Professional Documents
Culture Documents
DISCIPLINA: Ecologia
A palavra "ecologia" deriva do grego oikos, com o sentido de "casa", e logos, que
significa "estudo". Assim, o estudo do "ambiente da casa" inclui todos os organismos contidos
nela e todos os processos funcionais que a tornam habitável. Literalmente, enfim, a ecologia é
o estudo do "lugar onde se vive", com ênfase sobre "a totalidade ou padrão de relações entre
os organismos e o seu ambiente", citando uma das definições do Webter's Unabridged
Dictionary.
Assim, Ecologia pode ser definida como o estudo das interações dos organismos com
o seu ambiente físico e dos organismos entre si. Como ciência, procura descobrir o modo pelo
qual organismo e ambiente exercem influência mútua e definir como essas interações
determinam os tipos de organismos e sua abundância em certo tempo e lugar.
Já desde muito cedo na história humana, a ecologia era de interesse prático. Para
sobreviver na sociedade primitiva, todos os indivíduos precisavam conhecer o seu ambiente,
ou seja, as forças da natureza e os vegetais e animais em volta deles. De fato, o início da
civilização coincidiu com o uso do fogo e de outros instrumentos para modificar o ambiente.
Devido aos avanços tecnológicos, parece que dependemos menos do ambiente natural para
suprir nossas necessidades diárias; esquecemos que a nossa dependência da natureza continua.
Além disso, os sistemas econômicos de toda e qualquer ideologia política valorizam as coisas
feitas por seres humanos que trazem benefício primariamente para o indivíduo, mas dão
pouco valor aos produtos e “serviços” da natureza que trazem benefício a toda a sociedade.
Usamos estes “serviços e produtos” naturais sem pensar; imaginamos que são ilimitados ou,
de certa forma, substituíveis por inovações tecnológicas, apesar de evidências que indicam o
contrário.
O grande paradoxo é que as nações industrializadas conseguiram o sucesso
desvinculando temporariamente a humanidade da natureza, através da exploração de
combustíveis fósseis, produzidos pela natureza e finitos, que estão sendo esgotados com
rapidez. Contudo, a civilização ainda depende do ambiente natural, não apenas para energia e
materiais, mas também para os processos vitais para a manutenção da vida, tais como os
ciclos do ar e da água. As leis básicas da natureza não foram revogadas, apenas suas feições e
relações quantitativas mudaram, à medida que a população humana mundial e seu prodigioso
consumo de energia aumentaram nossa capacidade de alterar o ambiente. Em conseqüência, a
nossa sobrevivência depende do conhecimento e da ação inteligente para preservar e melhorar
a qualidade ambiental por meio de uma tecnologia harmoniosa e não prejudicial.
A questão central em ecologia é a determinação das causas da distribuição e da
abundância de organismos. Isso pode ser avaliado tanto em nível da comunidade quanto em
nível das populações. Assim, a ecologia pode tambpem ser dividida segundo o objeto central
de estudo:
1. Auto-ecologia: ecologia de populações
2. Sinecologia: ecologia de comunidades
2 HIERARQUIA DE NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
Figura 1. Espectro dos níveis de organização. A ecologia enfoca a parte do lado direito do espectro, ou seja, os
níveis de organização desde os organismos até os ecossistemas.
2.1 Espécie
São populações de uma mesma espécie que apresentam grande dispersão geográfica,
mas que estão fisicamente separadas. Seus limites de tolerância ecológica ou de Shelford
(segundo Odum, 1972) variam de acordo com a população considerada. Quando tais
variações têm base genética, as populações são chamadas de raças genéticas; quando a base é
puramente fisiológica, as populações são chamadas de raças fisiológicas (fenômeno da
aclimatação). Por exemplo:
a. As populações da medusa Aurelia aurita no Oceano Atlântico apresentam os
seguintes ecótipos: Aurelia aurita (variedade Halifax ótimo de contração a 14°C) e
Aurelia aurita (variedade Tortugas ótimo de contração a 29°C);
b. A macrófita Typha sp (Taboa) exibe várias raças adaptadas a diferentes regiões
climáticas nos trópicos, subtrópicos e na zona temperada.
