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UNIVERSIDADE TIRADENTES
ARACAJU
2009/01
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ARACAJU
2009/01
3
Aprovada em _____/_____/_____.
Banca examinadora
_____________________________________________________
Profª. Drª. Jesana Batista Pereira
(Orientadora)
_____________________________________________________
Profª. MSc. Kátia Maria Araújo Souza
Universidade Tiradentes
_____________________________________________________
Bárbara Barros de Olim (Historiadora)
(Co-orientadora)
4
familiares e amigos.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Deus que mesmo antes de pensar ele já coordena todo o meu
existir. Obrigada Senhor! Pelo dom da vida, pelos meus familiares, amigos, e também, pelos
que ainda não conseguiram ver em mim, uma amiga. É com o coração sereno e cheio da
alegria por saber que o dever foi cumprido, repleto de gratidão por toda força e incentivo que
De forma especial a minha mãe exemplo de mulher, meu pai, meu irmão, aos
meus queridos primos e a toda minha “Grande Família”, por ter acreditado em mim e pelos
contribuído para a pessoa e profissional que sou hoje, pois sem vocês não teria a compreensão
de sociedade e do compromisso ético que devemos ter enquanto Assistente Social. Valeu!
conhecimentos durante o nosso período acadêmico; pelo companheirismo sempre, por toda
verdadeira amizade, a qual levarei por toda a minha vida. Amo vocês!
A mim mesma por ter superado todas as barreiras e conseguido chegar a esse
momento de felicidade e a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para este
trabalho. Obrigada!
De nada serviria chegar ao ensino superior se não fosse a educação que meus pais
me forneceram desde quando pequeno. O esforço de meu querido pai João Gonzaga Rocha (in
memorian) e da minha amada mãe, Maria Das Dores da Silva Rocha, que ambos a tudo devo
e tudo hoje sou.
Obrigado aos familiares que estiveram presentes nessa etapa, padrinhos, meu tio
José Gonzaga Rocha, minha tia Vilma, primos e primas.
Fico grato a todos da equipe do João Bezerra por me receber de braços abertos.
Não poderia faltar o agradecimento àqueles que estiveram distante de mim, mas
que mesmo assim, deram força e incentivo pela luta de meus sonhos.
Inicialmente agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado, sendo a minha
fortaleza, o meu refúgio nos momentos mais difíceis e decisórios da minha caminhada.
Aos meus pais, Rivaldo e Eunice, que contribuíram para a formação da minha
personalidade e tiveram confiança na minha capacidade, sempre com muito amor e carinho,
fazendo com que eu realizasse meus sonhos. Quero ser sempre motivo de orgulho para vocês.
Agradeço por me ensinar que ter confiança é o primeiro grande passo para a conquista de um
desafio. Obrigada por me fazer acreditar na superação dos meus próprios limites, que tantas
vezes pareceram insuperáveis. Sem vocês eu não seria o que sou hoje. Amo muito vocês!
Aos meus tios, em especial a minha madrinha Lia, Tio Isaias, Tia Gil, Tio
Carlinhos, Tia Lau e Tia Silvia, por estarem ao meu lado comemorando mais uma vitória na
minha vida.
Aos meus primos em especial Euclides, Érica, Walber, Wolney, Verner, Isaias
Júnior, Jéssica e Jennifer (apesar da distância, mas esteve presente por meio de MSN e
Orkut), Jefferson por estarem ao meu lado nos momentos em que precisei de apoio, obrigada
pela presença de vocês na minha caminhada.
Aos meus pequenos Ruth, Gabriel, Alef, Thalia, Jonathan, Genisson (afilhado),
Noemi, Dudu e Lukinhas por estarem no meu dia a dia trazendo-me alegria e descontração.
Amo Vocês.
A minha companheira de trabalho Iris (Siri) por toda a ajuda. Valeu, amiga, pela
força, pelos momentos de diversão que não foram poucos e pela cumplicidade, saiba que a sua
amizade vale muito para mim. Obrigada mesmo!
Aos amigos que fiz durante a minha longa jornada de faculdade. Muito obrigada
pelo companheirismo e pelos conhecimentos que aderimos juntos, mais uma vitória
conquistada. Sentirei saudades de vocês. Valeu, Galera!
Inácio Dantas
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RESUMO
Este estudo tem por finalidade a busca pelas instituições governamentais e não-
campo que visa coletar dados necessários para saber da atual cartografia do movimento
presidentes e/ou fundadores dos órgãos atuantes junto à demanda absorvida. Objetiva também
mostrar a necessidade de refletir sobre os direitos garantidos pelas instituições aos seus
usuários, visando identificar sob quais e como ocorrem as formas de interações do público
político, social e cultural, exercidos pelas organizações que têm um trabalho voltado somente
de ações, projetos, temáticas e formas de inserção de um grupo que vem sendo cada vez mais
ABSTRACT
This study is to search for government institutions and non-governmental organizations in the
city of Aracaju/SE that support the Movement for Lesbian, Gay, Bisexual, and Transgender
Travestis - LGBTT and characterize the functions provided by each institutional segment.
This research stems from a work camp that aims to collect data necessary to know the current
mapping of the movement LGBTT the city of Aracaju, using a questionnaire applied to the
presidents and / or founders of organs working together to demand absorbed. Both are needed
to reflect the rights guaranteed by the institutions to their users, to identify and place under
which the forms of interactions of target audience. However it presents a brief history of how
the homosexual movement was emerging in the world, highlighting the progress and
movements by which the category began to expand. The relevance of this work is based on
aspects of a political, social and cultural organizations that have held a job back only to the
homosexual movement, showing the contributions done through actions, projects, issues and
ways of inserting a group that each increasingly evident in Brazilian society and Aracajuana.
Cartography.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................14
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................53
1 INTRODUÇÃO
acadêmico, decidimos nos debruçar sobre ele a fim de elaborarmos uma cartografia das
instituições que participam ativamente da luta pelos direitos do Movimento Lésbicas, Gays,
tal.
enquanto questão social se torna uma das demandas impostas ao Serviço Social, cabendo a
categoria profissional orientar sob quais formas garantir a viabilização desses direitos,
mediando assim conflitos e promovendo a equidade social1. Por isso, diante das diversidades
Federal de 1988, garantindo alguns direitos às categorias LGBTT que forma um grupo
minoritário.
