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APARELHO CARDIOVASCULAR

2ª Aula Teórica de Propedêutica do dia 27/04/2011

A b reviatu ras

BNF – Bulha normofonética;

MVE – Murmúrio vesicular fisiológico;

RA – Ruídos adventícios;

RCR – Ritmo cardíaco Regular,

RCI - Ritmo cardíaco Irregular.

A us cu lta

1º ver se o ritmo cardíaco é regular ou irregular.

Antes de fazer o exame físico do coração, deve-se fazer o exame do vascular, porque ele indicará se os pulsos
são arrítmicos ou não. Se o pulso é arrítmico o coração também é arrítmico (ou vice versa).

Ao contar o pulso radial deve perceber também à amplitude do pulso, a pressão e o ritmo.

Se o pulso estiver arrítmico, deve-se verificar se há déficit de pulso ou não.

Como ver se tem ou não déficit de pulso: Contar o pulso radial durante 1minuto inteiro e contar a
1
frequência cardíaca com o esteto no foco mitral durante 1 minuto inteiro, comparando os dois, se tiver
diferença, tem déficit de pulso.

As causas mais comuns de ritmo cardíaco irregular e tem déficit de pulso são as extra-sístoles e a fibrilação
atrial. Na extra-sístole, há a geração de onda de pulso periférico, nas outras sístoles não, por isso, a
frequência cardíaca vai ser maior do que do pulso radial, isto é chamado de déficit de pulsos, muito comum
ter déficit de pulsos na fibrilação atrial.

O ritmo cardíaco regular encontrará no eletrocardiograma um ritmo sinusal:


Toda onda P é seguida de QRS e todo QRS é precedido de P (ritmo sinusal regular).

Então se o pulso for regular, o ritmo do coração também será regular.

R itmo card íaco irregu lar

Para saber se o ritmo é sinusal:

Tem onda P? Sim.

Toda P é seguida de QRS? Sim.

Todo QRS é precedido de P? Sim.

(da impressão que é a mesma pergunta, mas se tiver um BAV (bloqueio atrioventricular) de 2º grau, por
exemplo, 2:1, 3:1, teria três ondas P para 1 QRS, dai, ao fazer as perguntas: Tem onda P? Sim. Todo QRS é
precedido de P? Sim. Toda onda P é precedida de QRS? Não. O ritmo é sinusal? Não. ).

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
F ibr ilação A tr ial

A fibrilação atrial é a arritmia mais comum que existe na prática clínica.

O paciente tem uma sobrecarga atrial , esquerda ou direita, essa dilatação do átrio leva a lesão dos feixes
intermodais ( são os feixes quem liga o nó sinusal ao nó atrioventricular) esta lesão faz com que o estimulo
deixe de passar pelos feixes internodais, o ritmo passa a ser gerado por células não P espalhadas pelos átrios,
cada hora é um foco desse que vai despolarizar os ventrículos, fazendo com que a frequência cardíaca que é
medida pelo intervalo entre um QRS e o outro, os intervalos estão variados, não é um único foco que está
despolarizando o ventrículo, são vários pontos que estão despolarizando o ventrículo então a frequência é
variável.

É uma arritmia tão comum porque todas as cardiopatias em algum momento causará uma sobrecarga atrial,
então uma vez que essa sobrecarga atrial for causar uma dilatação atrial pode por lesão nos feixes internodais,
o paciente começar a despolarizar os ventrículos por focos ectópicos. Porque todas as células cardíacas não P
(que não pertencem ao sistema de condução) são capazes de deflagrar o potencial de ação, por isso que a
arritmia existe.

Sistema de condução: Nó sinusal, Feixes Internodais, Nó AV, Feixe de His, Ramo direito, esquerdo, rede de
Purkinje.

Nas células não P o potencial de ação é diferente, mas também são capazes de deflagrar o potencial de ação.

Até jovens com estenose mitral pode achar esse tipo de arritmia.

O problema da fibrilação atrial é que pode formar coágulos dentro dos átrios , no átrio direito vai causar
embolia pulmonar e no átrio esquerdo embolia sistêmica (AVE isquêmico, trombose mesentérica de membros
inferiores, membros superiores), são obstruções arteriais cardioemboligênicas , e o paciente tem que tomar
anticoagulantes durante toda a vida, pelo risco de formação de trombo atrial e embolização sistêmica da
esquerda e pulmonar da direita é muito grave. 2
E xtr as S ís toles

Onda P, um QRS e uma onda T, depois um QRS Largo e uma onda P.

