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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO.

Departamento de Engenharia Ambiental (DEAMB)


Escola de Mina

Aspectos do tratamento de efluentes


industriais
Ouro Preto, 28 de novembro de 2009.

SUMÁRIO

Página

• Introdução 3

• Os efluentes industriais 4

• Alternativas de tratamento 6

• Processos de tratamento 7

• Impacto ambiental 11

• Bibliografia 12

• Anexos 13

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Introdução

A grande diversidade das atividades industriais ocasiona durante o processo


produtivo, a geração de efluentes, os quais podem poluir e/ou contaminar o solo
e a água, sendo preciso observar que nem todas as indústrias geram efluentes
com poder impactante nesses dois ambientes. Em um primeiro momento, é
possível imaginar serem simples os procedimentos e atividades de controle de
cada tipo de efluente na indústria.

O campo das ciências ambientais tem feito enormes progressos nos últimos
anos, onde o planejamento do uso racional dos recursos energéticos e hídricos
tem gerado grandes desafios às ciências aplicadas no que diz respeito ao
desenvolvimento de novas tecnologias ou tecnologias não-convencionais, novos
processos e novos materiais a serem utilizados na prevenção da poluição.

Segue alguns exemplos de geração de efluentes industriais: Indústria de


Produtos de Energia; insumos Produtos Químicos, Indústrias de Bebidas,
Alimentos, Tintas, Produtos Químicos em solução aquosa, Medicamentos
Cosméticos, Processos Físico-Químicos de Produção, Tratamento de Minérios
Extração e Refino de Petróleo, Hidrometalurgia, Eletrometalurgia Produção e
Alvejamento de Celulose, Alvejamento e Tingimento Têxtil, Produção de
Resinas, Lavagem de Produtos, Tratamento de Superfícies, Tratamento de
Gases, Usos de Água na Indústria, Veículo de Lubrificação de Equipamentos,
Aquecimento (Águas de Caldeira), Resfriamento (Águas de Refrigeração),
Lavagem de pátios e Abatimento de poeira, Irrigação de culturas, Lavagem de
frutas / hortaliças.

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Os efluentes industriais

De acordo com a Norma Brasileira — NBR 9800/1987, efluente líquido


industrial é o despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial,
compreendendo emanações de processo industrial, águas de refrigerações
poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico. E, são considerados
resíduos sólidos industriais os resíduos em estado sólido e semi-sólidos,
incluindo-se os lodos provenientes das instalações de tratamento de águas
residuárias, aqueles gerados em equipamentos de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgoto ou corpos d’água, ou exijam, para isto,
soluções economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível.
Por muito tempo não existiu a preocupação de caracterizar a geração de
efluentes industriais e de avaliar seus impactos no meio ambiente. No entanto, a
legislação vigente e a conscientização ambiental fazem com que algumas
indústrias desenvolvam atividades para quantificar a vazão e determinar a
composição dos efluentes industriais.
As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial são
variáveis com o tipo de indústria, com o período de operação, com a matéria-
prima utilizada, com a reutilização de água etc. Com isso, o efluente líquido
pode ser solúvel ou com sólidos em suspensão, com ou sem coloração, orgânico
ou inorgânico, com temperatura baixa ou elevada. Entre as determinações mais
comuns para caracterizar a massa líquida estão as determinações físicas
(temperatura, cor, turbidez, sólidos etc.), as químicas (pH, alcalinidade, teor de
matéria orgânica, metais etc.) e as biológicas (bactérias, protozoários, vírus etc.).

O conhecimento da vazão e da composição do efluente industrial possibilita a


determinação das cargas de poluição e ou contaminação, o que é fundamental
para definir o tipo de tratamento, avaliar o enquadramento na legislação
ambiental e estimar a capacidade de autodepuração do corpo receptor. Desse
modo, é preciso quantificar e caracterizar os efluentes, para evitar danos
ambientais, demandas legais e prejuízos para a imagem da indústria junto à
sociedade.
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) editou um conjunto de
normas para padronizar, a nível nacional, a classificação dos resíduos:
• NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos;
• NBR 10005 – Lixiviação de Resíduos (Procedimento)
• NBR 10006 – Solubilização de Resíduos (Procedimento)
• NBR 10007 – Amostragem de Resíduos (Procedimento)
A norma NBR 10004 classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao
meio ambiente à saúde pública, indicando quais resíduos devem ter manuseio e

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destinação mais rigidamente controlados.