O intuito de abordar o tema se deve por objetivar uma aproximação mais clara do
2
Conjunto não delimitado de indivíduos considerados fora das estruturas sociais tradicionais e que
constituem o objetivo sociocultural de certas atividades, como a publicidade, a cultura de massa, os
ócios. (HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de
Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
15
pesquisa apresenta em análises estruturais e históricas como o movimento veio a surgir, tendo
Desta maneira, contribui para evidenciá-las em seus papéis a toda sociedade civil, para que
assim possamos ter acesso e esclarecimento das suas funções enquanto representação social.
trabalhado, buscou-se focar suas especificidades, fazendo dessa forma o mapeamento das
instituições que o apóiam em nível local, conhecendo os direitos sociais e pessoais dessas
categorias.
qualitativa. Esta nos permite verificar e descrever a realidade enfocada nas diferentes
parcerias, quais os órgãos responsáveis pelos repasses, qual o público alvo e como ele é
trabalhado, os seus objetivos, como a organização vê seu público alvo, se existem dados
voltados para esse público (quais e como ocorrem), qual a maior característica do movimento,
16
dos membros da composição LGBTT, o qual mais se evidencia e por que, e se a organização
tinha dados de outras instituições que veio atuar como demanda, mas que foram desativadas.
um estudo mais aprofundado, o qual irá possibilitar uma explicação de todos os contextos. O
visitas aos órgãos correspondentes. Dessa maneira a análise foi realizada a partir dos dados
sofridas por preconceito de gênero que tem apoio nas suas necessidades de direitos, mas que
não conhecem ou não sabem onde procurar para garanti-los. Espera-se, com isso, contribuir
para provocar uma reflexão, junto aos diversos atores do cenário sergipano.
pequeno apanhado sobre o surgimento dos Movimentos Sociais, as teorias acerca dos novos
discussão entre os dados obtidos em relação ao roteiro de entrevista e as suas ligações com a
políticas e atividades desenvolvidas por cada instituição pesquisada. Por fim, no último
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diferenciadamente esses fenômenos e, via de regra, essas concepções jogam luz e obscurece
O conceito de movimentos sociais toma força nos anos 1970, com o esgotamento
das lutas sociais por justiça (Goss e Prudência, 2004). Este ponto de origem legou às teorias
estrutural.
Warren, 1987).
podem associar-se às demandas de outros movimentos, ainda que estes tenham surgido em
localidades muito distantes. Assim, na medida em que um movimento social interage com
outras organizações coletivas, nasce uma nova solidariedade, expressa nas “redes de
limites locais, pois através da comunicação entre grupos organizados disseminam-se os temas
cidadania. Desta forma, as ações coletivas tornam-se aptas para influir na elaboração de
/Sparta/4021/micropolitica.html)
movimentos e ações coletivas não totalizem a participação política em torno destas questões,
institucional junto à sociedade civil, sobretudo junto ao que Tejerina (2005) chamou de
não pode ser reduzida aos seus aspectos estruturais, o que nos leva a perceber os atores
políticos como agentes dinâmicos que operam na inter-relação entre estruturas e significados
Maria Cristina Bunn (2000, p.105) sobre a análise da teoria (Scherer-Warren, 1997)
compreendem a complexidade das ações coletivas, sendo que sínteses de estudos especificam
as análises de redes3. As transformações entre micro e macro análises das estruturas sociais
cedem lugar ao processo de como estão estabelecidas as relações sociais em seus níveis
locais, transluzais e os mais globais. Nessa perspectiva, o que vem nutrir a visão de mundo e
com a busca de modelos que não impulsionam as decisões das vontades humanas
Diante disso, diz a autora Maria Cristina Bunn (2000, p.106) que as pesquisas
sobre os movimentos sociais até a década de 1970 seguiam exclusivamente vertentes ligadas
procuram uma dinâmica entre estrutura e sujeito com as possibilidades de ruptura. Quanto à
corrente funcionalista, tende a procurar o oposto, o reequilíbrio, onde os agentes das ações
casos, Scherer-Warren vem dizer que ambas as estruturas sociais são coerentes, apesar de
sujeitas, as formas contraditórias ou desvios. Foi o que ocorreu em meados dos anos 60,
críticas e revisões foram feitas a essas mobilizações coletivas que vieram a ser chamadas
também de „„movimentos culturais‟‟. A partir dessas críticas que houve emergências de novas
conhecidas por Teoria dos Novos Movimentos Sociais (TNMS), referindo-se a produção
teórica européia e a Teoria da Mobilização dos Recursos (TMR), quanto a produção teórica
sociais, essa percepção é tida através das análises de redes que são contributivas para estudar
as ações coletivas dos próprios movimentos diante de suas vertentes e suas áreas geográficas.
Nesse sentido as redes de movimentos são caracterizadas como interações sociais que tendem
Melucci, 1996, que diz ser através das redes que os indivíduos interagem,
influenciam-se mutuamente e se engajam em negociações, ao mesmo tempo em que
produzem os esquemas cognitivos e motivacionais necessários para a ação coletiva.
(Revista Antropológicas, 2000, p.107)
A autora Maria Cristina Bunn ressalta que a sociedade contemporânea por seus
avanços no campo da informação digital, acaba por criar um novo tipo de redes além da
Os atores dessas redes são identificados, por idéias e causas comuns, onde potencializam seus
sociais como redes técnicas, estão mais aperfeiçoadas, globais e locais, mantendo então
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conexões a nível mundial. Gerando informações (Internet, fax, TV a cabo comunitária, rádios
piratas etc.), cujos atores coletivos e movimentos sociais ocasionam redes que percorrem seus
de feitos, manifestados pelo passado, presente e futuro, ambos movidos pelos interesses e
ações coletivas.
diante dos movimentos sociais, ocorreram somente nas três últimas décadas, iniciada nos
Estados Unidos em 1969-70, explodindo daí para a Europa e por quase o mundo inteiro.
significado, embora possuam ritmos diferentes, são inseparáveis e interdependentes, o que nos
leva a uma nova concepção de cultura, concebida como um conjunto indissociável de práticas
Escobar, 1998) ou novas “culturas políticas” (Kuschnir e Carneiro, 2000). Que nos fizeram
perceber que se ficarmos presos às dimensões institucionais da política, não seremos capazes
4
Prática Heterossexual.(HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão
2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
5
Redução sistemática de um domínio do conhecimento a um outro mais particular, tido como mais
fundamental.( HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio
de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
23
política institucional.
concepções de cidadania e democracia formais garantidas por meio das instituições sociais.
Para estes novos atores sociais o político é mais que um conjunto de procedimentos, vai além
constante movimento entre sujeitos, atores e instituições sociais (Alvares, Dagnino e Escobar,
1998).
Para os fins que essa autoridade seja legitimada, o patriarcalismo necessita permear toda a
6
Comportamento, procedimento ou modo de vida próprios de patriarca.( HOUAISS, Antonio.
Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio
Houaiss/Objetiva, 2007).
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tem sua origem na cultura e instituições pautadas nesse sistema. Cultura essa, contextualizada
historicamente tanto do ponto de vista analítico quanto político, que foi encorajada na
patriarcalismo ficaria exposto meramente como denominação pura e acabaria esmagado pela
conscientização da mulher. O que vem a ocasionar isso são forças propulsoras desse processo,
familiar que se baseia no comportamento duradouro de seus membros, sendo que cada vez
mais constante a formação de lares de solteiras ou lares com apenas um dos pares, cessando
remunerado aumentou o seu poder de barganha frente a frente com o homem, abalando a
em cima de tabus e repressões sexuais. Com isso a regulamentação desse desejo fica
subordinada as instituições sociais que canalizam e reprimem esse sentimento sob forma de
integração da libido7 pela maternidade, paternidade e família, tendo como ponto fraco a
sexuais sob vistas grossas em contextos específicos (por exemplo, nas ordens religiosas da
Igreja Católica). Ocasionando que os privilégios de gênero, classe e raça, sempre foram
ainda vem sendo a vida construída e organizada em volta da heterossexualidade 10, fazendo
com que ocasionalmente os desejos por pessoas do mesmo sexo fossem expressados, porém
políticas. Os estudos sobre estes agrupamentos desde o início estiveram ocupados em enfocar
questões mais político- identitárias do que político-institucionais. Isto manteve a luta contra o
toda a hierarquização em virtude das posições sexuais, além de associar esta luta a outras, tais
7
Procura instintiva do prazer sexual; desejo.( HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da
Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
8
Relativo ao tipo de afinidade, atração e/ou prática sexual entre indivíduos de sexo oposto. (HOUAISS,
Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio
Houaiss/Objetiva, 2007).
