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UNIVERSIDADE
CATÓLICA DE
BRASÍLIA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Curso de Física
BRASÍLIA
2007
ii
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todo o corpo docente de Física da Universidade Católica de Brasília (UCB) pela
parcela de conhecimento que puderam compartilhar comigo.
Agradeço aos amigos(a) do curso pelo companheirismo e apoio nas horas difíceis.
Agradeço aos amigos(Raimundo e Odinea ) pelo o apoio bélico nos últimos dias.
LISTA DE FIGURAS
4 Representação de Antenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11
5 Diagrama de Etapa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
8 Representação de Amostragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 16
SUMÁRIO
Resumo p. viii
1 INTRODUÇÃO p. 1
3.1 SINAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14
3.2 MODULAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 16
4 TRANSMISSÃO p. 23
4.2 TV DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS p. 31
Referências Bibliográficas p. 32
viii
RESUMO
Para mostrar o que muda com a TV digital descrevemos o caminho percorrido por uma
onda eletromagnética e suas transformações até ser lançada no espaço por uma antena trans-
missora. Nessa viagem a onda passa por processos de modulação pela amplitude AM ou pela
freqüência FM. E ao chegar na estação transmissora a onda pode pegar um caminho com um
sinal analógico ou digital. No transporte digital terá que passar pelas etapas de conversão de
analógico ao digital. Após analise dos processos de transmissão de sinal levantamos algumas
suposições sobre o sistema de TV digital brasileiro. Esse tem sua implantação prevista para
ter os primeiros sinais de transmissão em canais aberto para o mês de dezembro de 2007,
sendo que o o estado escolhido para a primeira experiência é São Paulo.
PALAVRAS CHAVES: transmissão, modulação, recepção, interatividade,TV Digital.
1
1 INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem por objetivo principal mostrar o que existe de diferente em uma trans-
missão de sinal analógico e uma transmissão de sinal digital. Essa demonstração leva em
conta as leis físicas do eletromagnetismo e os processos de transmissão e modulação. Den-
tro do processo de modulação analisamos os seguintes tipos de modulações: modulação por
amplitude (AM), modulação por freqüência (FM) e modulação por codificação de pulso (PCM)1 .
Cabe ressaltar que não será discutida a teoria eletromagnética em sua profundidade.
Apenas apontamos ao longo do texto alguns nomes históricos relacionados com a evolução
da transmissão de informação via ondas eletromagnéticas. E também descrevemos algumas
propriedades das ondas eletromagnéticas. Estamos voltados para a questão da modulação
e da Converção de sinal. Onde daremos maior ênfase na modulação por amplitude (AM) e
por freqüência (FM), pois essas podem estar presentes tanto em uma modulação de sinal
analógico quanto em uma modulação digital.
Já temos notícia que ao final desse ano de 2007, o Brasil vai inaugurar em São Paulo
o sistema de TV digital terrestre (SBTVD)2 . O projeto já vem sendo discutido a mais de dez
anos por especialistas do governo de diversas áreas, e com empresários e representantes das
universidades e centros de pesquisa. Algumas universidades brasileiras receberam financia-
mento do governo federal para realizarem pesquisa na área de TV digital. A citação abaixo
nos situa melhor nesse contexto social e político onde não só o Brasil fará parte da inclusão
digital.
E importante saber que as pesquisas não visam construir um novo padrão de TV digital,
mas aprimorar e desenvolver programas de interação para o padrão escolhido. Após coletar
dados sobre os três principais padrões de TVs digital, o japonês, o europeu e o americano,
o Brasil optou pelo padrão Japonês, no entanto não é objetivo dessa monografia discutir as
questões que levaram a escolha de um e não dos outros. Abaixo temos um breve histórico
sobre a implantação da TV digital no Brasil
Dentro da perspectiva do que muda com a TV digital é que foi construído esse traba-
lho. Algumas questões foram levantadas, mais a maior parte delas estão relacionadas com
o processo de transmissão de sinal. Para uma transmissão analógica podemos dizer que a
transmissão e captação do sinal é de forma continua. No entanto para a transmissão digital
o processo é de forma discreta: amostragem, quantização,compressão de dados, formatação
de dados e transmissão e recepção digital. Dentre esses processos daremos ênfase aos pro-
3
Com isso vejo nesse trabalho a iniciativa de se produzir um texto que “esclareça” essa
e muitas questões que irão surgir sobre TV digital. E que esse texto possa ser usado por
professores que desejam preparar uma aula sobre o tema. E que com essa iniciativa possa-
mos diminuir algumas concepções alternativas que por ventura viriam a ser criadas sobre TVs
digitais e analógicas.
