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O impacto dos avanços da tecnologia de informação na sociedade

contemporânea

Cynthia Faluba de Lima


Graduando em Pedagogia (6º período-manhã) pela Universidade do Estado de
Minas Gerais, Campus BH, Faculdade de Educação (2006).
E-mail: falubinha@yahoo.com.br

Este estudo se constitui na análise do impacto dos avanços da tecnologia de informação na


sociedade contemporânea, focalizando o novo papel e a importância do uso deste meio como
contribuição para o aprendizado. Vários acontecimentos de importância histórica têm transformado o
cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da
informação está remodelando a base material da sociedade em ritmo acelerado. Nesse sentido, um
novo paradigma tecnológico começa a ser delineado onde pensar a escola com classes ligadas a
internet e cada aluno com seu notebook não parece mais tão utópico.
Tecemos então algumas considerações teóricas a respeito do papel central da informação e do
conhecimento e seus impactos de inovação na era do conhecimento e a potencialização de seu uso,
frente a um processo de aprendizagem - a essência do desenvolvimento.

Palavras-chave
Tecnologia, informação, conhecimento e educação.

Estamos diante de uma nova era que caracteriza-se por uma crescente
interpenetrabilidade dos computadores nas organizações que compreendem desde
as familiares, escolares, como também as empresariais.
A base desta transformação organizacional e da vantagem competitiva, neste
cenário, é a informação traduzida em conhecimento.
Desta forma, a informação e o conhecimento passam a ser recursos centrais
para uma boa educação hoje em dia, pois da inter-relação destes fatores é que
alcançaremos um ensino de qualidade, onde a fala massiva, o excessivo número de
alunos em sala, professores mal preparados e a falta de motivação ficam de lado
dando espaço para um alinhamento estratégico que gera as condições necessárias
para alcançar os objetivos e cumprir a verdadeira missão da educação.
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O desenvolvimento da competência tecnológica vem influenciando desde as


estratégias de alfabetização, mudando em alguns casos o próprio jeito de ler e
escrever como bem colocou Ferreiro, 2006.

Informação e Conhecimento e a Potencialização de Seu Uso


Informação e conhecimento sempre tiveram sua importância reconhecida.
Apesar da grande diversidade de enfoques e interpretações das atuais mudanças,
um grande número de estudiosos reconhece na informação e no conhecimento os
elementos fundamentais da dinâmica da nova ordem mundial em conformação.
O papel crescentemente importante do conhecimento e da informação é
apontado como principal característica dos novos sistemas econômicos avançados,
transcendendo a importância econômica de outras eras.
Portanto, se a Revolução Industrial transferiu a força humana para as
máquinas, aponta-se agora para o início de outro processo de transferência; qual
seja o de experiências e capacitações até então exclusivas aos seres humanos,
como aquelas incorporadas por exemplo em softwares. Por essa razão é que a
revolução informacional é vista como transformando ainda mais radicalmente o
modo como o ser humano aprende, faz pesquisa, produz, trabalha, consome, se
diverte, exerce a cidadania, entre outros.
Isso mostra que nossa sociedade está diante de uma importante transição
para uma forma de economia ainda mais forte e diretamente enraizada na produção
e uso de conhecimento.
O ponto principal de tais contribuições é que as tecnologias de informação
dão à base do conhecimento uma nova e diferente base tecnológica que
radicalmente amplia as condições de produção e distribuição de conhecimentos,
assim como sua inter-relação com o mundo.
Neste contexto, diferenciam-se o acesso à informação do acesso ao
conhecimento, enfatizando que a difusão das tecnologias de informação implica
maiores possibilidades de codificação de conhecimentos e a transferência desses
conhecimentos codificados; mas de forma alguma anula a importância dos
conhecimentos tácitos ou não, que permanecem difíceis de transferir e sem os quais
não se têm as chaves para decodificação dos primeiros.
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De acordo com Moran, 2004, “não podemos permanecer em uma ou em outra