Extra-sístole ventricular ocorre quando o QRS largo não é precedido de P, mas sim de T.

O QRS Largo é indicativo que a onda é originária no ventrículo . Se a morfologia do QRS fosse parecida com
o QRS normal ela seria originaria na região supra ventricular, o que seria mais próxima do normal.

Para cada Batimento normal, (que o QRS é precedido de P), tem uma extra-sístole, isso é chamado de
bigeminismo ventricular, para cada extra sístole tem um batimento normal, para cada batimento normal tem
uma extra-sístole(...), neste caso, o déficit de pulso é de 50%. O que significa que é muito grave.

Ver em quantos tempos é o Ritmo cardíaco

Se é em 2 tempos, tem-se só a B1 e B2 (primeira e a segunda bulha), se é em 3 tempos tem a B1, B2 e B3 ou


B1, B2 e B4 (primeira e a segunda bulha mais a terceira ou a quarta), se é em quatro tempos não é preciso
especificar, porque tem a B1, a B2, a B3 e a B4 .

B3 e B4 em adultos são sempre patológicos.

Em crianças a B3 e a B4, é fisiológica.

Abertura de valvas, fisiologicamente, é sempre SILENCIOSA, se faz estalidos ou cliques é sinal de patologia
na valva.

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
B1

A primeira bulha que é o “tum” é gerada o som principalmente pelo fechamento da mitral e tricúspide.
Existem outros eventos que também são responsáveis pelo som.

O componente da mitral e da tricúspide para se auscultar o “tum” o fechamento tem que ser
SIMULTANEO.
Se tiver uma valvopatia só mitral ou só tricúspide , como um cor pulmonare , uma insuficiência
cardíaca direita apenas, pode atrasar o componente tricúspide ou mitral , neste caso ausculta-se o
fechamento dessas valvas separadamente . Ao invés de auscultar o “tum ”, ausculta “tlum”, separado,
fechando uma de cada vez. Isso é o desdobramento da valva ou mitral ou tricúspide, desdobramento
de B1.
Enquanto a mitral e a tricúspide estão se fechando, gerando a primeira bulha, a aórtica e a pulmonar
estão se abrindo , no ciclo cardíaco as coisas acontecem ao mesmo tempo.
A abertura das valvas aórtica e pulmonar é sempre SILENCIOSA, fisiologicamente . Se ela for doente
pode ser ruidosa, fará o “CLICK” de abertura.

O Clique de abertura da AÓRTICA e PULMONAR, quando doentes ausculta-se junto com a B1.

B2

A segunda bulha é o “tá” é gerado principalmente pelo fechamento da valva aorta e pulmonar.

A segunda bulha é o “tá”, pode ser única ou desdobrada . Se atrasar um componente aórtico ou atrasar
o componente pulmonar vai auscultar o desdobramento: “Tlá”.
Em cima do fechamento da aórtica e pulmonar , quem está abrindo é a mitral e a tricúspide , a abertura
em condições fisiológica é silenciosa , mas doente pode ser ruidosa: ESTALIDO.

O ESTALIDO de abertura da MITRAL E TRICÚSPIDE, quando doentes ausculta-se junto com a B2.
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Terceira Bulha acontece na fase de enchimento ventricular rápido .

O enchimento ventricular do paciente, a diástole (grande silêncio entre a B2 e a B1), fechou a aórtica e
pulmonar e abriu a valva mitral e tricúspide.

Toda diástole: Holodiastole.

Começo da diástole: Protodiástole.

Meio da diástole: Mesodiastólica.

Final da diástole: Telediastole.

No começo da diástole e no meio da diástole (Protomesodiastole) acontece a fase de enchimento ventricular


rápido . Ao terminar a diástole, a pressão do ventrículo esquerdo que estava baixinha sofre um salto porque ela
tem que variar de uma pressão menor que 30mmH para maior que 80mmHg para gerar um gradiente de pressão
com a aorta para esvaziar o ventrículo. Fase de contração isovolumétrica.

Acabando a sístole , vai acontecer o oposto, a pressão vai variar de maior que 80mmHg para menor que
30mmHg (Fase de relaxamento isovolumétrico) , para gerar um gradiente de pressão entre o átrio e o
ventrículo , então o ventrículo acabou de sofrer um relaxamento isovolumétrico e esta enchendo . Quando esse
*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
ventrículo tem paredes finas (hipertrofia excêntrica ), essa parede vibra , gerando o som próximo da B2, que é
a chamada terceira Bulha. Então a terceira bulha ocorre em adultos cardiopatas , e significa que existe uma
insuficiência sistólica aguda ou crônica descompensada . A terceira bulha em um coração grande é como se
fosse um pedido de socorro do coração, porque ele tem um descompensação aguda ou crônica agudizada.