Segundo essa norma, os resíduos são agrupados em 3 classes:

Resíduos Classe I – Perigosos


São classificados como resíduos perigosos os resíduos sólidos ou mistura
de resíduos sólidos que em função de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar risco
à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade
ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente,
quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

Resíduos Classe II – Não Inertes


São classificados como resíduos não inertes os resíduos sólidos ou mistura
de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I ou na Classe III.
Estes resíduos podem ter propriedades tais como combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água.

Resíduos Classe III – Inertes


São classificados como Resíduos inertes os resíduos sólidos ou mistura de
resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização não tenham nenhum
de seus constituintes solubilizados, em concentrações superiores aos padrões
definidos na norma (NBR 10006).
Como exemplos desses materiais podem citar as rochas, tijolos vidros, etc.

Como ficou demonstrado, os resíduos são classificados em função de suas


propriedades físicas, químicas ou infesto-contagiosas e com base na
identificação de contaminantes presentes em sua massa.

Por isso, e também, pela forma com que as listagens são consultadas, um
conhecimento prévio do processo industrial é imprescindível para a classificação
do resíduo, identificação das substâncias presentes no mesmo e verificação da
sua periculosidade.

Quando um resíduo tem origem desconhecida, o trabalho para classificá-lo


torna-se ainda mais complexo.

Muitas vezes, mesmo para resíduos com origem conhecida, torna-se impossível
conseguir uma resposta conclusiva e nesses casos, será necessário analisar
parâmetros indiretos ou realizar bioensaios.

A amostragem de resíduos sólidos constitui uma operação de fundamental


importância, pois os resultados de uma análise efetuada na amostra somente

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terão valor se aquela porção do resíduo tomada para a análise representar o mais
fielmente possível a composição e as propriedades do todo que ele representa.

Ao se programar uma campanha de amostragem deve-se ter sempre em mente


que as propriedades das amostras coletadas deverão corresponder às
propriedades do todo, bem como que quanto maior for o número de amostras
mais próximo do valor médio verdadeiro estará o valor médio obtido para os
parâmetros em estudo.

Alternativas de tratamento
A prevenção à poluição refere-se a qualquer prática que vise a redução e
ou eliminação, seja em volume, concentração ou toxicidade, das cargas
poluentes na própria fonte geradora. Inclui modificações nos equipamentos,
processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos e
substituição de matérias-primas e substâncias tóxicas que resultem na melhoria
da qualidade ambiental.

O tratamento de efluentes tem o principal objetivo de conservar o ecossistema.


A obrigação legal em todo o mundo e, a eventual atitude voluntária de empresas
não seria suficiente para assegurar o objetivo.

Atualmente, órgãos internacionais de financiamento de empreendimento, como


o Banco Mundial, adotam normas próprias de medida de limitação de poluição
causadas por indústrias financiadas. Deve-se tomar conhecimento da legislação
federal, estadual e municipal para o devido tratamento do rejeito em questão. No
Brasil e em vários outros países a legislação ambiental regula o descarte de
efluentes sobre corpos d’água limitando a carga poluidora lançada de acordo
com o tipo de uso estabelecido para a água do corpo receptor.

Qualquer que seja a solução adotada para o lançamento dos resíduos originados
no processo produtivo ou na limpeza das instalações, é fundamental que a
indústria disponha de sistema para tratamento ou condicionamento desses
materiais residuais. Para isso é preciso que sejam analisados os seguintes itens:

a) Qual o volume e composição dos resíduos gerados?


b) Esses resíduos podem ser reutilizados na própria indústria?
c) Esse material pode ser reciclado e comercializado?
d) Quanto custa coletar, transportar e tratar esses resíduos?
e) Existe local adequado para destino final desses resíduos?

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As decisões técnicas e econômicas tomadas em todas as fases do tratamento de
resíduos sólidos industriais (manuseio, acondicionamento, armazenagem, coleta,
transporte e disposição final) deverão estar fundamentadas na classificação dos
mesmos.

Com base nesta classificação serão definidas as medidas especiais de proteção


necessárias em todas as fases, bem como os custos envolvidos.

