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INTRODUÇÃO
Como apontam Nisbett, Schucksmith e Dansereau (apud Pozo, 1996), as
estratégias de aprendizagem vêm sendo definidas como seqüência de
procedimentos ou atividades que se escolhem com o propósito de facilitar a
aquisição, o armazenamento e / ou a utilização de informações. Em nível mais
específico, as estratégias de aprendizagem podem ser consideradas como
qualquer procedimento adotado para a realização de uma determinada tarefa
(DA SILVA; SÁ, 1997).
De todas as estratégias de estudo de texto, a mais popular é o sublinhar.
Blanchard (1985) explica que essa técnica é amplamente utilizada entre estudantes
devido, principalmente, à simplicidade e ao conforte que ela oferece aos alunos.
O sublinhar é uma estratégia que permite focalizar a atenção da pessoa no
material que está lendo, bem como revisar as idéias essencial, num momento
posterior. Pode ser uma atividade produzida, tanto por aquele que lê, quanto por
oura pessoa que pode fornecer o material já previamente sublinhado (RICHARDS,
1980). Várias investigações têm se concentrado em ajudar professores a ensinar aos
alunos como sublinhar efetivamente (RICHARDS, 1980; MACANDREW, 1983;
BLANCHARD, 1985). Assis sendo, o objetivo desse trabalho é rever a literatura relativa
à influência do sublinhar na aprendizagem, bem como tecer considerações que
auxiliem professores no sentido de maximizar os benefícios dessa estratégia.
OS PROPÓSITOS DO SUBLINHAR
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AS PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Segundo Blanchard (1985), duas perspectivas teóricas vêm norteando o
estudo do sublinhar como estratégia de aprendizagem, a perspectiva
comportamental e a perspectiva cognitiva.
No passado, os teóricos viam o sublinhar como um comportamento
controlado predominantemente pela atenção e pela repetição. Os pesquisadores
comportamentais estavam mis interessados em qual informação era processada e
recordada do que em como ela era.
A abordagem do controle da atenção tem apoio no trabalho de Von
Restorff (apud Blancard, 1985) que afirma que o isolamento de um item num
contexto produz um aumento na recordação do mesmo (ex.: se uma palavra é
impressa de outra cor nomeio de uma lista de palavras).
A abordagem da repetição tem apoio no trabalho de Skinner (1958). O
sublinhar isola a informação e a repetição fica mais facilitada porque o tamanho
do texto foi reduzido. Isso permite mais ensaios ou oportunidades de estudo.
Nos anos 70, a psicologia cognitiva vai além das explicações
comportamentais, afirmando que o sublinhar bem sucedido depende muito mais
de outros fatores do que do isolamento e da repetição. O nosso conhecimento dos
processos cognitivos básicos nos permitem entender melhor como que o sublinhar
funciona. Uma das direções pioneiras nesse sentido envolve o conceito do
processamento profundo da informação. Essa explicação sugere que
comportamentos que levam a aprendizagem podem ser estratégias de
processamento organizadas hierarquicamente. Quanto mais profundidade de
processamento de uma informação, maior é também a sua retenção a memória.
Profundidade nessa hierarquia não é analisada simplesmente em função da
estratégia selecionada, mas também das metas e dos objetivos do aluno quando
está sublinhando: se os alunos estão sublinhando sem nenhum objetivo, nenhuma
informação será relembrada.
REFERÊNCIAS
BLANCHARD, J. S. What to tell about underlining... and why. Journal of reading, 29
(3), 1980, 199-203.
CRAICK, J. M.; MARTIN, D. P. The effect of a presentation on how to underline a text
in introductory psychology course. Journal of reading, 1980, 404-407.
DA SILVA, A. L.; SA, I. Saber estudar e estudar para saber. Porto: Porto Editora, 1993.
5
HARTLEY, J.; BARTLETT, S.; BRANTH WHITE. Underlining can make a difference-
sometimes. Journal of educational research, 73 (4), 1980, 218-224.
HATTIE, J.; BIGGS, J.; PURDUE, N. Effects of learning skills interventions on students
learning: a meta-analysis. Review of educational research, 66 (2), 1996, 99-136.
IDSTEIN, P.; JENKINS, J. R. Underlining versus repetitive reading. Journal of educational
research, 65 (7), 1972, 321-323.
McANDREW, D. A. Underlining and notetaking: some suggestions from research.
Journal of educational research, 27 (2), 1983, 103-108.
POZO, J. J. Estratégias de aprendizagem. In: COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, A.
Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação. Vol. 2. Porto
Alegre: ArtMed, 1996.
RICHARDS, J. P. Notetaking, underlining, inserted questions and organizers in text:
research conclusions and educational implications. Educational technology, 20 (6),
1980, 5-11.
______; AUGUST, G. J. Generative underlining strategies in prose recall. Journal of
educational psychology, 67 (6), 1975, 860-865.
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“O sublinhar”
1 Qual a estratégia de estudo mais popular?
10 Cite três coisas que você se lembra que os professores e / ou alunos devem
fazer para aumentar a efetividade do sublinhar?
7