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Perturbações do Comportamento Alimentar 1

Perturbações do Comportamento Alimentar: Anorexia e

Bulimia Nervosa
Fonseca, M.S.; Tapadas, A.F.

Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares

Campus de Almada

Licenciatura em Psicologia

Ano Lectivo 2009/2010


Perturbações do Comportamento Alimentar 2

Índice

Introdução 3
Resenha Histórica 4
Definição e Caracterização da Patologia 5
Sinais e Sintomas 6
Sub-tipos 7
Evolução 7
Prevalência 8
Diagnóstico Diferencial 9
Conclusão 12
Referências Bibliográficas 13
Anexos 14
Anexo I
Anexo II

Introdução
Perturbações do Comportamento Alimentar 3

As perturbações do comportamento alimentar são caracterizadas por graves


perturbações do comportamento alimentar.
A anorexia e a bulimia nervosas fazem parte deste leque de perturbações. Estas
têm-se destacado como síndromes do mundo ocidental, numa procura insaciável de
corpos estereotipados, os quais são apontados como ideais de beleza, o que faz com que
muitas mulheres acabem por desenvolver estes transtornos alimentares – muitas vezes
mortais – privando-se dos princípios básicos de uma alimentação saudável.
Por conseguinte, este trabalho irá consistir numa breve abordagem sobre as
perturbações alimentares, mais especificamente a anorexia nervosa e a bulimia nervosa,
destacando o seu desenvolvimento ao longo da história, caracterização, sinais e
sintomas, sub-tipos existentes, evolução, prevalência e diagnóstico diferencial.

Resenha Histórica
Perturbações do Comportamento Alimentar 4

Ao realizar a retrospecção de alguns casos, é possível verificar que a descrição


desta doença existe há vários séculos, aumentando consideravelmente nos últimos
tempos.
No século XVIII, Whytt, Mesmer e Nandeau surgem com descrições que parecem
coincidir com o quadro da anorexia nervosa. No entanto, a identificação da síndrome
anorexia nervosa surge ao mesmo tempo com Charles Lasègue e William Gull
(Andersen, 1985; citado por Carmo, 2001) no século XIX, respectivamente com os
termos anorexia nervosa e anorexia histérica. A partir deste momento, surge a expressão
“anorexia mental”, que corresponderia a um quadro mórbido, o qual a pessoa se impõe a
uma dieta rígida e sem propósito, pois imagina-se estar sempre acima do seu peso.
No século XX, o autor português Elisio de Moura (1947; citado por Carmo,
2001), tem uma visão avançada da anorexia nervosa, ao colocar a questão de que não
existe uma verdadeira anorexia, pois as doentes não tinham falta de apetite, mas sim
vontade de não comer. A primeira descrição com carácter científico a qual se identifica
com a anorexia nervosa é feita por Morton (Strober, 1986; citado por Carmo, 2001) em
1964, onde este descreve um “estado de atrofia nervosa”, com falta de apetite, aversão à
comida, emagrecimento, hiperactividade e amenorreia.
Em 1973, Hilde Bruch (1973; citado por Carmo, 2001) localiza o problema
psíquico da anorexia nervosa em questões dos limites da personalidade e do
desenvolvimento da autonomia, transmitindo uma contribuição importante para o
conhecimento e o tratamento da doença.

Desde a antiguidade grega que se encontram escritos a relatarem casos


congruentes com casos actualmente descritos sobre a bulimia. Nessa altura esta
perturbação era descrita como Bous, significados de boi, e Limos, significado de fome,
pelo que poderemos traduzir o termo bulimia em «Fome de Boi».
Entretanto, na literatura só se volta a encontrar informações sobre esta perturbação
aquando do intervalo entre os séculos XV e XVIII, onde a medicina descreve nos seus
escritos vários casos compatíveis com os sinais e sintomas da Bulimia.
Segundo Carmo (2001, p.53), o Dictionaire de Medicine, de Chirurgie, de
Pharmacie et des Sciences qui s’rapportent, elabora a seguinte definição de bulimia:
boulimie trata-se de uma «anomalia da digestão que consiste numa fome excessiva, uma
necessidade de comer uma quantidade de alimentos muito maior do que a habitual».
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No desenvolvimento da bulimia como perturbação mental, Lasègue descreve que


as condutas bulimicas são sinais de uma neurose histérica, assim como Freud. Por outro
lado, os Fenomenologistas, fornecem à bulimia nervosa o papel de pólo alternativo à
anorexia mental.
É em 1979 que Russel, através da descrição de trinta casos clínicos observados em
1972 e 1978, confere a esta síndrome a sua autonomia.