9
Designa experiências onde sequer a atração pelo mesmo sexo é suficiente, enquanto predicado definitório
comum a todas elas. (COSTA, 1992, p. 44).
10
Condição ou caráter de heterossexual. (HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua
Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
11
Relações sociais capazes de reconhecer como opressivas, relações de subordinação postas pela hierarquização
de determinada sociedade. Demanda a desnaturalização e a historicização das formações simbólicas e estruturais,
e constitui um dos elementos importantes para a politização de demandas coletivas. (PRADO e MACHADO,
2008, p. 140).
26
como a luta contra a ditadura e a desigualdade social (Marsiaj, 2003), dissolvendo nelas seu
teor político. Talvez por essa razão a maior parte dos estudos sobre movimentos organizados e
Este panorama já não coincide mais com o diagnóstico atual. Estudos sobre os
12
Processo de tornar (alguém ou grupo) capaz de reconhecer a importância do pensamento ou da ação política.
.( HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro,
Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
27
3 O MOVIMENTO LGBTT
3.1 Histórico
conhecido pelo termo “inversão”. A palavra invertido foi usada em 1882 para estigmatizar
orientações sexuais existentes desde o início da humanidade, pelas quais conviveram juntas
até os dias atuais. Sobre essas formas distintas, estudos antropológicos revelam que na
maioria das sociedades primitivas, ser considerado homossexual era um privilégio, significava
exercer papel de destaque em várias tarefas, sendo respeitados também como conselheiros e
expandindo-se diante de todo seio social, ficou evidente a discriminação para com os
homossexuais, onde toda e qualquer prática relacionada a eles, acabou permanecendo como
não reproduzirem diante de suas relações sexuais e assim não gerarem descendentes para o
quanto no mundo, entre eles o fator estrutural. O surgimento de uma economia informacional
individualista poderia ser controlado de forma mais fácil. Outro fator foi a proliferação, com
1960, afirmando que através do movimento estudantil radical formado por moças e rapazes, o
homossexual ao ver deste autor foi a retração física e psicológica entre os homens e mulheres
das pessoas LGBTT, em 28 de junho 1969 na cidade de Nova York, a revolta conhecida como
comportamentos das sociedades dos países capitalistas. Assim para dar um basta as freqüentes
York), homossexuais liderados por travestis tomaram uma atitude única em suas vidas,
cansaram das batidas policiais que ali vinham acontecendo, pegando as autoridades,
organizações de gays e lésbicas cujo objetivo era frisar a garantia dos direitos pelos quais
29
LGBTT surgiu a partir do dia do Orgulho Gay lembrado em todo mundo depois de um
tiveram seus direitos percebidos a partir de 1980, travando batalhas para verem seus direitos
Estados brasileiros, por meio de paradas do Orgulho Gay, sendo que a nível local a primeira
também pelo governo juntamente com o padrão empregado no resto do mundo, deverá ser em
lugar de GLBT, a sigla passa a ser LGBTT, decisão esta tomada na 1ª Conferência Nacional
de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Essa mudança que parece ser
pequena, para o grupo foi significativa devido ao maior destaque nas reivindicações das
mulheres Lésbicas.
mulher que sente atração por outra mulher em diferentes momentos das suas vidas
(adolescência, vida adulta, terceira idade), ou por toda vida, seja de forma exclusiva ou não;
Gay é a pessoa homossexual que sente atração por outra do mesmo sexo. Nesta categoria
sexual com pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, geralmente quando não assume a
Travestis e os Transexuais são as pessoas que assumem pela aparência, a inclinação pelo sexo
oposto por meio de roupas e mudanças físicas, recorrendo ao uso de hormônios, silicone e
outros meios. Dizer que travesti é o indivíduo que apenas se traja de maneira oposta é
totalmente incorreto, pois é certo que grande parte assume uma nova identidade de gênero,
Conselhos Federais de Medicina e de Psicologia. Mesmo diante desse fato, ainda persiste a
estimulada nas pessoas, por ser algo novo, moderno e diferente dos tradicionais modos de
relação afetiva. Outro fator contribuinte para o preconceito é a questão da AIDS, já que a
maioria das pessoas portadoras do HIV eram homossexuais no surgimento da mesma. Por
outro lado, a AIDS ampliou a discussão sobre a sexualidade e prevenção das doenças
hegemonia dos Estados-Nação, mas também redimensionam aspectos da vida local, de forma
que esta passa a ser remodelada a partir de acontecimentos de ordem global. Da mesma forma
mesclam ações estratégicas e identitárias com vistas a ampliar o seu rol de conquistas. No
Brasil, não há legislação que regule as uniões homossexuais. A Constituição Federal, que tem
discriminação por motivo de sexo, cor e idade. Contudo, juntamente com o Código Civil, não
reconhecem a união entre pessoas do mesmo sexo com entidade familiar, impedindo, pois,
que os parceiros usufruam dos mesmos direitos concedidos aos casais heterossexuais. Então o
partindo da inferiorização legitimada ao longo da história social que consolida por muitas
maneira, processos que não são restritos apenas a grupos sociais específicos, e sim a
preconceito alimenta de forma evidente suas concepções ideológicas e cognitivas nos ramos
estão vinculados, onde a hierarquização irá representar a subalternidade dos aspectos sociais.
Enquanto que essa mesma subordinação constrói uma funcionalidade entre os atores sociais
13
Descrição ou tratado sobre mapas.( HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua
Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
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por ela instituídos em organizações que, na maioria das vezes, baseiam-se por uma
discriminação histórica.
direitos sociais, por assim legitimar práticas de inferioridade social, como a homofobia. Nesse
aspecto, o preconceito tem seu funcionamento ramificado pelas atribuições sociais negativas
ocasionadas da moral, da religião ou mesmo das ciências, para gerar a chamada hierarquia
sexual, a qual tem seus preceitos focados num conjunto de valores e práticas sociais que
Segundo a reflexão de Gilberto Velho e Marcos Alvito (1996) obtida por Luiz
Mott diz que a sociedade em geral da América do Norte não odeia os gays e as lésbicas, pois
através das pesquisas feitas por Ford e Beach mostrou que os homossexuais são respeitados e
muitas das vezes as mães desejavam ter um filho “invertido”. Já os deuses da Grécia e da
outra metade mulher. Infelizmente no Brasil, considera-se o amor entre pessoas do mesmo
sexo como um problema, evidenciando que de todas as minorias sociais, a mais odiada é
14
Satisfação encontrada por meio de um objeto do mesmo sexo; homossexualidade.( HOUAISS,
Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio
Houaiss/Objetiva, 2007).
