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especialização esportiva. Um
estudo sobre o
ensino-treinamento dos jogos
desportivos coletivos no
Brasil
La pedagogía de la especialización deportiva. Un
estudio sobre la
enseñanza y entrenamiento de los juegos deportivos
colectivos en Brasil
Dr. Valdomiro de Oliveira |
Dr. Roberto Rodrigues Paes
Dr. Antonio Carlos Gomes |
Universidade Federal do Paraná
Pontificia Universidade Católica do Paraná Dr. Paulo Roberto de Oliveira
(Brasil) Ms. Gislaine Cristina Vagetti |
Esp. Aguinaldo Souza dos
Santos
voliveira@ufpr.br
Resumo
Este estudo de cunho bibliográfico, tem como objetivo principal apresentar uma
proposta de ensino-treinamento dos jogos desportivos coletivos, em especial, numa
perspectiva longitudinal, considerando a etapa de especialização desportiva com suas
fases de desenvolvimento, embasadas nas teorias do treinamento desportivo, pedagogia
do esporte, desenvolvimento e aprendizagem motora dos adolescentes. As fases de
desenvolvimento apresentadas nesse estudo, seguem uma ordem cronológica de
desenvolvimento desportivo considerando a realidade brasileira no entanto podendo ser
adaptada para qualquer país. Considera-se assim, como formas conclusivas que, nós
técnicos e estudiosos devemos respeitar as fases de desenvolvimento do ser humano ao
elaborar cargas de treinamento, sempre focando os principais resultados desportivos nas
fases juvenis e adulta.
Unitermos: Jogos desportivos coletivos. Pedagogia. Especialização desportiva.
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Considerações iniciais
Assim sendo, a especialização nos jogos desportivos coletivos deve ser concebida
como um processo na busca do aperfeiçoamento esportivo. Esse pensamento faz-
nos refletir acerca da procura por pedagogias que possam transcender as
metodologias já existentes, a fim de inserir, no processo de especialização,
métodos científicos pouco experimentados.
Astrand (1992) postula que a especialização esportiva deve ocorrer após o pico
de velocidade crescimento da estatura, tomando por base a idade biológica da
criança. O pico de velocidade da estatura, tem, para os meninos, a idade
aproximada de 14 a 15 anos e para as meninas, 13 a 14 anos. Deste modo, ao
especializar os atletas, o professor/técnico tem uma tarefa difícil e delicada para
identificar o momento ideal na aplicação dos métodos de treinamento. A
especificidade do gesto técnico ou a definição de uma função na quadra, como o
pivô no basquetebol, deve estar de acordo com a idade biológica e com as
experiências vividas anteriormente.
Greco (1998) define a especialização nos jogos desportivos coletivos como uma
fase contínua na evolução do jovem adolescente, iniciando-se aos 15 anos de idade
e percorrendo até a fase adulta. Nesse período, as atividades extracurriculares
devem ser programadas de forma sistematizada, pois é imprescindível a busca do
alto rendimento.
Com base nas discussões anteriores sobre os procedimentos de ensino dos jogos
desportivos coletivos, numa pedagogia voltada para a especialização, entendemos
que há necessidade de estabelecer uma diferenciação da aprendizagem dos
conteúdos durante o processo. Dessa forma, estudaremos a seguir, como se dá, no
processo de desenvolvimento, a etapa especialização nos jogos desportivos
coletivos e a aplicação dos conteúdos de ensino, haja vista que deve haver uma
organização pedagógica dos conteúdos em suas respectivas fases de
desenvolvimento.
Quadro 1. Periodização do processo de ensino dos Jogos Desportivos Coletivos na etapa de especialização,
com um exemplo para o basquetebol
Exemplo de
Fases do
categorias
Idade desenvolvimento Idade
Idade escolar disputadas nos
biológica desportivo cronológica
campeonatos de
especializado
basquetebol
Treinamento
Universitário Acima de
Adulta Desportivo Adulto
Profissional Vinte anos
especializado nível III
Treinamento
18-19-20 Juvenil e Sub-Vinte
Adolescência Universitário Desportivo
anos um
Especializado nível II
Nessa fase segundo Dantas (1995) é enfatizada, por muito treinamento, onde as
capacidade físicas são desenvolvidas em função da técnica e da tática. Esta pode
ser desenvolvida com aparelhos especiais, fortalecendo os músculos específicos de
cada modalidade. A resistência da velocidade nos jogos como o basquetebol,
futebol e o handebol tomam caráter especial, e a resistência aeróbia e anaeróbia,
altamente exigidas nos jogos desportivos coletivos, também devem ser treinadas
em situação real de competição. A força física é imprescindível e determinante para
o incremento de outras capacidades. A nosso ver, os atletas podem continuar seu
desenvolvimento com base nas fases anteriores, com os exercícios sendo
trabalhados dentro da quadra ou campo de jogo, juntamente com os elementos
técnicos e táticos que envolvem cada modalidade esportiva coletiva; e fora da
quadra ou campo de jogo, nos aparelhos de musculação.
Além desses fatores, outros são de alta relevância para a otimização dos
resultados; torna-se necessária, assim, a organização técnico-material, ou seja, o
apoio dos fatores que complementam o treinamento. Os atletas, nessa fase,
treinam em centros, clubes profissionais e devem contar com o apoio de médicos,
fisioterapeutas, nutricionistas, preparadores físicos e psicólogos, além de outros
influenciadores do processo, a fim de obter e manter os resultados superiores.
Para nós, essa fase corresponde ao nível universitário do ensino formal, na faixa
etária de 18 a 21 anos. Sendo assim, torna-se imprescindível o investimento das
universidades, sejam privadas ou estatais, para contribuir com o ensino informal,
visando manter e promover os atletas até a fase profissional.
Nessa linha de raciocínio, Tani (1998) enfatiza que o treinamento profissional visa
ao sucesso apenas com a obtenção de vitórias, motivo pelo qual os atletas dedicam
suas vidas. Esse motivo, por sua vez, pode ser cultural, econômico, político e/ou
ideológico. Sendo assim, o autor entende o esporte profissional como:
Greco (1998) afirma que a estabilização social, por parte dos atletas
profissionais, que está sendo atingida desde as fases anteriores, é aprimorada
nessa fase. Houve um significativo aumento das cargas de treinamento, o que,
conseqüentemente, será dirigido à otimização dos processos cognitivos em relação
à situação do esportista de alto rendimento, relacionada ao estilo de sua vida
profissional. Dessa forma, entendemos que a fase de treinamento profissional é
marcada por fatores relevantes, mas ainda pouco discutidos nas áreas das ciências
do esporte, e para não fugir dos objetivos deste estudo, preocupamo-nos em
discutir, a seguir, os aspectos físicos e técnico-táticos que consolidam a última fase
do que entendemos como processo de ensino dos jogos desportivos coletivos.
Considerações finais
Consideramos que este estudo vai ao encontro das necessidades e dos objetivos
dos técnicos nos quesitos do treinamento: físico e técnico-tático, onde são várias as
propostas, porém sem muito respaldo científico. Contudo, desenvolver a autonomia
nos atletas pode facilitar a compreensão do fenômeno nos jogos desportivos
coletivos, desde as fases iniciais até o treinamento até a fase adulta, por intermédio
dos conhecimentos teóricos sobre todas as possibilidades de aprendizagem.
Referências bibliográficas