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APRESENTAÇÃO DO CURSO
EMENTA:
O Paraná de Hoje
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SUMÁRIO
Capítulo 1 ..............................................................................................................05
Conhecendo o Paraná: Localização Geográfica, Municípios e Símbolos
Capítulo 2 .....................................................................................................................17
Aspectos Geográficos do Paraná: Relevo e Hidrografia
Capítulo 3.....................................................................................................................30
Aspectos Geográficos do Paraná: Clima, Vegetação e Solos
Capítulo 4 ....................................................................................................................41
Sistema Viário: Ferrovias, Portos, Rodovias e Aeroportos
Capítulo 5.....................................................................................................................54
Patrimônio Natural do Paraná: Unidades de Conservação
Capítulo 6 ....................................................................................................................59
Aspectos Históricos do Paraná: Indígenas no Paraná, Antigos Caminhos e Mineração,
Origem primeiras povoações e o Mito dos três Paranás
Capítulo 7..................................................................................................................76
Conjunturas Econômicas Históricas do Paraná: Tropeirismo e Erva mate (ocupação do
espaço), Rede Ferroviária
Capítulo 8 ................................................................................................................92
A Expansão do Território Paranaense: A exploração da madeira, o café e o norte
paranaense
Capítulo 9 ...............................................................................................................104
Expansão e ocupação de novos espaços – modernização: o oeste, sudoeste e noroeste
paranaense
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Capítulo 10 ...........................................................................................109
Imigração, Etnias e População do Paraná: A diversidade cultural
Capítulo 11 ...........................................................................................129
Patrimônio Cultural do Paraná: principais expressões
Capítulo 12............................................................................................139
O Paraná de Hoje
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CAPÍTULO 1
Conhecendo o Paraná: Localização Geográfica, Municípios e
Símbolos
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Localização Geográfica
O Paraná está situado na Região Sul do Brasil em conjunto com Santa Catarina
e Rio Grande dos Sul.
Faz fronteira ao sul com Santa Catarina, ao norte com São Paulo, a Noroeste
com mato Grosso do Sul, a Oeste com o Paraguai, a Sudoeste com Argentina e a
Leste com o Oceano Atlântico.
Com uma área de 199.554 Km², tem a extensão de 468 km – Norte/Sul e de
677 km – Leste/Oeste. Seus pontos extremos são:
Norte: Cachoeira do Saran Grande no Município de Jardim Olinda
Sul: Nascentes do Rio Jangada no Município de General Carneiro
Leste: Foz do Rio Ararapira em Guaraqueçaba
Oeste: Porto Palacin em Foz do Iguaçu
Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias ‐ Espírito Santo Jr. 2008.
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1‐ Municípios
De acordo com o Prof. Francisco Filipak a denominação “Paraná” vem da
língua guarani, que significa: “Para”: Mar + “Anã”: Semelhante = PARANÁ ‐
semelhante ao mar, parente do mar. Importante destacar que o termo também é
de origem geográfica referindo‐se ao Rio Paraná, o mais extenso no território
paranaense.
A Emancipação Política do Paraná ocorreu em 19 de dezembro de 1853,
quando o território foi desmembrado da Província de São Paulo.
A população do Paraná é de 10.686.247 habitantes (IBGE estimativa
2010), sendo que as cidades mais populosas são:
‐ Curitiba ‐ 1.851.215 habitantes
‐ Londrina ‐ 510.707 habitantes
‐ Maringá ‐ 335.511 habitantes
‐ Foz do Iguaçu ‐ 325.137 habitantes
‐ Ponta Grossa ‐ 314. 681 habitantes
Fonte: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pr#
O Estado do Paraná possui atualmente 399 municípios, conforme pode ser
observado no mapa a seguir:
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2‐ Símbolos Paranaenses
3.1‐ Bandeira do Paraná
Adotada como símbolo oficial em 09 de janeiro de 1892 pelo Decreto
Estadual nº8. Sofreu modificações em 1947 e em 1990. A atual Bandeira é a
estabelecida pelo Decreto‐Lei nº 2.457, de 31 de março de 1947. Compõe‐se de
um quadrilátero verde, atravessado no ângulo superior direito para o inferior
esquerdo por uma larga faixa branca contendo a representação da esfera celeste
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em azul e as cinco estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul em branco. A esfera
é atravessada, abaixo da estrela superior do Cruzeiro, por uma faixa branca com a
inscrição "PARANÁ", em verde. Circundam a esfera um ramo de pinheiro à direita
e outro de mate à esquerda. (SEEC – PR, 2010).
Curiosidade: as cinco estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul,
estão ordenadas de acordo como se encontravam, na data que o
Imperador D. Pedro II, assinou a lei de criação da província do
Paraná em 29 de agosto de 1853.
Bandeira do Paraná
Fonte: www. cultura.pr.gov.br
3.2‐ Brasão de Armas
O Brasão de Armas foi instituído pela Lei nº 904, de 21 de março de 1910.
Sua última modificação ocorreu em setembro de 1990. O atual Brasão de Armas
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do Estado do Paraná é o estabelecido pelo Decreto‐Lei nº 2.457, de 31 de março
de 1947. (SEEC – PR, 2010).
De acordo com o Atlas do Paraná (SEED – PDE, 2008, p.12), “o Brasão de
Armas paranaense é formado por um escudo português apresentando um campo
onde a figura de um lavrador cultiva o solo. Acima deste um sol nascente
(amarelo ouro) e três picos (montanhas) simbolizando a grandeza, a sabedoria e a
nobreza do povo, bem como, os três planaltos paranaenses – Curitiba, Campos
Gerais e Guarapuava. Servindo como suporte para o brasão, estão dois ramos ....
a direita o pinheiro do Paraná e a esquerda erva‐mate. No alto a figura de uma
águia – HARPIA.
Curiosidade: O desenho do Brasão foi realizado pelo artista
Alfredo Emílio Andersen. Apesar de a gralha azul ser a ave
símbolo do estado, a águia Harpia, encontrou aqui condições
favoráveis para se reproduzir naturalmente, porém hoje está em
extinção.
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Brasão de Armas
Fonte: www. cultura.pr.gov.br
3.3 ‐ Hino do Paraná
Foi instituído pelo Decreto‐Lei 2.457, de 31 de março de 1947.
Letra: Domingos Nascimento
Música: Bento Mossurunga
Estribilho:
Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!
I. O teu fulgor de mocidade,
Terra! Tem brilhos de alvorada
Rumores de felicidade!
Canções e flores pela estrada.
II. Outrora apenas panorama
De campos ermos e florestas
Vibras agora a tua fama
Pelos clarins das grandes festas!
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III. A glória... A glória... Santuário!
Que o povo aspire e que idolatre‐a
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria!
IV. Pela vitória do mais forte,
Lutar! Lutar! Chegada é a hora.
Para o Zenith! Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora!
3.4‐ Gralha Azul
A Gralha Azul é considerada ave símbolo do Paraná. Protegida pela Lei
Estadual 7957, de 12 de novembro de 1984, que no seu artigo 1º destaca:
“É declarada ave‐símbolo do Paraná o passeriforme
denominado Gralha‐azul, Cyanocorax caeruleus, cuja festa será
comemorada anualmente durante a semana do meio ambiente,
quando a Secretaria de Educação promoverá campanha
elucidativa sobre a relevância daquela espécie avícola no
desenvolvimento florestal do estado, bem como no seu
equilíbrio ecológico”.
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Gralha Azul
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A mata de araucária angustifolia que caracteriza a paisagem do sul do
Paraná que primitivamente ocupava uma área de 73.780 km² dentro do Estado,
atualmente resta apenas uma área de aproximadamente 1,3% estando a espécie
ameaçada de extinção, devido a exploração indiscriminada de que vem sofrendo.
Felizmente o paranaense desperta para a importância da preservação de sua
árvore símbolo, através de campanhas, de reflorestamento e da reconstituição da
flora nativa. (SETU‐PR, 2010)
Pinheiro do Paraná
Fonte: www. cultura.pr.gov.br
O Pinheiro do Paraná tem como habitat natural as florestas subtropicais,
ocorrendo na parte leste e central do Planalto Sul – brasileiro, abrangendo o
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e em menor quantidade em São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro.
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No Estado do Paraná, esta árvore com seus frutos era a base da
alimentação dos índios, posteriormente sua madeira foi explorada inaugurando o
que se convencionou chamar do Ciclo do Pinho ou Conjuntura da Madeira,
fundando serrarias, vilas, porém seu corte e utilização na economia exportadora
do Paraná, foi feita de maneira predatória, sendo que poucas reservas ainda
existem, sendo necessário proteger a árvore por lei, uma vez que está ameaçada
de extinção.
Não se pode negar que a araucária faz parte da história, da cultura, dos
hábitos culinários e até na arte paranaense. Crendices Populares ainda persistem
no imaginário da comunidade, tais como destaca Alberico Figueira:
‐ “quando as pinhas caem sem nenhum contato, é augúrio de paz e
felicidade”;
‐ “se caem folhas verdes quando se passa sob as ramagens do pinheiro, é
alguém que nos estima ocultamente; mas se as folhas forem secas, é sinal
de ódio, que alguém nos devota”.
Por sua vez, muitos nomes de localidades se referem ao pinheiro ou a seu
fruto, como é o caso do nome Curitiba, conta a tradição que o Cacique de uma
tribo Tingui, foi convidado para indicar o melhor local, para transferência da
primitiva povoação de nome Vilinha (margens do Atuba). Depois de procurar um
bom lugar, o Cacique fincou uma vara no chão e disse: “Coré‐etuba”, que
significava “muito pinhão aqui”. O local é a atual Praça Tiradentes e da expressão
tingui, surgiu o nome de Curitiba. Também se relacionam ao pinheiro e seu fruto
nome de atuais municípios como: Pinhão, Ribeirão do Pinhal, Araucária, São José
dos Pinhais, entre outras localidades.
Sua madeira também foi utilizada em grande escala na construção das
primeiras moradias dos inúmeros imigrantes que chegaram ao Paraná. Para um
melhor conhecimento deste fato, merece destaque as construções das casas
polonesas que hoje fazem parte do Bosque João Paulo II – Bosque do Papa em
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Curitiba, além de inúmeras casas que ainda fazem parte da paisagem do interior
do Estado.
Bosque do Papa João Paulo II – Curitiba PR – Casa polonesa
Fonte: http://www.curitibacvb.com.br
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CAPÍTULO 2
Aspectos Geográficos do Paraná: Relevo e Hidrografia
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1‐ Regiões geográficas do Paraná
Para facilitar as pesquisas, o censo e o planejamento, o IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística dividiu o Paraná em 10 grandes áreas,
chamadas mesorregiões. Consideram‐se as características sociais e naturais. Cada
mesorregião é dividida em microrregiões com municípios. A maior é Norte central
com 79 municípios.
Fonte: http://www.ipardes.gov.br
2‐ Relevo
Segundo o geógrafo Reinhard Maack, no Estado do Paraná distinguem‐se cinco
grandes regiões de paisagens naturais:
1) O Litoral
2) A Serra do Mar
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3) O Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba
4) O Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa
5) O Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava
Relevo Paranaense
2.1‐ Litoral
Duas regiões distintas caracterizam o litoral:
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Litoral do Paraná
Fonte: www.guiageo‐parana.com
2.2‐ Serra do Mar
Pertence ao “Complexo Cristalino Brasileiro”, sendo constituída em sua
maioria por granitos e gnaisses. Entre os conjuntos montanhosos destacam‐se:
‐ Serra da Virgem Maria;
‐ Serra da Graciosa;
‐ Serra do Ibitiraquire.
O pico mais alto é o Pico do Paraná (1922m) e o Pico de Caratuba (1898m)
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Pico do Paraná
Fonte: http://www.baixaki.com.br
2.3‐ Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba
Inicia junto a Serra do Mar estendendo‐se para o oeste até a Escarpa
Devoniana Serra de São Luiz de Purunã). O primeiro planalto divide‐se em duas
partes:
‐ Zona Norte: com rochas representadas pelo calcário, prata, chumbo e
mármore. Com 1.000 metros de altitude esta região é conhecida como “Região
Serrana do Açungui”. Entre Castro e Piraí do Sul, encontramos segundo o Prof.
