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CATALOGAÇÃO – 2º semestre
ISBD
Programa desenvolvido pela IFLA, resultante da reunião de Grenoble, que apresenta um conjunto
de normas para a descrição bibliográfica; existem vários textos para cada tipo de documento:
ISBD (M) – monografias impressas ou em Braille publicados depois de 1801 (inclusive).
ISBD (A) - monografias impressas publicadas até 1800. Livro Antigo.
ISBD (NBM) – material não livro. Non Book Material. Ex. Microfilme.
ISBD (CM) – material catográfico.
ISBD (PM) – música impressa. Printed Music.
ISBD (S) – publicações em série impressas. Substituído pelo ISBD (CR).
ISBD (G) – é considerada a norma-padrão geral; surge como resultado de uma tentativa de
harmonização das restantes ISBD; utiliza uma terminologia mais genérica que pode ser
aplicada a qualquer tipo de documento. Por exemple, utiliza termo “manufactura” em vez de
“impressão”, de forna a englobar material não impresso.
PRINCÍPIOS PARA A APLICAÇÃO DAS ISBD À DESCRIÇÃO DE PARTES
COMPONENTES – conjunto de princípios, mas não constituem uma ISBD, pois que para
catalogar as partes componentes teremos de conhecer as diversas ISBD.
Cada ISBD destina-se a representar um conjunto coerente de orientações para o seu próprio tipo de
publicação. No entanto, houve a preocupação de que nenhuma ISBD se tornasse exclusiva. Os
utilizadores poderão ocasionalmente necessitar de vários ISBD, quando um item a descrever
apresenta características de outra ISBD (ex. monografia acompanhada de um registo sonoro).
Assim, é de recomendar que a agência bibliográfica nacional de cada país, tendo como
responsabilidade criar o registo definitivo para cada documento, prepare uma descrição que
contenha todos os elementos (obrigatório, recomendado, facultativo). (p. 17; 0.1.3.)
Existem descrições bibliográficas mais exaustivas do que outras. O nível de detalhe da descrição
bibliográfica pode variar. Não existe nenhuma norma interna que defina o nível de detalhe da
descrição bibliográfica.
O Código Anglo-americano, que é um código multinacional, apresenta 3 níveis de detalhe:
exaustivo, médio, mínimo.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 2
Cf. p. 18
DESCRIÇÃO BIBLIOGRÁFICA: conjunto de dados que se registam e identificam uma
publicação.
A descrição bibliográfica ISBD faz parte de um registo bibliográfico completo mas não é
normalmente usada por si só.
Por exemplo, artifício da alfabetação: tem uma função particular, como por exemplo, sub ordenar
um catálogo por um qualquer elemento (lança-se mão de um autor e colocamos entre ( ) poesia e aí
encontraremos toda a produção poética de um determinado autor existente na biblioteca).
Outro exemplo: pistas ou “tracings”.
Se um exemplar tiver um buraco numa página, por exemplo, dá-se nota disso na zona 7 através de
uma “nota do exemplar”. Na zona 5 descreve-se o exemplar conforme a intenção do editor, isto é,
sem esse defeito. Está implícito que partimos do exemplar mas catalogamos como se estivéssemos a
catalogar a totalidade dos exemplares dessa edição.
Não é possível comparar os diferentes exemplares de uma determinada edição, mas a norma diz-nos
aproximadamente até onde podemos ir.
Constituída por mais do que uma unidade (também designada por “multipart
publication”; ex.: “Senhor dos anéis”, o “Dicionário de História de Portugal”, “Obras
Completas de Fernando Pessoa”, enciclopédias; o autor concebe-as e publica-as
como um todo.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 3
Por vezes surgem os denominados números temáticos, que além do título colectivo
apresentam um título específico. Perante esta situação pode-se agir de 2 formas.
o Acrescenta a informação sobre este número temático ao registo colectivo da
publicação.
o Cria um registo que entra pelo título específico e passa a ser tratado como
monografia.
A ISBD (M) não faz referência ao fim à partida determinado mas faz referência ao termo “Série”,
como um grupo de publicações individuais relacionadas umas com as outras pelo facto de cada
publicação ter, além do seu título específico, um título colectivo que se aplica ao grupo como um
todo. Verificamos que não existe qualquer referência ao facto de terem fim à partida determinado
ou não. Tal acontece porque as séries subdividem-se:
Com um fim à partida determinado (finitas): um leitor que não conheça todas as partes
que compõem a obra não sai prejudicado pois todas as unidades possuem autonomia
intelectual.
