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Portugal não se interessou pelo Brasil de início, pois estava no auge o interesse pelo comércio
de especiarias após a expedição em que Vasco da Gama descobrira o caminho marítimo para
a Índia. Os portugueses tinham vindo atrás de riquezas minerais, mas o principal tesouro que
encontraram seria o pau-brasil (Caesalpinia echinata), árvore em relativa abundância em
largas faixas da costa. Do cerne avermelhado da madeira se extraía uma substância corante,
usada para tingir tecidos. A madeira, dada sua grande resistência, era usada para mobiliário e
na construção de navios. Como não descobriram ouro no Brasil e o comércio do pau-brasil
rendia muito menos do que a pimenta e a noz-moscada, o interesse de Portugal limitou-se ao
envio de algumas expedições.
No início, vinham apenas homens portugueses para o Brasil, o que provocou grande
miscigenação, formando-se casais inter-étnicos (portugueses-índias). A segunda geração, seus
filhos mamelucos, conheciam a língua nativa e tinham outras facilidades de relacionamento.
Alguns se tornaram famosos bandeirantes como Francisco Dias Velho, por exemplo, o
fundador da povoação que deu origem à Vila de Nossa Senhora do Desterro, bisneto de uma
tapuia.
Caramuru viveu na Bahia, em cuja costa havia naufragado o navio em que viajava em 1510,
até a sua morte, em 1557, sendo respeitado pelos Tupinambás. Tinha várias mulheres, como
costume entre os índios, entre as quais Paraguaçu, filha de um chefe guerreiro ou cacique.
Com ela teve muitos filhos; duas filhas se casaram com espanhóis, moradores na região.
De João Ramalho, não se sabe se seria náufrago, degredado, desertor ou simples aventureiro.
Desde 1508 convivia com os índios Guaianases, na região onde mais tarde seria fundada São
Vicente. Casou-se com Bartira, também filha de um chefe guerreiro. Bartira e João Ramalho
tiveram tantos filhos e filhas que estão presentes na genealogia de todas as antigas famílias
paulistas.
Alguns historiadores situam o início da colonização por volta de 1530, quando começou a
cultura da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos para a fabricação do açúcar. Mas a
implantação deste esquema exigia atividades complementares, secundárias porém
fundamentais para a produção açucareira: a pecuária e a agricultura de subsistência.
Antonil comenta, em sua obra de 1710, «Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e
minas»: Quem chamou as officinas em que se fabrica o açúcar, engenhos, acertou
verdadeiramente no nome. Porque quem quer que as vê, e considera com reflexão que
merecem, he obrigado a confessar que são huns dos principaes partos, e invenções do
engenho humano, o qual como pequena porção do Divino, sempre se mostra no seu modo de
obrar, admirável. (...) O ser senhor de engenho, he título, a que muitos aspirão, porque traz
consigo, o ser servido, obedecido e respeitado de muitos.» (na grafia arcaica original).
Outro dos reais interesses era que Portugal, reino católico, dilatasse a fé cristã, dando origem
ao maior país católico do mundo.
TRABALHO DE
HISTÓRIA
20011