Reinhard Maack o planalto de Maracanã, área formada por um quartzito de
grande resistência.
‐ Zona Sul: localiza‐se o Planalto de Curitiba, com formas topográficas mais
suaves e onduladas (colinas).
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Fonte: http://picasaweb.google.com
2.4‐ Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa
Denominado Planalto de Ponta grossa, limita‐se a leste com a Escarpa
Devoniana e a oeste com a Escarpa da Serra Geral ou da Esperança. Compreende a
região ocupada pelos Campos Gerais, caracterizada por paisagens de campos
marcadas por suaves ondulações. As maiores altitudes encontram‐se na escarpa
devoniana, oscilando entre 1090 e 1200 metros.
Quanto às rochas mais comuns temos: arenitos (Vila Velha e Furnas),
folhelhos (Ponta Grossa e os betuminosos), carvão mineral, etc.
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Vila Velha Guartelá
Fonte: http://www.pontagrossa.pr.gov.br Fonte: http://www.tibagi.pr.gov.br
2.5‐ Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava
Situado a oeste da escarpa da Esperança, denominado Planalto de
Guarapuava, ocupa 2/3 da área do Estado. A altitude na Serra da Esperança chega
a atingir 1250 metros, enquanto no vale do Rio Paraná, possuí altitude de apenas
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100 metros. É a região onde se localizam os solos mais férteis do Estado do
Paraná. O Terceiro Planalto é subdividido em 5 blocos:
‐ Planalto de Cambará e São Jerônimo da Serra
‐ Planalto de Apucarana
‐ Planalto de Campo Mourão
‐ Planalto de Guarapuava
‐ Planalto de Palmas
Fonte: http://picasaweb.google.com
Foto: Andres Ruggeri
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3‐ Hidrografia Paranaense
Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias ‐ Espírito Santo Jr. 2008.
No Paraná, alguns rios correm para leste em direção ao litoral e outros para
oeste em direção ao interior, ou seja, os rios do litoral que deságuam no Oceano
Atlântico, formam a Bacia Atlântica e os rios dos planaltos na maioria desaguam
no Rio Paraná.
Os rios de planalto são predominantes, com seus trajetos marcados por
saltos, cachoeiras, quedas e corredeiras. Não favorecendo a navegação devido ao
declive de seus percursos, oferecem importante potencial hidrelétrico, com
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destaque para as Usinas de Itaipu, Salto Osório, Salto Santiago, Salto Segredo,
Capivara e Xavantes.
Os principais rios do Paraná são:
1‐ Rio Paraná: Nasce na confluência dos rios dos rios Paranaíba e Grande
em Minas Gerais, percorre em nosso estado cerca de 400 km, desde a
foz do Rio Paranapanema até a Foz do Rio Iguaçu. Na fronteira com o
Mato Grosso do Sul, o Rio Paraná forma inúmeras ilhas, destacando‐se
a Ilha Grande e Bandeirantes. No Rio Paraná está construída a maior
usina do mundo “ITAIPU”. Seus afluentes são de grande porte,
destacando‐se os rios: Paranapanema, Ivaí, Piquiri e Iguaçu.
2‐ Rio Paranapanema: nasce em São Paulo, percorrendo 392 km dos
limites com o estado do Paraná. Tem um grande potencial hidrelétrico.
Seus afluentes localizados em território paranaense são: Rio Itararé, Rio
das Cinzas, Rio Tibagi e Rio Pirapó.
3‐ Rio Ivaí: o Rio dos Patos que nasce no município de Prudentóplis, ao
encontrar‐se com o Rio São João, passa a ser chamado de Ivaí, que
deságua no Rio Paraná. Seu percurso de 685 km é considerado o mais
extenso rio genuinamente paranaense.
4‐ Rio Piquiri: Nasce na Escarpa da Esperança (Serra Geral). Seu percurso
é de 485 km e seus principais afluentes são: Rio Goio‐erê e Rio Cantu.
5‐ Rio Iguaçu: Iguaçu é termo indígena que significa “água grande”. Nasce
no Planalto de Curitiba e segue para oeste até desaguar no Rio Paraná,
após 900 km de percurso, servindo em alguns trechos de divisa entre o
Paraná e Santa Catarina, bem como com a Argentina. Grande fonte de
energia hidrelétrica, concentrada em seus saltos como: Santiago,
Osório, Segredo e Caxias. Importante atrativo turístico, com suas
Cataratas – fascinante espetáculo criado pela natureza. Seus principais
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afluentes são: Rio Chopim e Rio Negro. As margens do Rio Iguaçu
encontram‐se as cidades de Porto Amazonas, São Mateus do Sul, União
da Vitória e Foz do Iguaçu.
6‐ Rio Tibagi: Nasce nos Campos Gerais e tem um percurso de 550 km,
desaguando no Rio Paranapanema. Seus afluentes são: Rio Pitangui e o
Rio Iapó. As margens do Rio Tibagi encontram‐se as cidades de Tibagi,
Telêmaco Borba e Jataizinho. Atualmente está sendo construída a
Usina Hidrelétrica de Mauá em um longo trecho do rio, gerando
algumas polêmicas. A usina vai alagar uma área de alta biodiversidade
entre as cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira, numa região que
conserva hoje apenas 3,7% de sua mata nativa original.
Usina Mauá
Fonte: http://www.tibagi.pr.gov.br
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Na figura a seguir você pode observar o potencial hidrelétrico do Paraná.
Potencial Hidrelétrico do Paraná
Fonte: www.copel.com
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CAPÍTULO 3
Aspectos Geográficos do Paraná: Clima, Vegetação e Solos
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1‐ Clima do Paraná
O clima do estado do Paraná apresenta‐se como um dos melhores do Brasil.
Motivo pelo quais inúmeras correntes imigratórias e migratórias preferiram seu
território. As temperaturas mais elevadas são encontradas na região norte, oeste,
litoral e no vale do Rio Ribeira. As mais baixas coincidem com as regiões mais
elevadas, onde são encontradas as linhas isotérmicas das mais baixas do país.
Sendo assim, identificamos no estado do Paraná 3 tipos de climas:
Aft – Clima Tropical Super‐Úmido: sem estação seca e isento de geadas. A
média das temperaturas do mês mais quente é superior a 22°C e a do mês mais
frio é superior a 18ºC. Encontra‐se no litoral e no leste da Serra do Mar.
Cfa – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: os verões são quentes, sem
estação seca e com poucas geadas. A média das temperaturas do mês mais
quente é superior a 22º C e a do mês mais frio é inferior a 18°C. Encontra‐se nas
regiões norte, oeste e sudoeste, no oeste da Serra do Mar e no vale do Rio
Ribeira.
Cfb – Clima Subtropical Úmido Mesotérmico: sem estação seca, com verão
brando, geadas severas. A média das temperaturas do mês mais quente é inferior
a 22°C , e a do mês mais frio é inferior a 18°C. Encontra‐se na região de Curitiba,
nos Campos Gerais, sul e parte do sudoeste do terceiro planalto.
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Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias ‐ Espírito Santo Jr. 2008.
2‐ Vegetação
O Estado do Paraná sempre foi conhecido no cenário mundial pela
exuberância e riqueza de suas matas. A interação entre o clima, o solo, altitude e a
latitude, possibilitou o desenvolvimento de vários tipos de vegetação, que cobriam
o território do estado.
A vegetação primitiva do Paraná se consistia em:
‐ Mata de Araucária: encontrava‐se na parte oeste da Serra do Mar,
estendendo‐se pelo primeiro, segundo, centro e sul do terceiro planalto.
Característica de altitudes acima de 500 metros e clima frio. Nesta floresta existia
também a presença da erva mate. Atualmente da vegetação original, a mata de
araucária é encontrada em pequenas áreas, no sudoeste do Paraná e em alguns
reflorestamentos no estado.
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Mata de Araucária
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br
‐ Vegetação da Região Litorânea: destaca‐se a restinga, várzeas e mangues
e a vegetação de praia que cobre as areias. Atualmente muito prejudicada pelo
avanço de empreendimentos imobiliários e turísticos.
‐ Floresta Atlântica: encontrada em parte da região litorânea e em toda a
Serra do Mar. A parte mais desenvolvida desta vegetação encontrava‐se voltada
para o mar, nas encostas da serra, onde chuva é mais abundante. Espécies
encontradas: figueiras, angicos, jacarandás, ipês e canelas. Atualmente a mata
atlântica é protegida por lei e encontra‐se preservada em áreas de proteção
ambiental e em unidades de conservação no Parque Marumbi e em regiões de
Guaratuba e Guaraqueçaba. As Reservas de Mata Atlântica são tombadas como
Patrimônio Nacional e consideradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
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Fonte: http://br.viarural.com Fonte:
http://www.qualea.com.br/page/3/
‐ Floresta Tropical: Ocupava parte do norte do terceiro planalto, com o
desenvolvimento de inúmeras espécies, nos solos férteis de terra roxa. No
noroeste onde os solos eram mais pobres (arenoso e de pouca fertilidade),
existiam menos espécies. Destacam‐se peroba, alecrim, angico, taquaras, canelas
e palmitos. Atualmente existem áreas conservadas no Paraná, como pode ser visto
no Capítulo 5 – Unidades de Conservação.
‐ Floresta Subtropical: Caracterizava‐se pela ausência de pinheiros e
ocupação de terras com altitudes inferiores a 500 m. Era encontrada no oeste do
estado, desde a Foz do Rio Piquiri (no Rio Paraná) até a foz do Rio Iguaçu,
penetrando no vale desses rios. Dos remanescentes desta floresta, a mais
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Fonte: http://almirrodrigues.blogspot.com
Nos mapas a seguir você pode observar o processo de ocupação dos
territórios paranaenses, comparando os mapas da vegetação original,
remanescentes e as que estão sendo preservadas.
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Fonte: www.ipardes.gov.br/
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Fonte: www.ipardes.gov.br/
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Fonte: www.ipardes.gov.br/
3‐ Solos
Os solos são o suporte material e natural dos seres vivos, sendo que
sua formação está ligada às condições naturais da região onde estão
localizados, como: clima, vegetação, relevo, tipos de rochas em
decomposição entre outros. No processo de colonização e ocupação do
Paraná, a interferência humana intensa em todo o território, fez com que
restassem apenas algumas áreas preservadas. No processo de interferência
houve a alteração do solo, seja através de técnicas benéficas, destaque
para as ações conservacionistas ou então maléficas, como o
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Fonte: www.ipardes.gov.br/
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Fonte: www.ipardes.gov.br/
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CAPÍTULO 4
Sistema Viário: Ferrovias, Portos, Rodovias e
Aeroportos
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Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias ‐ Espírito Santo Jr. 2008.
1‐ Ferrovias
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2.1‐ ALL – América Latina Logística
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movimentação de até 1,0 milhão de toneladas anuais. O Ministério dos
Transportes autorizou a abertura definitiva ao tráfego em 12 de dezembro de
1996. Foram transportados 250.000 toneladas de mercadorias, nesses primeiros
meses de operação experimental.
Acompanhando a tendência verificada no setor ferroviário brasileiro e
visando desobrigar o Estado da necessidade de vultuosos investimentos na
aquisição de locomotivas e vagões, a FERROESTE transferiu para iniciativa privada,
a responsabilidade pela exploração do transporte de carga entre Guarapuava e
Cascavel, através de leilão realizado em 10 de dezembro de 1996, pelo prazo de
30 anos, renováveis por igual período.
O consórcio vencedor veio a constituir a Ferrovia Paraná S/A ‐ FERROPAR
que iniciou suas atividades em 01 de março de 1997, após a assinatura, em 28 de
fevereiro de 1997, do Contrato de Subconcessão. Nesse contrato, há previsão do
atendimento de uma demanda de transporte que pode chegar a 4,8 milhões de
toneladas, obrigando a subconcessionária a fazer a alocação de locomotivas e
vagões, necessários ao cumprimento das metas de transporte.