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que se refere aos gays e lésbicas, o Brasil esconde altos índices de assassinatos para com os
homossexuais. Países como os Estados Unidos que entre 1992 e 1994 estimavam uma
população de 250 milhões habitantes, constataram que 151 homossexuais foram assassinados,
contrapondo que no País da America do Sul, possuindo 150 milhões de habitantes durante o
mesmo período, mais de 180 gays e lésbicas foram assassinados, número esse que deve maior
os tempos antigos. Com isso todas as instituições sociais apresentam mecanismo para policiar
que é passado para as crianças, é que existem determinadas cores, brincadeiras, jeito de
sentar, falar, andar, até mesmo posturas apropriadas para cada sexo exercer ao urinar. Os pais
Ninguém está imune à dúvida, esta só acaba com a prova cabal do coito com a
pessoa de sexo oposto. Havendo ato sexual consumado, significa sinônimo de honra para
família, onde o que é passado de geração em geração pela pedagogia dos pais, tios e/ou avós,
que o jovem deve iniciar sua atividade sexual de forma coerente, mesmo que ainda ocorra
num prostíbulo.
componente da equipe do editorial João Silvério Trevisan que tentou formar um núcleo com
pessoas de práticas homossexuais, em São Paulo, sem êxito. Mais o Jornal que veio deu força
vários grupos estigmatizados, sendo este o primeiro que destacou questões sexuais com
enfoque político, daí sua importância. Portanto Lampião foi um representante da imprensa
construção da identidade gay. Diante destes fatos também contribuiu com transformações
culturais e a quebra de tabus que poderiam se difundir, mesmo que timidamente pelo interior
do país.
O primeiro “Jornal Gay”, o Snob, foi fundado por Anuar Farah e Aginaldo
Inclusive Anuar foi o primeiro presidente da Associação Brasileira de Imprensa Gay - ABIG
que tinha o objetivo de lutar pelos seus ideais, querendo mostrar que eram pessoas normais e
Libertação Homossexual da Argentina - FILHA, a qual foi massacrada pela repressão estatal.
Feminista - LF, por acharem que seus problemas eram específicos, isto é, a maioria masculina
tendia a discutir assuntos masculinos, em detrimento dos femininos. Devido a isto foi
O antropólogo Luis Mott, foi um dos fundadores do grupo gay mais ativo da
Bahia, o GGB, que se apresentou como uma associação de homossexuais e teve como
objetivo refletir e trabalhar em prol da liberdade homossexual. Este grupo foi um dos poucos
que conseguiu agir junto às populações carentes, inclusive prestando serviços médicos
cidadãos estão basicamente relacionados nos artigos 5º e 6º. Eles asseguram que para
vivermos em harmonia é preciso não haver diferença entre nós. Sendo assim, o cidadão não
pode ser discriminado por sua condição pessoal, econômica, sexual, racial, religiosa ou
filosófica.
A Constituição do Estado de Sergipe no Art. 3º, II, diz que: “o Estado assegura a
proteção contra discriminação por motivo de raça, cor, sexo, idade, classe social,
orientação sexual, deficiência física, mental ou sensorial, convicção político –
ideológica, crença em manifestação religiosa, sendo os infratores passíveis de punição
por lei”.
cidadania em defesa dos direitos fundamentais dos seguimentos sociais, em função de sua
crescente organização e visibilidade permitindo avaliar com mais clareza a grave extensão da
mais especificamente contra travestis e transgêneros, é umas das faces mais trágicas da
mudanças trazidas pela revolução sexual, que fez com que a sociedade repensasse temas
relativos à orientação sexual. O termo orientação sexual surgiu na década de 80 como uma
possui implicações biológicas, pois até sua criação a homossexualidade era chamada de
consciente.
ciências sociais sobre a orientação sexual, visto que a partir deste momento não era mais o
homossexual que estava doente, mas sim o indivíduo que tinha preconceito contra ele.
Heterossexismo, por sua vez, se apresenta como um termo similar a racismo e sexismo15,
no entanto, têm sido duramente criticados. Segundo este autor, preconceito sexual é um
15
Atitude de discriminação fundamentada no sexo.( HOUAISS, Antonio. Dicionário Eletrônico Houaiss da
Língua Portuguesa. Versão 2.0a. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2007).
37
conceito preferível à homofobia por várias razões. Em primeiro lugar, ele é um termo
descritivo que não assume motivações, dinâmicas ou origens inconscientes para as atitudes
negativas, além de evitar julgamentos morais sobre estas atitudes. Em segundo lugar, ele
coloca o estudo das atitudes relacionadas à orientação sexual dentro do contexto mais amplo
de apresentação, ao preconceito dirigido a outros grupos sociais. Por todas estas razões, o
termo preconceito sexual será privilegiado neste estudo em detrimento da palavra homofobia,
Assim, entende-se que a sociedade brasileira avançou. Hoje são aceitos os seus
comportamentos que sempre existiram, mas que por preconceito tinham que ficar na
individuais dos seus cidadãos, que digam respeito a sua maneira de viver e se relacionar.
Assim tem ocorrido também nos países desenvolvidos do bloco ocidental. Em muitos países
os homossexuais já obtiveram muitas conquistas ao longo dos tempos, mas a luta no Brasil
torno da cidadania LGBTT era quase inexistente. Porém, essa visibilidade aumenta com a
eclosão da epidemia de AIDS, o sucesso das paradas gays, os debates em torno do projeto que
lei que disciplina a união civil entre pessoas do mesmo sexo e ao surgimento de um possível
mercado GLS.
38
Sergipana, destacam-se não somente as de ordem estatal, mas também as não governamentais
como o movimento LGBTT aqui no Brasil, expressou-se por meio de grupos aglomerados
que enfocavam por meio de jornais e outras formas permitidas perante a mídia.
existente no município de Aracaju, denominado assim por objetivar ser um canal de diálogo
entre as pessoas homossexuais. Com a extinção deste segundo grupo mais antigo do País que
necessidade de criação de grupos que enfocassem essa questão. Dessa forma vieram as
iniciativas das novas instituições, tendo por base e referência um trabalho já realizado.