Definição e Caracterização da Patologia

A anorexia nervosa é uma disfunção ou transtorno alimentar, sendo caracterizada


pela “recusa em manter um peso corporal mínimo, do medo intenso em ganhar peso e
de significativa perturbação da percepção do tamanho e formas corporais” (DSM- IV-
TR, 2002). Verifica-se uma recusa alimentar e a ocorrência de dietas extremamente
rígidas. Devido à grave perda de peso ocorrem alterações hormonais que diminuem a
libido e alteram o ciclo menstrual. Assim, ligados a esta patologia surgem problemas
como a auto-imagem, dificuldades em ser aceite pelos seus pares e dificuldades em lidar
com a sexualidade genital. Consiste numa doença complexa que envolve aspectos
psicológicos, fisiológicos e sociais, e que pode levar à morte por desnutrição. «A
anorexia nervosa é uma doença conhecida há muitos anos pelos profissionais de saúde,
embora só agora comece a ser falada pelo grande público.» (Sampaio, 2001, p. 147) A
anorexia pode ainda estar ligada a bulimia.

Referente à Bulimia Nervosa, o DSM-IV-TR (2002), caracteriza-a pela ocorrência


de episódios repetidos de voracidade alimentar, seguido por comportamentos
compensatórios inapropriados, tais como o vómito auto-induzido, abuso de laxantes,
diuréticos, ou outras medicações, jejum, ou exercício físico excessivo. Os alimentos
ingeridos nessa ocasião tratam-se de alimentos ricos em hidratos de carbono e são
ingeridos de uma forma eloquente.
A bulimia baseia-se também num ciclo vicioso de compulsão-purgação-restrição,
devido a uma auto-avaliação distorcida e negativa do peso e forma do corpo. Aquando
desta perturbação os sujeitos são confrontados com sensações audazes de incapacidade,
medo, culpa e vergonha.
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As características fundamentais da Bulimia Nervosa, encontram-se descritas no


DSM-IV-TR (2002), como períodos de ingestão compulsiva de alimentos e o uso de
métodos compensatórios inapropriados para impedir o aumento de peso.

Sinais e sintomas

Os primeiros sinais da anorexia nervosa surgem no início da adolescência. É


possível comprovar sinais como o emagrecimento rápido sem causa aparente, vómito,
pilosidade na pele (lanugo), cabelos finos e quebradiços, interrupção do ciclo menstrual
nas raparigas (amenorreia), tendências suicidas, diminuição ou ausência da libido,
podendo ocorrer nos rapazes impotência e dificuldade em atingir a maturação sexual
completa, excessiva preocupação com a comida, o peso e o corpo, exercício físico
excessivo e utilização de medicamentos para emagrecer seguidos de dietas rígidas.
Quanto aos sintomas que podem ser aferidos, é possível realçar a recusa em
ingerir alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras, apetite “teimoso” em relação
a poucos alimentos ou até mesmo a um único alimento, perda do senso critico em
relação ao seu corpo, medo intenso e inexplicável de engordar, dificuldade em comer
em locais públicos, interesse especial pelo valor nutritivo de cada alimento, senso de
responsabilidade apurado, passam grande parte do tempo a melhorar as condições
nutricionais dos seus familiares, ocorre uma mudança progressiva do comportamento,
passam horas em frente ao espelho, comportamento obsessivo, irritabilidade, mudanças
bruscas de humor, diminuição das horas de sono, isolamento social e dificuldade para
namoros e vida sexual e dificuldades de concentração.