O trabalho está organizado da seguinte forma: primeiro situamos a evolução dos meios
de comunicação e da teoria eletromagnética dando ênfase para as principais invenções desse
período. O texto parte da invenção do telegrafo e concluí com a implantação da TV digital no
Brasil. Em seguida abordamos o conceito de ondas e apontamos algumas propriedades das
ondas eletromagnéticas. O próxima capítulo iniciamos a viagem com a voz do locutor. É nesse
onde descrevemos o conceito de sinal e os processos de modulação. Os capítulos seguintes
tratam das formas de transmissão e das considerações sobre a TV digital brasileira.
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Com isso alguns anos depois do “amadurecimento” dessas teorias foi possível a implan-
tação de sistemas de comunicação tais como: o Telégrafo, o Telefone, o Rádio, o Cinema, a
Televisão, Os Telefones móveis, a Internet e a TV digital. Todos esses meios de comunicação
são processos onde a transmissão ocorre via onda eletromagnética que tem como principio
as leis do eletromagnetismo. Cabe esclarecer que esse processo de evolução não se dá de
forma pontual, é um processo continuo.
seguinte forma, é feita uma conversão da informação em pulsações elétricas e sua transmis-
são são em forma de sinal elétrico. Na citação abaixo Rocha descreve o telégrafo de Morse e
comenta sobre a questão social.
Para se estabelecer uma comunicação foi criado um código das letras do alfabeto com
relação aos sinais elétricos, conhecido como código Morse.
Quanto a questão social Morse foi ainda mais ousado, ele apresentou um projeto ao
senado americano para interligar as cidades. No inicio houve rejeição, pois, não se sabia ao
certo se ia funcionar a grandes distâncias. Havia também a rejeição da população camponesa
que arrancava os postes com o argumento de que os cabos absorviam a energia das planta-
ções destruindo as lavouras. Mesmo com esse início tumultuado o projeto foi à frente e em
1886 um cabo permanente foi colocado entre a Grã-Bretanha e o Canadá.
Hertz foi o primeiro a produzir ondas de rádio, mais ele não acreditava que elas pu-
dessem servir para alguma coisa. Aliás poucas pessoas acreditavam na possibilidade de se
transmitir a voz humana através de fios e muito menos através de ondas eletromagnéticas um
texto do New York Time da época deixa claro essa idéia.
O rádio foi a próxima invenção, como Hertz já havia iniciado os trabalhos com as on-
das eletromagnéticas, essas trouxeram novas possibilidades para os negócios nas áreas de
telecomunicação além disso algumas questões foram levantadas como mos mostra Rocha na
citação abaixo.
Por que as informações deveriam ser transmitidas através de um fio? por que
nao um telégrafo sem fio, eliminando as linhas telegráficas que além de se-
rem dispendiosas, podiam ser derrubadas por tempestades? A idéia básica
era que as ondas eletromagnéticas produzidas por esse novo equipamento
seriam irradiadas pelo espaço, levando informações à velocidade de trezen-
tos mil quilômetros por segundo, de modo semelhante às ondas de um lago
que se irradiam, com velocidade própria, do ponto onde foi atirada uma pe-
dra. A honra por essa nova invenção (patenteada em 2/6/1896), de utilidade
inimaginável, seria de Guglielmo Marconi, um jovem italiano de 20 anos de
idade que, no ano de 1894, mostrou à mãe,dentro de laboratório instalado na
parte superior de sua própria casa, nos arredores de Bolonha, ser possível,
mesmo sem fios de conexão, fazer soar um sino na sala de entrada, dois an-
dares abaixo. Em 1897,três anos depois, já morando na Inglaterra, Marconi
conseguiria enviar mensagens cifradas por telegrafia sem fio, a uma distância
de treze quilômetros (ROCHA, 2002).