forma de lidar com a informação”, assim a necessidade de investir constantemente
em inovação implica, necessariamente, promover processos que estimulem o
aprendizado, a capacitação e a acumulação contínua de conhecimentos. Apesar da
maior visibilidade das informações e do papel desempenhado pelo conhecimento no
cerne do dinamismo do novo padrão, denominado de fase do aprendizado
percebemos que temos informações demais, mas também a dificuldade em se
escolher quais são significativas para nós.
Aqui entra a nova competência do professor que se traduz em ajudar o aluno
a interpretar esses dados, a relacioná-los, e a contextualizá-los. (MORAN, 2004:30)
Como decorrência, diferentes contextos podem ser mais ou menos indutores
de aprendizado e seguem a algumas características básicas:
a) o mesmo não é automático; é necessário investimento explícito para
aprender;
b) o aprendizado pode envolver o domínio e a mudança desde tarefas
corriqueiras como processos mais intensivos em conhecimento e transformações
radicais; sendo que quanto mais radical a mudança, maior a necessidade do
investimento em aprendizado;
c) aprender a aprender é fundamental e envolve tanto componentes formais
como aqueles tácitos (e portanto seu caráter interativo e dependente do contexto).
Este último tipo de competência é fundamental quando se consideram os
riscos associados à hiperinformação, ou alto volume de informação em circulação.
Além disso, dentre os mais discutidos desafios associados à informação, inclui-se o
problema relacionado à enorme quantidade de informações pobres em conteúdo e
de informações publicitárias.
Fazendo uma ponte entre essas preocupações com o surgimento já
desenvolvido sobre a reconcentração das atividades mais estratégicas, retoma-se a
contribuição daqueles que sempre fazem questão de destacar, que talvez mais
grave ainda do que não possuir fontes de acesso a informações, seja não dispor de
capacidade de aprendizado e conhecimento suficientes para fazer uso dos mesmos.
Assim é que alguns autores vêm manifestando preocupações com o advento
de uma era onde novas (e possivelmente ainda mais complexas) disparidades
podem se fazer presentes. Uma tradução simplificada de tais receios tem sido
colocada como a possibilidade de substituir as atuais desigualdades identificadas
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entre países industrializados e não-industrializados por outra, separando países


ricos e pobres em informação e capacidade de aprendizado.
Neste contexto, na análise das novas tendências influenciando as políticas
educacionais, destaca-se em primeiro lugar que, na atual era, o conhecimento
coloca-se como recurso principal e o aprendizado como processo central.
Nosso estudo sobre os avanços da tecnologia de informação na sociedade
contemporânea leva a uma conclusão abrangente: como tendência histórica, as
funções e os processos dominantes na era da informação estão cada vez
organizados em torno de redes. Redes constituem a nova morfologia social de
nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a
operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e
cultura. A respeito do tema Moran, 2004 trás a lume a reflexão sobre o equilíbrio
entre o presencial e o virtual que não pode jamais ser desconsiderado, uma
organização educacional global não pode deixar de lado os encontros físicos onde a
socialização e interação acontecem muito mais efetivamente.
Nesse sentido, é relevante fazer uma breve exposição das atuais
características da inovação que salientam:
a) a sua importância para o sucesso de organizações e países;
b) a necessidade de intenso investimento em conhecimento, entendido este
como o principal recurso do atual paradigma, gerado e absorvido particularmente por
indivíduos;
c) a relevância fundamental para sua geração de um processo de
aprendizado interativo;
d) que é localizado em agentes e ambientes específicos;
e) os novos formatos organizacionais que facilitam esse aprendizado.
Mais importante, todavia, um resultado significativo nas novas formas de
codificação do conhecimento é que muda a fronteira entre conhecimento tácito e
codificado. Elas fazem com que seja tecnicamente possível e economicamente
atrativo codificar certas formas de conhecimento que até então se mantinham em
forma tácita. Entretanto, não reduzem a importância relativa do conhecimento tácito
na forma de habilidades, capacitação, entre outros. Ao contrário, o conhecimento
tácito adquire um significado maior com as tecnologias de informação e
comunicações, acentuando a importância de processos locais de desenvolvimento
tecnológico, inovação e competitividade.
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Percebemos que as novas tecnologias de informação estão mudando


radicalmente nossas vidas, quebrando velhos paradigmas, transformando as
relações pessoais em comunidades virtuais. Tudo isso requer por parte de quem
vive no contexto escolar altas doses de disponibilidade, vontade e interesse em se
atualizar sobre o que há de mais avançado em se tratando de tecnologia para
revolucionar suas estratégias por meio de um redesenho dos processos de gestão e
ensino dentro de um contexto dos fatores críticos de sucesso para aplicar a
tecnologia da informação eficazmente.
Os desafios que se colocam são muitos e acima de tudo uma reflexão critica
sobre o processo de globalização promoverá a distribuição automática e mais
igualitária do conhecimento.
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BIBLIOGRAFIA:

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede : a era da informação : economia,


sociedade e cultura. Prefácio de Fernando Henrique Cardoso. Trad. Roneide
Venanci Majer com a colab. de Klauss Brandini Gerhardt. Vol. I. 2. ed. São Paulo :
Paz e Terra, 1999.

FERREIRO, Emilia. A alfabetização na era da internet. Nova Escola. ANO XXI. N°


197, nov de 2006. p. 36-39.

MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 8ª ed.


Campinas, SP: Papirus, 2004.

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