Para se determinar que uma pessoa apresenta um quadro clínico correspondente a


esta perturbação, ou seja, para diagnosticar a bulimia nervosa, os comportamentos que
caracterizam a perturbação devem ocorrer, em média, pelo menos duas a três vezes por
semana durante, no mínimo, três meses consecutivos.
Normalmente, as pessoas com bulimia nervosa possuem um peso normal, apesar
de umas poderem estar com o peso acima, ou abaixo dos padrões normais. A
perturbação pode ocorrer, embora raramente, entre indivíduos moderada ou
morbidamente obesos
Portanto, poderemos elaborar uma lista-resumo dos sinais e sintomas que poderão
existir aquando de um quadro clínico correspondente à bulimia nervosa: Medo de
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engordar; Alimentação compulsiva (incapacidade de controlar tais episódios); Peso


normal; Os períodos menstruais tornam-se irregulares ou desaparecem; Uso excessivo
de laxantes e/ou indução do vómito; Garganta irritada; Inchaços por baixo das orelhas
ou queixo (glândulas salivares); Problemas Dentários; Calo no nó dos dedos; Cansaço;
Insónias; Dificuldade em controlar-se; Auto-críticas; Auto-estima dependente do peso;
Necessidade de aprovação dos outros; Obsessão por dietas; Comportamento auto-
destrutivo: fumas, promiscuidade sexual, auto-mutilação, abuso de álcool e drogas; Sair
rapidamente da mesa após a refeição; Comer às escondidas.

Sub-tipos

É possível encontrar dois subtipos de anorexia nervosa: o Tipo Restritivo e o Tipo


Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo. O primeiro refere-se a perda de peso com a ajuda
de dietas, jejum ou exercício físico. No episódio actual, os indivíduos não têm
regularmente episódios bulimicos ou purgativos. O segundo tipo refere-se a indivíduos
que têm habitualmente crises bulimicas regulares ou purgativas (ou ambas) durante o
episódio actual. A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa que têm ingestão
maciça também usam métodos purgativos como o vómito, laxantes, diuréticos e
enemas. Os indivíduos incluídos neste grupo apesar de não comerem maciçamente,
utilizam métodos purgativos após a ingestão de pequenas quantidades de comida.
(DSM-IV-TR, 2002).

Quanto a bulimia nervosa, existem dois subtipos: a bulimia de tipo purgativo e a


bulimia de tipo não purgativo.
A bulimia de tipo purgativo caracteriza-se por uma indução regular do vómito ou
abuso de laxantes, diuréticos ou enemas. Por outro lado, a bulimia de tipo não
purgativo, ocorre, primeiro quando nenhuma das características da bulimia do tipo
purgativo ocorre, mas sim, quando o indivíduo fica de jejum e, normalmente, ao mesmo
tempo tem uma prática de exercício físico excessivo.

Evolução

O distúrbio da anorexia nervosa tem inicio entre o meio e o fim da adolescência


(entre os 14 e os 18 anos). Este distúrbio raramente ocorre em mulheres com mais de 40
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anos, podendo estar associado a acontecimentos de vida stressante. Verifica-se a


recuperação completa de algumas pessoas após um único episódio, contudo outras
exibem um padrão flutuante de ganhos ponderais seguidos de recidivas e outras têm
uma evolução deteriorante crónica por muitos anos. Com o passar do tempo os sujeitos
com anorexia nervosa do tipo restritivo podem passar para o tipo ingestão
compulsiva/tipo purgativo. Uma mudança mantida da apresentação clínica pode
eventualmente fundamentar uma mudança de diagnóstico para Bulimia Nervosa. Será
necessária hospitalização para restabelecer o peso e o equilíbrio hidroelectolitico. A
mortalidade a longo prazo de indivíduos hospitalizados é de 10%, ocorrendo por
inanição, suicídio e alterações hidroelectroliticas (DSM-IV-TR, 2002).

A bulimia nervosa inicia-se, de acordo com o DSM-IV-TR (2002), no final da


adolescência ou no inicio da idade adulta. Os episódios de ingestão compulsiva
começam, normalmente, durante ou após uma dieta. A evolução desta perturbação
poderá ser crónica ou intermitente, isto é, com períodos de remissão alternados com
períodos de ingestão compulsiva. No entanto, aquando do seguimento a longo prazo, s
sintomas de vários indivíduos tendem a diminuir. Os momentos de remissão superiores
a um ano estão associados a um melhor prognóstico a longo prazo.
Na maioria das vezes, o consumo excessivo e descontrolado de alimentos não tem
como objectivo de apenas saciar a fome da pessoa, mas também, encontra-se associado
à função de apaziguar, de ajudar em momentos em que a nível psicológico e emocional
o indivíduo não se sente bem.