2.1 Populações
É definida como o conjunto de indivíduos da mesma espécie (ou seja, seres vivos de
um mesmo grupo que são capazes de se reproduzirem, produzindo descendentes férteis)
vivendo numa mesma região.
As populações reúnem os indivíduos de uma mesma espécie que podem interagir entre
si em um determinado habitat. Suas fronteiras naturais são determinadas principalmente pela
capacidade de dispersão, pelo fluxo de indivíduos, tolerância ecológica e pelas interações com
outros indivíduos da mesma população ou mesmo de outras espécies.
Cada população possui uma estrutura genética, isto é, os genes responsáveis pelas
variações dos diferentes caracteres fenotípicos ocorrem em diferentes freqüências. É sobre a
variabilidade contida na estrutura genética das populações que a seleção natural irá atuar,
fixando na população fenótipos, e com eles seus genótipos correspondentes, cuja expressão
resultem em indivíduos mais aptos, isto é, com melhores chances de sobrevivência e/ou que
sejam capazes de deixar maior número de descendentes. A estrutura genética irá se alterar no
espaço e ao longo do tempo acompanhando mudanças no cenário seletivo. O processo de
fixação dos fenótipos mais aptos dá-se à custa da eliminação dos menos eficientes.
A perda da variabilidade genética, muitas vezes associada à destruição de habitats
naturais, resulta da diminuição dos tamanhos populacionais que leva ao aumento das taxas de
endogamia (cruzamento entre indivíduos aparentados), deixando as populações mais
propensas à extinção. Perda de variabilidade genética é perda de biodiversidade.
Além das diferenças genéticas, os indivíduos que constituem as populações possuem
diferentes “propriedades biológicas” que variam com a idade ou estágio de desenvolvimento
específico.
2.2 Comunidades
2.3 Ecossistema
3 HABITAT
4 NICHO ECOLÓGICO
5 O FLUXO DE ENERGIA
5.1 A fonte de energia
A fonte última de energia para todos os ecossistemas naturais é o Sol. A Terra recebe do Sol
em média, duas calorias de energia radiante por minuto por centímetro quadrado, um total de
13 x 1023 calorias por ano. Cerca da metade dessa energia não chega a alcançar a superfície; é
refletida de volta pelas nuvens e pelo pó da atmosfera.
Parte da energia que alcança a superfície é dissipada na evaporação de água. A maior
parte é absorvida no solo e reirradiada na forma de calor. Somente pequena fração da energia
total provinda do Sol entra em uma cadeia alimentar de organismos vivos. Mesmo quando a
luz caia em área de vegetação abundante, como uma floresta, uma plantação de milho ou um
alagado, somente 1 a 2 por cento dessa energia (calculada em base anual) são utilizados em
fotossíntese.
6 RECICLAGEM DE MATÉRIA
Como é sabido, os seres vivos necessitam de energia para manter sua conatituição
interna, para locomover-se, para crescer, etc. essa energia provém da alimentação realizada
pelos seres vivos, os quais se dividem em dois grandes grupos: os autótrofos e ao
heterótrofos. O grupo dos autótrofos, compreende os seres capazes de sintetizar seu próprio
alimento, sendo, portanto, auto-suficientes. Esse grupo subdivide-se ainda em dois subgrupos:
1) os quimiossintetizantes, cuja fonte de energia é a oxidação de compostos inorgânicos, e 2)
os fotossintetizantes, de grande importância para a vida no planeta, os quais utilizam o sol
como fonte de energia.