A FERROESTE, além da fiscalização da subconcessão, está dando
continuidade aos estudos e projetos visando o prosseguimento da ferrovia para
Guaíra e Foz do Iguaçu.
A necessidade de aumentar o poder de competição dos diversos setores
econômicos do Estado do Paraná, especialmente aqueles voltados para a
exportação, torna a implantação desses segmentos ferroviários altamente
interessante para os objetivos a que se propôs a administração estadual e, de
interesse fundamental, na integração do Brasil no mercado continental de
transporte ferroviário, grandemente influenciado e incentivado pelo MERCOSUL.
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Mapa das Concessões Ferroviárias
Fonte: http://www.antt.gov.br/mapas/mapas.asp
2‐ Portos
No transporte marítimo, as principais vias de escoamento são:
1 ‐ Porto de Paranaguá
O Porto de Paranaguá é um grande terminal de cereais, considerado o
maior porto exportador de grãos do Brasil. Situado no interior da baía de
Paranaguá, sua influência estende‐se a uma vasta região do Brasil, e é um porto
escoador dos Países do Mercosul,Empresas internacionais,etc.
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Foi inaugurado em 1935. Sua existência até os dias de hoje está ligado aos cinco
ciclos: ciclo do ouro, da erva‐mate, da madeira, do café, e da diversificação,
quando seu movimento passou a ser de exportação de milho, soja, farelo,
algodão, óleos vegetais, etc. A visitação se faz mediante autorização da
Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina ‐ APPA.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) é uma
autarquia pública, criada pelo Governo do Paraná, em 1947. Atualmente, a
Autarquia é responsável por gerir os portos paranaenses através do Convênio de
Delegação nº. 037/2001, celebrado em 11 de dezembro de 2001 entre o Estado do
Paraná e a União com validade de 25 anos, que vigorará até 1º janeiro de 2027,
com possibilidade de prorrogação.
Hoje, a Appa emprega cerca de 700 pessoas. Outros cerca de quatro mil
Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs), ligados a sete sindicatos de classe,
também trabalham nos portos paranaenses. (http://www.paranagua.pr.gov.br)
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Porto de Paranaguá
Fonte: http://www.revistaportuaria.com.br
2 ‐ Porto de Antonina
No final do século XIX, com a conclusão da estrada da Graciosa, e do
terminal ferroviário, ambos ligando Antonina a Curitiba, gerou‐se um forte
impulso progressista, intensificado pelos ciclos da madeira, café e erva‐mate. Em
1920 era o quarto porto exportador brasileiro.
As mudanças na economia mundial após a segunda Grande Guerra Mundial,
e o fim do ciclo da erva‐mate, determinaram o declínio da economia da cidade e
das atividades de seu Porto, culminado nos anos 70 com a paralisação da indústria
Matarazzo, importante geradora de negócios e empregos. A partir dos anos 80,
Antonina, com aproximadamente 20.000 habitantes e privilegiada por suas
atrações naturais, passa a consolidar seu perfil de cidade turística, berço de
manifestações folclóricas e culturais, integrando seu potencial turístico à sua
vocação portuária. Sensível a este contexto, a partir de 1994, o Governo do
Paraná, através da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina ‐ APPA,
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estabelece diretrizes e ações de revitalização da atividade portuária em Antonina.
(http://www.transportes.gov.br)
Porto de Antonina
Fonte: http://www.transportes.gov.br
3‐ Rodovias
A malha rodoviária do Estado do Paraná é constituída por rodovias federais,
estaduais e municipais.
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BR ‐ as rodovias federais são definidas pelo Plano Nacional de Viação
(P.N.V) apresentadas no site do DNIT(www.dnit.gov.br).
PR ‐ as rodovias estaduais são definidas pelo Sistema Rodoviário Estadual
(S.R.E).
As rodovias podem ser administradas pelas instituições públicas
responsáveis ‐ DER (Governo Estadual), DNIT (Governo Federal) ou
concedidas à iniciativa privada (empresas – concessionárias)
Atualmente existem trechos de rodovias federais delegados ao Estado,
sendo que alguns são administrados pelo próprio DER e outros foram
concedidos às Empresas Concessionárias.
Fonte: http://www.der.pr.gov.br/
Rodovias Federais do Paraná
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Fonte: http://www.transportes.gov.br/
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Fonte: http://www.der.pr.gov.br/
51
Fonte: http://www.der.pr.gov.br/
4‐ Aeroportos
O Paraná possui 6 aeroportos com linha regular.
Quatro com estrutura para aviões de grande porte
‐ Afonso Pena – São José dos Pinhais (Região Metropolitana de
Curitiba) ‐ ‐ Foz do Iguaçu – Cataratas Internacionais
‐ Londrina e Maringá.‐ Domésticos
Dois para vôos regionais
‐ Cascavel e Guarapuava
52
Segundo o Ipardes – existem mais 17 aeroportos com infra‐estrutura
pronta para operação da aviação aérea regular.
Fonte: www.ipardes.gov.br
53
CAPÍTULO 5
Patrimônio Natural do Paraná: Unidades de
Conservação
54
• Segundo o IAP – Instituto Ambiental do Paraná, no Paraná há 65
Unidades de Conservação.
As Unidades de Conservação (UCs) foram criadas para salvaguardar áreas
silvestres da ação do próprio homem. Por seu intermédio, pretende‐se, proteger
os recursos naturais, garantindo‐se sua perpetuidade através da manutenção da
diversidade e de suas características naturais. Essas áreas abrangem um amplo
espectro de objetivos, indo além da proteção exclusiva de áreas naturais. Devem
também proporcionar: recreação, educação ambiental, pesquisa, conservação de
belezas panorâmicas, manejo dos recursos naturais e obtenção (sustentável) de
seus produtos, entre outros. Mas a proteção ao meio ambiente não se dá apenas
com a implantação de UCs, mas também através da legislação, da fiscalização, de
ações de mapeamento e monitoramento e outras iniciativas.
São numerosas as categorias de manejo, isto é, os tipos de UCs existentes no
Brasil: parques, reservas científicas, áreas de proteção ambiental, monumentos
naturais, refúgios de vida silvestre, reservas de fauna, etc. Cada categoria
contempla um conjunto de objetivos que, na verdade, expressa o motivo pelo qual
cada uma delas foi criada. E é esse conjunto de objetivos que vai definir sua
categoria. Assim, o enquadramento em uma categoria dependerá da vocação da
área.
O Paraná possui em torno de 1,83% de seu território em 55 áreas de proteção
integral (reservas biológicas, parques, estações ecológicas, entre outras) e 7,33%
em 10 áreas de manejo sustentável (APAs, AEITs, florestas, entre outras). Em sua
maioria, elas não se constituem em amostras significativas dos ecossistemas
estaduais, estão bastante alteradas pela ação do homem e muitas possuem
superfície aquém da necessidade.
55
Referência:
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=263
http://www.itcg.pr.gov.br
56
Unidades de Conservação Estaduais
Abertas a Visitação
57
58
CAPÍTULO 6
Aspectos Históricos do Paraná: Indígenas no Paraná,
Antigos Caminhos e Mineração, Origem Primeiras
Povoações e o Mito dos três Paranás
59
1‐ Indígenas no Paraná
Comunidades existentes no Paraná ‐ 3 grupos
Tribos Tronco Linguístico
Guarani Tupi Guarani
Kaingang Macro Gê
Xockleng Macro Gê
Hetá/Xetá Tupi Guarani
Nas terras indígenas é oferecida a alfabetização bilíngue, em português ou
em guarani ou kaingang, visando assim a valorização e preservação da identidade
cultural.
A influência do índio se faz presente no cotidiano dos paranaenses, seja na
culinária ‐ no consumo da erva mate fria ou quente, consumo da mandioca, milho,
pinhão. Por sua vez, no vocabulário, presença de palavras como maracujá,
60
guabiroba, capivara, butiá, cutia e jabuti, como na designação de localidades como
Guarapuava, Goioerê, Tibagi, Jaguariaíva, Candói, bem a designação de alguns
elementos naturais como Rio Iguaçu, Rio Paraná, entre outros.
1.1‐ Guarani
Grupo do tronco linguístico Tupi‐Guarani. A presença dos Guaranis não se
limita somente ao Brasil, mas também estão localizados na Argentina, Uruguai e
Paraguai. Eles identificam‐se mutuamente e mantêm laços de parentesco e
afinidade com aldeias distantes, sendo que o sentido de identidade entre os
Guaranis, tem se preservado através da manutenção da língua e da cultura. Antes
da chegada dos colonizadores europeus, os guaranis eram senhores da terras do
litoral sul do Brasil e habitavam também o estuário do Prata, as margens do Rio
Paraná e o atual território do Paraguai. Desenvolviam a agricultura de coivara, em
campos preparados pelas famílias de forma itinerante. Plantavam milho,
mandioca, batata doce, feijão, banana, melancia, amendoim, etc. Cultivavam
também ervas medicinais. Complementavam a alimentação através da coleta do
pinhão (fruto da Araucária brasiliensis), do palmito, do côco, mel.
Organizavam‐se em famílias patrilineares ( sistema onde a descendência é
traçada em linha masculina, isto é, de pai para filhos).
De acordo com Fernanda Maranhão,
61
1.2‐ Kaingang
Pertencem ao tronco‐linguístico Macro‐Gê, No século XVII, quando os
bandeirantes paulistas passaram pelo Paraná, eles encontraram os coroado
(antiga denominação dos Kaingang) espalhados pelos campos de Palmas e
Guarapuava, pelos sertões dos rios Tibagi e Ivaí. Antes do contato com a
sociedade regional que se formou no Paraná, a partir do século XVIII, os kaingang
tinham como principal atividade econômica a agricultura, sendo mais sedentários
que os guarani.
Na organização social os kaingang encontravam‐se divididos em duas
metades patrilineares exogâmicas (exogamia de metade implica que os membros
de uma metade só podem se casar com membros de outra metade), que por sua
vez se subdividiam em dois subgrupos. Através desta organização pretendiam
tornar os grupos numericamente proporcionais e os indivíduos eram indicados
para cada um deles. A autoridade era exercida por um chefe de relativo poder.
Executavam as mesmas atividades que os demais da comunidade. Sua posição
social só ganhava realce por ocasião das celebrações festivas.
De acordo com Fernanda Maranhão,
“No século XIX, a atividade tropeira e a conseqüente expansão das
fazendas de gado sobre os campos gerais, de Guarapuava e de Palmas,
atingiu diretamente os territórios tradicionalmente ocupados pelos
Kaingang. Após violentos embates os grupos que sobreviveram
62
passaram a viver nos aldeamentos organizados pelo Governo. No início
do século XX, passaram a viver em reservas criadas pelo Serviço de
Proteção ao Índio ‐SPI, posteriormente denominado Fundação nacional
do Índio. Decorridos 500 anos de contato os Kaingang preservam o seu
idioma, possuem nomes indígenas e conhecem seu grupo clânico,
apesar de raramente utilizarem a pintura corporal.”
1.3‐ Xetá
Os Xetá constituíam um grupo pertencente ao tronco linguístico Tupi‐
Guarani. Habitavam a floresta tropical da Serra dos Dourados entre o Rio Paraná e
o Rio Ivaí, no município de Cruzeiro do Oeste. Eram seminômades e viviam
basicamente da caça e coleta.
Segundo o livro Índios do Paraná, a história de contato do povo Xetá revela
a dura realidade de sua extinção. Até, então, constituíam um grupo étnico e
culturalmente coeso, reproduzindo‐se e desenvolvendo‐se de forma harmônica.
Conseguiram viver isolados até meados do século XX, como um dos últimos
redutos de caçadores‐coletores da América Meridional. Com a chegada das
fazendas de café, iniciou‐se um irresistível e desordenado processo de devastação
do seu habitat.