Prevalência

É possível encontrar uma maior evidência de casos de Anorexia Nervosa no sexo


feminino, representando 90% dos casos com tendência a aumentar com o passar dos
anos. Tem uma maior prevalência em sociedades industrializadas, nas quais existe uma
abundância de alimentos, especialmente quando nas mulheres a magreza está associada
à beleza. A perturbação é mais corrente nos EUA, Canadá, Europa, Austrália, Japão,
Nova Zelândia e África do Sul. Verifica-se em emigrantes de culturas com baixa
prevalência, que emigram para outras culturas nas quais existe maior prevalência,
podendo deste modo assimilar as ideias de beleza magra. Os factores culturais, podem
de igual modo influenciar as manifestações da perturbação. Verifica-se em classes
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socioeconómicas média-alta e alta. De igual modo, o desporto é afectado por este tipo
de patologia, com incidências no ballet, ginástica, patinagem artística, desportos por
categorias de peso e desportos de resistência.
De acordo com o DSM-IV-TR (2002), a prevalência da Anorexia Nervosa ao
longo da vida é, de aproximadamente 0,5 % nas mulheres. Os indivíduos com Anorexia
Nervosa sub-clínica são mais comuns. A prevalência da anorexia nervosa nos homens é,
aproximadamente, igual a um décimo da das mulheres. A sua incidência aumentou nas
últimas décadas.

Segundo o DSM-IV-TR (2002), a prevalência da Bulimia Nervosa entre


adolescente e jovens do sexo feminino tem uma taxa aproximada de 1 a 3%. Enquanto a
prevalência da perturbação nos indivíduos do sexo masculino trata-se,
aproximadamente, de um décimo dessa taxa.
Em relação à incidência da perturbação, tem sido descrita na literatura em países
como os EUA, Canadá, Países Europeus, Austrália, Japão, Nova Zelândia e África do
Sul, verificando-se, no entanto, que existem poucos estudos noutras culturas. A
perturbação, a partir de estudos clínicos efectuados nos EUA, encontra-se
principalmente patente nos indivíduos de raça branca e, também, existentes noutros
grupos étnicos.
Verifica-se que 90% dos indivíduos com a perturbação pertencem ao sexo
feminino, existindo dados que sugerem que os homens com bulimia nervosa, têm maior
prevalência de obesidade pré-mórbida do que as mulheres.

Diagnóstico Diferencial

Ao diagnosticar a Anorexia Nervosa é necessário procurar outras causas possíveis


para o emagrecimento evidenciado, essencialmente quando se verificam sintomas
atípicos.
Em doenças gastrointestinal, tumores cerebrais, neoplasias ocultas e síndrome de
imunodeficiência adquirida (SIDA), ou seja, estados físicos gerais, pode ocorrer uma
acentuada perda de peso, mas as pessoas com estas perturbações não têm habitualmente
distorção da imagem corporal nem o desejo de continuarem a perder peso. A síndrome
da artéria mesentérica superior (vómitos pós-prandiais) pode inclusive ocorrer na
anorexia nervosa devido à emaciação. Verifica-se que na Perturbação Depressiva Major
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pode ocorrer perda de peso, mas não se verifica o desejo de perder peso excessivamente
ou o medo de o ganhar. A esquizofrenia, revela comportamentos alimentares bizarros e
ocasionalmente perda de peso considerável, mas raramente revela medo de ganhar peso
ou a existência de distorção corporal como evidenciado na Anorexia Nervosa.
Observa-se ainda características da Anorexia Nervosa em perturbações como a
Fobia Social, Perturbação Obsessivo-Compulsivo e a Perturbação Dismórfica Corporal,
verificando-se respectivamente, a sensação de humilhação ou embaraço em público,
obsessões e compulsões associadas à comida e a preocupação com um defeito
imaginário na aparência corporal.