Na hipertrofia excêntrica o ictus é globoso , se descompensada o ritmo de galope (B3 ) será de três tempos
com terceira bulha . É um ruído protodiastolico , se deve a vibração da parede ventricular na fase de
enchimento ventricular rápido .

Na Telediastole o enchimento ventricular é ativo, há gasto de energia, se deve a contração atrial, que no
eletro é a onda P.

O ritmo de galope de B3 , B3 é a próxima de B2 (fase de enchimento ventricular rápido, relaxamento


isovolumétrico com vibração da parede ventricular), o paciente ficara com a ausculta “patatá patatá patatá ”,
parece um cavalo correndo, galope de cavalo, é um som muito familiar.

Galope de Hipertrofia Ictus Grande Protodiastole Terceira “Patatá”


B3 excêntrica Globoso Silêncio Bulha
Galope de Hipertrofia Ictus Pequeno Protosistole Quarta Bulha “Turum tá”
B4 concêntrica Propulsivo Silêncio

A 4ª Bulha é um ruído que acontece no pequeno silencio que é a sístole .

Divisão da Sístole:
Toda sístole: Holosistole.
Começo da sístole: Protosistole.
Meio da sístole: Mesosistolico.
Final da sístole: Telesistole.

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Na protosistole pode auscultar a 4ª Bulha . Acabou a diástole vai começar a sístole a pressão vai variar de
menor de 30mmH para maior que 80mmHg para haver ejeção ventricular , dai a contração do ventrículo com
hipertrofia concêntrica ou fibrose gera esse som na fase de contração isovolumétrica . Ele pode ser de
hipertrofia concêntrica ou miocardioesclerose (substituição de tecido normal por fibrose).

No idoso é muito comum auscultar B4 por causa da miocardioesclerose senil . Ou hipertrofia concêntrica , por
exemplo, na estenose aórtica e auscultar a quarta bulha.

Quarta bulha é uma bulha patológica de coração duro. Hipertrofia concêntrica. Fibrose.

Terceira bulha é uma bulha patológica de coração mole, parede fina, coração grande, dilatado,
hipertrofia excêntrica.

(?)

R.O infartado tem a área infartada assimétrica (não contrai nem relaxa ) então a insuficiência cardíaca do
paciente com necrose miocárdica é sisto-diastolica , então ele pode ter B4 e pode ter B3 , é um paciente que
pode ter o galope de 4 tempos. Pode vibrar quando enche e vibrar quando contrai.

4ª Bulha é próxima da B1 , som é “TURUM, TÁ. TURUM TÁ”, confunde muito com o “TLUM” do
desdobramento de B1. Não é um som familiar.

Condições em que as BULHAS são abafadas:

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
o Quando a lesão na valva mitral ou tricúspide é do tipo INSUFICIENTE (retração das cúspides). A
B1 pode ser abafada , Hipofonética , e se a lesão for do tipo ESTENOSE valvar, pode aumentar a
fonese , e a B1 Hiperfonética.
o Quando a lesão na valva aórtica e pulmonar é do tipo INSUFICIENTE (retração das cúspides). A B2
pode ser abafada , e se a lesão for do tipo ESTENOSE valvar, pode aumentar a fonese, e a B2
Hiperfonética.
Geralmente a estenose aumenta a intensidade do som da bulha e Insuficiência diminuiu :

Lesão Tipo de Lesão Característica Geral


Valva Mitral ou Tricúspide Estenose B1 Hiperfonética
Insuficiência B1 Abafada (Hipofonética)

Valva Aórtica e Pulmonar Estenose B2 Hiperfonética


Insuficiência B2 Abafada (Hipofonética)
A estenose será Hiperfonética dependendo do grau, da intensidade, calcificação e mobilização da cúspide
valvar. Se ela estiver muito fibrosada, muito calcificada a B1 deixa de ser Hiperfonética.

Sons de abertura de valva (sempre patológico)


“Clique” Abertura da valva aórtica e/ou pulmonar doente
Estalido Abertura da valva mitral e/ou tricúspide doente

E xame F ís ico da Aor ta

 Palpação da crosta da aorta


 Palpação da aorta abdominal: Com as mãos sobrepostas, no nível da linha Alba sempre empurrando em
direção à coluna.
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A aorta abdominal só é palpável quando o paciente é muito magro ou quando é aneurismática.