Há quem defenda que as séries finitas possam ser designadas por publicações monográficas
em vários volumes. Seriam entendidos como termos sinónimos. No entanto, temos de ter em
conta que a norma fala num caso de publicação (em vários volumes) e, no outro, de
publicações. Partindo da análise do ponto 6.1.5. (escolha do título próprio da série),
verificamos que a norma tende a considerar as partes que constituem uma monografia em
vários volumes como publicação. Assim, se aceitarmos esta designação, então podemos
afirmar que a publicação em vários volumes pode ser sinónimo de série finito (ex.: Obras
Completas de Fernando Pessoa).
Sem fim à partida determinado: vulgarmente definidas por séries monográficas. (ex: “que
sais je?”).
Nota: uma “colecção” é uma série monográfica; em inglês, “colection” é uma compilação.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 4
PARTES COMPONENTES
É um documento que se encontra hospedado noutro, são documentos passíveis de serem tratados e
podem-se encontrar em dois tipos de publicação:
Publicação monográfica: alguém escreve um artigo com um fim à partida determinado.
Publicação em série: alguém escreve num periódico uma coluna sem fim à partida
determinada.
Tem de se saber reconhecer o tipo de documento em que a parte componente está hospedada,
pois só assim conseguiremos reconhecer a norma a adoptar.
Descrição num único nível: pretende-se descrever uma forma menos exaustiva as
unidades que compõem o todo. É criado apenas um registo que contém 8 zonas e que
inclui os elementos relativos à publicação na sua totalidade. Os elementos específicos de
cada volume serão dados em nota de conteúdo na zona 7.
o Podemos optar por catalogar unidade a unidade: temos de colocar na zona 6 o nome que
se aplica ao todo quando o título é significativo. Ex.: Le Monde Non Chrétien (Histoire de
l’Art).
Assim verificamos que o nível de detalhe da descrição está relacionado com a exaustividade em
termos dos elementos inseridos num registo bibliográfico. A Biblioteca Nacional terá de
elaborar um registo mais exaustivo do que as outras agências que podem deixar cair alguns
elementos não obrigatórios e até mesmo obrigatórios.
ISBD (M)
É aplicada a monografias impressas ou em Braille publicadas durante e depois de 1801; este corte
temporal deve-se às seguintes razões:
Considerava-se que até esta altura existiam técnicas de impressão muito rudimentares, ou
seja, os documentos tinham certas particularidades, nomeadamente na apresentação de
dados bibliográficos, como a apresentação da página de título ou a de rosto.
Sendo livros antigos, este tipo de documento seria procurado por um utilizador particular,
mais interessado no documento a nível físico; assim, a ISBD (A) dará importância às
particularidades físicas do documento. Também se levantam objecções: um utilizador pode
ter interesse nas particularidades físicas de um documento “recente”.
Cf. p. 29
Faz um CONFRONTO entre a ISBD (G) e a ISBD (M):
Alguns elementos obrigatórios passam a facultativos e vice-versa.
Sempre que uma informação, normalmente associada a uma zona ou a um elemento, aparece
na publicação linguisticamente ligada como parte integrante de outra zona ou elemento, é
transcrito como tal.
Por exemplo, “Estatutos da Universidade de Coimbra” é considerado o título na sua
totalidade, embora se possa distinguir nele o local de publicação (Universidade de Coimbra)
(p. 48; 1.1.2.6.).
PONTUAÇÃO
As zonas são sempre precedidas de uma pontuação particular. (p. 33) Serve para que qualquer
catalogador que observe um registo bibliográfico o compreenda, independentemente da língua.
a. Todas as zonas, excepto a primeira, serão precedidas por uma pontuação particular (_._- ).
b. Os ( ) ou [ ] são precedidos e seguidos por espaço.
c. Quando se faz parágrafo, a zona é antecedida por espaço/ponto.
d. Quando se repete um elemento (duas ocorrências do mesmo elemento), cada repetição é
precedida da pontuação prescrita adequada a esse estilo: título próprio = título paralelo =
título paralelo.