39
Organizações Não Governamentais (ONGs), com exceção do CCH que tem suas verbas
providas não só do Estado, mas também do Governo Federal, sendo assim caracterizada de
entidade pública. Diferente das políticas de outros Estados, o CCH surgiu do Projeto
Nacional, Brasil sem Homofobia. Porém, no Estado Sergipano ele é implantado através da
Estado ou município, pois as ONGs não tinham condições de manter nem as despesas básicas
após o fim do convênio por não dar suporte. Durante um ano o Estado se encarregou de
assumir o espaço físico juntamente com os profissionais, porém logo após isso quem se
Em se tratando da política das ONGs, é por meio dos projetos elaborados por elas
próprias que há um repasse de verba para execução de cada projeto. Ocorre em todas as
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Secretaria de Segurança Pública por intermédio da
município de Aracaju. Objetivou-se absorver o que existe de imprescindível para saber como
particulares, uma conclusão geral, ou seja, o uso do método indutivo, mas também o trabalho
Pois sem a dedução não é possível a crítica do conhecimento estabelecido e nem a formulação
presença do método empírico, baseado por meio da vinculação presencial dos fatos.
atuam as políticas institucionais LGBTT; sob quais formas de política se organizam e como
seus representantes embasam seu fazer profissional diante de sua ação administrativa; ou seja,
foi pensado de maneira óbvia quais os enfoques que as instituições abordam para seu público
de forma específica e ao mesmo tempo como um todo, por enfatizar um ou mais segmento de
um movimento que tem interesses coletivos. O que se busca diante das perguntas é conhecer
onde através das análises dos dados é possível exteriorizar essas instituições para toda
sociedade.
elas se inserem na conjuntura da sociedade, por que e em que momento isso acontece,
buscando o que as diferencia das demais, seus objetivos; além de analisar sua ação junto a
membros diretores dessas organizações possuem identificação de luta pelos mesmos direitos
41
que os usuários, o que torna a entidade um espaço de iguais em busca dos mesmos objetivos.
Quanto aos objetivos, é importante que saibamos claramente a que se apresenta cada uma
destas instituições, uma vez que isso pode diferenciá-las umas das outras, destacando assim o
entrevistas e coleta dos dados necessários para a cartografia. Com a utilização de câmera
digital, como forma mais rápida de assimilar as informações para depois redigi-las, a pesquisa
Assim como primeiro passo para começar a detalhar as entrevistas, foi agendada
uma visita ao CCH para o dia 06 de abril de 2009, às 09h00min. Através desta primeira visita
ligadas ao movimento LGBTT na atualidade, já que essa Instituição em particular surgiu para
dar um suporte às demais, tendo o levantamento das mesmas. Sendo os discentes recebidos
por Cláudia Amélia Silveira Andrade, coordenadora e psicóloga do Centro, que relatou todas
coordenadora também forneceu a lista de endereços atuais das instituições que lidam com o
4.3 A CARTOGRAFIA
Estatística - IBGE, a cartografia desde 1966 foi definida pela Associação Cartográfica
Internacional (ACI) e logo mais ratificada pela UNESCO. Como sendo o conjunto de estudos
e operações científicas, técnicas e artísticas que tem por base, os resultados de observações
composição, ou seja, por meio dele, podem-se conter as fontes precisas para fazer variáveis
superposição das características mencionadas. Em função dos objetivos a que se destina o tipo
caracterizada como temática e técnica, foi elaborada para fins específicos, com uma precisão
bastante variável, de acordo com a sua aplicabilidade, onde são representados determinados
distribuídos na superfície.
43
O que se quer com a cartografia, é uma relação atual de como e onde estão
para que assim, de forma sistematizada, todas as pessoas possam ter acesso ao conhecimento
instituições que atendem o público LGBTT na capital sergipana. Esperamos que através deste
trabalho, outros acadêmicos possam ter informações básicas e acesso rápido aos dados dessas
Histórico: Surgiu do Projeto Brasil sem Homofobia, que é um Projeto Federal implantado no
governo de Lula e idealizado por ele, mas quem conquistou e batalhou foi o próprio
movimento social. Está inserido nas políticas públicas do movimento LGBTT e é um dos
objetivos do próprio governo, sendo também um dos objetivos do Brasil Sem Homofobia, que
foi o de inserir nessas políticas o Centro de Referência que é implantado em todos os Estados.
No Estado de Sergipe essa implantação deu-se através da Secretaria de Segurança Pública, já
em outros Estados, com prefeitura e em alguns com ONGs. Houve uma reunião de encontro
de referência determinada pelo Governo Federal para que quem assumisse a responsabilidade
do Centro de Referência fosse a prefeitura ou governo, por ser responsabilidades de políticas
do próprio governo, afinal, as ONGs não têm condições de assumir depois que acaba o
convênio. Diante disso, o Centro foi inaugurado em 2008 com verba Federal. Essa verba foi
durante um ano, dando suporte para abrir, inaugurar e começar as primeiras atividades. Quem
assume toda a responsabilidade do Centro é Dr. Kersio, da Secretaria de Segurança Pública,
reconhecendo o Centro como políticas públicas fornecendo grande suporte e ajuda, uma das
principais garantias da existência da entidade.
Objetivo(s): Em 2008 era a implantação para mapear todas as instituições e fazer as visitas
em todos os interiores, o que não ocorreu, realizando só por regiões; assim sendo o objetivo
inicial (a implantação) alcançados e contemplado. Já em 2009 começou a desenvolver fóruns,
seminários e capacitações com estagiário de todas as Secretarias de Segurança Pública,
participaram do evento Sergipe de Todos (evento Estadual), onde o Centro está inserido. Esse
evento foi em todos os interiores para fazer a divulgação da instituição, também participaram
do fórum Brasileiro de Segurança Pública no qual teve a permissão do trabalho do Centro de
Referência que é capacitar e fortalecer lideranças. Esse trabalho foi apresentado em Brasília
45
como atividade que capacita assim Cláudia Amélia Silveira Andrade, coordenadora e
psicóloga do Centro escreveu esse projeto no Fórum, o qual contemplou o Centro servindo
para ser apresentado em forma de painel neste Fórum, no Estado do Espírito Santo. Este foi
um evento muito importante para a instituição.
popular Forró Caju. Contudo, a maior atividade no final do primeiro semestre de 2003 foi o
dia do Orgulho Gay, que resgatou um antigo concurso Rainha do Milho Fresco que escolheu a
Rainha Gay dos festejos juninos Sergipanos, uma festa popular da região nordeste.
Endereço: Rua Laranjeiras, 1473 Bairro: Getúlio Vargas, Telefone: (79) 3041-1303
bissexuais, que dela faziam parte e que gostariam de continuar desempenhando o trabalho no
grupo. Houve então a necessidade de mudar o estatuto e fazer com que a entidade não fosse
só de travestis e transexuais, e sim mista. Por isso o primeiro nome foi Associação Sergipana
de Transgêneros, recebendo em 2003, a denominação geral de ASTRA – Direitos Humanos e
Cidadania GLBT. A partir dessa data, a diretoria é sempre dividida/mista. Atualmente faz
parte da diretoria travestis, transexuais e gays. No conselho fiscal têm também bissexual,
categoria cuja dificuldade de identificação é maior, devido ao grande preconceito.
Histórico: Foi criada em 1999, no intuito de apoiar e exercer a cidadania das Travestis
no Estado de Sergipe. Naquela época elas sofreram muito preconceito, sem acesso aos
supermercados, bancos, lojas, devendo ter um companheiro para realizar essas atividades.