Pu ls os

Avaliar:
Frequência (se tem ou não déficit de pulso)
Amplitude
Tensão
Tipo de onda.

Pulsos mais importantes:

o Pulso martelo d’agua, é pulso da insuficiência aórtica.


o Pulso Parvus e Tardus , da estenose aórtica.
o Pulso alternante é o da insuficiência cardíaca avançada, ele é ora fraco ora forte... Ele alterna muito
a amplitude, denota que a disfunção contrátil do coração já é terminal.
o Pulso filiforme , do paciente chocado: Palidez cutânea por vasoconstrição, pulso fino, perfusão capilar
é muito lenta.
o Ingurgitamento de jugulares e pulso venoso , quando tem insuficiência cardíaca direita .
o Sinal de Kussmaul na pericardite constritiva ou derrame pericárdico.
o Pressão arterial.

Quando for sorteado na sabatina exame do cardiovascular tem que ver tudo isso:

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
Inspecionar o Precórdio, auscultar o Precórdio, examinar os pulsos, ver as jugulares, aferir a pressão arterial,
tudo. Sorteou o aparelho cardiovascular e não só o cardíaco.

S opr os M an obr as

Tem manobras que aumentam a intensidade dos sopros e manobras que diminuem.

O decúbito dorsal e Rivero-Carvallo é a manobra que se pede para o paciente fazer uma inspiração
profunda (na inspiração a pressão torácica é negativa para gerar um gradiente de pressão entre o atmosférica
e as vias aéreas, facilitando a entrada de ar. Então o retorno venoso pelas cavas entra mais facilmente na
caixa torácica do que naturalmente) então a inspiração profunda aumenta o retorno venoso. Os sopros do lado
direito vão aumentar de intensidade, os defeitos valvares a direita com o turbilhonamento aumentado, vai
aumenter ainda mais. Então nos sopros à direita (Estenose e Insuficiência Tricúspide e Pulmonar) vão
aumentar de intensidade na inspiração profunda porque aumenta o retorno venoso.

Manobra de Valsalva em posição ortostática é o contrario . Soprar o dorso da mão sem soltar o ar. A pressão
intratorácica aumenta, o retorno venoso diminui, os sopros a direita diminuem . (lembrando que a manobra
de Valsalva é usada também para verificar hérnias no exame do aparelho abdominal)

“Rene Grip” Comprimir a palma da mão com a outra palma , forte, essa manobra aumenta a resistência
vascular sistêm ica. Se o paciente tem estenose da valva aórtica o sopro vai diminuir de intensidade . Se o
paciente tem uma insuficiência da valva aórtica o sobro vai aumentar de intensidade.

Explicação Manobra de “Rene Grip” para insuficiência e estenose aórtica:

 Estenose aórtica: Acabou a diástole, vai começar a sístole, qual obstáculo esse ventrículo tem? Ele
tem que variar de pressão de menor que 30mmhg para maior que 80mmhg, sofrendo a fase de
contração isovolumétrica, o obstáculo que ele tem é o gradiente de pressão que esta sendo gerado e
tem a valva aórtica também que não abriu, estenose, e aumento da resistência vascular periférica que
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foi gerado pela manobra, com esses três obstáculos pela frente esse ventrículo vai esvaziar menos
ainda, então o sopro vai diminuir de intensidade.
 Insuficiência aórtica , na diástole a valva mitral esta aberta e a valva aórtica também esta aberta, a
pressão no átrio é 30mmhg, no ventrículo é menor que 30mmhg e na aorta é 80mmhg, o ventrículo
esquerdo é menor que 30mmHg, e no átrio esquerdo em torno de 30mmHg, a valva aórtica não fechou,
o gradiente de pressão maior é da aorta para o ventrículo esquerdo, então volta muito sangue para
dentro do ventrículo, se aumentar a resistência vascular sistêmica vai voltar mais, então na
insuficiência aórtica a manobra de Rene Grip faz o sopro aumentar de intensidade porque gera um
refluxo ainda maior.

Um vasodilatador que diminui a resistência vascular sistêmica fará o contrario. Para estenose aórtica
aumentar o sopro, para insuficiência, diminui.