Quando foram encontrados pela primeira vez em 1949, uma equipe da
Universidade Federal do Paraná, coordenados pelo antropólogo José Loureiro
Fernandes, entrou em contato com 60 membros de um grupo maios de 200
pessoas. Foram então realizados estudos linguísticos e da cultura material dos
Xetá. Inclusive o cineasta Vladimir Kozák, registrou o cotidiano destes índios, os
quais constituem acervo no Museu Paranaense.
De acordo com Fernanda Maranhão,
“Considerado à época do contato como um povo que vivia somente da
caça e coleta, estudos mais recentes constataram que a situação dos
Xetá naquele momento, justificava‐se pelos constantes deslocamentos
do grupo provocados pela expansão cafeeira. Da mesma forma, na
mitologia Xetá aparecem indícios de que no passado estes índios
63
conheciam o milho e a agricultura. Vítimas do extermínio gerado pela
expansão cafeeira, os seis remanescentes Xetá e seus descendentes
anseiam por reunirem‐se novamente em uma terra só deles. De
acordo com a Fundação Nacional do Índio, a Terra Indígena Xetá
encontra‐se atualmente em processo de demarcação pelo governo
federal”.
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br
2‐ Reduções Jesuíticas do Paraná
Importante capítulo na História do Paraná, é o período das reduções jesuíticas
ou Missões jesuíticas. Com a divisão das terras os portugueses ficaram com o leste
– litoral do Paraná e os espanhóis com o oeste. Na parte espanhola, foram
fundadas as primeiras vilas ou povoados, sendo eles: Ontiveiros, Ciudad Real del
64
Guairá (hoje município de Terra Roxa) e Vila Rica do Espiritu Santu. Formou‐se
assim a província de Vera ou de Guairá.
As autoridades espanholas permitiam que indivíduos com capacidade
financeira, conquistassem as terras ocupadas pelos índios. Estes conquistadores
eram chamados adelantados e segundo a coroa espanhola deveriam catequizar,
defender e iniciar os indígenas em um ofício. Por sua vez, os índios deveriam pagar
em forma de serviços, a isso se chamou encomendas. Porém, em função da cobiça
dos espanhóis o sistema degenerou e o índio era tratado como escravo.
Assim, entram em cena os padres jesuítas, que preocupados com a
catequização passaram a fundar as reduções, que se caracterizava em juntar os
índios em um único local. As reduções eram espécies de aldeias, para onde os
índios eram atraídos (guarani, kaingang, guaianaz, carijó, entre outros). Nestas
reduções os índios aprendiam a religião católica, muitas vezes sendo deixada de
lado sua própria religiosidade, porém, nas reduções eles eram protegidos dos
espanhóis e bandeirantes.
A vida econômica tinha por objetivo assegurar o sustento, nas reduções
todos tinham que trabalhar: homens, mulheres, crianças, velhos e jesuítas. Além
da agricultura praticavam a pecuária e o artesanato. Trabalhavam todos os dias da
semana, exceto os domingos. Além da religião católica, os índios aprendiam um
ofício e podiam ser lavradores, carpinteiros, oleiros, entre outras. A vida e o
tempo eram organizados de acordo com as regras estabelecidas pelos padres.
O trabalho e a organização racional do tempo eram sinônimos de
civilização. Na visão dos jesuítas, assim como do homem branco daquela época, a
caça e a pesca praticados pelos índios não podiam ser consideradas trabalho. Por
isso, para o europeu, a preguiça e a ociosidade eram características da
personalidade dos indígenas.
65
No espaço da redução, o centro de tudo era a praça onde ficava a igreja. As
casas eram de taipa e possuíam currais e pátios. As reduções comunicavam‐se por
caminhos feitos pelos índios – os caminhos do Peabiru.
Pouco a pouco, as treze reduções que existiam no Paraná foram
destruídas, ora por bandeirantes portugueses, ora pelos espanhóis, que iam a
busca do índio para ser escravizado. (Histórias do Cotidiano Paranaense, 1996)
Primeiras povoações espanholas no Paraná
Fonte: http://oparana.blogspot.com
Reduções Jesuíticas no Paraná
66
Fonte: http://www.probst.pro.br/guaira.php
Fonte: http://prof-tathy.blogspot.com/2009_10_01_archive.html
67
3‐ Antigos Caminhos do Paraná
Em território hoje paranaense, os primeiros caminhos terrestres tiveram sua
origem com os indígenas. Depois de utilizadas pelos bandeirantes e espanhóis em
suas caminhadas, ora para o litoral, ora para o oeste, transformaram‐se com o
passar do tempo em caminhos de tropas e posteriormente base de algumas
rodovias.
3.1‐ Caminho do Peabiru
Nome de origem tupi era um caminho transcontinental que ligava o peru, no
Oceano Pacífico, com São Vicente no Atlântico. Esse caminho foi provavelmente
um conjunto de trilhas vicinais que cortava o território paranaense em várias
direções: norte/sul. Leste/oeste. Muitos governantes (adelantados), utilizaram
este caminho. Posteriormente é utilizado para a exploração do interior. Os padres
jesuítas da Companhia de Jesus, também fizeram desse caminho um acesso às
diferentes regiões do oeste paranaense. Com a destruição das reduções jesuíticas,
a partir da segunda metade do século XVII, este caminho deixou de ser percorrido,
não restando dele muitos vestígios geográficos.
68
Caminho do Peabiru
Fonte: Atlas Histórico do Paraná
3.2‐ Caminhos de Itupava
O Caminho de Itupava foi uma importante via de comunicação que, por
200 anos, ligou a região de Curitiba com o litoral paranaense. Desenvolvia o
percurso de Curitiba a Morretes. Esse caminho, originário de uma trilha indígena,
foi utilizado pelos padres jesuítas na época das reduções, pois transportavam
cestos carregados de erva mate até o Porto do Paranaguá. Posteriormente foi
utilizado em grande escala pelos mineradores e posteriormente para transporte
de mercadorias para o Porto. Esse caminho permaneceu como principal via
transporte ao litoral até 1873, quando foi aberta oficialmente a Estrada da
69
Fonte: www.meioambiente.pr.gov.br
3.3‐ Caminhos da Graciosa
Este caminho também se originou de uma picada indígena. Com o início da
mineração no Paraná, a partir do século XVII, os mineradores começaram a utilizá‐
lo, inclusive abrindo alguns trechos, em busca de novos locais para exploração do
ouro. Muitas tentativas de melhorias foram realizadas, mas somente quando
Zacarias Góes e Vasconcelos assumiu a Presidência da Província do Paraná, em
1853, foi autorizado o início da construção da Estrada da Graciosa a partir do
70
antigo caminho. O início dessa construção fez com que esse caminho se tornasse,
ainda no século XIX, a primeira estrada de rodagem do Paraná em 1873.
Fonte: http://www.parana‐online.com.br
3.4‐ Estrada da Mata
Também conhecida como Caminho das Tropas, Estrada do Viamão. Era na
realidade um caminho, ou simplesmente uma picada, que comunicava os campos
do Rio Grande do Sul desde Viamão até a tradicional feira paulista de Sorocaba.
Este caminho servia para o transporte do gado muar que vinha do sul em direção
às Minas Gerais. Foi um caminho muito importante para a integração do território
paranaense, pois no seu trajeto, inúmeros povoados foram surgindo e que
atualmente são importantes municípios do Paraná.
4‐ Mineração e Origem das Primeiras Povoações
As primeiras notícias de ocupação do litoral paranaense – baía de Paranaguá,
datam de 1540, com moradores vindo de Cananéia e São Vicente da região de São
Paulo. Na segunda metade do século XVI e nas primeiras do século XVII, a região
de Paranaguá, foi percorrida por bandeiras e aventureiros em busca do ouro.
Quando a notícia de que foi encontrado ouro no Paraná se espalhou, muitas
pessoas vieram e se fixaram na região, inaugurando assim o ciclo da mineração e o
71
Governo português, determinou que criassem Casas de Fundição e cobrança de
impostos. Vieram para o Paraná o povoador Gabriel de Lara, Eleodoro Ébano
Pereira, Mateus leme, entre tantos outros.
A cata do ouro, fez com que surgisse no nosso litoral, os primeiros povoados,
que deram origem as cidades: Paranaguá em 1646, Antonina em 1714, Morretes
em 1769. Os padres jesuítas também estiveram presentes no local, inclusive
construindo do Colégio dos jesuítas em Paranaguá em 1759, atualmente é o
Museu de Arqueologia do Paraná.
A partir de 1765, para a defesa do litoral foram construídos da Fortaleza da
Ilha do Mel (1769) e a Vila de Guaratuba (1771).
Com a escassez do ouro no litoral, os mineradores foram se deslocando para
novos lugares, transpondo a Serra do Mar e chegando ao primeiro Planalto. Ali
foram fundadas novas vilas, que na realidade eram chamadas de arraiais, como é
o caso de Vilinha, dando origem então a cidade de Curitiba. Outras localidades que
tem sua origem nos arraias de mineração são: São José dos Pinhais, Bocaiúva do
Sul, Campo Largo e Araucária.
As principais consequências da mineração no Paraná foi o povoamento do
litoral, o desbravamento e colonização do primeiro planalto e a abertura de várias
picadas na Serra do mar, que se transformaram em importantes vias de
comunicação para o desenvolvimento da região.
Curiosidade: o primeiro ouro encontrado no Brasil, foi o ouro da
Baia de Paranaguá
Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres – Ilha do mel
72
Fonte: http://pt.wikipedia.org
5‐ Os Três Paranás
Podemos dividir a ocupação do espaço paranaense em três áreas histórico‐
culturais, segundo o Professor e Historiador Paranaense Ruy Wachowicz:
‐ A primeira área histórico‐cultural corresponde ao que se chama Paraná
Tradicional – início da história com a descoberta do ouro em Paranaguá e
Curitiba. Apesar de o ouro ter sido escasso, a sua exploração foi responsável pela
ocupação dos primeiros núcleos populacionais. Já no século XVIII, com o
surgimento dos Caminho das Tropas Sorocaba –Viamão, teve início a ocupação
dos Campos Gerais. O criatório e o tropeirismo promoveram uma recuperação
econômica da região que seria futuramente o Paraná. Foi essa sociedade, que
tinha suas bases em Paranaguá (litoral), Curitiba (1º Planalto) e Campos Gerais,
73
que promoveu na primeira metade do século XIX a ocupação dos Campos de
Guarapuava e Palmas. No século XIX, essa área recebeu a influência de numerosas
correntes imigratórias: alemães, poloneses, italianos, ucranianos, sírio‐libaneses,
austríacos, franceses, ingleses, holandeses, japoneses, etc. A criação da Província
do Paraná, em 1853, somente foi possível graças à economia campeira e a
exploração da erva‐mate. Essa área cultural expandiu‐se até Cascavel, Pitanga,
Ortigueira, Faxinal, Ibaiti, etc., abrindo e ampliando as fronteiras agrícolas e
geográficas. Do ponto de vista político, é desse Paraná Tradicional que até pouco
tempo emanava, quase exclusivamente, o poder político do estado.
74
parte do oeste paranaense. Os migrantes oriundos desta frente de colonização
fundaram e se estabeleceram em importantes núcleos originando as cidades:
Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Santo Antônio do Sudoeste, Medianeira, Santa
Helena, Toledo, Marechal Cândido Rondon, etc.
75
CAPÍTULO 7
Conjunturas Econômicas Históricas do Paraná: Tropeirismo
e Erva mate (ocupação do espaço), Rede Ferroviária
1‐ Tropeirismo
76
A abertura do Caminho do Viamão, em 1731, a criação e invernagem do
gado, dá início a principal atividade econômica do Paraná do século XVIII, o
tropeirismo. Desenvolve‐se assim, a economia pecuária, uma vez que esta
atividade encontrou boas condições de campos nativos nos campos Gerais, de
Guarapuava e Palmas. Aliado a isso, a existência de mercados consumidores
propiciou o rápido desenvolvimento e instalação de uma sociedade campeira no
Paraná, que influenciou de maneira bastante profunda a formação das
características culturais e sociais da vida cotidiana do homem paranaense.