e. Quando existe repetição de zona, não se repete os sinais mas apenas se coloca dentro de ( ) a
zona repetida:
. – zona 5 . – zona 6 . – zona 6 errado;
. – zona 5 . – zona 6 (zona 6) certo.
f. Quando um elemento termina num ponto e a pontuação prescrita para o elemento seguinte
começa por um ponto, usa-se apenas um deles: não deve ser 3ª ed._._-_;deve-se fazer 3ª
ed._- _
g. Podemos abreviar (suprimir um elemento) registando-o com sinais de omissão: … (p. 35 b);
usado em títulos extensos, por exemplo.
h. Se um documento não apresentar a edição, passa-se a outra zona (0.4.10). Se não houver
elementos para preencher a zona 2 passa-se à frente; mas na zona 4 regista-se sempre algo:
recorre-se ao [s.l.] ou ao [s.n.].
i. Qualquer agência bibliográfica nacional, assim como qualquer agência de catalogação, pode
introduzir pontuação (1.1.4.2.2.). Mantém-se, porém, a pontuação prescrita pela ISBD,
resultando numa dupla pontuação. Verificamos que temos diferentes tipos de pontuação:
1. Prescrita pela norma.
2. Atribuída pelo catalogador. Quando não conhece um elemento que
não vem na publicação, colocando informação entre [ ]. Por exemplo,
1.5.4.3.
3. Real: pode coincidir com a ISBD ou pode ser diferente. 1.1.4.1.
Porque será que existe uma ordem de preferência? Esta ordem existe, pois é necessário, no caso em
que certos elementos surgem várias vezes, escolher aquele que vai ser registado em 1º lugar.
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Para que o objectivo da indicação das fontes de informação fosse atingido, isto é, o de normalizar o
produto bibliográfico independentemente do catalogador, teriam de ser indicadas as fontes de
informação de modo hierárquico.
p. 37; 0.5.1. – ordem de preferência das fontes: embora a norma não refira taxativamente essa
ordem, podemos inferi-la a partir do disposto na p. 39.
Segundo a professora, até à zona 6 a ordem lógica será:
1. Página de título.
2. Outras preliminares.
3. Colofão.
4. Capa.
5. Lombada.
Nunca se sabe exactamente de onde foi retirada a informação e a sua qualidade. Podem suscitar
duplicados e fantasmas bibliográficos.
Para preencher a zona 1, temos de seleccionar qual será a fonte prescrita para retirar informação na
página de título.
Os elementos retirados fora da fonte prescrita têm de ser assinalados entre [ ]. Não se pode deixar
ao critério do catalogador a escolha das fontes.
Para as restantes zonas também há fontes prescritas.
Falsa página de título: precede a página de título e era utilizada para proteger o trabalho; também é
chamada bastarda pelos franceses. Em inglês denomina-se “half title page”.
o Num volume: aquela que é específica da publicação a descrever.
o Publicação monográfica em vários volumes: escolhe-se a do 1º volume.
o Compósito: numa compilação que reúne várias obras, cada uma com a sua página de título;
todas as diferentes páginas de título são considerados apenas como uma, pois são consideradas
fontes prescritas de informação. As informações não são colocadas entre [ ] pois são fonte
prescrita de informação para a zona 1.
o Mais de uma página de título em línguas diferentes: escolhe-se aquela que está na língua do
documento (1.1.3.2.).
o Quando não existe página de título (p. 37): escolhe-se uma página de título substituta; aquela
que tiver mais informação; a página de título substituta não coexiste com a página de título (p.
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23). A informação retirada da página substituta não surge entre [ ] porque se trata de fonte
prescrita.
o Página de título adicionais: são aquelas que não são escolhidas como página de título. A
informação pode ser colocada no registo entre [ ].
o Falsa página de título: precede a página de título e era utilizada para proteger o documento.
o Uma monografia pode ter uma página de título relativa a esse item e outra relativa à série
monográfica em que se insere.
Se estivermos a catalogar a monografia, a fonte prescrita é a página de título do item.
Se estivermos a catalogar o todo (série monográfica), a fonte prescrita é a página de
título da série monográfica.
o Facsímile (seja qual for a sua forma): ao catalogá-lo escolhemos a página de título relativa ao
facsímile e não ao original que é reproduzido.