Quando uma travesti adoecia, não procuravam postos de saúde, hospitais devido o
48
preconceito, sendo que uma medicava a outra. Esse quadro foi modificado após a abertura da
instituição e da ajuda de Eliana Chagas, que teve a iniciativa de fundar o grupo com Luciana
Lins, primeira presidente. Elas se conheceram através de uma festa de uma travesti, onde
numa conversa, contaram as situações das travestis de Aracaju. Eliana se organizou junto às
travestis fundando a Associação das Travestis Unidas na Luta pela Cidadania. Depois de
Luciana, Jéssica foi a segunda presidente durante três anos; logo após, Cris por mais três anos,
passando novamente o cargo para Jéssica. A maior dificuldade para a fundação da entidade
foi a financeira. Eliana pagou os primeiros aluguéis da sede alugada no bairro Siqueira
Campos. Só a partir de um projeto de geração de renda, com cursos diversos como
cabeleireiro, corte e costura, manicure e pedicure, que a entidade conseguiu adquirir dinheiro
para pagar os débitos.
Público-alvo: Travestis
Objetivos: Resgatar as travestis que não tem oportunidade de emprego, para que elas
não dependam unicamente da rua. A instituição trabalha muito essa questão, não objetivando
tirar as travestis da rua, e sim criar oportunidades além da rua, para que elas possam ter opção.
Histórico: Percebendo que não tinha nenhum tema que abrangesse a área relacionada
às mulheres, foi que a Ednalva, a fundadora do MOLS, começou a questionar com o próprio
presidente da ADHONS e os outros presidentes das associações. Questionava como estava
49
Objetivos: Trabalhar pela cidadania das mulheres, com políticas voltadas para as
lésbicas, lutar, levar até os gestores governamentais a necessidade das lésbicas e bissexuais, e
começar a buscar essas políticas públicas, pois existem direitos que são negados, que não
temos conhecimentos e o papel do MOLS é trabalhar sobre tudo, inclusive informações e
sexualidade.
Serviços: Estão em processo de iniciação; partir de agosto terão uma estrutura física,
sendo as iniciativas do trabalho de informação com reuniões realizada na UNIT do centro
(Campus I).
50
acolhimento no que diz respeito a formas de oportunidade da inclusão social, por meio dos
projetos, além de evidenciar para toda sociedade aracajuana que o preconceito é uma forma de
são fornecidos para o público alvo focado, dessa maneira podendo ser assistido na instituição
Diante desse fato, com a inserção dos assistidos nas organizações, é contemplado
também a questão deles darem suporte enquanto pessoas que estão participando das
atividades destinadas a eles mesmo, ou seja, havendo a interação entre público e instituição,
há uma contribuição ainda maior para que se continue tendo visibilidade, repasses de verbas
destinadas a projetos, já que na maioria das vezes o receio e o não saber deixa de promover a
busca.
51
5 CONCLUSÃO
perspectiva de gênero possibilita uma melhor compreensão acerca das relações de poder
sujeitos investigados e análise das respostas adquiridas através das entrevistas realizadas
a ser esclarecido após muita leitura, orientação e análise dos textos e depoimentos dos sujeitos
Falar de gênero, até então, não nos levava a um conceito definido, pois eram
conceitos empíricos. Porém, com esse estudo, descobrimos o verdadeiro sentido da categoria
movimento no município de Aracaju. Assim, consideramos que a luta pelo direito à livre
orientação sexual e identidade de gênero constitui legítima reivindicação para o avanço dos
Direito.
52
LGBTT na cidade de Aracaju, enfatizando as distintas formas de representação social por elas
feitas, observou-se que cada organização mantém uma especificidade particular ligada a um
dos membros encontrados na nomenclatura LGBTT, já que visam focos isolados. Porém, sem
travestis, sofrem mais discriminação, mesmo estando todos componentes, diante da mesma
situação. Esse estudo ainda revelou a falta de participação dos que são assistidos pelas
destinadas ao público, apenas para os responsáveis que as representam, pois poucos são os
Dessa forma, o trabalho contribuiu para informar como a cidadania está sendo
estabelecida para os que são conceituados de grupos minoritários, podendo também levar o
entendimento do assunto a pessoas leigas, que agora dispõem do mesmo tipo de informação
realidade social sob a perspectiva das relações de gênero. A busca por entender como os
papéis sociais são determinados pela sociedade e como eles são constituídos, vêm se
contribuições que ele pode oferecer aos LGBTTs, para que eles busquem seus direitos
previsto por lei e presentes na Constituição Federal de 1988, que os garante de forma
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Tathiane. Cartilha Conheça sua Sexualidade, Exerça sua Cidadania, Cuide de
sua Saúde sempre. Aracaju, 2007.
PINTO, Aída Pereira. União homoafetiva: uma realidade brasileira. Aracaju, 2004.
Monografia de graduação em Direito. Universidade Tiradentes, UNIT.
RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação: as minorias na Idade Média. Rio de Janeiro:
Zahar, 1993. (Homossexuais)
VELHO, Gilberto e ALVITO, Marcos (orgs.) Cidadania e violência. Rio de Janeiro: Editora
UFRJ; Editora FGV, 1996. (cap. 9. Os homossexuais: as vítimas principais da violência).
APÊNDICE(S) E ANEXO(S)
56
Questionário
8 - Há eventos voltados para esse público na Organização ou fora dela? Em caso afirmativo,
quais são e como ocorrem?
11 - A Organização tem dados de outras Instituições que atuam com a mesma demanda, mas
que foram desativadas ou mesmo deixaram de existir?
57
TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTAS
O Centro foi inaugurado em 2008 com uma verba Federal, que veio do Brasil Sem
Homofobia e essa verba foi para ser implantada durante um ano, por isso ela deu suporte para
abrir e inaugurar, e começar as primeiras atividades durante um ano, acabando essa verba o
Centro era responsabilidade de quem?Quem ia assumir? Porque o Estado já assumi o espaço
físico, os técnicos, os estagiários e se fosse da ONGs quem assumiria, então o que aconteceu
lá, as ONGs perderam o Centro por não terem como continuar dando esse suporte, assim
umas das metas do Governo Federal é que o Centro de Referência fosse implantado dentro de
uma política de governo, suposta, dentro da política, hoje no nosso Estado quem assumi toda
a responsabilidade do Centro é Drº Kersio da Secretaria de Segurança Pública, com isso
temos um secretário que teve a sensibilidade de reconhecer o Centro como políticas públicas e
ta sim dando um maior suporte e ajuda, assim uns dos motivos para hoje existir é essa ajuda
governamental.
58
dentro da instituição que não fere em nada e desse modo pode ser feito o atendimento
específico clínico ou na parte de encaminhamento. Como também, pode-se encaminhar à
outras diversidades que tem suas clínicas onde faz o atendimento gratuito, isso é também uma
parceria do Centro. O Serviço Social é parecido com a Psicologia, pois ele pode atuar e fazer
toda a parte como assistente social que não interfere em nada no Estado. A única área que
precisa mais dessa parceria externa e a Jurídica. Portanto outro parceiro é a Universidade
Federal de Sergipe, que dá inteiramente suporte, disponibilizando certificados em qualquer
evento, seminário. Na área da Saúde tem um bom contato porque existe um trabalho de
DST/AIDS e que é governo com governo. Há parcerias formadas também com as outras
ONGs; além disso, com a OAB, assim as parcerias se tornam a depender das necessidades
como a de estruturação contando com a Casa das tintas, a Brotar mais que ainda não pode
estar utilizando por ser parte de estruturação (pintura, reforma), mas de atuação mesmo são
essas específicas: Defensoria Pública, OAB, as Universidades, as Secretarias de saúde,
educação e a própria Inclusão Social.