Curiosidade: Entende‐se por Campos Gerais um estreita e
alongada faixa de terras no segundo planalto paranaense,
formada de campos e entremeada de pequenos bosques de
matas que se estende de Jaguariaíva até a margem do Rio
negro, passando pela Lapa.
Mapa dos Campos Gerais
77
A comunicação entre os Campos Gerais do Paraná, a partir de 1731 passou
a ser feita pelo Caminho do Viamão, também conhecido como Caminho das
Tropas, Estrada da Mata ou Caminho dos Tropeiros. Nos séculos XVIII e XIX, seu
trânsito foi intenso, em função do transporte de gado que vinha do sul até
Sorocaba, onde ocorria todo ano uma grande feira para a venda dos animais para
a região das Minas Gerais. Era gado de corte para a alimentação, bem como
muares (mulas) para transporte de mercadorias.
Ao longo do caminho, foram sendo organizados pousos (locais destinados
ao pernoite) e gradativamente foram se estabelecendo negociantes que
alugavam pastagens cercadas, ferreiros, arreadores, empregados, que
proporcionava toda a assistência ao tropeiro e à sua tropa, fornecendo palha
picada, milho, feno, sal, etc. Esses pousos se desenvolveram, transformando‐se
em vilas e futuras cidades, como é o caso de Castro, Ponta Grossa, Lapa,
Palmeira, Rio Negro, entre tantas outras. Interessante é que estas cidades
atualmente estão separadas uma das outras por distâncias parecidas, pois
correspondiam a um dia de viagem do tropeiro.
Com o aumento da atividade mineradora em Minas Gerais, o comércio de
tropas também cresce sensivelmente, ocorrendo a necessidade de encontrar
novos campos de invernagem (período que o gado necessitava para engordar e
seguir viagem), assim as fronteiras foram alargadas e os campos de Guarapuava
e Palmas, a partir do século XIX, passam a ser ocupados, dando origem também a
novos povoados.
No mapa a seguir pode ser observado com detalhes esse importante meio de
locomoção e transporte.
78
Fonte: http://www.ihggi.org.br/pag.php?pag=rotasdostropeiros
Curitiba foi um centro urbano que se desenvolveu e lucrou com o comércio
realizado pelas tropas. Ela estava situada no entroncamento de duas rotas. Por
outro lado, Curitiba também era o ponto terminal dos caminhos que vinham do
litoral – Graciosa e Itupava. Sendo assim, firmou‐se como cidade e desenvolveu
sua economia de maneira a superar Paranaguá e tornar‐se assim a futura capital
da Província do Paraná. O tropeirismo entra em declínio a partir de 1870, quando
a ferrovia passa a ser o meio de transporte utilizado. Mas não se pode negar, que
até a década de 1960, a atividade tropeira ainda persistia se adaptando a outras
conjunturas econômicas, porém sem a mesma força do período anterior.
79
Podemos dizer que foram as estradas de rodagem e os caminhões que marcaram
fim a este tão importante ciclo econômico.
1.1‐ Tropeiro e a Tropa
O tropeiro foi um personagem típico de nossa sociedade. Geralmente eram
homens abastados, pois a formação de uma tropa requeria quantias econômicas
grandes. Foi uma pessoa importante no processo de comunicação, sendo
considerado o correio da época, pois trazia as notícias dos últimos
acontecimentos aos vilarejos por onde passava. Afirma o prof. Ruy Wachowicz,
“foi o contato íntimo e permanente do tropeiro de Sorocaba, dos Campos gerais
e do Rio Grande do Sul que conseguiu aproximar os gaúchos do restante do
Brasil, impedindo que os mesmos se tornassem castelhanos. Foi ainda o tropeiro
que trouxe para o Paraná inúmeros termos de origem castelhana, como:
churrasco, chimango, charque, rabicho, arroio, bombacha, poncho, rincão,
cochilha, estância, entre outros, termos estes definitivamente incorporados no
linguajar do paranaense”.
A tropa era formada pelos muares (cruzamento do burro e égua), eram
esses animais que faziam o transporte de mercadorias, por terem maior
resistência para longas caminhadas e suportar melhor o peso da carga, apesar de
sua lentidão. A tropa foi na época o principal meio de transporte.
80
Fonte: http://revistaviolacaipira.com.br
Pouso Tropeiro
81
Fonte: Aquarela de Jean B. Debret, 1827 (publicada em 1839 no livro Voyage potoresque
et historique au Brésil). MEA 99. Col. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro.
1.2‐ Sociedade campeira
A sociedade que se formou a partir do tropeirismo e da pecuária, passou a ser
conhecida como “sociedade campeira”, que nasceu paulista, transformou‐se em
paranaense e recebeu forte influência rio‐grandense. A vida desta sociedade era
rural, os centros urbanos ainda pobres, pois as famílias encastelavam‐se nas
fazendas, que eram auto‐suficientes. Possuíam casas na cidade, porém só
ocupavam em dias de festas ou algum acontecimento cívico. Importante ressaltar
que as fazendas dos Campos Gerais e Guarapuava serviam de criatório e
posteriormente passam ao negócio de invernagem. Após a independência do
Brasil (1822) e após a Emancipação Política do Paraná (1853), os fazendeiros dos
82
A utilização da erva mate já era feita pelos índios Guaranis, que habitavam o
Paraná, na época da chegada dos colonizadores espanhóis e portugueses. Entre os
padres jesuítas das reduções do Guairá, o mate era chamado de “erva do diabo”,
pois se acreditava em seu poder afrodisíaco. Porém, os próprios padres jesuítas
passaram a incentivar seu uso para afastar as pessoas do álcool. Assim,
popularizou‐se o uso do mate sob a forma de chimarrão ou chá, à moda européia,
com o uso da cuia de metal, da chaleira e posteriormente das porcelanas
importadas. (Histórias do Cotidiano Paranaense).
A erva‐mate (denominada Congonha do Campo pelo botânico francês Saint
Hilaire em 1820), é uma planta nativa do Paraná e os ervais se estendiam pela
região dos Campos Gerais e de Curitiba, do Rio Paraná até Guaíra.
Segundo o livro Histórias do Cotidiano Paranaense, a colheita, corte e
produção do mate tinha um ritual. A colheita era feita de maio a outubro e
consistia no corte dos ramos mais frondosos e maduros. O sapeco ou ligeira
tostação à chama do fogo de lenha, para evitar a fermentação das folhas, era feito
no próprio erval. Depois, fazia‐se a secagem, usando‐se um aparelho chamado
barbacuá, onde ficavam somente as folhas e os raminhos. Em seguida... trituração,
ventilação e separação, retirando‐se as impurezas. Após todo esse processo que
83
corria no campo, a erva era ensacada e remetida aos engenhos para o completo
beneficiamento. Os engenhos eram localizados nas cidades como Curitiba,
Morretes, Ponta Grossa, entre outras.
Coleta Sapeco Confecção dos fardos
Secagem Cacheamento
84
Fonte:http://oparana.blogspot.com
Somente quando o Paraguai proíbe a exportação de sua erva para
Argentina e Montevidéu, o Paraná começa a explorar economicamente o produto
e em 1820 Francisco de Alzagaray, ensino para os paranaenses técnicas modernas
de fabrico, beneficiamento e acondicionamento da erva. A partir de então ela se
transforma no esteio da economia regional. O aumento gradativo das exportações
faz com que ocorra a modernização da indústria.
O mate era exportado através do Porto de Paranaguá. Até o porto o
transporte era feito em lombo de burro ou pelos escravos. Após a chegada dos
imigrantes era feito também por carroças, também por barcos e finalmente pelos
trens. De início transportados em sacolas de couro e posteriormente em barricas
de madeira.
Ilustrações sobre o transporte da erva mate
85
]
Fonte:http://www.museuparanaense.pr.gov.br
Fonte:
http://www.iapar.br/modules/noticias/article.php?storyid=123
Em 1853, o Paraná possuía 90 engenhos de beneficiamento do mate, tendo
o produto alcançado grande consumo nos mercados de Buenos Aires,
Montevidéu, Chile e Rio de janeiro. Sua importância econômica, na condição de
86
principal produto paranaense, chegou até 1930, quando a concorrência argentina,
encerrará a predominância da erva‐mate paranaense, entrando assim a sua
exportação em declínio.
Segundo Ruy Wachowicz, a exploração da erva‐mate fez surgir no Paraná
um certo bem estar e confiança no futuro, chegando a formar no interior uma
classe média, composta de produtores, os quais, devido à posição conquistada na
sociedade, vão exercer forte influência na política local.
É o período dos “barões do mate”, como os engenhos se localizavam nas
cidades, é o período de urbanização no Paraná, atualmente pode ser observado
no Bairro do Batel em Curitiba, alguns casarões ainda preservados do período da
grande riqueza do mate.
3‐ Ferrovia
87
Posteriormente a “malha ferroviária paranaense foi crescendo aos poucos:
‐ Paranaguá ‐ Morretes em 1883;
‐ Curitiba ‐ Serrinha em 1890;
‐ Serrinha ‐ Lapa em 1891;
‐ Morretes – Antonina em 1892;
‐ Lapa – Rio Negro em 1894;
‐ Porto Amazonas – Ponta Grossa em 1905;
‐ Ponta Grossa – União da Vitória em 1905;
‐ Ponta Grossa – Itararé em 1908;
‐ Curitiba – Rio Branco em 1909;
Jaguariaíva – Jacarezinho e Ourinhos – Cornélio Procópio em 1929.
Esta lista, mostra a ligação ferroviária no Paraná se efetivando de Curitiba
ao litoral, bem como a integração norte‐sul no interior do estado e interligações
com São Paulo e Rio Grande do Sul. Tínhamos então duas grandes linhas, estrada
de ferro do Paraná e Estrada de Ferro São Paulo‐ Rio Grande.
88
Extensão da Ferrovia no Paraná em 1908
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br/
É importante destacar que a ferrovia desempenhou um papel significativo
no processo de desenvolvimento e integração do Paraná, seja no escoamento da
produção da erva mate e também da madeira e outros produtos da economia
regional para o Porto de Paranaguá e de Antonina. Atuou também no processo de
interiorização do estado, promovendo o crescimento de núcleos urbanos,
89
principalmente aqueles que se encontravam no trajeto do antigo Caminho das
Tropas, uma vez que o traçado da ferrovia tendia a seguir esse percurso.
Ferrovias no Paraná ‐ 1957
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/pr‐tronco/oficinas.htm
A ferrovia movimentava o comércio das localidades por onde os trilhos
passavam, as cidades urbanizavam‐se construíam‐se hotéis para receber os
viajantes, restaurantes, casas de comércio varejista e empórios onde se
encontravam todos os gêneros, casas de ferragens que abasteciam as regiões
90
interioranas, armazéns de secos e molhados em que as famílias buscavam fazer o
“fornecimento” para um período maior, transportado tudo por trem.
Devido a necessidade da criação de um sistema de transporte mais
moderno, que correspondesse às necessidades cada vez maiores de escoamento
da produção paranaense, a ferrovia foi perdendo sua importância, em função da
construção das estradas de rodagem. A modernização das rodovias, a melhoria da
qualidade das vias de transportes, ao mesmo tempo em que ocorreu o
desenvolvimento dos automóveis como meio de transporte de passageiros e os
caminhões para o deslocamento de pequenas e médias cargas, fez com que as
ferrovias passassem para segundo plano no que se refere aos transportes.
91
CAPÍTULO 8
A Expansão do Território Paranaense: A exploração da
madeira, o café e o norte paranaense
92
1‐ A exploração da madeira
O pinheiro é nativo do sul do Brasil. Desenvolve‐se juntamente com outras
árvores, como a imbuia, cedros, erva‐mate, canelas, etc. Sua madeira é
geralmente branca, leve e de fácil aplicação: tábuas, caixas, laminados e
compensados, celulose para papel, palitos, objetos de decoração, etc. Apesar de
suas inúmeras qualidades, foi pouco explorado como mercadoria de exportação
até o século XX. Utilizado somente na própria região para a construção de casas e
cercados. Porém, quando foi descoberto a possibilidade de sua exploração
econômica, ela foi devastadora para o Paraná. Como tudo isso ocorreu?