Processos de tratamento

Os processos de tratamento de efluentes visam reduzir a emissão de substâncias


poluentes na atmosfera, solo ou corpos d'água. As emissões decorrem
principalmente de processos industriais, esgoto doméstico, veículos automotores
e atividade agrícola.

Devido à complexidade da composição dos efluentes industriais, são necessárias


as associações de diversos níveis de tratamento para a obtenção de efluentes
com as qualidades requeridas pelos padrões de lançamento.
A definição do processo de tratamento deve considerar também: custos de
investimentos e custos operacionais (energia requerida, produtos químicos, mão-
de-obra, manutenção, controle analítico e geração de resíduos), área disponível
para a implantação do tratamento, clima, legislação, a classe do corpo receptor,
proximidade de residências, direção de ventos, estabilidade do terreno,
assistência técnica e controle operacional.

A tabela abaixo lista as operações usualmente empregadas para os diferentes


tipos de contaminantes existentes nos efluentes industriais.

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Os processos de tratamento utilizados são classificados de acordo com
princípios físicos, químicos e biológicos:

Processos físicos: dependem das propriedades físicas do contaminante tais


como, tamanho de partícula, peso específico, viscosidade, etc. Esse processo
remove os sólidos em suspensão sedimentáveis.
Exemplos: gradeamento, sedimentação, filtração, flotação,
regularização/equalização, etc.

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Processos químicos: dependem das propriedades químicas dos contaminantes
ou das propriedades químicas dos reagentes incorporados. Exemplos:
coagulação, precipitação, troca iônica, oxidação, neutralização, osmose reversa,
ultrafiltração.

Processos biológicos: utilizam reações bioquímicas para a eliminação dos


contaminantes solúveis ou coloidais. Podem ser anaeróbicos ou aeróbicos.
Exemplo: lodos ativados, lagoas aereadas, biodiscos (RBC), filtro percolador,
valas de oxidação, reatores seqüenciais descontínuos (SBR).

O tratamento físico-químico apresenta maiores custos, em razão da necessidade


de aquisição, transporte, armazenamento e aplicação dos produtos químicos. No
entanto, é a opção mais indicada nas indústrias que geram resíduos líquidos
tóxicos, inorgânicos ou orgânicos não biodegradáveis.

Normalmente, o tratamento biológico é menos dispendioso, baseando-se na ação


metabólica de microrganismos, especialmente bactérias, que estabilizam o
material orgânico biodegradável em reatores compactos e com ambiente
controlado. No ambiente aeróbio são utilizados equipamentos eletro-mecânico
para fornecimento de oxigênio utilizado pelos microrganismos, o que não é
preciso quando o tratamento ocorre em ambiente anaeróbio.

Apesar da maior eficiência dos processos aeróbios em relação aos processos


anaeróbios, o consumo de energia elétrica, o maior número de unidades, a maior
produção de lodo e a operação mais trabalhosa justificam, cada vez mais, a
utilização de processos anaeróbios. Assim, em algumas estações de tratamento
de resíduos líquidos industriais estão sendo implantadas as seguintes
combinações:
• unidades anaeróbias seguidas por unidades aeróbias;

• unidades anaeróbias seguidas de unidades físico-químicas.

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Níveis de tratamento
A seguir são descritos os níveis de tratamento (preliminar, primário,
secundário e terciário) e suas aplicações (GIORDANO, 1999).

Preliminar - destina-se à remoção de sólidos sedimentáveis grosseiros


(areia, terra diatomácea, carvão, pó de pedra e similares), em caixas de
areia; sólidos com diâmetros superiores a 1 mm (penas, plásticos, fios e
similares), são removidos em peneiras; sólidos com diâmetros superiores
a 10 mm podem ser removidos em grades. O nível preliminar compreende
também a remoção por diferença de densidade dos óleos e graxas livres
em separadores de água e óleo.

Primário - destina-se à remoção de sólidos por sedimentação ou flotação


(utilizando-se sedimentadores ou flotadores), ou pela associação de
coagulação e floculação química (clarificação fisico-química para a
remoção de matéria orgânica coloidal ou óleos e gorduras emulsionados).
Nesta etapa são removidos normalmente componentes tóxicos (excesso
de detergentes, corantes, amidas, etc), matéria orgânica, gorduras e
metais pesados (dissolvidos).