Seu atendimento é feito através do acolhimento quando chega uma queixa; uma
queixa por agressão ou uma discriminação dentro do próprio trabalho. Atualmente o Centro
de Referência estar atendendo um Travesti que foi proibido de usar o banheiro, e ai esse
Travesti que é um ser humano, uma mulher e que se veste como tal, tem que ser respeitada
enquanto desejos, ela precisa utilizar o banheiro são coisas básicas de um ser humano, tem
que chegar a universidade prender suas necessidades até a hora de sair, ou seja, ela tem que
ser respeitada, então o Centro está tentando administrar isto através de uma reunião com o
coordenador sendo esta umas das metas, no caso desse a instituição desenvolve suas
atividades indo no local para levantar essa demanda, questionar e levar seus direitos; outro
caso é de uma Funcionária Pública travestir que entrou com o nome cartorial, nome
masculino, mais que se veste como uma Mulher e tem que ser chamada como mulher é como
ela está (como se veste e se sente), também entraram em contato através de ofício, marcando
uma reunião com a educação e o próprio Governo porque não é que queira mudar o papel,
mas que respeite o nome social dela, pois o que vai alterar para um colega de trabalho chamar
essa pessoa pelo nome social? Vai modificar alguma coisa na vida dele? Não muda nada,
então o Centro está querendo mudar esses conceitos, solicitando o respeito.
Os eventos voltados para esse público são fóruns, seminários, capacitações dentro
e fora da instituição visitando os CRAS e CREAS, já capacitaram Psicólogos e Assistentes
Sociais dos CREAS, o Centro de Referência estar desenvolvendo juntamente com a UNIDAS,
uma instituição Estadual, um trabalho muito interessante o Balcão dos Direitos e está sendo
61
interessante para o Centro, onde tem a Defensoria Pública, Ministério Público, a Secretaria da
Saúde, OAB, UFS e UNIDAS, todos estes com representante, o quais tem trabalhado com
casos de Homossexuais na doação de sangue, sendo um tema bastante debatido na instituição
através desse Balcão de Direito.
Não consigo ver o movimento como uma pessoa ou foco exclusivo, e sim, como
uma coisa, como um todo que está lutando pelos direitos, mas não só como um direito do
movimento LGBT que a partir do momento que você luta por um direito, você luta por um
direito de todos os cidadãos. Por serem mais vistos são mais discriminados as Travestis,
porque estão ali trabalhando, muitas delas em locais que incomoda a sociedade, como
também, o seu modo de se vestir onde impõe a sua presença.
Uma instituição muito importante que deixou de atuar e tão querendo reaver é a
Dialogay que foi o primeiro movimento do Estado, reconhecido Nacionalmente, se não
também Mundialmente. Entretanto, ela não se aprofundou no assunto porque é um tema que
não tem tanto embasamento para estar falando. Só sabe que a Dialogay tem uma história e que
se faz necessário colocar a tona, porque a história de Sergipe nasceu de um movimento social,
assim o movimento LGBT nasce a partir da Dialogay, primeira instituição do Estado de
Sergipe, onde o trabalho foi belíssimo dentro do Estado. Acabou por vários rumos, por ser a
primeira instituição e por ter muitas pessoas à frente, mas que deixou de existir, lógico que
outras pessoas nasceram antes da Dialogay, pois as pessoas não nasceram com esta
instituição, mas como uma conseqüência do movimento que ali surgiu a ONGs, sendo que
existiu uma história e várias pessoas trabalharam antes da Dialogay pela visibilidade.
62
Marcelo fez um trabalho acadêmico relatando a história da ONG, como ela se deu, por
que nasceu, a origem do nome ADHONS, porque ADHONS é um Deus da mitologia Fenícia
e Grega, ele é filho de Zeus, Zeus na mitologia Grega, que teve um filho com sua filha; ele
teve um relacionamento com sua filha, nascendo ADHONS que é um dos mais belos dos
Deuses e como a maioria dos homossexuais tem muita vaidade, na época a concepção era
essa, hoje ele já discorda um pouco, mais naquela época o que se criou foi essa noção.
ADHONS era tão belo que as Deusas Isis e Osíris disputaram seu amor, então de tão belo se
63
tornou o mais belo dos Deuses. Deste mito nasceu o nome ADHONS. Daí começaram a
surgir as propostas, as idéias, até chegar a fundação oficial, porque a principal promoção é a
de Direitos Humanos, a cidadania dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgênicos, a garantia
da saúde, da educação e da diversidade cultural; estes são os três principais temas e a luta na
comunidade.
A ADHONS é sem fins lucrativos, inclusive tem título de Utilidade Pública Municipal,
Estadual e atualmente foi encaminhado o titulo de Utilidade Pública Federal, por quê? Porque
entende que é preciso que se regularize a ONG em todos os aspectos. No Brasil o Terceiro
Setor tem caráter empresarial, é que conta com o CNPG para poder ter tudo o que manda o
figurino e assim compor essa instituição. Assim, em nosso Estatuto e na Constituição
Estadual rege que ela é sem fins lucrativos, e enquanto presidente, diretores e/ou membros de
ONGs não pode ser remunerado, recebam recursos para se manter e na visão dele isso é um
equívoco nas Leis Brasileiras, pois mantêm a sede, a água, a luz, o telefone, tudo na ONG.
Dessa forma, é que vem o grande problema do Terceiro Setor. No Brasil existem ONGs,
instituições financeiras internacionais que financia projetos sociais, como exemplo temos a
fundação Airton Sena, Ford, SESI e outras instituições, só que pra onde executar um projeto
algumas ações precisam de recursos. ONG basicamente hoje no Brasil sobrevive de projetos
sociais, e o que são esses projetos? São projetos executados pela pessoa que elabora e os seis
projetos da associação quem criou fui eu, com ajuda de algumas pessoas formadas em
Português, por que precisa corrigir. Um exemplo, o Ministério da Cultura abriu um edital para
premiar as instituições LGBTT que têm projetos executados de 2007 à 2008. A ADHONS
concorre a este prêmio, porque fizemos um projeto em parceria com o Ministério Público da
Cultura pra desenvolver ações na área do teatro, dança e maquiagem. Mas esses recursos são
pagos a profissionais, por isso o equívoco. Existe uma confusão no Brasil tão grande! Quem é
de ONGs tem dinheiro, pois a fundação Xuxa Meneghel e o Instituto Luciano Barreto Júnior
64
tem muito dinheiro por que são empresários. Mas os representantes das ONGs só recebem no
mínimo 20 mil pra executar um projeto e este dinheiro é usado pra pagar profissionais,
técnicos, iluminador etc. Todo o dinheiro é gasto e ai o que acontece? O projeto e o dinheiro
da ONG acaba isso é o grande perigo, pois acaba o dinheiro da ONG e agora? Então no caso
da ADHONS através dos projetos que realizamos, conseguimos os recursos, assim a
associação realizou seis projetos sendo que coordeno alguns porque sou educador e trabalho
na assistência, uma de minhas paixões. Por exemplo, o I Seminário de Direitos Humanos e
DST/HIV/AIDS - Projeto Segura Meu Rei, que teve como público alvo educadores sociais na
luta contra AIDS. Este foi um projeto executado para crianças (meninas e meninos de rua) e o
dinheiro deste projeto acabou, pois foi destinado para pagar profissionais, foi um evento que
precisou de alimentação, transporte, palestrantes. Na realização de alguns projetos às vezes
pedimos a colaboração de algum participante, um exemplo disto é Robson Anselmo, da
Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMASC, um especialista em Terceiro Setor,
educador, palestrante, que convidou técnicos da assistência pra fazer o projeto. Outro que
aconteceu da mesma forma foi o da Cultura onde foi convidado Satede, Virginia, Dotal e
Cristal pra fazer, o maquiador. Mas só que estes recursos não são destinados para a ONG, é
essa a confusão que existe no Brasil. Se algumas pessoas criam uma ONG para desviar
recursos público não é caso da ADHONS, porque a instituição tem seis anos de existência, e
parte da estrutura da associação vem do próprio recurso do presidente. Na Argentina as
pessoas doam recursos voluntariamente; já no Brasil os recursos vêm dos projetos sociais.