Segundo o prof. Ruy Wachowicz, “ o grande estímulo para a exportação do
pinheiro paranaense surgiu com a primeira Guerra Mundial (1914‐1918).
Impossibilitada a importação do similar estrangeiro para o Brasil por causa do
conflito bélico, houve intensa procura do pinho. Não só foi abastecido o mercado
interno, como conquistado o de Buenos Aires, que rapidamente deu preferência à
madeira do Paraná , devido suas qualidades superiores. Multiplicaram‐se serrarias,
de preferência ao longo da Estrada de Ferro, recém aberta, ligando São Paulo ao
Rio Grande do Sul.”
Com o crescimento do transporte rodoviário a partir de 1950, a indústria
madeireira se libertou da exclusividade da estrada de ferro, penetrando cada vez
mais para o interior e ocupando regiões do oeste e sudoeste. Porém, em função
de sua atividade “nômade”, a serraria não se integra a região em que se
estabelece. Assim, esgotado o corte de madeira, a serraria era transferida para
outro local, deixando a região devastada, sem ter contribuído para a fixação
duradoura da população.
Ainda segundo o prof. Ruy Wachowicz, “ calculava‐se, em 1920, que o Paraná
teria reservas florestais de pinheiros para 370 anos. Puro engano. Dos 200.000
93
km² da superfície do estado, 76.000 estavam cobertos por matas de pinheiros. Em
1960, esta área estava restrita a apenas 23.000 km². Baseando‐se nestes dados,
chega‐se a triste conclusão de que o ciclo do pinho no Paraná está praticamente
encerrado, porque o pinheiro, levando 60 anos para tornar‐se adulto e, em
consequência, apto para o corte, torna impossível um reflorestamento intensivo e
eficiente em curto prazo”.
Neste sentido, atualmente o Governo do Paraná e outras organizações não
governamentais, trabalham para a preservação da espécie, sendo proibida
inclusive o seu corte.
Transporte de toras por tração animal, em 1924
94
Fonte: http://sites.google.com/site/hhenkels/hist%C3%B3ria_sbs/mov_cimo1
95
2‐ O Norte Paranaense e a Cultura do Café
Fonte: http://barbarine.blogspot.com/
Os primeiros grupos que chegaram ao local, eram formados de mineiros e
paulistas e ocuparam os vales dos rios Paranapanema, Cinzas, Ribeirão e Jataí.
Vieram trazendo mudas, que foram plantadas em grandes propriedades. Nasciam
as primeiras fazendas de café. A partir daí, uma a uma, foram surgindo as cidades
do Norte Velho: Tomasina, Santo Antonio da Platina, Wenceslau Brás, São José da
96
Boa Vista, Jacarezinho, Cambará, Ribeirão Claro, entre tantas outras. Essa região
foi colonizada entre 1860 e 1925, sendo que em 1950 a região estava
praticamente ocupada.
Com relação ao Norte Novo, a ocupação intensifica‐se a partir de 1920, com
a expansão das fronteiras e ocupação constante de áreas em direção às bacias dos
rios Paranapanema, Tibagi e Ivaí, tomando rumo ao noroeste do estado.
Norte Novo
Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=56897943
De acordo com o site
(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=56897943) No dia 21 de
agosto de 1929, o russo Alexandre Razgulaeff e o britânico George Craig Smith,
depois de enfrentarem 20 km de picadas no meio da densa Mata Atlântica,
chegaram ao local hoje conhecido como Marco Zero (1 km a leste do atual Centro
de Londrina) e ali abriram uma clareira no meio da floresta. Eles estavam à serviço
dos ingleses da Paraná Plantation (Companhia de Terras Norte do Paraná era seu
nome no Brasil). Sediada em Londres (tinha como acionistas principais Lord Lovat
e o Príncipe de Gales), havia adquirido do governo estadual em 1925 e 1927, uma
97
enorme extensão de terras (1.246.300 ha ou 12.463 km²), então completamente
cobertas por Mata Atlântica, com alguns pequenos bolsões de araucárias. A
propriedade da Companhia começava justamente no Marco Zero de Londrina e se
estendia para oeste, para bem depois de Maringá, e para o sul abrangendo a
região de Cianorte.
Os ingleses planejaram e implantaram todas as cidades da região,
interligando‐as por ferrovias, que as ligavam ao Norte Pioneiro Paranaense, e daí à
Ourinhos e finalmente São Paulo e Santos. A ferrovia foi fundamental para o
sucesso do empreendimento, que atraiu pessoas de mais de 30 nacionalidades
diferentes logo nos primeiros anos. Durante a década de 30, os britânicos da
Paraná Plantation fizeram uma campanha maciça por toda a Europa para divulgar
o projeto imobiliário, que consistia em módulos rurais de 5 a 100 ha e prometia
"as terras mais férteis do mundo e um clima adequado à todas as raças.
Esse foi o início de um dos mais ambiciosos e bem sucedidos projetos de ocupação
humana de toda a história”. Importantes cidades surgem, como: Londrina, Cambé,
Rolândia, Arapongas, Apucarana, Maringá, Mandaguari, entre outras.
98
Foto de George Craig Smith, primeira tirada em Londrina, em 1929
Fonte: http://www.skyscrapercity.com
99
Fonte: http://www.skyscrapercity.com
Com relação ao Norte Novíssimo, a ocupação intensifica‐se entre 1940 até
1960, chegando às barrancas do rio Paraná, fronteira com o estado do Mato
Grosso.
Norte Novíssimo
100
Fonte: http://www.skyscrapercity.com
Incentivado pelo sucesso da colonização iniciada pelos ingleses, o Governo
do Paraná resolveu por conta própria lotear as terras que ainda restavam na
região e que lhe pertenciam. Surgiram assim, várias localidades como, Içara,
Jaguapitã, Centenário. Das colônias oficiais a que mais prosperou foi Paranavaí
(1942), localizada a oeste das terras da Companhia de Melhoramentos.
101
Paranavaí ‐ 1953
Fonte: http://davidarioch.wordpress.com/category/historia/page/2/
A região do norte paranaense teve um crescimento bastante significativo
no território paranaense no século XX, apelidos surgiram para a região como Terra
vermelha, terra dos Pés vermelhos, Terra dos forasteiros. Mas não se pode negar
que graças a coragem dos pioneiros e sua crença na igualdade de oportunidades,
não mediram esforços para imprimir com seu trabalho e sacrifício, um novo
sentido na ocupação do Paraná. Eles ajudaram a construir o Paraná Moderno.
(Histórias do Cotidiano Paranaense)
.
A Cultura do Café
As lavouras cafeeiras chegaram ao Paraná já no início do século XX, porém
a produção era pouca até 1945, em função das duas grandes guerras mundiais e
da Crise de 1929. O Brasil sofre um declínio nas exportações do café paulista e
assim as lavouras cafeeiras do Paraná, não produzem para exportação. A partir da
década de 1950 e 1960, o café passou a ter uma fase de expansão, em função da
102
redução dos estoques mundiais, houve uma elevação dos preços o que propiciou o
aumento do cultivo do mesmo. Por um longo tempo, o café foi o principal produto
gerador de riquezas para o estado do Paraná, tal como tinha sido a erva mate
anteriormente. Essa expansão propiciou a fixação do homem na zona rural,
favorecendo também o processo de desenvolvimento do norte do Paraná.
A partir de 1975, com a ocorrência da geada que dizimou os cafezais do
Estado, a agricultura paranaense entrou numa nova fase, com a substituição da
cultura do café pelas culturas de soja e trigo.
103
CAPÍTULO 9
Expansão e ocupação de novos espaços – modernização: o
oeste, sudoeste paranaense
104
1‐ O Oeste e o Sudoeste
Fonte: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br
Entende‐se por oeste paranaense o território compreendido entre os rios
Iguaçu, Paraná e Piquiri. A fronteira brasileira com o território espanhol havia sido
definida pelo rio Paraná, durante o período do Brasil Império. Durante o período
imperial a região ficou abandonada.
No final do século XIX, os argentinos começaram a explorar a erva‐mate na
região de Missiones, chegando ao território oeste paranaense, atraídos pela
quantidade de erva mate existente na região. Praticavam o contrabando, uma vez
que não existia estrutura na região para a fiscalização e cobrança de impostos.
Assim, foi fundada na região uma Colônia Militar denominada Foz do Iguaçu, com
o objetivo de fortalecer a chamada fronteira guarani. Na abertura da picada em
105
direção ao oeste foram encontrados muitos trabalhadores argentinos e paraguaios
, que exploravam a erva mate, além de brasileiros. A situação só vai se modificar
com a chegada dos gaúchos e catarinenses a partir de 1940.
Colônia Militar de Foz do Iguaçu
Fonte: http://www.h2foz.com.br/colonia‐militar
De início, o elemento histórico que unificava essa comunidade encontrada
foi o sistema de obrages. Forma de explorar as riquezas naturais típicas de matas
tropicais. Era um sistema característico desenvolvido no Paraguai e Argentina. O
obragero era o proprietário das terras, mas nem sempre vivia nelas, em seu lugar
existiam os peões. Esses peões vinham geralmente dos campos de Guarapuava e
traziam tudo que precisavam para sua sobrevivência, bem como instrumentos
para a derrubada das matas. Os trabalhadores das obrages eram chamados de
mensus ou mensalistas e seu pagamento era feito em forma de boleto que só valia
dentro da obrage. Em sua grande maioria os mensus descendiam dos guaranis,
miscigenados com populações brasileiras e espanholas. Dependiam quase que
totalmente dos patrões, sendo obrigados a comprar todos os produtos
necessários a sua sobrevivência no armazém ou barracón da obrage. Muitos
morriam sem saldar as dívidas. Essa região ficou completamente isolada cultural e
economicamente do restante do país, mais envolvida com o Paraguai e Argentina.
Por isso é correto afirmar que as “vastas florestas existentes na região do
vale do Rio Iguaçu e do rio Paraná tornou‐se área de exploração predatória de
106
Essa situação do oeste só melhorou quando a partir da década de 1950,
quando uma nova frente pioneira chegou ao território paranaense, vinda do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina – as frentes sulistas.
Nesta fase do povoamento, das décadas de 1940 e 1950, grande parte da
colonização foi planejada por companhias particulares, constituindo‐se em
núcleos populacionais como Toledo, Marechal Cândido Rondon, Cascavel, Santo
Antônio do Sudoeste, Medianeira, Francisco Beltrão, Santa Helena, entre outros.
Apesar de ter ficado longo tempo isolado do resto do Paraná, o Oeste teve
um surto rápido desenvolvimento. As alçapremas, primitivo meio pra transporte
de toras, foram logo substituídas por ágeis caminhões que hoje circulam
diariamente pelas estradas paranaenses.
1959. Grupo de colonos contratados pela Imobiliária Agrícola Madalozzo
Ltda para a limpeza e abertura da estrada que passou a ligar o núcleo colonial de
Santa Helena com a localidade de Entre Rios
O ônibus ao fundo pertencia a Germano Bussler e foi um dos primeiros a
servir a comunidade santahelenense.
107
Fonte: http://www.santahelena.pr.gov.br/
108
CAPÍTULO 10
Imigração, Etnias e População do Paraná: A diversidade
cultural
109
1‐ Presença negra no Paraná
A sociedade organizada em território hoje paranaense, era semelhante a que
se encontrava no restante do Brasil, mas não era idêntica. O trabalho escravo, seja
negro ou indígena, aqui foi empregado, mas não chegou a ser exclusivo, devido ao
tipo de economia que aqui se desenvolveu. O negro escravo tinha parte de seu
tempo ocupado com os mais diversos trabalhos. De início foi utilizado como mão
de obra na mineração, posteriormente na colheita da erva mate, na pecuária, nas
lavouras de subsistência, no trabalho doméstico, inclusive executando ofícios de
artesanato e ofícios urbanos.