Secundário - destina-se à remoção de matéria orgânica biodegradável


dissolvida ou coloidal. Nesta etapa podem ser também removidos os
nutrientes: nitrogênio e/ou fósforo.

Terciário - destina-se à melhoria da qualidade dos efluentes tratados


pelas remoções de cor residual; turbidez (remoção de colóides, metais
pesados, nitrogênio, fósforo, compostos orgânicos refratários aos níveis de
tratamento anteriores); e desinfecção do efluente tratado.

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Impacto Ambiental

Toda implantação e operação de indústrias têm que ser planejada, e para ser
autorizada ela tem que fazer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que é um
conjunto de análises que estuda todos os possíveis impactos ambientais
decorrentes da instalação (ou ampliação) de uma atividade sobre seu entorno.
Trata-se de um levantamento completo da possível relação do processo
produtivo da empresa com o meio ambiente e o Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) é o documento final que reúne os dados do EIA, apresentado á Agencia
do Meio Ambiente do estado no qual se localiza a empresa.

O que diz respeito ao uso e consumo de água assim como os tipos de disposição
de despejos por instalações que requerem autorização e classificadas sob
proteção dos regulamentos ambientais, especifica para cada indústria relevante
os níveis a serem obedecidos para disposição dos despejos em consideração a
vários parâmetros, especialmente em habitats aquáticos.

Na implantação e operação de indústrias, é importante considerar que a


utilização das potencialidades advindas dos recursos hídricos (energia,
transporte, matéria-prima etc.) é um benefício inquestionável e único, mas
precisa ser acompanhada do uso racional da água, sendo por isso fundamentais a
redução e o controle do lançamento de efluentes industriais no meio ambiente,
como uma das formas de cooperação e participação no desenvolvimento
sustentável. Cabe ao setor industrial a responsabilidade de minimizar ou evitar
que o processo produtivo acarrete em impactos ambientais.

O lançamento indevido de efluentes industriais de diferentes fontes ocasiona


modificações nas características do solo e da água, podendo poluir ou
contaminar o meio ambiente. A poluição ocorre quando esses efluentes
modificam o aspecto estético, a composição ou a forma do meio físico, enquanto
o meio é considerado contaminado quando existir a mínima ameaça à saúde de
homens, plantas e animais.

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Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Efluente

CETESB, Resíduos Sólidos Industriais

http://www.ebah.com.br/tratamento-de-efluentes-industriais-pdf-
a18686.html

http://www.ufmt.br/esa/Modulo_II_Efluentes_Industriais/Apost_EI_2004
_1ABES_Mato_Grosso_UFMT2.pdf

http://www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm

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ANEXO
LEGISLAÇÃO SOBRE EFLUENTES LÍQUIDOS
Legislação Federal
Resolução CONAMA n° 20, de 18 de Junho de 1996 O CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, no uso de suas atribuições
que lhe confere o art. 7°, inciso IX, do Decreto 88.351, de 1° de junho de 1983,
e o que estabelece a RESOLUÇÃO CONAMA n° 003, de 5 de junho de 1984;
Art. 21 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam às
seguintes condições:
a) pH entre 5 e 9;
b) Temperatura: inferior a 400C, sendo que a elevação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 30C;
c) Materiais Sedimentáveis: até m/litro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para
o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente
nulas, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;
e) Óleos e graxas:
-Óleos minerais até 20 mg/L;
-Óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L;
f) Ausência de materiais flutuantes;
g) Valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:
Amônia 5,0 mg/L N
Arsênio 0,5 mg/L As
Bário 5,0 mg/L Ba
Boro Total 5,0 mg/L B
Cádmio Total 0,2 mg/L Cd
Chumbo Total 0,5 mg/L Pb
Cianetos 0,2 mg/L CN
Cobre Total 1,0 mg/L Cu
Cromo Hexavalente 0,5 mg/L Cr
Cromo Trivalente 2,0 mg/L Cr
Estanho Total 4,0 mg/L Sn
81 Eng. Gandhi Giordano
Ferro Solúvel 15,0 mg/L Fe
Fluoretos 10,0 mg/L F
Índice de Fenóis 0,5 mg/L C6H5OH
Manganês Solúvel 1,0 mg/L Mn
Mercúrio Total 0,01 mg/L Hg
Níquel Total 2,0 mg/L Ni
Prata Total 0,1 mg/L Ag
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Selênio Total 0,05 mg/L Se
Sulfetos 1,0 mg/L S
Sulfitos 1,0 mg/L SO3
Zinco 5,0 mg/L Zn
Outras substâncias em concentrações que poderiam ser prejudiciais: de acordo
com limites a serem fixados pelo CONAMA.
h) Tratamento especial, se provirem de hospitalar e outros estabelecimentos nos
quais haja despejos infectados com microorganismos patogênicos.

