You are on page 1of 3

1

CURSO DIREITO
Campus de Palmas 2º semestre 2010
DISCIPLINA: Direito Processual Civil IV
(Tutelas de Urgência) AULA 2
PROFESSOR Luciano Carlos Ferreira

II- Fungibilidade entre tutela cautelar e antecipada satisfativa


(art. 273, parágrafo 7. Do Código de Processo Civil)

1- Noções

O art. 273, parágrafo 7. do CPC consagrou a fungibilidade das medidas


urgentes (cautelar e antecipada satisfativa).

O legislador admite a tutela cautelar como se fosse antecipação e vice-versa.

Pelo artigo 804 do CPC, já havia o pedido liminar no bojo da ação cautelar,
contudo, tal pedido passou a integrar as demandas de conhecimento.

Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou


após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir
o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá
torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que
o requerente preste caução real ou fidejussória de
ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer

2- Fungibilidade progressiva

Trata-se, aqui, do deferimento, pelo juiz, do pedido feito para uma tutela
cautelar com conotação de tutela antecipada satisfativa, caracterizando a
fungibilidade progressiva.

Tal situação é admitida por Cândido Dinamarco1, contudo, não verificamos tal
possibilidade legal, uma vez que a cautelar exige menos requisitos que a
antecipação satisfativa.

Uma solução é a aplicação do artigo 295, V, CPC.

Art. 295. A petição inicial será indeferida:

I - quando for inepta;

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III - quando o autor carecer de interesse processual;

IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);

1
A reforma da reforma, p. 92.
2

V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo


autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao
valor da ação; caso em que só não será indeferida, se
puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

III – Distinção entre liminar e tutela antecipada

Liminar refere-se à medida concedida no início da lide (in limine),


sem que tenha havido ainda a oitiva da parte contrária (INAUDITA
ALTERA PARTE).

Não é substantivo, pois não se trata de instituto jurídico, mas sim de


uma qualidade do que foi feito no início, adjetivo, pois.

Sobre a liminar, temos os seguintes artigos:

Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento


de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou, se procedente o
pedido, determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou


se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).

§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e


havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o
réu. A medida liminar poderá ser revogada ou
modificada, a qualquer tempo, em decisão
fundamentada.

(...)

Art. 928. Estando a petição inicial devidamente


instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de
reintegração; no caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o
réu para comparecer à audiência que for designada.

(...)

Art. 937. É lícito ao juiz conceder o embargo


liminarmente ou após justificação prévia.

(...)
3

Art. 1.071. Ocorrendo mora do comprador, provada


com o protesto do título, o vendedor poderá requerer,
liminarmente e sem audiência do comprador, a
apreensão e depósito da coisa vendida.

A antecipação dos efeitos da tutela pode ocorrer no início do processo como


durante a tramitação do mesmo

IV- Tutela antecipada e Julgamento Antecipado da Lide

A única semelhança que há entre ambas, refere-se à natureza


satisfativa.

Tutela antecipada satisfaz provisoriamente (de cunho precário e


temporário), não há coisa julgada material, apenas adianta os
efeitos do provimento final.

Já, o julgamento antecipado da lide é decisão que certifica, com


base em cognição exauriente, o direito discutido, há coisa julgada.

Há no julgamento antecipado da lide uma decisão que concede


tutela jurisdicional definitiva (padrão), antecipando o próprio
provimento final.

Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido,


proferindo sentença:

I - quando a questão de mérito for unicamente de


direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver
necessidade de produzir prova em audiência;

II - quando ocorrer a revelia (art. 319)

1- Cumulação de Tutela antecipada e Julgamento Antecipado da Lide

Perfeitamente possível, considerando que o julgamento não será feito como na


apreciação da tutela antecipada.

You might also like