O circuito que Marconi utilizava para produzir as suas ondas de rádio funcionava da
seguinte forma. Uma fagulha era produzida entre as duas esferas de metal do circuito quando
a chave era fechada. As esferas estavam distantes uma da outra cerca de um milímetro. Esse
movimento de carga entre elas produzia as ondas eletromagnéticas. Essas eram captadas e
decodificas pelo mesmo processo utilizado na telegrafia com fio.
Quanto ao mérito da invenção do rádio não podemos atribuir totalmente a Marconi, pois,
Hertz já havia produzido, transmitido e captado essas ondas, ele só não via a sua relação com
a telegrafia. Como sabemos a ciência não é construída por momentos pontuais. Hertz Marconi
e outros trabalhadores da ciência deram sua contribuição para esse processo dinâmico que é
o “fazer” ciência. Entre esses colaboradores podemos destacar também Roberto Landell de
Moura (1861 - 1928) que a partir de seus próprios inventos conseguiu transmitir ondas de rádio
entre duas localidades em São Paulo. Patenteando seu invento cinco anos após Marconi.
O rádio já se popularizava pelo mundo moderno com suas válvulas eletrônicas. É nesse
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período que um novo dispositivo, a válvula fotoelétrica surge. Uma válvula fotoelétrica está
relacionada com o efeito fotoelétrico e esse acontece quando a luz visível incide sobre um
metal e arranca desse alguns elétrons. Essas válvulas eram capazes de converter as ondas
luminosas em sinal elétrico.
A válvula fotoelétrica deu um “salto” nas produções tecnológicas da época, e com elas
era possível construir de controladores de portas até o mais importante deles, a televisão.
Cabe ressaltar que antes da invenção da televisão as válvulas já faziam sucesso no cinema,
esse por sua vez foi inventado na França, e chegou ao Brasil em 1896 . A passagem do cinema
muda para o sonoro pode ser considerada como a primeira grande síntese dessas tecnologias
que combinava imagens e sons ao mesmo tempo.
Essa evolução que nos possibilitou chegarmos até a construção dos computadores mo-
dernos se passou na seguinte ordem. Primeiro temos os relês. Um relê é um simples inter-
ruptor eletrodinâmico formado por um eletroímã e um conjunto de contatos. Os relês estão
escondidos em todo tipo de dispositivos e os primeiros computadores utilizavam relês para
implementar funções booleanas” (HOWSTUFFWORKS, 2007). Em pouco tempo, as válvulas
a vácuo substituíram os relês, elas são mais rápidas , ainda continuam com um grande vo-
lume. Depois com o surgimento dos semicondutores foi possível criar diodos, transistores e
chips, esses tem um volume muito menor que as válvulas e relês e processam com velocidade
muito superior. Mas como observamos ao longo do texto a ciência é um processo dinâmico e
não paramos nos chips, há uma corrida tecnológica na tentativa de construir chips quanticos.
Esses talvez sejam a revolução industrial do século XXI.
Desses conceitos, e com as novas tendências de mercado, não demorou muito para a
TV invadir as casas das pessoas de classe média dos países desenvolvidos da época. No
inicio o mundo da TV era sem cores e sem som, mas logo esse modelo foi ultrapassado, e o
mundo da TV ganha cores e som e um maior número de canais. Hoje no Brasil somos mais
de 180 milhões de espectadores com pelo menos um aparelho de TV em casa. Depois do
rádio, podemos dizer que a TV é hoje o veículo de comunicação que atinge o maior número
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de pessoas. Esse veículo de comunicação está passando por mais uma evolução. Estamos
“migrando” do sistema de transmissão analógico para o sistema de transmissão digital. Esse
nos possibilitará uma TV interativa e dinâmica. Cabe ressaltar que o processo de transmissão
digital não é inédito no Brasil. Temos esses serviços e suas interatividades em algumas TVs
por assinatura onde podemos citar a SKY que tem transmissão via satélite.