Segundo o site da Coordenadoria do Patrimônio Cultural, “a escravidão
negra no Paraná se fez presente desde o século XVII, nos tempos dos arraiais das
primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e Curitiba. Contudo na medida em
que esta economia se desmantelava, os negros eram introduzidos nas atividades
agropastoris do primeiro e segundo planalto. Assim, o que se deve ressaltar é que
no Paraná a escravidão negra não ocorreu de forma intensiva como em outros
pontos do Brasil. Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação
paranaense no comércio negreiro, especialmente a do Porto de Paranaguá, que
serviu como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de
escravos no período em ocorreu a proibição de seu tráfico em 1826”. A proibição
efetiva do tráfico só ocorrerá em 1850, após o episódio do “Caso Cormorant”,
onde um navio inglês e foi atacado no litoral paranaense.
As propagandas abolicionistas também aconteciam no Paraná, tanto que
foram criadas sociedades civis em Paranaguá e em Curitiba. Assim, em Paranaguá
surgiu a Sociedade Redenção Paranaguense e, em Curitiba, a Sociedade
Ultimatum. Estas faziam coleta para a compra de escravos, com fim libertá‐los.
110
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br
111
2‐ Outras etnias que ocuparam o espaço paranaense
A criação da Província do Paraná em 1853 coincide com a repressão ao tráfico
de escravos. Desse modo, o favorecimento à entrada de imigrantes impunha‐se ao
governo provincial.
Assim, a partir das primeiras décadas do século XIX o quadro demográfico
paranaense é substancialmente alterado pela introdução de contingentes
europeus. Esses imigrantes vieram para o Paraná especialmente para trabalhar
com a agricultura de abastecimento em colônias agrícolas nos arredores dos
centros urbanos. (http://www.cultura.pr.gov.br)
O Paraná é um dos estados com a maior diversidade étnica do Brasil. As 28
etnias que colonizaram o estado trouxeram na suas bagagens a cultura, costumes
e tradições. Os imigrantes chegaram com a promessa de encontrar paz numa terra
desconhecida, mas também muito trabalho, terra e produção. Porém de início
estas promessas não se efetivaram.
112
113
Fonte: http://singrandohorizontes.wordpress.com
Em 1847, o suíço João Maurício Faivre – localizou as margens do Rio Ivaí
imigrantes franceses, fundando a Colônia Teresa. Hoje a localidade de Teresa
Cristina – Município de Cândido de Abreu.
Em 1852, Carlos Perret Gentil, fundou na entrada da Baía de Paranaguá, a
Colônia de Superagui, com imigrantes suíços/ alemães e brasileiros. Atual
Guaraqueçaba.
114
Vinhedos no Morro Barbados – Colônia Superagui
Pintura de William Michaud – Séc. XIX
Fonte: http://viniculturaparanaense.blogspot.com
A partir de 1850 (com a restrição da entrada de escravos), os escravos
paranaenses são comprados por São Paulo, . Houve um período de carestia de
produtos agrícolas. No mesmo período Santa Catarina desenvolve duas grandes
colônias agrícolas – Blumenau e D. Francisca (atual Joinvile). Baseado no modelo
catarinense o Paraná planejou uma grande colônia agrícola e reivindicou sua
criação ao Governo Imperial. Esta colônia teria por objetivos, sanear a falta de
alimentos e fazer baixar a carestia. Esta colônia seria formada por colonos
nacionais como estrangeiros (ingleses, franceses, italianos, espanhóis e alemães) e
deveriam se dedicar exclusivamente à agricultura.
Foi fundada então em 1859, a Colônia de Assungui (atual município de
Cerro Azul), que não prosperou, pela inexistência de infraestrutura adequada. Não
existia estrada carroçável que ligasse a Colônia aos centros urbanos, sendo que
muitos imigrantes abandonaram o local.
No Governo do Presidente Adolfo Lamenha Lins, é desenvolvida uma
política imigratória, que ficou conhecida como Linismo. Surge ao redor de Curitiba
115
a partir de 1870, um cinturão verde, com as colônias Santa Cândida, Orleans,
Santo Inácio, Riviera, D. Augusto, Tomás Coelho entre outras. A população dessas
colônias era quase que exclusivamente de poloneses. Posteriormente novas
colônias foram fundadas próximas a Curitiba, como Colombo, Santa Felicidade,
Piraquara e Dantas (atual Bairro Água Verde), com imigrantes de diferentes etnias,
entre eles italianos e alemães.
Imigrantes Italianos junto à Igreja São José – Santa felicidade, em 1891
Fonte: http://parques‐curitiba.com
No final de 1877, ocorre o processo imigratório para a região dos Campos
gerais, com a chegada dos russos‐alemães, encaminhados para Palmeira, Lapa e
Ponta Grossa.
Na última década do Império, ocorre a imigração estratégica. Em função
das tensões provocadas, pela disputa de território na Questão de Palmas, o
império funda colônias militares, como Chapecó e Chopim.
Com o início da navegação do Rio Iguaçu em 1882, em todo o vale médio
do Iguaçu, quer dizer entre Porto Amazonas e União da Vitória, não existia centros
populacionais, sendo assim, iniciou‐se a partir de 1890 a localização de imigrantes
116
próximos as margens dos rios. Surge assim, São Mateus do Sul, Água Branca, Santa
Bárbara, Palmira, Rio Claro, Eufrosina, General Carneiro, Canta Galo, Antonio
Olinto, Prudentópolis, Mallet, com imigrantes alemães, poloneses, ucranianos.
Igreja Ucraniana de Antônio Olinto
Fonte: http://portal.rpc.com.br/reveleoparana/foto.phtml
Em 1895, a imigração é paralisada devido a revolução federalista, iniciando a
partir de 1907, o surto conhecido como “novas colônias federais”. Surge então Senador
Correia, Ivaí, Irati, Vera Guarani, Cruz machado, com predominância do alemão, polonês e
ucraniano.
117
Imigração Polonesa
Fonte:http://www.brasilcultura.com.br/perdidos/historia‐da‐imigracao‐
polonesa‐em‐exposicao‐no‐museu‐paranaense/
Imigração Alemã
Fonte: http://textosdetherezapires.blogspot.com
Dentre as várias correntes imigratórias dirigidas ao Paraná após a primeira
Guerra Mundial, nota‐se o predomínio do elemento japonês, o qual localizou‐se
de preferência no norte do Paraná, ocupando núcleos importantes como Uraí,
118
Assaí, Londrina, Bandeirantes, etc. É o início do que se convencionou chamar de
Imigração Moderna.
A primeira caravana de japoneses chegou a Londrina em 1927
119
Nos campos de Guarapuava, fixou‐se também em 1951 um grupo de alemães,
refugiados da região de Danúbio, fundando a colônia Entre Rios.
Tais grupos imigratórios, chegaram ao Paraná em movimentos planejados,
assistidos por entidades internacionais. Sua fixação foi bem dirigida e financiada,
diferente a imigração pioneira no século anterior.
Castrolanda – Imigração holandesa
3‐ Contribuição dos Imigrantes
Segundo o prof. Ruy Wachowicz, “A presença em território paranaense de
grupos étnicos tão numerosos e das mais diversas procedências deu ao estado
uma característica toda especial. Provavelmente o Paraná seja o maior laboratório
étnico do Brasil”.
120
3.1‐ Ferramentas de agricultura
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/
3.2‐ Transporte
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/
3.3‐ Arquitetura
121
Fonte: http://www.castro.pr
Fonte: http://www.parques-curitiba.com/
122
3.4‐ Manifestações artísticas
Fonte: http://www.prdagente.pr.gov.br/
3.5‐ Culinária
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br
123
Fonte:http://www.prdagente.pr.gov.br/
124
3.6‐ Tradições
Fonte: http://www.prdagente.pr.gov.br
125
1829 - Rio Negro Rio Negro -PR alemães (248) Rio Negro - PR
alemães, suíços,franceses e
1852 - Colônia Superagui Paraná Guaraqueçaba- PR
outros (85 imigrantes)
alemães, suíços,franceses e
1869 - Colônia Angelina Curitiba - PR Curitiba
argelinos
alemães, poloneses e
1870 - Colônia Pilarzinho Curitiba Curitiba - PR
italianos (242 imigrantes)
poloneses, italianos,suíços,
1875 - Colônia Orleães Curitiba Curitiba _ PR
franceses e outros (290)
Poloneses, galicianos e
1876 - Colônia Tomaz Coelho Araucária Araucária - PR
silesianos (1.295)
poloneses, silesianos e
1876 - Colônia Santo Inácio Curitiba Curitiba- PR
galícios
alemães, franceses e
1877 - Colônia Rivière Curitiba Curitiba - PR
poloneses (406)
1877 - Colônia Nova Itália linha América italianos (150 imigrantes) Morretes - PR
126
1878 - Colônia Muricy São José dos Pinhais poloneses e italianos (397) São José dos Pinhais- PR
alemães,poloneses,
1891 -Colônia Sta. Bárbara Palmeira Palmeira - PR
ucranianos e italianos
Ucranianos, Alemães,
Ipiranga - linhas Calmon e
1907 - Colônia Ivay Poloneses, Holandeses (4.840 Ipiranga - PR
São Roque
imigrantes)
127
alemães, poloneses,
1908 - Colônia Irati Irati holandeses e ucranianos Irati - PR
(1.379)
poloneses ,alemães e
1910 - Colônia Cruz Machado Guarapuava Guarapuava- PR
ucranianos (4.474)
redondezas do bairro
referidos bairros de Curitiba -
1924 Uberaba,Campo japoneses
PR
Comprido,Araucária
1927 - Colônia Dantzig depois "Vila de Nova Dantzig poloneses e alemães Cambé - PR
Fonte: http://www.weber‐ruiz.com/parana.html
128
CAPÍTULO 11
Cultura No Paraná: Patrimônio Cultural Como Referência
Nacional E Artistas Paranaenses
129
1‐ Preservação e tombamento no Paraná
A história de um estado, povoado, de um bairro, de uma cidade ou de uma
família, pode ser contada através de várias formas. Uma delas pode ser realizada
pelo estudo do seu patrimônio cultural exemplificado através dos monumentos,
ícones, equipamentos rurais e urbanos, assim como de sua apropriação do
patrimônio natural identificado através dos rios, quedas d’água, montanhas,
bosques, florestas e fauna. (http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br)
Assim, para mantermos um patrimônio cultural, precisamos preservá‐lo. Mas o
que é preservação? Preservar segundo Aurélio Buarque de Holanda, é proteger,
conservar e manter livre de perigo ou dano. Assim, preservar é reconhecer o valor
do patrimônio, mas esse reconhecimento deve partir da própria comunidade, é
ela que deve conhecer aquilo que é importante para a sua história, memória e
identidade e lutar para que seja mantido, um edifício, uma cachoeira, uma dança,
uma tradição, entre outros.
A preservação é um exercício de cidadania, temos que garantir para as
gerações futuras, para nossos descendentes o conhecimento de sua própria
história. Conhecer a evolução histórica da sociedade é um direito de todos e,
muitas vezes isso só é garantido por meio da preservação, que pode ocorrer de
duas formas: através da educação (nas escolas, campanhas educativas,
sensibilização da comunidade) ou do tombamento (ação do estado, quando
determina que um patrimônio deva ser preservado pela força da lei).
O que podemos preservar?
Tudo que se relacione à cultura de uma comunidade. Não existem critérios
específicos, mas se preserva aquilo que a própria população define como
importante bem cultural. Assim, devemos entender que o Patrimônio Cultural se
divide em três grandes categorias:
130
Natural: aquilo que pertence à natureza, como os rios, cachoeiras, reservas
florestais, matas, animais, paisagens naturais, entre outros.
O Saber e Fazer: que significa o conhecimento do homem no meio em que vive. As
técnicas que ele desenvolve para a produção de alguma coisa. As músicas, as
crenças, as festas, a religiosidade, entre outros. Por exemplo: preservar a arte de
fazer doces, de confeccionar uma peça, uma festa tradicional.
Os Objetos: todos os bens materiais, sólidos, como: edifícios, documentação
escrita, fotos, sítios arqueológicos, entre outros.