Neste contexto, entende-se por FONTE PRESCRITA DA INFORMAÇÃO (0.5.2.) a fonte onde é
colhida a informação a ser incluída em cada zona da descrição bibliográfica.
A informação retirada de uma fonte não prescrita será registada numa das duas formas:
Mesma zona, surgindo com [ ].
Zona 7 sem [ ].
ABREVIATURAS
A norma dá-nos a possibilidade de abreviar em certos casos, quando não há perda de informação.
Certos elementos da descrição (ex: título longo).
Indicação de responsabilidade (nome …[et tal.]).
Uso de abreviaturas normalizadas: NP3680. Descrição e referências bibliográficas:
abreviaturas de palavras típicas, Lisboa : IPQ, 1991. – 78 p.; 30 cm.
SÍMBOLOS
Um símbolo que não possa ser transcrito por meios tipográficos substitui-se pela sua descrição; a
substituição coloca-se entre [ ] e, se necessário, acrescenta-se uma nota explicativa.
CASOS:
1º CASO: PUBLICAÇÃO MONOGRÁFICA – uma única unidade física com uma só obra.
2. Vários títulos principais (vários candidatos a título próprio) selecção de título próprio
a. Mesma língua (ver 1.1.3.1., 1º parágrafo:
2º CASO: PUBLICAÇÃO MONOGRÁFICA – uma única unidade física com uma só obra.
1. Existência de página de título com estatuto de título colectivo (ver 1.1.4.2.1. e ver também
0.5.1.)
a. Ausência de título próprio (ver 1.1.4.2. e alínea F e G p. 44):
b. Existência de título colectivo [título próprio] (ver 1.1.2.7. e nota 7.7).
O título colectivo passa a título próprio; os títulos das obras individuais são colocados na
zona 7.
2. Ausência de página de título colectiva (ver 0.5.1.) Ausência de título colectivo (ver
1.1.4.2. e alínea F e G p. 44)
Relevo tipográfico + sequência (ver alíneas)
Nota: se se trata de uma parte subsidiária (não principal) pode ser indicada na zona se precedida do
sinal + (descrição de material acompanhante). P. 138 e 115.
Designação de
Título Comum . Título Dependente , Título da Unidade /
Vol 1 F
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5º CASO:
MONOGRAFIA CONSTITUÍDA POR VÁRIAS UNIDADES FÍSICAS INDEPENDENTES
Ver definição de título comum e de título dependente: esta última designação não aparece definida
na zona devida sa ISBD (M); no entanto, está prevista na norma (p. 45).
1. Se sim:
(1.1.2.9.)
O título da unidade é significativo: título próprio = título da unidade a descrever;
Zona 6: registo do título comum (a definição de série apresentada da ISBD (M) não
exclui publicações monográficas).
Zona 1
Nesta zona registam-se:
Título da unidade
Elementos monográficos relativos à monografia (“O Senhor dos Anéis”,
A Irmandade do Anel vol. 1)
Zona 6 Elementos monográficos relativos a séries (X; 29)
(título comum)
(O Senhor dos Anéis)
Para além dos elementos de identificação de séries monográficas, serve
também para registar Títulos Significativos em monografias como um todo (Ex. A
Irmandade do Anel).
Título da Unidade
Exemplo de monografia com 3 unidades que faz parte de uma série - - - - - - - - - - - - - -
monográfica X: 1 – nº 20; 2 – nº 21; 3 – 22. (título comum; 3)
Catalogar cada unidade: título de série também se regista na Z. 6
(Que sais je?; 22)
2. Se não:
O título próprio da unidade física a ser descrita: título comum + título dependente.
(1.1.2.8. e alínea H da p. 44)
Exemplos:
O Senhor dos Anéis . A Irmandade do Anel .
Fausto . Parte 1 .
O Pensamento de Kant . Volume segundo.
________________________________________________________________________________
Os 4º e 5º casos são fundamentais para a aplicação correcta da norma, pois dizem o nível
bibliográfico em que se encontra o registo. O nível de detalhe de descrição bibliográfica
relaciona-se com a exaustividade em termos dos elementos inseridos num registo bibliográfico. A
opção entre vários níveis ou só um nível destina-se ao tratamento de unidades fisicamente
independentes.