As ondas estão presentes em nosso cotidiano. São produzidas por nossa voz, pelos veí-
culos em movimento quase que constantes nas grandes cidades e enfim por tudo que produz
som seja esse ouvido ou não. Estes são exemplos de ondas mecânicas. Além dessas ondas
outro tipo de onda que também está presente em nosso cotidiano são as ondas eletromagné-
ticas. Essas por sua vez estão presentes em toda a tecnologia de transmissão de sinal. São
esses sinais que transportam nossa conversa pelo celular, aquela voz suave do locutor até
nosso rádio e é também as ondas eletromagnéticas que dão cores a nossa vida diária. Se me
permitem a metáfora estamos navegando em um “mar” de ondas eletromagnéticas.
Segundo Nussenzveig uma onda é qualquer sinal que se transmite de uma ponto a outro
de um meio, com velocidade definida. Em geral, fala-se de onda quando a transmissão do sinal
entre dois pontos distantes ocorre sem que haja transporte direto de matéria de um desses
pontos a outro (NUSSENZVEIG, 2002).
c=λ f (2.1)
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Osciladores elétricos, cujo exemplo mais simples é um circuito RLC, produzem osci-
lações de freqüência bem definida. Em um circuito RLC as ondas são produzidas com a
freqüência igual a freqüência natural de oscilação do sistema, com isso tem-se ondas com
freqüência na ordem de MHz.
Embora não estejamos tratando diretamente das questões teóricas mais aprofundadas
sobre as ondas eletromagnéticas, queremos deixar claro que esse trabalho está relacionado
diretamente com a teoria eletromagnética, pois, essa foi quem proporcionou um aparato teórico
para a construção de aparelhos emissores, decodificadores e receptores de ondas eletromag-
néticas.
que variam de quilômetro a centímetro e é nessa faixa de comprimento de onda que estão
nossas transmissão de rádio e TV.
A figura 4 mostra antenas dipolo estilo “rabo de peixe” e circular. A antena “rabo de
peixe” capta o campo elétrico da onda eletromagnética. O campo alternado da onda produz
uma corrente alternada na antena. A antena de forma circular mostrada na figura 4 capta o
campo magnético. Nela a variação do fluxo magnético faz surgir uma corrente alternada na
antena circular.
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A figura 5 mostra a viagem da voz do locutor desde a captação pelo microfone no estúdio
da estação de rádio até a recepção no rádio de galena (Rádio de galena: modelo de rádio
simples sem pilhas GREF 3)
No microfone a onda sonora da fala do locutor “olá” é convertida em uma onda elétrica
de baixa freqüência (O intervalo audível do ouvido humano de 20 a 20000Hz). Existem vários
tipos de microfone dos quais vamos destacar os princípios de funcionamento do microfone de
carvão e capacitor.
No microfone de carvão de carvão a pressão causada pela onda sonora nas partículas
que compõem o resistor faz com que surja uma corrente variável fazendo assim uma transfor-
mação da onda sonora em um sinal elétrico. Já o microfone de capacitor é formado basica-
mente por um capacitor e uma bateria. Quando a onda sonora bate no capacitor a distancia
entre as placas varia. Essa variação induz uma corrente elétrica no circuito. A figura 6 repre-
senta o esquema deste aparato (GREF, 2000).
Como podemos ver todos os microfones apresentados tem o mesmo padrão de funciona-
mento. Há uma interação da onda sonora (mecânica) com as partes integrantes do microfone,
e essa por sua vez faz variar uma grandeza física. E dessa variação surgem no microfone uma
corrente elétrica variável. Dando assim novas características a onda sonora captada. A onda
elétrica de baixa freqüência não é adequada para transmissão via, ondas eletromagnéticas.
Deve-se “somar”(modular) esta onda eletromagnética a uma onda eletromagnética portadora
de alta freqüência na faixa de 100KHz. Na situação mostrada na figura 5 a onda elétrica de
baixa freqüência que representa o sinal sonoro, modula a amplitude da onda portadora, daí o
nome de “Amplitude Modulada” AM.