Por sua vez, o grupo dos heterótrofos compreende os seres incapazes de sintetizar seu
alimento e que, para a obtenção de energia, utilizam-se doa alimento sintetizado pelos
autótrofos. Entre os heterótrofos existe um grupo de seres com uma função tão vital quanto a
dos autótrofos, que são os decompositores. Os decompositores não ingerem comida, como os
carnívoros ou herbívoros. Sua nutrição ocorre por um processo de absorção, mediante o
lançamento de enzimas sobre a matéria orgânica morta. Parte da matéria orgânica degradada é
absorvida e o restante é devolvido ao meio, na forma de compostos inorgânicos que são
utilizados, pelos autótrofos, para a síntese de mais alimentos.
O fluxo de energia no ecossistema envolve diversos níveis de seres vivos. Os vegetais
fotossintetizantes absorvem a energia solar, armazenando-a como energia potencial, na forma
de compostos químicos altamente energéticos constituintes dos alimentos. Os animais que se
alimentam de vegetais, os herbívoros, absorvem a energia neles contida por meio do processo
respiratório. Esse herbívoro, por sua vez, é devorado por um predador natural, carnívoro, que
absorve, pelo processo respiratório, a energia anteriormente adquirida pela presa. Esse
carnívoro pode ser presa de outro carnívoro, e, assim, a energia vai se deslocando no interior
do ecossistema. Segundo as leis da termodinâmica, à medida que a energia caminha, vai se
tornando menos utilizável. Desse modo, a energia aluminosa absorvida pelos vegetais é, em
parte, perdida no processo de transformação em energia potencial e, ainda, no próprio
metabolismo do vegetal. A seguir, a energia absorvida pelo herbívoro também é reduzida de
uma parcela, a qual, então, é empregado em seu processo metabólico e em suas atividades
diárias. Assim, a energia útil reduz-se a cada passo, tornando-se inteiramente inaproveitável
na forma de calor.
7 NÍVEIS TRÓFICOS
7.1 Os Consumidores
A energia entra no mundo animal pela atividade dos herbívoros, animais que comem
plantas (inclusive frutas e outras partes dos vegetais). Cada ecossistema possui seu conjunto
característico de herbívoros. Grande parcela do material consumido pelos herbívoros é
excretada sem digestão. Parte da energia química é transformada em outros tipos de energia –
calorífica e cinética - ou consumida no próprio processo de digestão. Uma parte do material é
convertido em biomassa animal.
O nível seguinte em uma cadeia alimentar, o nível do consumidor secundário, implica
um carnívoro, animal comedor de carne, que devora o herbívoro. O carnívoro pode ser um
leão, um peixe, um pássaro ou uma aranha. Em todos esses casos, somente uma pequena parte
da substância orgânica presente no corpo do herbívoro é incorporada ao corpo do consumidor.
Algumas cadeias têm níveis de consumidores terciários e quartenários, mas cinco elos são
geralmente o limite absoluto, principalmente por causa da perda implicada na passagem de
energia de um nível trófico para outro. Consumidores importantes em uma cadeia alimentar
são também os decompositores e os parasitas.
Em um ecossistema estável, grande parte da energia química fixada pelos produtores
primários é armazenada em biomassa vegetal ou animal ou utilizada na respiração.
8 PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
Figura 2 Pirâmides de números para (a) um ecossistema de pradaria, em que o número de produtores primários
(capins) é grande e (b) uma floresta temperada, em que um único produtor primário, uma árvore, pode sustentar
grande número de herbívoros
9 RELAÇÕES ECOLÓGICAS
São interações que ocorrem entre organismos de uma comunidade biológica. Podem
ser classificadas em intra-específicas que são as relações estabelecidas entre indivíduos da
mesma espécie e interespecíficas que se estabelecem entre indivíduos de espécies diferentes.
São classificadas também como harmônicas, que são caracterizadas pelo benefício mútuo de
ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro; e desarmônicas as
quais são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro.
BIBLIOGRAFIA