Quanto à bulimia nervosa, verifica-se a ocorrência de episódios recorrentes de


ingestão maciça e os indivíduos utilizam uma estratégia comportamental inapropriada
para evitar ganhar peso consequente (por exemplo, vómito auto-induzido) as quais se
encontram muito preocupadas com o peso e forma corporal. No entanto, contrariamente
aos indivíduos com Anorexia nervosa do Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo, as
pessoas com Bulimia Nervosa são capazes de manter o seu peso num valor normal, ou
pouco acima dele. (DSM-IV-TR, 2002).
Para o caso da Bulimia Nervosa, também é possível de ocorrerem erros no seu
diagnóstico. Sendo que, os indivíduos que apresentam comportamentos de ingestão
compulsiva, que ocorrem durante a anorexia nervosa, são diagnosticados de anorexia
nervosa, Tipo Ingestão Compulsiva/ Tipo Purgativo, pelo que não devem receber o
diagnóstico adicional de Bulimia Nervosa.
Segundo o DSM-IV-TR (2002, p. 593),

«Para uma pessoa que tem ingestões compulsivas e comportamentos


purgativos, mas cuja a apresentação já não preenche os critérios de anorexia
nervosa, tipo ingestão compulsiva/ tipo purgativo (por exemplo, quando o
peso é normal, ou as menstruações se tornaram regulares), dependerá do
juízo clínico se o diagnóstico mais apropriado é de anorexia nervosa, tipo
ingestão compulsiva/ purgativo, em remissão parcial, ou de bulimia
nervosa.»
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Na síndrome de Kleine-Levin, verifica-se a existência de uma perturbação


alimentar mas os sintomas psicológicos característicos, tais como a preocupação
excessiva com o corpo e o peso, não se encontram presentes. Na Perturbação
Depressiva Major, com Características Atípicas, torna-se comum a hiperfagia, no
entanto estes indivíduos não têm um comportamento compensatório inapropriado e não
têm também a preocupação excessiva com o peso e o corpo. Se forem preenchidos os
critérios de ambas as perturbações, então os dois diagnósticos devem ser feitos. A
ingestão compulsiva encontra-se incluída nos critérios de comportamento impulsivo da
Perturbação Estado-Limite da Personalidade. Caso os critérios para ambas as
perturbações estejam presentes, podem ser dados os dois diagnósticos.
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Conclusão

Para cada um de nós comer é o acto mais banal que existe. No entanto, comer
determinados alimentos define-nos enquanto seres humanos, pertencentes a uma
determinada cultura, época e a uma categoria social e familiar.
Verificamos que tanto a anorexia nervosa como a bulimia nervosa são patologias
muito complexas, envolvendo componentes psicológicas, biológicas, fisiológicas e
sociais.
Estes transtornos alimentares possuem uma maior influência em maioria no sexo
feminino e em classes socioeconómicas altas pertencentes aos países desenvolvidos.
O desejo estético, a imagem de um corpo magro e escultural, a necessidade de se
identificar com a sociedade, impulsiona as mulheres a desejarem emagrecer, tendo
como consequência a perda drástica do controlo do seu peso e da sua própria
personalidade.
Assim sendo, torna-se importante a realização de um diagnóstico precoce de
ambas as perturbações, para uma intervenção o mais rápida possível e, de certa forma,
eficaz.
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Referências Bibliográficas

American Psychiatric Association (2002) DSM-IV-TR – Manual de diagnóstico e


estatística das perturbações mentais., 4ª edição. Texto Revisto. Lisboa: Climepsi.

Apfeldorfer, G. (1993). Como Logo Existo. Lisboa: Instituto Piaget.

Apfeldorfer, G. (1995). Anorexia, Bulimia, Obesidade. Lisboa: Instituto Piaget.

Carmo, I. (2001). Doenças do Comportamento Alimentar. Lisboa: ISPA.

Sampaio, D. (2001). Inventem-se Novos Pais. Lisboa: Círculo de Leitores.

Vários Autores (2005). Dicionário Enciclopédico de Psicologia. Lisboa: Edições texto


e grafia

Recursos Electrónicos

http://www.fisiologia.ufc.br/Ensino/Bulimia&Anorexia.pdf

http://www.fag.edu.br/tcc/2006/Nutricao/(TRANSTORNOS%20ALIMENTARES
%20EM%20ADOLESCENTES-ANOREXIA%20E%20BULIMIA_.pdf

http://www.aepc.es/ijchp/articulos_pdf/ijchp-32.pdf
Perturbações do Comportamento Alimentar 14

Anexos
Perturbações do Comportamento Alimentar 15

Anexo I
Perturbações do Comportamento Alimentar 16

Anexo II

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