Onda Elétrica
i ca
ân Microfone
Representa o Som
ec
M
a
nd
O
som (olá) som (olá)
olá
20 Hz a 20000 Hz
+
Onda Portadora
100 kHz
Fio longo esticado “Antena”
Alta Freqüência
Diodo
Bobina
Caixa
olá de Capacitor 2 Capacitor 1
som
Amplificada
Terra
Antena Emisora
relação ao terra que o serve como fonte de tensão alternada para o rádio de galena.
O conjunto bobina mais capacitor C1 está ajustando de modo que a freqüência de res-
sonância ( ω0 = √1 )
LC
é a mesma da estação de rádio, selecionando assim de forma especifica
a estação desejada.
No diodo ocorre a retificação da onda conservando apenas sua parte positiva e o ca-
pacitor C2 funciona como um filtro elétrico de altas freqüências da onda portadora resultando
assim o sinal de baixa freqüência. E é convertida em onda sonora através do microfone ou
amplificado com o uso de uma caixa acústica, resultando no “olá”
3.1 SINAL
Em língua portuguesa a palavra sinal tem vários significados, no entanto nesse texto ela
se restringe a definição citada abaixo:
Agora vamos detalhar melhor dois tipos de sinal. Primeiro vamos analisar algumas pro-
priedades do sinal analógico e logo em seguida analisaremos as propriedades do sinal digital.
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A tecnologia de sinal analógico como já foi visto no início desse texto foi e ainda é responsável
pela transmissão de dados em muitos países. No entanto gradativamente essa tecnologia está
sendo substituída por uma outra onde a transmissão de sinal se da de forma digital.
Podemos descrever um sinal analógico por meio de uma função matemática real ou com-
plexa. As funções que representam o sinal são de variável real. A variável independente será
normalmente identificada com a grandeza tempo. Como a variável é real pode assumir valo-
res contínuos, dessa forma um sinal analógico é definido como uma função temporal contínua.
Estes sinais desempenham freqüentemente o papel de modelos de certas variáveis físicas
corrente elétrica, diferença de potencial, etc. Onde o comportamento das funções é descrito
pelas variáveis em função do tempo. A figura 7 ilustra os aspectos de um sinal analógico em
função do tempo. Neste a grandeza física que está variando com o tempo é a amplitude da
onda (FERREIRA, 2007).
amplitude (m)
(s)
A característica talvez mais importante de um sinal analógico seja sua continuidade, po-
demos observar na figura 7 que se trata de uma função continua e que pode ser representada
por série de funções trigonométricas. Todo sinal que tem sua amplitude variando continua-
mente com o tempo é chamado de sinal analógico.
1
fa = (3.1)
Ta
amplitude (m)
amplitude (m)
(s) (s)
Observe que o período de amostragem (Ta ) deve ser muito menor que o período T da
onda, de modo que a amostragem seja confiável. Com isso o sinal digital passa a ser repre-
sentado por um conjunto discreto de números, com valores entre −12 e 15 aproximadamente.
Esses valores são convertidos em números binários dando origem ao sinal digital. Descreve-
mos melhor esse processo mais a frente.
3.2 MODULAÇÃO
Usar um sistema de comunicação é criar meios de levar a informação da sua origem até
o seu destino “final”. Grande parte da informação é captada por fonte contínua (analógica).
Para usar um sistema de comunicação na transmissão dessa informação faz-se necessário
digitalizar essa informação. Cabe ressaltar que nem sempre é interessante transformar um
sinal analógico em digital. No entanto a modulação é necessária devido os processos de
comunicação, seja esse por cabo, rádio, satélite e outros(BECKER, 2005).
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Agora nossa onda sonora vai ser modulada pela amplitude. A modulação por amplitude
tem como principio o fato de que o sinal modulante interfere diretamente na amplitude da
portadora. Para expressar matematicamente primeiro temos que definir uma equação geral
para expressar as relações de modulação.
Na equação 3.2 temos que: ex é uma tensão cossenoidal qualquer, Ex é o valor de pico
da tensão (ou amplitude), ωx é a freqüência angular da tensão. Da equação 3.2 definimos a
equação 3.3 da onda portadora como:
Em
e(t) = E0 (1 + cos(ωm t))cos(ω0 t) (3.5)
E0
Em
A razão E0 é chamada de índice de modulação. Vamos definir uma equação para o
índice de modulação e expressar a função modulada de outra forma, ou seja, em função do
índice de modulação.