A designação do nível bibliográfico depende do tipo de unidade física:
s- Nível da publicação em série (ISBD (S));
a- Nível analítico (para parte componente);
m- Nível monográfico (para parte física que integra uma publicação monográfica
constituída por vários volumes ou, também, para uma publicação monográfica em vários
volumes mas tratada como um todo);
Made up collection: miscelâneas criadas pelo próprio catalogador, juntando documentos
reunidos sob um mesmo título (forjado). Antigamente chamavam-lhe “material menor”.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 12
AS ZONAS:
2- ZONA DE EDIÇÃO:
Indicação de edição (._-_edição)
Indicações de responsabilidade relativas à edição (_/_revisão de…)
Indicação adicional de edição (,_)
Indicação de responsabilidade relativa à indicação adicional de edição (_/_)
6- ZONA DE SÉRIE
Título próprio da série (._-_)
Título paralelo da série (_=_)
Indicação de responsabilidade (_/_)
ISSN (,_)
Numeração dentro da série (_;_)
7- ZONA DE NOTAS
ZONA 1
P. 43 – especificação dos elelmentos.
FONTE PRESCRITA:
Página de título.
Elementos recolhidos na publicação mas fora da página de título regista-se entre [ ].
Elementos recolhidos fora da publicação: remetem-se para a zona 7.
TÍTULO PRÓPRIO: primeiro elemento da descrição bibliográfica. Único que não é precedido de
uma pontuação prescrita.
Surge com o título principal de uma publicação.
Contudo, quando existem vários títulos cabe ao catalogador escolher, conforme os casos:
Texto em
Francês
44.: relevo tipográfico, sequência na página de título; sequência das páginas de título
na publicação. Mais do que 3 títulos: os primeiros 3 são registados nesta zona e os
restantes registam-se na zona 7. Aplica-se quer ao caso de se referirem a diferentes
obras de diferentes autores, quer ao caso de diferentes obras do mesmo autor.
Duas obras do mesmo autor: regista-se “título 1; seguido de título 2 /
responsabilidade (autor)”
Duas obras de autores diferentes: “título 1 seguido de título 2 /
responsabilidade” ou “título 1 . título 2 / responsabilidade”.
TÍTULO PARALELO: título próprio numa outra língua ou escrita e que não está ligado
linguisticamente a outros elementos da descrição. Como título alternativo (ou). Tem também o
estatuto de principal, mas é uma variante. (p.26).
Teoria dos blocos linguísticos: (0.4.9.) utilizamos quando temos dois elementos ou mais da mesma
zona em línguas diferentes. Aplica-se obra a obra.
Resolução:
Título próprio em Inglês = título paralelo em Alemão : complemento de título em Inglês / indicação
de responsabilidade em Inglês
TÍTULO ALTERNATIVO: segunda parte de um título próprio composto por duas partes unidas
pela partícula (ou). Neste caso não temos variantes de título principais numa mesma língua, mas
sim um título próprio em que o segundo termo é considerado título alternativo. O elemento (ou)
surge sempre entre vírgulas. Por exemplo, “novela da vida sentimental, ou, menina e moça”. 1.1.2.4
e p. 25.
Se tivermos várias páginas de título, temos de identificar a fonte prescrita, escolhenfo um
e as restantes são abrangidas por [ ].
Se tivermos uma só página de título recorremos ao relevo tipográfico ou ao que aparece em
1º lugar se tiverem o mesmo relevo.
Nomes dos títulos rejeitados:
Se o título rejeitado está numa língua distinta chama-se TÌTULO PARALELO.
Podemos ter vários títulos rejeitados e, assim, vários títulos paralelos.
Se o título rejeitado está na mesma língua, a norma considera-o COMPLEMENTO
DE TÍTULO se aparecem na página de título.
Existem várias indicações de responsabilidade (1.5.4.10): quando duas ou mais pessoas com
diferentes funções não estão ligadas por uma conjunção: relevo; sequência. (1.5.3.2.)
Se aparece, por exemplo, “escrito por A”; “ilustrado por B”.
Se na página de título os elementos estiverem na seguinte ordem: “título da obra”;
“traduzido por A”; “autor B”; temos de o respeitar: a descrição bibliográfica fica Título /
traduzido por A ; B . Respeita-se a ordem pela qual os nomes aparecem na publicação,
apesar de B ser o autor.
Antes de 1970, a descrição dos elementos era feita tendo em conta os graus de
responsabilidade. Agora é lógica. 1.5.4.10, p. 72.
p.65, 1.5.2.3.