Sopros

Características esteto acústicas do sopro:

o Localização no Precórdio (qual o foco que ele é mais bem ouvido)


o Localização no ciclo cardíaco: sistólico ou diastólico ou contínuo (sisto-diastolico (há o sopro que é
maior na sístole, mas persiste na diástole): ocorre na comunicação interventricular (audível entre o
foco mitral e tricúspide – foco mesocárdico), na persistência do canal arterial (entre o foco aórtico e
pulmonar)).
o Intensidade: +/++++ ou +/++++++
o Timbre: com o que se parece o som: Ruflar (barulho do pombo levantando voo), piante, aspirativo,
musical, granuloso, em jato, a vapor, suave, rude.
o Irradiação: Todo sopro irradia no sentido do fluxo se ele for de ejeção e no sentido do refluxo se ele
for de regurgitação.
*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
E s ten os e M itr al

Exemplo: Na diástole, a valva aórtica está fechada, e a valva mitral deveria estar aberta , mas tem uma
estenose , vai passar menos sangue para o ventrículo esquerdo , na pressão do átrio esquerdo é 30mmHg e no
ventrículo esquerdo acabou de ser 80mmHg , vai ter que variar para menor que 30mmHg para esse átrio
conseguir jogar o sangue para dentro do ventrículo esquerdo, e a valva mitral não abriu muito bem, o átrio
não aguenta essa pressão toda e rapidamente vai gerar uma hipertensão venulo-capilar-pulmonar secundaria e
congestão pulmonar (crepitação, sibilo). Não vai ter sobrecarga no ventrículo nem de pressão nem de
volume, vai ter no átrio apenas.

A estenose de valva mitral é a ÚNICA valvopatia esquerda em que o ventrículo esquerdo não sofre uma
sofre sobrecarga nem de pressão nem de volume , ele está recebendo menos volume, não terá sobrecarga de
volume, e o menor volume esta gerando uma menor pressão diastólica final, então ele não esta tendo uma
sobrecarga de pressão também.

Localização do sopro da estenose mitral no Precórdio, onde ele é melhor audível? No foco mitral.

Localização no ciclo cardíaco: Diástole.

O sopro da estenose de valva mitral é Mesotelediastólico em crescendo . No começo da diástole ele não
acontece porque não tem contração nenhuma, é no fim. O átrio esta sofrendo obstáculo pressórico mais
obstáculo mecânico, não gera turbilhonamento porque o enchimento ventricular é mínimo porque ele esta
tentando vencer o obstáculo mecânico , fora o pressórico que já havia e esta sendo resolvido no ponto de vista
fisiológico. Então é na Mesodiastole que o sopro começa a ser ouvido porque o turbilhonamento começa
acontecer porque o enchimento ventricular já começa a ser maior e no final da diástole subitamente ele
aumenta de intensidade por conta da contração atrial que é o evento ativo da diástole, então ele é
Mesotelediastólico em crescendo, esse crescimento do som se deve a sístole atrial.
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A B1 da estenose mitral poderá ser HIPERFONÉTICA , desde que a mobilidade da estenose seja ainda
adequada e a calcificação não seja muito acentuada.

Essas características foram descritas por Durosier e foram chamadas de ritmo de Durosier.

Na estenose mitral pode ter B1 Hiperfonética. Ele tem um ruflar (timbre do sopro) mesodiastólico com
reforço telediastolico ou pré-sistolico (sinônimos), estalido de abertura da mitral perto da B2.

A intensidade do ruflar vai depender da magnitude da estenose valvar . Quando maior a estenose, maior a
intensidade do SOPRO , se ele for maior que +++/++++ além de audível ele será também palpável. Frêmito
cardiovascular.

Irradia do átrio para o ventrículo . Então é um sopro que pouco irradia , localizado no foco mitral ate na linha
axilar anterior e é melhor audível com o paciente com o tronco fletido e o tronco girado obliquamente para a
esquerda.

Não tem como falar que tem um estalido de abertura da mitral em cima de B1, porque ou ela esta fechando ou
abrindo, (B1 é o som de fechamento da valva mitral e tricúspide, e estalido é o som patológico que faz na
abertura da valva doente).

 Mesodiastolico em crescendo
 Audível foco mitral
 B1 Hiperfonética
 Timbre: Ruflar
 Intensidade for +++/++++ ou ++++/++++ terá frêmito cardiovascular
 Pouco irradia, do foco mitral até a axila anterior.

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
Como as manifestações clinicas podem se dar na adolescência, o paciente pode ter estertores e sibilos e ruflar
e o medico pensar que o ruflar é por B3 fisiológica nessa faixa etária, o sibilo dizer que é asma e o estertor,
pneumonia.

E s ten os e A ór tica

Sístole: Valva mitral esta fechada e a valva aórtica deveria esta aberta.