Assim concluímos que o Patrimônio Cultural de uma comunidade pode ser
Tangível ou Material: aquilo que podemos ver, tocar, algo sólido, ou ainda
Intangível ou Imaterial: a forma de fazer, produzir ou comemorar alguma coisa.
Vamos exemplificar: uma igreja é um patrimônio material, uma festa religiosa é
um patrimônio imaterial. A Igreja de Santo Antônio da Lapa é material o Fandango
(dança típica do litoral) é imaterial.
Vimos anteriormente que existem duas formas de preservação, a educação
quando a própria comunidade reconhece o seu bem e preserva, ou o
tombamento, quando o Estado identifica que o bem é importante, mas a
comunidade não está conservando, então ele preserva pela força da lei, quer
dizer, reconhece o bem, estabelece que aquele bem não pode ser
descaracterizado ou demolido e estabelece um conjunto de regras para a sua
manutenção.
O tombamento/preservação pode ocorrer em três níveis: municipal,
estadual, federal e mundial. Municipal quando o próprio município faz o
tombamento de seus patrimônios, Estadual quando o bem é reconhecido
importante para toda a sociedade do Estado, Nacional quando o bem é
importante para a História do Brasil, e Mundial quando o bem é importante para a
história da Humanidade.
131
O Paraná possui bens tombados em todos os níveis. Como Patrimônio da
Humanidade reconhecido pela UNESCO ‐ Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, temos o Parque Nacional do Iguaçu.
Fonte: http://www.vilaboadegoias.com.br Fonte: http://www.wwf.org.br/
Os bens tombados a nível federal/nacional são organizados e gerenciados pelo
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que possui um
escritório em Curitiba.
Os bens reconhecidos como Patrimônios Nacionais, são:
• Engenho do Mate – Campo Largo
• Museu Coronel David Carneiro – coleção Cr
• Museu Paranaense – coleção ‐ Cr
• Paço Municipal – Cr
• Igreja Matriz de Guaratuba
132
• Centro Histórico da Lapa
• Centro Histórico de Paranaguá
• Parque Nacional do Iguaçu
• Reserva da Mata Atlântica
Centro Histórico da Lapa Paço Municipal ‐
Curitiba
Fonte: http://br.olhares.com Fonte:http://www.curitiba‐
parana.net
133
No site da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, referenciado nos
links interessantes, você poderá conhecer todos os patrimônios culturais do
Paraná por municípios.
2‐ Artistas Paranaenses
A produção artística no Paraná é referência nacional, seja pela criatividade, seja
pela qualidade das obras produzidas. Desde os primórdios o homem paranaense
134
DALTON TREVISAN
As histórias de Dalton Trevisan, considerado um dos melhores contistas brasileiros
contemporâneo s, reproduzem um cotidiano angustioso numa linguagem direta e
popular
Nasceu em Curitiba em 14 de junho de 1925. Entre umas inúmeras obras, destaca‐
se O Vampiro de Curitiba.
135
PAULO LEMINSKI
Paulo Leminski nasceu em Curitiba em 1945. Faleceu em 1989. Poeta de
vanguarda, letrista de música popular, escritor, tradutor, professor e, pode
parecer inusitado, mas ele também era faixa‐preta de judô. Mestiço de pai polaco
com mãe negra, sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e
genialidade.
2.2‐ Pintores e Artistas Plásticos Paranaense
Alfred Andersen (1860 ‐ 1935)
Lange de Morretes (1892‐1954)
João Turin (1880‐1949)
Theodoro de Bonna (1904‐1990)
João Zaco Paraná (1884 ‐1961).
Poty Lazzarotto (1924‐1998)
João Ghelfi (1890‐1925)
Guido Viaro Viaro (1897 ‐ 1971)
Miguel Bakun (1909 ‐ 1963)
João Pilarski (1929 – 2004)
136
Alfred Andersen ‐
Fonte: Paisagem do Sul (Paisagem paranaense). Museu Alfredo
Andersen.
João Turim
Fonte: João TURIN (1878 – 1949). Marumbi. Bronze. Casa
João Turin.
Lange de Morretes
137
A cultura paranaense é rica e diversificada, para conhecê‐la com mais
profundidade acesse o site do Projeto Paraná da Gente ‐
http://www.prdagente.pr.gov.br/
138
CAPÍTULO 12
O Paraná de Hoje
139
1‐ Usina Hidrelétrica de Itaipu
A Usina Hidrelétrica de Itaipu é a maior em operação no mundo. Caracterizada
como um empreendimento binacional Brasil e Paraguai, foi construído no Rio
Paraná. Segundo dados fornecido pela página
http://www.fozdoiguacu.pr.gov.br/turismo/br/biblioteca/itaipu.htm
A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma realização de trabalho conjunto de
duas nações, Brasil e Paraguai, com o objetivo de aproveitar o potencial
hidráulico das águas do rio Paraná, pertencente em condomínio aos dois países.
Seu reservatório abrange 15 municípios do oeste paranaense e um do Mato
Grosso do Sul.
Itaipu recebeu este nome em homenagem a uma pequena ilhota do Rio
Paraná, sobre a qual está hoje assentada a Usina. A ilhota era chamada pelos
indígenas de “Itaipu”, que em tupi‐guarani significa “a pedra que canta”, pelo
barulho que as águas faziam ao bater nas pedras. Devido às dimensões, a
hidrelétrica é considerada “A Obra do Século” e uma das sete maravilhas do
mundo moderno, conforme pesquisa realizada pela Sociedade Americana de
Engenharia Civil com engenheiros de todo o mundo. Em 1966, após intensas
negociações entre Brasil e Paraguai, foi assinada a ”Ata do Iguaçu” e, em 26 de
abril de 1973, foi assinado o “Tratado de Itaipu”, estabelecendo o
aproveitamento dos recursos hídricos pertencentes aos dois países. Em 17 de
maio de 1974, foi criada a entidade Itaipu Binacional, para construir e operar a
usina. Um grande marco na construção da obra, em outubro de 1978, foi a
abertura do canal de desvio do rio Paraná, que permitiu secar o seu leito original
para a construção da barragem principal, em concreto. As comportas do canal de
desvio foram fechadas em outubro de 1982, dando início à formação do
reservatório. O lago de 1.350 km2 foi formado em apenas 14 dias. A 1ª unidade
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geradora de Itaipu começou a produzir em 5 de maio de 1984. No dia 6 de maio
de 1991, entrava em operação a 18ª unidade, com potência instalada de 12,6
milhões de KW. A partir de 2005, Itaipu contará com 20 unidades, ampliando sua
capacidade instalada para 14 milhões de kw. Itaipu é responsável pelo
suprimento de 93% da energia elétrica consumida no Paraguai e 24% de toda a
demanda do mercado brasileiro e vem batendo recordes ano a ano, graças ao
desempenho excepcional de suas unidades geradoras.
Dados comparativos
O volume total de concreto utilizado na construção de Itaipu seria
suficiente para construir 210 estádios de futebol como o do Maracanã, no
Rio de Janeiro;
O ferro e aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel;
A vazão máxima do vertedouro de Itaipu (62,2 mil metros cúbicos por
segundo) corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu;
A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 metros cúbicos de água por
segundo cada) corresponde a toda a vazão média das Cataratas (1.500
metros cúbicos por segundo);
A altura da barragem principal (196 metros) equivale à altura de um
prédio de 65 andares;
O Brasil teria de queimar 434 mil barris de petróleo por dia para obter em
plantas termelétricas a mesma produção de energia de Itaipu;
O volume de escavações de terra e rocha em Itaipu é 8,5 vezes superior ao
do Eurotúnel (que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha) e o
volume de concreto é 15 vezes maior.
Iluminação Monumental de Itaipu
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A Iluminação Monumental de Itaipu representa um show de sons e luzes,
valorizando cada detalhe da obra de concreto, principalmente o formato
de catedrais da barragem. A visitação é realizada desde o dia 06 de
dezembro de 2002. Para melhor receber os turistas, o Mirante Central da
usina passou por reformas, recebeu um sistema de sonorização e telas de
projeção para exibição de um filme sobre a construção de Itaipu, com
duração de 6 minutos. A barragem de concreto da usina recebeu um
sistema de iluminação que utiliza 519 refletores ligados por mais de 60 km
de fios, cabos e eletrodutos. A energia usada para iluminar a usina é
suficiente para abastecer uma cidade de 15 mil habitantes.
A iluminação da barragem é complementada com a nova iluminação do
Painel do Barrageiro, obra do artista plástico paranaense Poty Lazzartto,
localizado ao lado do Mirante Central. O painel foi iluminado nas duas
faces, o que ressaltou os traços de Poty.
A Iluminação Monumental de Itaipu é a primeira etapa de um projeto mais
amplo, que envolve também a iluminação do vertedouro, criado por um
dos maiores especialistas em luminotécnica do Brasil, Peter Gasper, que é
responsável também pela iluminação do Memorial da América Latina, da
Catedral de Brasília, do Palácio da Alvorada e do Museu Imperial. Não só
os turistas, mas a própria comunidade pode assistir a esse espetáculo
proporcionado pelos refletores que iluminam a barragem e pela trilha
sonora que foi criada pelo diretor musical Antonio Fava. A música torna
essa imagem de luz um espetáculo único e inigualável.
Ecomuseu de Itaipu
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região de Foz do Iguaçu. Desde 1975 a Itaipu planejava guardar em um
museu adequado o resultado dos estudos e projetos desenvolvidos antes
da formação do seu Reservatório. Isso tornou‐se realidade com o
Ecomuseu, primeiro do gênero na América Latina. Tem como objetivo
básico representar as ligações existentes entre o homem, sua obra e o
meio ambiente da área de abrangência do reservatório de Itaipu,
englobando os bens de interesse científico, cultural e tecnológico,
reconhecidos e representativos de seu patrimônio. A reforma pela qual o
Ecomuseu de Itaipu foi submetido em 2003 revela a importância da
história da região. História que não começa no final do século XIX, com a
exploração da madeira e da erva‐mate, mas muito antes, ainda com os
caçadores/coletores de aproximadamente 8.000 anos atrás. No novo
circuito museográfico os principais fatos relativos à história da Itaipu e da
região são contados de forma interativa, utilizando‐se de recursos como
cenários, maquetes e computadores. Desde o momento em que chega à
parte externa do Ecomuseu o visitante é convidado a fazer um mergulho
na história. Dentro do prédio, a sensação é que se está diante de um novo
mundo, em que fósseis e objetos de eras passadas convivem em harmonia
com a mais moderna tecnologia existente para a produção de energia.
Computadores mostram, em detalhes, todas as informações sobre a Usina
Hidrelétrica de Itaipu, ao lado de maquetes que apresentam a realidade
das mais diferentes áreas da usina.
Um dos maiores destaques do Ecomuseu é uma réplica perfeita, quase em
escala natural, do eixo de uma unidade geradora da usina, sendo que o
visitante tem a oportunidade de ouvir o barulho do eixo em movimento.
Diversas ações culturais são desenvolvidas em conjunto com os municípios
lindeiros e grupos representativos da comunidade, tais como as
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Fonte: http://www.hnews.com.br
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Fonte: http://isape.wordpress.com
2‐ Rede de Cidades
Os processos de integração, a crescente interdependência e a abertura das
economias acentuaram, por um lado, a concorrência entre cidades e
territórios e, por outro, a necessidade de criar alianças e relações de
complementaridade.
Integração Regional
Fonte: www.ipardes.gov.br/
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BIBLIOGRAFIA
CIGOLINI, Adilar et al. Paraná – Quadro natural, transformações territoriais e
economia. Curitiba: Renascer, 1998.
PARELLADA, Cláudia Inês. Vida Indígena no Paraná. Curitiba: Provopar Ação
Social/PR, 2006
WACHOWICZ, Ruy. História do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2001.
9 ed.
Atlas geográfico do Paraná – disponível em
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1127‐4.pdf?...
Coordenadoria do Patrimônio Cultural. http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/
Secretaria de Estado da Cultura. http://www.cultura.pr.gov.br
Secretaria de Estado do Turismo. http://www.setu.pr.gov.br
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