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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Campus São Carlos


Curso Superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

CONTRATO E EDITAL

Luciano Canova

Rafael Lacerda

Roteiro de apresentação de seminário


Disciplina: Comunicação e Expressão
Profa. Responsável: Sandra M Kaneko

São Carlos
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Maio de 2011
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ÍNDICE Pág.

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................4

1.1. Contrato ...........................................................................................................................................................4

1.1. Classificação dos Contratos ............................................................................................................................5

3 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................8
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1 INTRODUÇÃO

1.1. Contrato

A origem etimológica do vocábulo contrato conduz ao vínculo jurídico das


vontades com vistas a um objeto específico. O verbo contrahere conduz a contractus,
que traz o sentido de ajuste, convenção ou pacto, sendo um acordo de vontades criador
de direitos e obrigações. É o acordo entre duas ou mais pessoas para um fim qualquer.
É o trato em que duas ou mais pessoas assumem certos compromissos ou
obrigações, ou asseguram entre si algum direito (LARROUSE, 2004).

Os contratos são o resultado de negociações consensuais entre partes que


elaboram contratos ótimos em função das informações disponíveis (MACLEOD, 2000),
bem como podem assinar contratos sem que o conteúdo de autoridade ou a relação de
propriedade sejam mencionadas explicitamente (TIROLE, 1999). Também devem ter
compromissos e flexibilidade para se ajustar às mudanças do ambiente (HVIID, 1999) e
explicitam atributos que devem ser mensuráveis e verificáveis (KLEIN e MURPHY,
1997; BARZEL, 2002).

Os contratos surgiram a fim de possibilitar uma certificação de ajuste de


vontades, assim não é possível haver entre as partes envolvidas, nesse ajuste de
vontades, um suposto conflito de liberdades. Os contratos são uma espécie de pacto
entre duas ou mais pessoas e permitem uma maior celeridade no ajuste de vontades
sem necessitar da ratificação dos agentes do Estado (BEVILÁQUA, 1916). Os
contratos se consolidaram na história com a expansão marítima, pois se verificou
que uma forma mais célere de ajuste de vontades teria que ser implementada a fim
de evitar embaraços às grandes navegações.

A Teoria Geral dos Contratos (MIRANDA, 2008) conferiu uma importante


função social a esse importante mecanismo, evitando que direitos consagrados
sejam violados por um suposto acordo. Assim como determina o código civil não são
quaisquer pessoas que podem celebrar um ajuste de vontades, pois é necessário
que ambas as partes possuam capacidade jurídica para tal ato. Como um contrato
pode estabelecer uma relação entre partes com diferenças de ordem econômica,
social entre outras, também não são quaisquer cláusulas estabelecidas em um
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contrato que podem ser ditas como válidas, um exemplo, são as chamadas
cláusulas abusivas que ofendem a natureza de toda a ordem jurídica, podendo ser
anulável ou até mesmo nulo.

Diferente do que muitos pensam os contratos não são uma burocracia


desnecessária e sim uma segurança jurídica para que todos os direitos
fundamentais resguardados em nossa carta magna não sejam disponíveis em
decorrência de uma situação de perturbação de ordem social.

A linguagem empregada em um contrato é a linguagem técnico-jurídico, esse


tipo de linguagem pode ser determinante para uma verdadeira falta de comunicação
entre as partes envolvidas na celebração do acordo, principalmente quando uma das
partes possui baixo grau de escolaridade. Muitas empresas, principalmente
financeiras, se aproveitam e rebuscam ainda mais a linguagem estabelecida em um
contrato, a fim tão somente de evitar a compreensão da outra parte, ferindo por
completo o principio da boa comunicação. Encontramos nos contratos, com
freqüência nos contratos do tipo trabalhistas, cláusulas com excesso de juridiquês
camuflando um verdadeiro desrespeito ao direito do trabalhador, que com a
necessidade eminente de um emprego ratifica o acordo mesmo sem compreender
suas disposições.

Essa prática abusiva das partes em situação de vantagens, que perturba toda
a essência jurídica da importante função social dos contratos faz com que as
pessoas desacreditem desse mecanismo de resguardo aos direitos fundamentais.
Acreditando veemente que se trata tão somente de uma burocracia que visa atender
os interesses daqueles que estão no poder da circunstância.

Percebendo isso importantes instituições do Estado como o Ministério Público


têm assinado freqüentes termos de ajuste de conduta contra essas empresas que
usam e abusam do linguajar técnico jurídico para desrespeitar os cidadãos.