Se a valva aórtica não abrir direito, o ventrículo esquerdo tem que gerar o gradiente de pressão entre o
ventrículo e a aorta , a pressão dele que estava menor que 30mmHg tem que aumentar para maior que
80mmHg, para o sangue conseguir passar; e a valva aórtica não abriu direito, tem obstáculos mecânicos pela
frente . O ventrículo esquerdo aguenta uns 30 anos esses obstáculos, o átrio não .

Na estenose aórtica existe uma sobrecarga para o ventrículo esquerdo de pressão , é um obstáculo
mecânico ao seu esvaziamento, o ictus será propulsivo (forte) , a hipertrofia será concêntrica e se
descompensado a cardiopatia valvar o galope será de B4 “turum tá” (coração duro, hipertrofia
concêntrica, galope de B4).

O paciente com estenose aórtica severa ele tem uma hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo tão
acentuada que o gasto de oxigênio por esse musculo é tão grande que o cara passa a ter dor no peito do tipo
anginosa, não pela diminuição da oferta, mas por aumento do consumo, sem que a oferta possa compensar.
Esse efeito é chamado de Efeito Venturi.

Efeito Venturi é uma angina no peito causada por uma hipertrofia acentuada concêntrica do ventrículo
esquerdo em que o consumo é maior do que a oferta possa compensar.

E na estenose aórtica severa também a saída de sangue do ventrículo esquerdo é tão pequena que o paciente
pode ter sincope por má oxigenação cerebral. Então o paciente que você esta atendendo com estenose aórtica
esta apresentando sincope ou angina no peito (Efeito Venturi) tem indicação formal de trocar a valva na
hora, porque existe um alto risco de morte súbita. 8
Então a angina (Efeito Venturi) e a síncope são sinais de que a estenose aórtica esta severa demais,
indicativo de mal prognostico.

Quanto mais severa a estenose, menor a saída de sangue menor o debito cardíaco, gerando a síncope .

Dispneia: Sobrecarga de átrio esquerdo causa hipertensão venulo-capilar pulmonar -> congestão ->
Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna.

O pulso do paciente é parvus (fraco) e tardus (retardado em relação à sístole). O pulso tem essas
características porque o esvaziamento ventricular esta atrasado , por causa da estenose aórtica, quanto mais
fraco e retardado for o pulso, mais grave será a estenose e também o volume que vai voltar depois de ejetado
que vai voltar a bater na valva aórtica gerando uma pressão diastólica será um fluxo pequeno então a pressão
diastólica do paciente será alta então existe a pressão arterial do paciente fica então convergente (a sistólica
próxima da diastólica).

A manobra de “Rene Grip” vai diminuir o sopro , porque leva a um aumento da resistência vascular
sistêmica . E a posição de cócoras , que também aumenta a resistência vascular sistêmica (cardiopatia
congênita, diminui o Shunt).

Sopro orgânico é quando a valva é realmente doente e sopro funcional existe uma condição hipercinética ou
uma reverberação de uma valva para outra, mas a valva que você esta auscultando não é doente . Por exemplo,
na anemia ou no hipertireoidismo, quando tratados o sopro desaparece, porque a valva não estava doente, ela
só estava sendo submetida a uma condição hipercinética do sopro.

A valva mitral e aórtica estão bem próximas, a cúspide aórtica é pertinho da mitral, então o turbilhonamento
da valva aórtica pode reverberar na mitral do ponto de vista físico, então o Fenômeno de Galavardin é isso,
*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
é o sopro mesosistolico que é auscultado no foco mitral devido a reverberação desse turbilhonamento em
cima da cúspide mitral, mas a valva mitral do paciente não é doente, quem é doente é a valva aórtica,
então o Fenômeno de Galavardin é um sopro funcional.

 Sopro audível no foco aórtico e aórtico acessório,


 B2 Hiperfonética,
 Irradia para pescoço, supra e infra clavicular bilateral,
 Timbre suave, sopro de ejeção
 Intensidade é variável,
 Localização no ciclo cardíaco: Mesosistolico (não abafa nem a primeira bulha nem a segunda bulha
porque no meio da sístole o turbilhonamento vai ser máximo e o sopro será melhor audível) em
crescendo e decrescendo ou em diamante.

I ns u ficiên cia M itr al

Na sístole, o que tinha que acontecer, valva aórtica aberta e a mitral, fechada, mas a mitral não fechou.

