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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFORMÁTICA


CURSO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO

EMERSON SHIGUEO SUGIMOTO


FELIPE MAIA BARBOSA OLIVEIRA
FERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RICARDO T. PIEKARSKI
VINICIUS ANDREATTA

DO GOLPE À NOVA TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA

CURITIBA
2010
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFORMÁTICA
CURSO DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO

EMERSON SHIGUEO SUGIMOTO


FELIPE MAIA BARBOSA OLIVEIRA
FERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RICARDO T. PIEKARSKI
VINICIUS ANDREATTA

DO GOLPE À NOVA TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA

Trabalho acadêmico apresentado à


disciplina de Sociedade e Política
no Brasil.
Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Unidade de Curitiba.

Professor: Júlio Cesar.

CURITIBA
2010
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
2. AI-5 .............................................................................................................. 5
1.1 MILAGRE ECONÔMICO ....................................................................... 5
3. REVALORIZAÇÃO SINDICATOS ............................................................... 6
1.2 PROTESTO TRABALHADORES .......................................................... 6
4. O NOVO SINDICALISMO ............................................................................ 7
4.1 O CONTROLE DA TRANSIÇÃO ........................................................... 7
4.2 AÇÃO ORGANIZADA DOS TRABALHADORES................................... 7
5. AS OPÇÕES DAS DIREÇÕES .................................................................... 9
6. SOB O GOVERNO LULA .......................................................................... 11
7. ALTERNATIVAS AO SINDICALISMO ATUAL ........................................... 13
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 14
1. INTRODUÇÃO

Após a consolidação do Golpe Militar, o governo militar ordenou a


repressão aos sindicatos (Intervenção em 433 entidades sindicais), cassação
dos direitos políticos e instauração de inquéritos policiais militares;
A crise econômica combatida pela ditadura através do Arrocho salarial,
desta forma era fundamental controlar os sindicatos.
Entre 1964 e 1967 os sindicatos foram amordaçados pelas
perseguições;
Em 1970, o governo começou à revalorizar os sindicatos, com objetivo
de que os sindicatos veiculassem as “conquistas” do regime militar.
Em 1978, os trabalhadores iniciaram uma onda de greves, detonada à
partir do ABC paulista, perseguição aos líderes e militantes através de
inquéritos. Era necessário reunir provas para incriminar antigas lideranças e
localizar os “agentes da subversão”.
A reunião destas “provas” tinha por interesse dos interventores
defender entre os trabalhadores os ideais da “Revolução” (golpe). Enquanto
isso os sindicatos esvaziavam-se.
As Leis do arrocho tinham por objetivo diminuir o poder de luta dos
trabalhadores, de forma a proibir dos direitos de greve, controlar o reajuste
salarial, acabar com a estabilidade dos 10 anos de serviço, e realizar o
desmonte do sistema previdenciário.
2. AI-5

O Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 1968, fechou o Congresso Nacional,


cassou mandatos, determinou censura prévia à imprensa, cassou os direitos
civis e foi caracterizado pelo endurecimento do Sistema militar.

1.1 MILAGRE ECONÔMICO

A concentração de capitais se dava por grandes grupos monopolísticos


estrangeiros, houve a retomada de investimentos públicos pelo governo, a
capitalização se dava por endividamento externo e existia o arrocho salarial e a
super exploração do trabalhador;
Dados do PIB (Produto Interno Bruto), de 1968 à 1976 era de 10%, e
1974 ela passou para 14%. Porém o trabalhador nada usufruía desse
crescimento.
Em 1960, 50% mais pobres representavam 17,7% renda nacional, já em
1980, representavam apenas 13,5% da renda (pior). Em 1960, 5% mais ricos
representavam 27,7% e em 1980 passaram a representar 34,7% da renda.
Este era um “Milagre” que fez dos ricos mais ricos e os pobres cada vez mais
pobres.
Em 1964, o país tinha uma dívida de 5 bilhões de dólares, em 1975, 20
bilhões de dólares e 10 anos depois passou para 100 bilhões de dólares.
3. REVALORIZAÇÃO SINDICATOS