Em
m= (3.6)
E0
Para concluir essa “analise” matemática de uma modulação por amplitude vamos mostra
a forma gráfica para a onda portadora, onda modulante e onda modulada.
Alta Freqüência
Já a onda do sinal modulado tem as seguintes características: a medida que o tempo vai
passando, o valor instantâneo da amplitude vai mudando com a freqüência da onda modulante
e o valor instantânea da função varia com a freqüência da onda portadora. A figuras 12 ilustra
melhor essa descrição(GOMES, 1985).
Na equação 3.8 Φit é a fase instantânea da função. Existe uma relação entre a fase ins-
tantânea e a velocidade angular da onda. A fase instantânea pode ser encontrada calculando
a aérea da relação velocidade angular e tempo. Que para uma velocidade angular constante
esse calculo se resume em calcular a área de base vezes a altura.
Z
Φi (t) = ωi (t)dt (3.9)
Fazendo o inverso da equação 3.9 obtemos a função ωi (t), esse inverso nada mais é que
a derivada da função. Estabelecendo essas definições iniciais podemos afirmar que de pose
de um sinal modulante em (t), só teremos modulação em fase se o sinal modulante interagir
diretamente no valor da fase instantânea do sinal modulado. Dessa forma a equação para a
modulação em fase pode ser escrita como:
Segundo Gomes essa é a expressão que rege a modulação angular, e sobre sua inter-
pretação ele ainda comenta:
Sinal Modulante
A figura 13 ilustra o que foi dito na citação acima. Para os períodos onde o sinal modu-
lante é constante, temos a velocidade angular do sinal modulado igual ao da portadora. No
entanto a defazagem entre os dois sinais depende do sinal modulante.
ou seja um sinal modulado em AM. Pois este sinal pode ser conduzido pelo canal formada
pela ionosfera e a superfície da terra até o seu destino.
Por outro lado a modulação em FM divide essa linha em até quatro linhas. isso significa
que temos quatro canais para transmitir esse sinal. Nesse tipo de transmissão o som de
uma orquestra por exemplo chegara com melhor qualidade, pois pode ser enviado o som de
instrumentos diferentes por cada canal.
Para superar o problema de perca a longas distancia tanto para uma transmissão AM,
quanto para uma Transmissão FM e recomendável colocar estações repetidoras. Cabe ressal-
tar que para uma transmissão FM a longas distancias temos que colocar mais estações que
para uma em AM.
Já vimos nas seções anterior a modulação AM e FM para uma portadora senoidal. Agora
nossa onda sonora, que é a voz do locutor, vai ser modulada por pulso digital. Para esse
processo vamos utilizar uma portadora de Trem-de-pulso. Esse tipo de portadora é formado
por um conjunto de características que permitem uma maior diversidade dos possíveis tipos
de modulação.
Na sessão sobre sinal digital definimos o período de amostragem. E é com base nesse
conceito que a portadora Trem-de-pulso é modulada do analógico para o digital. Segundo
Gomes, se tivermos uma portadora Trem-de-pulso de freqüência f0 e um sinal modulante de
freqüência máxima fm , só poderemos efetuar a modulação se ocorrer:
f0 >= 2 fm (3.13)
Por uma questão de segurança o que se faz na pratica é deixar o valor da freqüência de
amostragem maior que o estabelecido pelo teorema da amostragem (equação 3.13). Nesse
processo de modulação além das características apresentas no processo de modulação ana-
22
lógica, ou seja, a modulação AM e FM, também têm as características binária que são valores
(0 ou 1, ligado ou desligado ). Atribuídos na conversão de analógico para digital. Após os
processos de conversão temos um sistema de codificação digital.