No paciente com insuficiência mitral, a valva mitral não fecha corretamente, e na sístole a pressão na aorta
em torno de 80mmHg, ventrículo esquerdo maior 80mmHg , porque ele acabou de sofrer contração
isovolumétrica e no átrio a pressão é 30mmHg, o gradiente de pressão maior é no átrio, 80mmHg para
30mmHg, então esse sangue vai voltar para o átrio em pequena, moderada ou grande quantidade, depende da
magnitude da insuficiência mitral e essa regurgitação do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo vai
acontecer durante toda a sístole , porque não existe nenhum momento da sístole que a pressão no ventrículo
esquerdo vai ser menor que no átrio esquerdo, então a regurgitação é em toda a sístole.

O sopro então da insuficiência mitral é Holossistolico por isso, acontece a regurgitação, esse gradiente
de pressão durante toda a sístole.

Holossistolico em Platô: O tempo inteiro na mesma intensidade. Se a insuficiência for muito severa.
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Holossistolico em decrescendo: Porque no final da sístole o ventrículo já está vazio então vai regurgitar
menos.

O sopro da insuficiência mitral abafa a B1 , a primeira bulha é Hipofonética, e o sopro começa em cima da
primeira bulha, porque começou a contração isovolumétrica o sangue já volta para o átrio, começa
imediatamente após a diástole e engloba a primeira bulha, é um sopro aspirativo , (ausculta puxando o ar
+tá), não escuta nada da B1.

Esse átrio durante esse sopro recebeu 2 volumes , o que veio das pulmonares e o que voltou do ventrículo , na
próxima diástole ele vai ejetar para o ventrículo dois volumes , então a sobrecarga é de volume.

Como ver o átrio esquerdo no Raio X de tórax? Tem que ser um Raio x de tórax em perfil com esôfago
contrastado, daí verá alguma coisa empurrando o esôfago posteriormente.

Aguda: Causa mais comum é ruptura das cordoarias tendíneas por necrose, infarto, ou trauma, que
causara choque cardiogênico por baixo debito e edema agudo de pulmão , um átrio que não esta preparado e
subitamente recebeu um refluxo de sangue, então se o paciente não fizer essa troca mitral com urgência ,
não tem chance de sobreviver.

A maioria é crônica , então os mecanismos de compensação vão dando conta.

Paciente apresenta:

 Sopro Holossitótico,

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
 Audível no foco mitral que irradia para axila e dorso é chamado de Sopro semicircular de Miguel
Couto (lembrar que o sangue esta voltando para o átrio e é nessa localização que ele fica),
 B1 é abafada porque o sopro engloba a primeira bulha e a valva mitral não fecha corretamente,
 Congestão Pulmonar inicialmente e depois sobrecarga de câmeras direita e congestão sistêmica,
 Sobrecarga de volume,
 Hipertrofia Excêntrica,
 Ictus Globoso,
 Se descompensar galope de B3,
 Sopro aumenta de intensidade com a manobra de Rene Grip,
 Intensidade depende +++/++++ ++++/++++ o frêmito cardiovascular será palpável,
 Timbre aspirativo

*.Esse ano será cobrado: CIA, CIV e Sopros do lado esquerdo(estenose e insuficiência mitral e
estenose e insuficiência aórtica).

I ns u ficiên cia Aór tica

Na diástole: Quem deveria estar aberta era apenas a valva mitral, mas a aórtica também esta aberta, a pressão
no átrio é 30mmHg , no ventrículo menor que 30mmHg e na aorta 80mmHg , o gradiente de pressão na aorta é
enorme, por isso há uma grande regurgitação no cajado aórtico para dentro do ventrículo esquerdo , então a
sobrecarga no ventrículo esquerdo é de volume, hipertrofia é excêntrica, ictus globoso, se
descompensado galope de B3. Esse sopro da insuficiência aórtica, como em toda a diástole a pressão da aorta
é maior do que do ventrículo esquerdo, ele é um sopro Holodiastolico em decrescendo . Na Insuficiência
aórtica são os maiores corações.

O paciente também pode ter angina por diminuição da oferta . Porque a pressão de enchimento das
coronárias se da quando o fluxo regurgitante da aorta choca-se com as cúspides da aorta fechada e enchem as
coronárias (enchimento das coronárias se da na diástole – única artéria do corpo humano que é irrigada
na diástole ), se esse fluxo regurgitante vai cair dentro do ventrículo esquerdo, a pressão de enchendo dessas
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coronárias será baixa, e a perfusão vai estar diminuída, então essa angina será por diminuição da oferta e não
por aumento do consumo como é no Efeito Venturi . Segundo a Lei de Laplace, quanto maior é o estiramento,
inicialmente, maior será o fluxo ejetado, a força de estiramento levará a uma contração mais efetiva, e nesse
ventrículo tem dois volumes, e o volume regurgitante é muito acentuado , esse volume ejetado vai causar um
aumento da pressão capilar e pulsações em nível da aorta e vasos do pescoço, gerando todos esses sinais
que na insuficiência aórtica existem.