O Governo realizou a revalorização dos sindicatos para servirem como


órgão auxiliador do Estado junto aos trabalhadores.
Os Sindicatos foram revalorizados com serviços assistenciais:
Consultórios médicos, colônias de férias, assistência Jurídica, etc., para a
atração de novos associados;

1.2 PROTESTO TRABALHADORES

Os trabalhadores realizam greves e protestos de várias formas, as


Operações-Tartaruga, Greves de Fome, Greves Gerais, Greve de Dor de
Barriga e a “Operação Zelo”, na qual o operário zeloso ao extremo diminui o
ritmo de produção para que a máquina não sofra dano;
4. O NOVO SINDICALISMO

4.1 O CONTROLE DA TRANSIÇÃO

O governo ditador, ao notar que o povo pouco a pouco percebia a crise


econômica em que o país estava cada vez mais fundo, fez a decisão de passar
o poder de maneira controlada para a democracia. Uma série de medidas
foram sendo tomadas de 1978 até as primeiras eleições diretas em 1985, com
a eleição de Tancredo Neves, e sua sucessão por José Sarney – seu vice – por
conta de sua ligeira morte. O fim do AI-5 em 1978, a Anistia Política em 1979 e
a reorganização partidária a partir daí, marcaram este controle do governo em
tentar dividir e enfraquecer a oposição, sem muito êxito.
Entretanto, logo antes desta série de decisões, em 1977, o governo
decretou o fechamento temporário do Congresso, assim como elegeu
indiretamente um terço do Senado, alterou a composição do colegiado eleitoral
para escolhas presidenciais e manteve as eleições indiretas para
governadores.

4.2 AÇÃO ORGANIZADA DOS TRABALHADORES

A partir desta série de eventos mais liberativos do governo, os


trabalhadores puderam se organizar de forma melhor nos seus protestos. As
greves do ABC paulista, com grande concentração de empresas metalúrgicas,
em 1978 marcaram o início dessa época, pois tiveram um aumento
considerável em relação a anos anteriores, tão espantoso que muitas vezes os
gerentes demoravam a perceber o que realmente estava ocorrendo. Em
seguida, com a criação do PT (Partido dos Trabalhadores) em 1980 e da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) em 1983 também representaram uma
grande força dos trabalhadores nas reivindicações por um governo melhor para
seu povo. As “Diretas Já!” em 1984, reivindicando votação direta nas eleições
do ano seguinte, foram consideradas de grande importância na conquista da
participação popular na Constituição de 1988.
Mais de três milhões de trabalhadores entraram em greve em 1978 e
1979, e em 1989 o incrível número de 20 milhões de trabalhadores entraram
em uma greve geral pela altíssima inflação do ano, que chegou a mais de
1.700%. A partir de 1983, as bandeiras eram mais amplas do que salários mais
altos, envolviam a exigência de reforma agrária e suspensão dos pagamentos
da dívida externa, como forma de demonstrar ao governo a descontentação
mais embasada do problema, sabendo que salários mais altos não resolveriam
o problema por muito tempo.
Nos anos 90, entretanto, houveram bem menos greves, as que
houveram tiveram número de jornadas perdidas bem menos significativo. Por
não haver um inimigo em comum, que era a ditadura, até o seu fim, a
mobilização das bases foram dificultadas, também por causa das suas opções
políticas diferenciadas nas lideranças. O que ocorria na verdade era a o início
de uma reestruturação produtiva.
As características desta reestruturação eram: a internacionalização do
capital, o encolhimento industrial, a maior automação industrial, o
gerenciamento do trabalho (toyotismo), e alterações na composição da força de
trabalho. O governo neoliberalista culpa a redução do índice de emprego em
indústria por culpa dessas alterações na composição da força de trabalho
compostas pela transição de muitos empregados para o ramo de serviços,
maior participação das mulheres no mercado, assim como o mercado informal
(sem carteira assinada) e trabalhadores de tempo parcial (assim, com menos
direitos). Aí se discute a participação do papel do Estado nessas mudanças,
pois com o neoliberalismo, muito forte com Fernando Henrique Cardoso,
principalmente, o Estado privatiza muito, com o intuito de passar a
regulamentação do mercado para as grandes corporações, a especulação
internacional. Porém, o plano Real foi um grande avanço na luta anterior contra
a inflação, pois ela foi muito melhor controlada ano após ano, e o poder
aquisitivo das classes baixas obteve estabilidade muito maior.
5. AS OPÇÕES DAS DIREÇÕES