Legislação do Estado de Minas Gerais


Deliberação Normativa n° 10/86 – Estado de Minas Gerais
Estabelece normas para qualidade de águas, lançamento de efluentes nas
coleções de águas, e dá outras providências.
A Comissão de Política Ambiental – COPAM, no uso das atribuições que lhe
confere o Art. 5°, item 1, da Lei n° 7.772, de 08 de setembro de 1980:
Considerando a necessidade de reformular e consolidar as normas e padrões
para qualidade das águas estaduais e para o lançamento de efluentes nas
coleções de águas:
E tendo em vista as inovações introduzidas na matéria pela Resolução n° 20, de
18 de junho de 1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolve:
Lançamento de Efluentes nas coleções de Águas
Art. 12 – Nas águas de classe especial não serão tolerados lançamentos de águas
residuárias, domésticas e industriais, lixo e outros resíduos sólidos, substâncias
potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes químicos e outros
poluentes, mesmo tratados.
Parágrafo Único – A utilização de águas de classe especial para o
abastecimento doméstico deverá ser submetida a uma inspeção sanitária
preliminar.
Art. 13 – Nas águas das classes 1 a 4 serão tolerados lançamentos de despejos,
desde que, além de atenderem ao disposto no Art. 15 desta Deliberação
Normativa, não venham a fazer com que os limites estabelecidos paras as
respectivas classes sejam ultrapassados;
Art. 14 – Não será permitido o lançamento de poluentes nos mananciais
subsuperficiais.
71 Eng. Gandhi Giordano
Art. 15 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, desde que obedeçam às
seguintes condições:
a) pH entre 6,5 e 8,5 (+/- 0,5)
b) Temperatura: inferior a 400C, sendo que a elevação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 30C;

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c) Materiais Sedimentáveis: até 1 ml/litro em teste de 1 hora em cone de Imhoff.
Para o lançamento em lagos e lagoas, cujas velocidades de circulação seja
praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
ausentes;
d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;
e) Óleos e graxas:
• Óleos e graxas minerais até 20 mg/L
• Óleos e graxas vegetais e gorduras animais até 50 mg/L;
f) Ausência de materiais flutuantes;
g) DBO’S dias a 20 0C: no máximo de 60 mg/L (este limite só poderá ser
ultrapassado no caso do sistema de tratamento de águas residuárias reduzir a
carga poluidora de efluente, em termos de DBO’S dias a 20oC do despejo, em,
no mínimo de 85%);
h) DQO – no máximo de 90 mg/L;
i) Sólidos em Suspensão:
• Uma concentração máxima diária de 100 mg/L
• Uma concentração média aritmética mensal de 60 mg/L;
j) Valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:
Amônia: 5,0 mg/L N Ferro Solúvel: 10,0 mg/L Fe
Arsênio Total: 0,2 mg/L As Fluoretos: 10,0 mg/L F
Bário: 5,0 mg/L Ba Manganês Solúvel: 1,0 mg/L Mn
Boro: 5,0 mg/L B Mercúrio: 0,01 mg/L Hg
Cádmio: 0,1 mg/L Cd Metais Tóxicos Totais: 3,0 mg/L
Cianetos: 0,2 mg/L Níquel: 1,0 mg/L Ni
Chumbo: 0,1 mg/L Pb Prata: 0,1 mg/L Ag
Cobre: 0,5 mg/L Cu Selênio: 0,02 mg/L Se
Cromo Hexavalente: 0,5 mg/L Cr Sulfetos: 0,5 mg/L S
72 Eng. Gandhi Giordano
Cromo Trivalente: 1,0 mg/L Cr Sulfitos: 1,0 mg/L SO3
Estanho: 4,0 mg/L Sn Zinco: 5,0 mg/L Zn
Índice de Fenóis: 0,2 mg/L C6H5OH

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