ZONA 2
Definições importantes para perceber o que temos presente e que os editores muitas vezes não
respeitam; porém, o procedimento mais correcto é aceitar o que o que vem inscrito na publicação:
EDIÇÃO: todas as cópias produzidas a partir de uma mesma matriz. Em francês é “composition”.
Não é necessário existir uma alteração do texto mas apenas alterar a matriz para que exista
uma nova edição.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 17
Alterações ao nível do texto não geram necessariamente uma nova edição, desde que a
matriz seja a mesma, mas uma sub-edição.
A definição de edição que vem na ISBD (M) não coincide com a de Bowers. Para este
autor o que conta é a matriz. Mas as suas definições não são normalmente seguidas pelos
editores e o que surge referido nas publicações pode não corresponder à verdade. Para
Bowers1, a mudança de editor não é relevante, se a matriz for a mesma continua a ser a
mesma edição.
IMPRESSÃO: quando se faz a rodagem da matriz a fim de produzir uma certa quantidade de
exemplares. Podemos parar a máquina para fazer uma alteração a um erro ortográfico,
tipográfico (paginação, anos, etc) ou uma alteração linguística. Se um editor for sensato,
introduz uma errata e o ideal seria que viesse fixa na publicação para não se perder. Por
isso, podem existir diferenças numa mesma impressão. Mas não é isto que a define.
Neste sentido, podemos contestar a ideia de duplicados: teríamos de comparar todos os
documentos de determinada impressão e de determinada edição para falar em duplicados.
SUB-EDIÇÃO: por vezes são introduzidas alterações a uma matriz mas que não a transformam
numa nova matriz. Vão para lá de simples correcções de erros, mas são operações
mínimas e específicas. Por exemplo, introduzir algumas partes ou fazer revisão e reescrita
acima do nível da apresentação estilística: um novo prefácio (mas se alterarmos um
prefácio que já esteja incluída na matriz, podemos considera estarmos perante uma nova
edição). Este tipo de alterações dá origem não a uma nova edição, mas a uma sub-edição,
uma vez que apenas existe uma alteração localizada de revisão e organização. Muitas
vezes surge designada por “edição revista”, por exemplo.
Também entre impressões pode haver diferenças. O que distingue impressão de sub-
edição: na sub-edição as modificações são localizadas ou específicas (revisões,
actualizações, novas introduções) e exige organização, desde que não implique fabricar
uma nova matriz. Quando são meras alterações estilísticas ou correcções de erros, estamos
perante uma nova impressão.
ISSUE: (“èmission”, em francês) grupo de cópias de uma impressão que constituem uma unidade
de publicações previamente elaborada, distinguindo-se de outros grupos de cópias
publicadas dessa mesma impressão através de uma ou mais diferenças visíveis que
expressamente identificam o grupo como unidade separada ou distinta (diz-se unidade
discreta). Por exemplo, datas diferentes ou títulos de série diferente.
Este termo tem vários significados (assunto, nº de periódico, publicação) para além
daquele que é aplicado no âmbito da impressão.
Quando um editor pretende publicar um texto elabora um plano para aquilo que vai
produzir. Tem uma determinada intenção bem definida. Pode acontecer que, durante este
trabalho de impressão, ele conceba uma nova ideia para a mesma publicação. Neste caso
estamos perante diferentes issues. Por exemplo, o editor produz uma impressão de 50
exemplares, sendo que 25 têm uma determinada data e os restantes uma outra data. Este
editor fez isto integrado num plano.
Só faz sentido falar de ISSUE numa publicação quando temos vários issues.
STATE: termo que faz sentido apenas dentro do issue ou, se não existir dentro deste, do termo
impressão.
1
BOWERS, Fredson – Principles of bibliographic description, a partir da p. 379
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 18
São correcções de erros que afectam uma ou duas folhas do issue ou da impressão em
questão. Não está integrado num plano, mas trata-se de um acto de recurso perante um
problema entretanto detectado. Trata-se de uma cópia ou grupo de cópias de uma folha
impressa que difere de outras cópias dessa folha em aspectos que não têm relação com a
intenção de criar uma nova unidade. Não está relacionado com a intenção de criar um
novo issue.