Um sistema PCM pode ser modulado tanto pela amplitude AM, quanto pela freqüência
FM. O que muda nesse sistema de modulação é que os dados são amostrados quantizados
e convertidos em binários, ou seja, temos uma onda digital. E a principal vantagem da onda
digital sobre as outras é a compressão de dados. Essa compressão é de tal forma que em
um canal de TV onde passava apenas audio e vidio de um único programa de cada vez,
Podemos passar até quatro programas de TV ao mesmo tempo. E além dos programas de TV
ainda temos espaço para fazer o canal de retorno com os usuários. No capitulo seguinte será
mais detalhada essa diferença e também colocaremos algumas possibilidades para TV digital
brasileira.
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4 TRANSMISSÃO
No texto acima, viajando com a voz do locutor, temos um exemplo de uma transmissão
analógica. Para que essa transmissão seja digital é necessário fazermos uma conversão do
sinal elétrico analógico para um sinal digital.
O sinal analógico que vai ser modulado em PCM terá associado a si, com já
vimos, um conjunto de bits que forma um código binário. Ora, esse código
representa uma quantidade discreta (que só poderá assumir valores determi-
nados ), em contraposição ao sinal modulante, que varia de forma continua
por ser de natureza analógica. Esse impasse pode ser resolvido com a utiliza-
ção da amostragem, que retém o valor instantâneo do sinal analógico por um
espaço de tempo suficiente para sua quantização, que aproxima os valores
do sinal amostrado a níveis determinados pela codificação binária. (GOMES,
1985)
24
SINAL MODULADO
TRANSMISSOR DIGITAL
ETAPA ETAPA ETAPA
DE DE DE
AMOSTGRAGEM QUANTIZAÇÃO CODIFICAÇÃO
SINAL MODULANTE
Figura 14: Sistema PCM Monocanal Transmissor
Além do que foi descrito na citação acima temos a etapa de codificação. Essa etapa
e responsável por gerar o código binário relacionado ao sinal que foi quantizado. A figura 15
descreve com mais detalhes esses processos. Após esses a informação está pronta para ser
enviada por um meio de transmissão de sinal digital.
(v) sinal analógico
15
14
13
12
11
níveis
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1 t(s)
0 de Amostragem
0 1 2 3 4 5 6
conversão
em
strag 3,7v 5,4v 6,6v 6v 4v 2v 0,5v
Amo
ima ção 5,5v 6,5v 0,5v
3,5v 6v 4v 2v
Aprox
o
nti zaçã 7 11 13 12 8 4 1
Qua
rio 0111 1011 1101 1100 1000 0100 0001
Biná
(v)
sinal digital
15
14
13
12
11
10
níveis
9
8
7
6
5
4
3
2
1 t(s)
0 de Amostragem
1 2 3 4 5 6
Na figura 15 temos o gráfico de um sinal analógico senoidal , e sobre ele uma função
de amostragem. Podemos também observar que foi feita uma aproximação para os valores
amostrados. Após a amostragem temos a quantização do sinal. E por fim o sinal quantizado e
digitalizado na forma binária. E será transmitido pela portadora Trem-de-pulso.
Para digitalizar um sinal analógico, são necessárias no mínimo quatro etapas essas são:
E fácil relacionar a coluna de níveis com a coluna de voltagem. Como na figura 15 temos
16 níveis e 7,5 volts podemos relaciona-los por:
N V
= (4.1)
16 7, 5
N 3,5
16 = 7,5
3,5
7,5
N= 16
N=7
Onde 7 é o valor do código quantizado. Após essa etapa os valores são convertidos para
binários. No caso da figura 15 temos que 7 em binário é 0111. Agora a informação é digital e
quando for captada sofrera o processo inverso para voltar a ser analógica. A figura 16 mostra
o porcesso de converção da basse decimal para a base binária.
Mais uma vez nossa onda sonora está viajando pelo espaço. E ao ser captada passará
por etapas de: regeneração, decodificação e filtragem de sinal. Não vamos demonstrar esse
processo pois foge aos objetivos gerais desse trabalho.
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7 2 3 2 7 em binário
1 3 111
1 1
3º 2º 1°
ordem de leitura
15 2 7 2 3 2 15 em binário
1 7 1 3 1 1 1111
4.2 TV DIGITAL
Cada emissora tem um canal na faixa de seis megahertzs (6MHz). Em uma transmissão
analógica um programa de TV ocupa os (6MHz) do canal. Mais apesar de ocupar o canal todo
isso não quer dizer que não podemos construir sistemas de TV analógica de alta definição.