1.1. Classificação dos Contratos

Para Miranda (2008), os contratos se classificam em função de sua formação,


das obrigações que originam, das vantagens que podem trazer para as partes, da
realidade da contra prestação, dos requisitos exigidos para a sua formação, do papel
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que tomam na relação jurídica, do modo de execução, do interesse que tem a pessoa
com quem se contrata, e da sua regulamentação legal ou não.

Em face desses elementos, Miranda (2008) subdividiu-os em:

a) Contratos consensuais: são aqueles que se tornam perfeitos pelo simples


consentimento das partes. Consideram-se formados pela simples proposta e aceitação,
por exemplo: compra e venda, locação, mandato, comissão, etc.

Contratos reais são aqueles que só se completam se, além do consentimento


houver a entrega da coisa que lhe serve de objeto, por exemplo: depósito, doação,
mútuo, penhor.

b) Contratos unilaterais: são aqueles em que somente uma das partes assume
a obrigação, por exemplo: comodato, mútuo, doação. Contratos bilaterais ou
sinalagmáticos são aqueles em que ambas as partes assumem obrigações, por
exemplo: compra e venda, troca, locação, etc.

c) Contratos gratuitos: são aqueles onde somente uma das partes é


beneficiada, por exemplo: doação pura e simples. Contratos onerosos são aqueles
onde ambas as partes visam as vantagens correspondentes às respectivas prestações
por exemplo: locação, compra e venda, etc.

d) Contratos comutativos: são contratos onerosos em que as prestações de


ambas as partes são certas. Cada uma das partes recebe, ou entende que recebe, uma
contraprestação mais ou menos equivalente, por exemplo: compra e venda, locação,
etc. Contratos aleatórios são contratos onerosos nos quais a prestação de uma ou de
ambas as partes fica na dependência de um caso fortuito, de um risco. As partes se
arriscam a uma contraprestação inexistente ou desproporcional, por exemplo: seguro,
jogo, aposta.

e) De execução imediata e diferida: são aqueles de prazo único. De execução


sucessiva são aqueles cumpridos em etapas periódicas.

f) Contratos solenes: são aqueles para os quais se exigem formalidades


especiais e que dão ao ato um caráter solene, por exemplo: escrituras de compra e
venda de imóvel. Contratos não solenes são aqueles aos quais a lei não prescreve,
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para a sua celebração, forma especial, por exemplo: agência e distribuição.

g) Contratos escritos: são aqueles que só podem ser contraídos mediante


escritura pública ou particular, por exemplo: sociedade. Contratos verbais são aqueles
que podem ser celebrados por simples acordo verbal, por exemplo: sociedade em conta
de participação, corretagem, comissão.

h) Contratos paritários: são aqueles em que as partes estão em pé de


igualdade, escolhendo o contratante e debatendo livremente as cláusulas, por exemplo:
compra e venda, comissão, distribuição. Contratos de adesão são aqueles em que um
dos contratantes é obrigado a tratar nas condições que lhe são oferecidas e impostas
pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar cláusulas, por exemplo: contratos
bancários, seguro.

i) Contratos principais: são aqueles que existem por si só, sem dependência
de outro. Subsistem de forma independente, por exemplo: locação, mútuo. Contratos
acessórios são aqueles que acompanham o contrato principal e cuja finalidade é a
segurança e a garantia da obrigação principal, por exemplo: fiança, penhor.

j) Contratos típicos e nominados: são aqueles tipificados na lei, que tem uma
denominação específica em direito e regulamentação própria, por exemplo: compra e
venda, troca, doação.

l) Contratos atípicos e inominados: são aqueles resultantes de variadas


combinações entre as partes, não tem denominação e nem regulamentação própria,
por exemplo: todo e qualquer contrato desde que seja lícito.
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3 REFERÊNCIAS

BARZEL, Y. Organizational forms and measurement costs. Working paper.


International Society for New Institution Economics. 2002.

BEVILÁQUA, C. Código civil anotado. Francisco Alves; Rio de Janeiro.


1916.

HVIID, M. Long-term contracts and relational contracts. Departament of


Economics. University of Warwick United Kingdom. 1999.

KLEIN, B; MURPHY, K. Vertical integration as a self-enforcing contractual


arrangement. American Economic Review, v. 87, n. 2, p. 415-420. 1997.

LARROUSE. Grande Enciclopédia Larousse Cultura. Nova Cultural; v. 7,


p.1598. 2004.

MACLEOD, W. B. Complexity and contract. Revue d'économie industrielle;


v.92, p.149-178. 2000.

MIRANDA, M.B; Teoria Geral dos Contratos. Revista Virtual Direito Brasil,
v.2, n. 2. 2008.

TIROLE, J. Incomplete contracts: where do we stand? Econometrica; v. 67,


n. 4, p. 741-781. 1999.

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