Por exemplo, correcção de erros ou outra alteração que tenha como objectivo aproximar-se
do que tenha sido originalmente concebido como cópia ideal.
Quando há INTENÇÃO de criar uma nova unidade de publicação estamos perante um issue;
quando não há essa intenção estamos perante um state. Os issues podem ter datas
diferentes e estarmos perante a mesma impressão. Dentro da mesma impressão podem
haver textos diferentes: são os states.
Apesar de termos de saber estas definições, não vamos corrigir nada ao executar um registo
bibliográfico: aceitamos os dados tal como aparecem na publicação.
CÓPIA IDEAL: (ideal copy) aquilo que foi originalmente concebido pelo editor; capacidade de
cumprir o plano previamente elaborado.
INDICAÇÃO DE EDIÇÃO
Como aparece na publicação; indica-se tal como aparece na publicação.
Pode abreviar-se (por exemplo: 2ª ed.)
Algarismos árabes.
Quando não aparece na publicação mas é do conhecimento do catalogador pode incluir [ ].
Pode dar origem a fantasmas bibliográficos.
Data de edição: qual a referência a colocar se a edição é constituída por várias impressões. Por
definição, deve-se escolher a data da 1ª impressão da edição.
Assim, se no ponto 2.4.3. incluirmos como nota adicional de edição a impressão, na zona 4
colocaremos a data da impressão em causa e não a da 1ª impressão da edição em causa.
A professora não concorda com o disposto em 2.1.4.3., em que se determina que uma indicação da
edição que identifica uma primeira edição não é normalmente transcrita.
INDICAÇÃO PARALELA DE EDIÇÃO (2.4.): não apresenta uma definição deste conceito
Língua do documento, relevo, sequência.
Se não tivermos elementos da zona 2, passamos para a zona seguinte. Porém,
relativamente à zona 4 já não podemos fazer o mesmo: há sempre referências a fazer através do
“sine loco” [S.L.] ou “sine nomine” [s.n.].
ZONA 4
Registam-se os dados que se referem à publicação do documento que se está a descrever.
Esta ideia é importante, nomeadamente quanto aos fac-símiles (4.0., p. 92). Este documento é
descrito na zona 4 enquanto as informações sobre o documento original são dadas na zona 7.
Definições de facsímile:
a. “Type fac-símile”: cria-se uma nova matriz partindo da observação de outra (como
se faz numa falsificação de pintura) e, a partir dela, imprime-se nova edição.
Designa-se “type” porque se executa exactamente uma matriz.
b. Reprodução fac-similada: cópia ou fotografia de um documento.
Esta definição está relacionada com a questão dos duplicados. Perante um fac-símile não vamos
buscar o registo do documento original, mas elaboramos um novo registo. Fazemo-lo porque o que
descrevemos não é o exemplar mas a edição que esse exemplar representa. Há uma nova matriz ou
uma reprodução da edição, logo há uma nova edição.
LOCAL DE PUBLICAÇÃO:
Deve ser registado o nome da cidade indicado na publicação;
A indicação [s.l.] só deve ser usada em última instância. (4.1.15.)
Se a indicação que tivermos for incerto, colocamos a referência conhecida entre [ ] seguida
de ? . (4.1.13.) Em caso da sua omissão deve-se registar o nome da província, estado ou país
(4.1.14.);
Vários locais de publicação: quando são mais do que 3 são abreviados (ver 4.1.5.).
Mais uma vez se coloca a questão dos duplicados, pois diferentes catalogadores têm diferentes
capacidades para descobrir informação. Por exemplo, 1º … [etc]. Prejudica o trabalho à posteriori
pois ficamos sem informação.
Nota: documento…
NOME DO EDITOR Sem editor e sem local de edição:
Quando aparece mais do que um editor: . - [s.l. : s.n.]
o Relevo, . - [s.l.] : [s.n.]
o Sequência,
o Mais do que um suprime-se (4.2.3.), Com local e sem editor
. – Londres : [s.n.]
o Pode ser abreviado (4.2.5.).
Sem local e com editor
Sem editor: usa-se abreviatura [s.n.]. . - [s.l.] : Almedina
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 20
Notas:
Ordem para transcrição das datas:
1º data da edição.
2º data do copyright (direitos conferidos aos editores).
3º data de impressão (data printing).
ZONA 5
ZONA DA DESCRIÇÃO FÍSICA.
