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A comunidade do discípulo amado

João Paulo Timotheo da Silva

Prefácio: no prefácio o autor apresenta seu percurso acadêmico de estudos sobre


os escritos de João, bem como afirma que os mesmos são a peça mais importante na solução
do enigma das origens cristãs;
Ressalta a diferença do quarto Evangelho em relação aos outros, e os escrito
também seguem a mesma linha, ao diferenciarem-se surpreendentemente dos escritos
paulinos e Atos;
Não foi um cristianismo isolado, mas um confronto em plena corrente com as
sinagogas e outras Igrejas, e apesar das tendências sectárias, ele orava pela unidade dos
cristãos. Destina a ser absorvido nos movimentos cristãos do primeiro século;

Introdução: O problema e método para discernir a eclesiologia joanina


Apresenta palavras que não constam no Evangelho de João ou nas duas primeiras
epistolas; Aponta questões como: pode se falar de uma eclesiologia joanina? É uma
comunidade de individualistas? Será que a associação dos cristãos joaninos se tornaram uma
seita;
Seita era um movimento cristão primitivo; Bem, a comunidade cristã que
conhecemos a partir do quarto evangelho e das epistolas de São João era uma seita, uma parte
do movimento sectário cristão mais amplo; É fato que houve uma fácil receptividade do
evangelho de João por parte dos gnósticos;
Para o autor destaca que o evangelho de João deve ser lido em diferentes níveis, e
que os evangelistas falam primeiramente nos evangelhos como eles concebiam Jesus e o
apresentava as comunidades; limitação dos evangelhos;
Dificuldades metodológicas em aceitar a possibilidade de detectar vida
comunitária cristã sob a história superficial do evangelho, pois a apresentação de Jesus e de
sua mensagem é de interesse primário, os feitos e palavras forma incluídos, pois foram úteis
aos membros de sua comunidade;
Perigos: todos os evangelhos reportam-se a Jesus retroativamente ao ministério;
deduções demasiado imaginativas sobre a história eclesiástica que os evangelhos nos dizem;
reconstruir a história da humanidade pelos evangelhos;
Não se pode evitar completamente os perigos, mas tentará minimizar estes
enganos, para tal baseia suas conclusões no evangelho real e não em fontes reconstituídas;
Quatro fases para reconstituir a vida na comunidade joanina: 1ª a era pré-
evangélica, origens da comunidade, sua relação com o judaísmo da metade do primeiro
século; tempo em que o evangelho os cristãos da comunidade joanina foram expulsos das
sinagogas por reconhecerem Jesus como Cristo; 2ª situação da vida da comunidade no tempo
em que o evangelho foi escrito, em 90 d.C. data a principal redação do evangelho; a expulsão
das sinagogas já passou, mas ficaram profundas cicatrizes na alma joanina em relação aos
judeus; 3ª situação de vida nas comunidades joaninas, agora divididas. Tempo em que foram
escrtas as epistolas, por volta do ano 100 d.C.; 4ª fase a dissolução dos dois grupos joaninos
depois que as epistolas foram escritas. Os separatistas não mais em comunhão com a ala
conservadora tenderam mais rapidamente no século segundo ao docetismo, gnosticismo,
cerintianismo e montanismo;
O uso das epístolas como um guia correto para interpretar o evangelho conquistou
para João um lugar no cânon da Igreja.

Primeira fase
Antes do Evangelho
Origem da comunidade joanina
Cinco diferentes reconstituições: 1ª – no período primitivo a comunidade joanina
constava de judeus, cuja fé em Cristo envolvia uma cristologia relativamente baixa; 2º
surgimento de uma cristologia mais alta que fez a comunidade entrar em conflito com os
judeus, que a consideravam blasfêmia, litígio que impeliu o grupo joanino a afirmações cada
vez mias arrojadas; 3ª entrada de numerosos gentios;

O grupo de origem e uma cristologia mais baixa


Ao contrário dos sinóticos, em João, a João Batista é atribuído o conhecimento da
preexistência de Jesus;
A descrição do grupo de origem dos cristãos joaninos: a comunidade se iniciou
entre os judeus que se juntaram e com pouca dificuldade acharam que ele era o Messias que
esperavam;
As origens da comunidade joanina não foi muito diferente das outras igrejas
judaicas, em especial as que se associaram a memória dos doze;
Nos discursos joaninos encontram-se afirmações de Jesus semelhantes as
encontradas nos sinóticos; o que é diferente é o desenvolvimento destas afirmações pelo
quarto evangelista;
Houve uma expansão do ensino, ao passo que a comunidade se orientava para
uma cristologia mais alta;
Para o evangelista joanino, a elevada cristologia de usa comunidade, põe em
relevo a significação verdadeira, mais profunda das confissões originais;
A continuidade com as origens pode ser destacada na forma de ser descrito João
Batista, pois a comunidade joanina estava empenhada numa disputa com os seguidores de
João Batista;
A continuidade com suas origens impelirá a comunidade joanina a afirmar que sua
compreensão elevada estava em completa harmonia com o testemunho dado por João Batista;
Reconheceram-se ainda paralelos entre o quarto evangelho e o pensamento dos
essênios que moravam numa colônia local, chamado hoje de Qumrã; não há prova de que o
autor joanino tenha conhecimento da literatura de Qumrã;

O papel do discípulo amado: um nexo entre os seguidores de Jbat a comunidade


posterior pode ter sido centralizado no discípulo amado, a figura que aparece no quarto
evangelho é obviamente o herói da comunidade; o discípulo foi idealizado naturalmente; a
afirmação de que eles possuíam o testemunho do Discípulo amado possibilitava aos cristão
joaninos defender seus pontos de vistas peculiares em cristologia e eclesiologia;
A comunidade joanina tem consciência de suas raízes na tradição testemunhal, a
de que o Discípulo amado fazia parte do séquito de Jesus Cristo, assim a comunidade entendia
ser herdeira de uma tradição baseada em uma testemunha histórica de Jesus;
Durante sua vida, quer no período do ministério de Jesus ou no período da
ressurreição o Discípulo experimentou o mesmo crescimento em percepção cristológica que a
comunidade joanina, e foi este crescimento que tornou possível à comunidade identificá-lo
como aquele que Jesus amava em particular;
O Discípulo Amado é autoridade que está atrás do evangelho, em cujo espírito foi
escrito, mas não teve participação na obra imediata (Culpeper, Escola Joanina);
Segundo Cullmann, não podemos saber o nome do Discípulo Amado, embora
podemos suspeitá-lo;
Ele é um antigo discípulo de Jbat; começou a seguir Jesus na Judéia, quando o
próprio Jesus estava próximo do Batista. Participou da vida de seu mestre durante a sua última
estada em Jerusalém. Era conhecido do Sumo Sacerdote. Sua ligação com Cristo foi diferente
da de Pedro, o representante dos doze;

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