Dentro deste contexto houveram diferentes alternativas para as direções


sindicais. Enquanto que, nos anos de 1990, no interior da CUT e de
sindicatos representativos a ela filiados predominou a idéia que o rumo que
economia capitalista estava tomando era inevitável.
A direção da CUT propôs uma estrutura que, ao invés de uma estrutura
de sindicato unificado na luta dos trabalhadores, os sindicatos teriam suas
idéias afinadas com a Central a qual se afiliavam (modelo europeu). Essas
mudanças - que apesar de influenciadas pela filiação da CUT a Ciosl
(Central sindical internacional europeu) em 1992 – já estavam sendo
implantadas no 3o Congresso, em 1988, no qual os estatutos foram
modificados para diminuir as participações da base e oposições.
Este modelo foi criticado por distanciar lideranças e bases, afetando a
democracia. Sendo que o efeito dessa mudança pode ser percebida no 6 o
Concut, de 1997, que ao invés de apresentar diversas tendências,
apresentava uma tese única da Direção Nacional da CUT. Além disso
houve uma mudança de discurso: o fechamento de empresas não estaria
mais ligado ao oligopólio, mas sim a incapacidade de modernizar-se de
alguns setores da produção. E que a recusa sindical à inovação ajudou na
cooptação de funcionários e exclusão do sindicato. Afirmava-se então a
importância da negociação.
Na segunda metade dos anos 1990, o sindicato fecha acordos que
ampliava o número de horas não remuneradas, reduziam salários e
incentivavam demissões voluntárias. E não propôs uma mobilização para
resistir. Tudo isso sob a justificativa de manter empregos, mas na verdade
os postos de trabalho estavam sendo irremediavelmente fechados na região
do ABC. No primeiro trimestre de 1999 os lideres sindicais passam a
defender a redução dos impostos sobre fabricação e comercialização de
veículos automotivos com a justificativa de “defender empregos”. Uma vez
que com essas mudanças, a lucratividade das empresas se manteriam e
quer a sociedade passaria a ganhar com isso.
Em 1992 e 1993, houve o “acordo das montadoras”, os impostos seriam
reduzidos, as reivindicações salariais à reposição da inflação passada
passaria a ser limitada, as montadoras reduziriam seu lucro e manteriam
(ou ampliariam) os postos de trabalho. Após esse acordo o crescimento do
desemprego aumentou (apesar de ter uma queda no ritmo de crescimento)
e as montadoras do ABC passaram a ter seu lucro multiplicado em muitas
vezes. Em 1996, ocorreu o “Acordo da previdência”, que reduziam os
benefícios e aumentavam a contribuição dos trabalhadores. Passava-se
então o modelo de aposentadoria de “tempo de serviço” para “tempo de
contribuição”.
6. SOB O GOVERNO LULA