Pulso Corrigan ou Martelo d’agua: O pulso normal periférico tem a fase sistólica e diastólica, o pulso
Corrigan só tem a fase sistólica, porque a pressão diastólica na periferia é gerada com o choque do fluxo
regurgitante da valva aórtica fechada, se esse choque não existe e esse fluxo regurgitante cai dentro do
ventrículo esquerdo, a pressão diastólica desse paciente chega próximo de zero. (pulso muito breve-some
rápido e muito forte)

 Sobrecarga de volume,
 Hipertrofia excêntrica,
 Ictus Globoso,
 Se descompensado Galope de B3,
 Sopro Holodiastolico em decrescendo, no final da diástole vai diminuir porque o ventrículo já esta
cheio e o fluxo de regurgitação e o normal podem exercem uma frenagem.
 Regurgitação
 B2 Hipofonética,
 Intensidade varia
 Timbre aspirativo.

Sinal de Hill: Esse hiperfluxo aumenta a pressão arterial nos membros inferiores, causa uma pulsação na
cabeça, padres achavam que as velhinhas dormiam na igreja.
*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.
Sinal de Muller: Pulsação da úvula.

Sinal de Minervini: Pulsação da Base da Língua.

Sinal de Quincke: Pulsação do leito ungueal.

Sinal de Traube: Sopro em tiro de pistola na artéria femoral.

Sinal de Durosier: Sopro sisto-diastolico, auscultado na femoral.

Pressão arterial divergente, devido ao fluxo, fluxo regurgitante da aorta para dentro do ventrículo esquerdo,
essa regurgitação vai reverberar para o foco mitral. (Quando é uma regurgitação ascendente esse sopro é
chamado de Fenômemo de Galavardin), quando é um sopro é de regurgitação como da insuficiência aórtica ele
é chamado de sopro de Auxinflint como ele é diastólico, confunde com estenose mitral orgânica, mas ele é
funcional.

Dupla lesão: estenose e insuficiência aórtica, estenose e insuficiência mitral ao mesmo tempo. Muito comum
na doença reumática. Sobrecarga de pressão e de volume. (não estuda esse ano)

CIA e CIV

Comunicação interatrial : não gera sopro , a passagem de sangue pelo septo interatrial perfurado, a diferença
de pressão entre os átrios é muito pequena, a passagem de sangue pelo CIA (comunicação inter atrial) não
gera sopro, mas o átrio direito passa a receber dois volumes, um que vem pelas cavas e outra que vem do átrio
esquerdo, dai chega ao ventrículo direito dois volumes . Então o paciente com CIA tem sopro funcional de
hiperfluxo pulmonar, a valva tricúspide aguenta bem o volume extra, mas a valva pulmonar não. Então gera
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um hiperfluxo na valva pulmonar. Então ele tem um sopro mesosistolico de estenose pulmonar que não é
orgânica, é funcional, e a B2 é desdobrada (Tlá) tanto na inspiração quanto na expiração. A valva pulmonar
dando vazão a dois volumes gasta mais tempo, por isso causa o desdobramento. Esse fluxo do átrio esquerdo
que foi para o átrio direito foi roubado do ventrículo esquerdo então o componente aórtico vai adiantar e o
pulmonar vai atrasar, causando o desdobramento amplo e fixo . Amplo porque o afastamento dos sons é
enorme e fixo porque ocorre tanto na inspiração quanto na expiração.

O paciente terá um sopro mesosistolico funcional de hiperfluxo do foco pulmonar e um desdobramento


de B2 amplo e fixo.

Comunicação Interventricular : Gera sopro, foco mesocárdico ou endoapice (entre o foco tricúspide e o
mitral), sopro continuo (sisto-diastolico) predomina na sístole porque o gradiente de pressão é maior e o
timbre dele é em maquinaria (tititi tititi tititi tititi).

Quanto menor é o buraquinho, maior é o sopro.

*.Esta é uma transcrição pessoal da gravação que fiz da aula teórica de propedêutica da professora Márcia do dia 27/04/2011.

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