Na verdade, hoje em dia, não fazemos uma descrição física em rigor do objecto que se encontra à
nossa frente. Por exemplo, existem folhas em branco ou folhas não numeradas que não são
contempladas.
Antes das ISBD, até ao relatório Henkle, era feita quase uma descrição fac-similada do documento
em questão. Hoje em dia, é exigida uma interpretação e posterior ordenação dos dados, que pode ser
mais ou menos exaustiva.
De facto, pode-se descrever o documento com maior rigor e exaustividade do que a norma prevê.
A ISBD (A) ainda apresenta uma descrição física à antiga, visto valorizar o documento enquanto
objecto.
INDICAÇÃO de ILUSTRAÇÃO
Neste contexto é pertinente apresentar a distinção entre:
Estampa: representação pictórica que não é tomada como ilustração mas sim como
extensão do item. Como tal é introduzida como 1º elemento da zona 5.
Pode ser numerada, não pode é integrar a sequência na numeração das páginas do
documento, não entrando na sua contagem, não fazendo parte da sequência numerada do
texto. Regista-se, por exemplo: . – 246 p., 24 estampas. (5.1.2.10.)
Ilustração (5.2.): representação pictórica que faz parte da sequência numérica do texto. Por
exemplo, . – 246 p. : ilustradas ou . – 246 p. : il.
ZONA 6
ZONA SE SÉRIE.
Aplica-se a:
Publicação em série regista-se o ISSN, colocado logo a seguir à colocação na zona 6 +
nº (ver 6.5.1.; p. 122).
Número atribuído a cada título chave de uma publicação em série pela ISDS (International
Serial Data System). Esta associação internacional das publicações em série pretende reunir
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 22
todas as publicações periódicas existentes em todo o mundo. Cada país tem uma
representação, sendo que em Portugal localiza-se na Biblioteca Nacional.
É constituído por 8 números.
O título chave corresponde ao título próprio, é único e assume a representação verbal do
ISSN.
ZONA 7
Notações.
ZONA 8
ISBN: identifica uma edição de um título de um editor particular num formato particular.
Tem um conteúdo atribuído a cada monografia:
1º segmento: língua/país
2º segmento: editor
3º segmento: lugar que um determinado título tem no stock do editor (título)
4º segmento: controlo do sistema (valida)
O ISSN não tem este conteúdo pois o nº é atribuído a cada publicação em série.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 23
A norma regula quais os elementos que dão origem a um novo registo. Por exemplo, o nome
de um editor que num documento aparece abreviado e outro não dará origem a um novo
registo? A norma não regula esta situação, dando-nos mesmo várias possibilidades. O
principal inconveniente prende-se com o facto de que um catalogador que contribua para
uma base de dados e, perante um registo bibliográfico, não sabe se o documento que tem à
sua frente corresponde ao do registo bibliográfico observado. Se achar que são a mesma
coisa não cria um registo novo e os itens podem ser de facto diferentes.
Abreviatura [et al.] quando surge mais do que 3 nomes em certas zonas.
Por exemplo, no local de edição ou no dos editores: podemos ter vários elementos a registar,
no entanto a norma dá-nos a possibilidade de, sendo mais de 3 elementos, de colocar apenas
o 1º e abreviar os restantes com [et al.], prejudicando à posteriori quem procura saber quem
estes últimos são.
Fac-símile: nesta situação não vamos buscar o registo do documento original, mas
elaboramos um novo registo (p. 92: 4.0.; 0.5.1.). A informação sobre o documento original,
partindo da análise do ponto 7.2., é remetida para a zona 7 (nota de fac-símile), significando
que o foi descrito é um fac-símile que corresponde a um novo registo.
Data de edição: qual a referência a colocar se a edição é constituída por várias impressões.
Na definição, deve-se escolher a data da 1ª impressão de uma determinada edição.
CATALOGAÇÃO – apontamentos 2º semestre 24
Assim, se no ponto 2.4.3. incluirmos como nota adicional de edição a impressão, na zona 4
colocaremos a data da impressão em causa e não a da 1ª impressão da edição em causa.
O 1º passo deveria ser dado pela Biblioteca Nacional, ao apresentar uma definição de duplicado.
Na ISBD (M) dá-se menos importância à entidade física do que na ISBD (A).