A CUT se diferenciava das demais forças sindicais por serem contrárias


as idéias neoliberais, isso ficou claro por não apoiarem a reforma trabalhista
proposta por FHC que estabelecia prioridade a negociações coletivas sobre as
leis trabalhistas.
Com a eleição do presidente Lula em 2002 foi encarado por muitos
como um marco histórico do desgaste das políticas neoliberais exercidas pelos
governantes brasileiros anteriores desde 1990, pois apesar de ter o apoio de
partidos conservadores na sua aliança, ele era o sindicalista que havia
comandado greves em plena ditadura militar. As expectativas de mudança
eram grandes, porém as pessoas se viram frustradas, pois desde a escolha do
ministério assim como as primeiras atitudes de política econômica
demonstraram que Lula governaria para um bloco do grande capital, financiado
pelo setor financeiro e com apoio de exportadores e latifundiários do
agronegócio.
A manutenção de juros elevados fez com que ocorresse a elevação do
superávit primário e com isso inviabilizou investimentos estatais para alavancar
o crescimento econômico. Esse problema trouxe problemas para a população
como:
Continuidade dos altos níveis de desemprego
Redução do poder de compra dos salários
Manutenção da desigualdade de distribuição de renda
Crescimento da violência do campo, promovida por latifundiários

O governo Lula também deu continuidade a reformas neoliberais feitas


por FHC afim de aumentar a confiança dos mercados. Atividades do setor
público foram transferidas para o privado, bem como remover obstáculos para
a exploração do trabalho pelo capital, retirando direitos da classe trabalhadora.
Em 2003 uma proposta apresentada pelo governo Lula foi a da (contra)
Reforma da Previdência, sem aberturas a discussões de setores organizados
da sociedade foi apresentada pelo fórum tripartite, onde grandes empresários
devedores da previdência publica e sindicalistas cutistas estavam presentes. A
proposta foi recebida com indignação e mobilização. Uma greve nacional dos
servidores públicos federais ocorreu assim como as primeiras manifestações
contrárias as políticas adotadas pelo governo Lula. Para acabar com o
movimento o governo tomou atitudes como dar cargos no governo ou em
estatais ou até mesmo a prática do escândalo do mensalão, afim de conseguir
votos a favor no congresso para ter seu projeto aprovado.
A diferença entre o governo Lula e FHC foi que o atual teve o
apoio da CUT, um exemplo seria o Fórum nacional do trabalho onde propostas
contrárias as defendidas pela central foram apresentadas e representantes da
CUT assinaram e afirmaram apoio no congresso para a reforma. Apoio da CUT
em defender uma política de conformação a ordem, aceitando reformas
neoliberais gera discussões sobre sua relação com o governo. Militantes e
dirigentes comprometidos com idéias que ajudaram a fundar a central que
acreditam ser necessário combater estas reformas se retiraram da CUT.
7. ALTERNATIVAS AO SINDICALISMO ATUAL

O quadro atual dos sindicatos é de perda de autonomia dados os


interesses em propostas de reformas sindicais do governo, assim como uma
passividade em decorrência disso em união ao clima de competitividade criado
dentro até das próprias empresas, que enfraquece os sindicatos ainda mais
pela falta de união da classe trabalhadora.
A proposta então seria de aliar mais forças ao sindicalismo atual, a
começar pelos terceirizados, desempregados e precarizados que possuem
interesses em comum com aos dos sindicatos (como a redução da jornada de
trabalho sem redução dos salários).
Pode-se ainda, ter-se a força dos servidores públicos e usuários do
sucateado sistema público unida, visando a melhoria continua do mesmo junto
ao ramo sindical.
Outra ultima proposta de aliar forças seriam também os movimentos
como o MST (movimento sem terra), os “sem-teto” e similares, que auxiliam os
sindicatos para que os mesmos saiam da passividade e também os auxiliam
para que ganhem maior representatividade.
Na política, partidos voltados aos trabalhadores como o PT participam
também desses ideais através da inversão de idéias neoliberais que não
fortalecem o trabalhador e sim o empregador, e em conseqüência,
enfraquecem os sindicatos com idéias de competitividade entre os
trabalhadores e não de união.
Juntando-se forças com quem quer que possa possuir interesses em
comum aos sindicatos, tem se então que combater veementemente as
reformas sindicais sendo propostas que tendem a reprimir os sindicatos,
retirando sua autonomia, poder e representatividade.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e Sindicatos no Brasil, editora


Expressão Popular, São Paulo, 2009. 160 páginas.

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