,
Chiquinha Gonzaga. A primeira composição gravada como maxixe foi "Sempre
contigo", lançada pela Banda da Casa Edson por volta de 1902, sendo de autor não
registrado.
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BIBLIOGRAFIA:
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