O Japão, antes de construir um sistema de TV digital possuía um sistema analógico de alta
definição. Usar a questão da alta definição para migra da TV analógica para a TV digital não
seria um bom argumento. Tendo em vista que é possível ter alta definição em um sistema de
TV analógico.
A TV digital é formada pela junção dos seguintes processos: Amostragem mais Quan-
tização Compressão de Dados, Formatação de Dados e Transmissão Digital. Todos esses
processos citados acima levam a produto de um ou vários programas. Esses chegar ao usuá-
rio por vários caminhos, dentre os quais podemos citar: a cabo, por satélite, por radiodifusão,
por rede digital e por meio de CD ROM. Esses canais de transmissão geram as seguintes
compatibilidades de serviços e podem ser transmitidos: imagens, áudio, legendas, listas de
programas e dados.
E como isso é possível criar uma interatividade, como por exemplo um único filme pode
ser ouvido em vários idiomas e as legendas também podem estar em vários idiomas. Para
isso é necessário que a emissora disponibilize esses serviços. A citação abaixo esclarece por
meio de perguntas e respostas algumas questões sobre TV digital e analógica.
1. Que é TV digital?
É a transmissão de áudio e vídeo de TV aberta, pela atmosfera, via sinais
digitais, para recepção livre e gratuita por todos os que dispõem de recep-
tores. Seu nome, a rigor, deveria ser TV digital terrestre em radiodifusão ou
broadcasting.
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Estéreo
Mono ou Estéreo QUALIDADE DO ÁUDIO ou
surround
Interatividade (datacasting)
NOVOS RECURSOS Múltiplos fluxos de áudio e
vídeo
Agora quanto as conseqüência que esse sistema traz consigo podemos assinalar algu-
mas: A primeira está relacionada com a compressão, essa de inicio faz com que em um canal
de 6MHz onde antes só podia trafegar um programa e em um só sentido, ou seja, do receptor
para o emissor. Agora com o sistema digital esse mesmo canal poderá transmitir até quatro
programas ao mesmo tempo e ainda há espaço no canal para um possível retorno do receptor
se necessário. Esse retorno seria de inicio uma tímida interatividade
A segunda está relacionada com a interatividade de uma forma mais ampla no sentido da
palavra. Nessa a TV digital tira a passividade do sujeito e o convida a explorar outros recursos
que agora será possível com essa nova mídia. Como por exemplo acessa uma biblioteca
digital ou fazer compras em uma loja virtual.
de imagem superior. Acreditamos que essa questão da alta definição de inicio seja o grande
impacto para a população. Além dessas possibilidades finalizamos esse trabalho levantando
alguns impactos na sociedade contemporânea.
Também sugerimos nos endereços eletrônicos abaixo dois vídeos. O primeiro mostra
uma entrevista com o ministro das comunicações (Helio Costa). Nesse vídeo ele fala sobre o
por que escolheram o sistema de modulação japonês e também descreve como vai ser o nosso
sistema de TV. O segundo é uma reportagem da globo mostrando como está funcionado o sis-
tema de TV digital implantado no Japão. vídeo 1: http://www.youtube.com/watch?v=4wgCJejJAHY
vídeo 2: http://www.youtube.com/watch?v=sfHRH7PPxTw&feature=related
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É cabível também refletir sobre como vai reagir essa grande população de analfabetos
funcionais diante dessa nova tecnologia. Será que o modelo de escola atual está preparando
os alunos para uma inclusão digital. Ou eles apenas vão ver nessa nova mídia a qualidade
da imagem e do som, para continuar a assistir novelas e partidas de futebol. Ou então por
outro lado a inclusão digital seja o caminho para conduzir os brasileiros a uma alfabetização
científica e tecnológica?
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SERWAY, R. A. Física : para cientistas e engenheiros : com física moderna. Rio de Janeiro:
LTC - Livors Técnicos e Ciêntificos Editora SA, 1996.