OBSERVAÇÃO:
Relatou como representante legal, que vê uma população muito despolitizada e que as
pessoas precisam se politizar, e o que é? É se apoderar de informações, e é este o grande
problema da sociedade, a falta de informações, pois existe um rótulo muito grande as pessoas
criticam sem conhecer, se morrer um homossexual atira uma pedra, cadê as ONGs e as
lideranças? Mas a associação estar lá aberta de segunda à sexta e tem gente que não vai,
porque acha que é um bando de viado com AIDS, infelizmente, junta o preconceito, a
sociedade, a igreja e os Gays de classe média alta, porque eles estão em seus apartamentos de
luxo, ricas finíssimas, maravilhosas, então não comparecem na associação que está na base,
sendo assim vejo um público que ainda precisa de informações e busca suas informações e se
apodera; uma massa ainda infelizmente, que deve se politizar e conhecer mais não só ... mas
66
uma massa da sociedade , agora é um público que tenho tentado trabalhar, tem se organizado,
lutado, feito eventos, tem lutado de todas as formas para tentar ... essa população e ai o
processo de crescimento que aos poucos vou tentando compreender e vai se politizando cada
dia.
A forma que o público é atendido vai depender do caso, quando se trata de violência a
primeira coisa que se faz é o acolhimento, onde o presidente marca uma conversa para saber
do fato, de como ocorreu, e a depender do caso é encaminhado para a delegacia de grupos
vulneráveis e depois tenta conseguir um advogado na Assessoria Jurídica, atendimento
psicológico e assim é recaminhado pra as instituições responsáveis; na área da prevenção ele
acolhe na distribuição de preservativo que é na associação, quando tem alguma dúvida com as
doenças sexualmente transmissíveis, tem informativo na associação com os endereços dos
órgão responsáveis que é a delegacia de grupos vulneráveis, onde faz o teste de HIV/AIDS,
sendo assim o atendimento de diversas maneiras, já que a associação não tem uma equipe
técnica de psicólogos e assistente sociais voluntários.
O Dialogay foi um grupo importante que teve sua história cumprida, mais que chegou
em um determinado momento que não tinha mais condições de continuar e é um processo
histórico natural, assim chegando o seu momento, por exemplo quanto presidente ele luta
como cão de guerra pra que a ADHONS não acabe. Foi criada a Associação de Defesa
Homossexual - ADAH sendo que o presidente esteve na ADHONS, já outra instituição que
deixou de existir foi a Associação Lagartense de Gay e Afins - ALGA.
68
os seus projetos são voltados mais para o programa, então os repasses são de acordo com os
projetos que a instituição mantém.
A sociedade naquela época via as travestis como um tipo de coisa que só podia
sair a noite, parecendo um morcego, que não podia sair de dia, hoje depois da fundação d a
unidas, elas saem durante o dia, travestis vão a loja, shoppings, parques, e estão presentes em
todos os lugares,inclusive até nas novelas,então muita coisa mudou depois que as travestis
passaram a se organizar e lutar pelos seus direitos.
A unidas tem uma Assistente Social que elas acostumaram a chamar de mãe,
então as travestis vão pra casa dela, porque tem uma carência muito forte desde infância, já
que a grande maioria das travestis saíram cedo de casa,então elas adotaram Eliana como mãe
e muitas das vezes,a própria é criticada por conta disso,por chamar e ter ela como mãe.Jessica
mesmo encontrou nela, o que não encontrou em sua mãe,ela foi bem acolhida,quando as
travestis chegam na Associação são bem tratadas,acolhidas,tem um apoio de Associação e
70
tanto Eliana quanto Jessica dão um grande suporte a todas,se sentindo assim em
casa.Atualmente a associação tem advogado.
Tem a travesti Transexual e tem as Drag‟s quins que na maioria das vezes as
pessoas confundem. Jessica relata que certa vez estava conversando com uma pessoa que lhe
falou ter ido a uma festa onde tinha uma travesti fazendo performance, estando também
maquiada, logo Jessica veio esclarecer qual a diferença entre as partes,já que travesti se
traveste 24 horas de mulher,tem peito(seios),a maioria não tem pelo no rosto e corpo,é isso
que ela vê como sendo uma travesti,não o individuo que faz performances de shows .No
passado elas diziam que as travestis eram aquelas que tinham silicone,hoje não se vê mais
desse jeito,o fato da pessoa se travestir como mulher,já a faz ser travesti na concepção de
Jessica,já a transexual é a que faz cirurgia física ou de cabeça (ex:uma determinada pessoa
pode dormir e acordar e dizer que é transexual e ninguém vai dizer que não).Então a maior
característica da travesti é ser toda feminina(se sentir feminino,mulher)
A travesti ela já é notada em quase todo lugar, porque chama muito a atenção,
porque a travesti passa em qualquer lugar e as pessoas param, se ela tiver seios e bumbum
bem volumosos, as pessoas olham logo e dizem afé que travesti dos seios enormes, às vezes
está em certos lugares também faz a pessoa perceber e olhar de outra forma.
71
Sendo ONG, o MOLS vai fazer um ano em agosto [...] quando lançaram o MOLS e
houve uma preparação toda, esperou também por uma data especifica, uma data nacional, 29
de agosto, dia Nacional da Visibilidade Lésbica, é uma data comemorada nacionalmente e
então nesse processo de aprendizagem, ela esperou que chegasse no dia 29 de agosto, pra ser
lançado, a instituição praticamente em 2007, mais o MOLS já existia entre 2003 e 2004, só
que tem o processo de formação política, que você se da conta que tá preparando algo novo,
inédito, foi assim que ela começou a desbravar esse [...] já as parcerias procurou relacionar o
Centro de Referência que foi umas das vitórias também, que todos os Estados tem o centro
que vai da assistência ao movimento LGBTT e a seus usuários, Secretária de Segurança
Pública através do Centro de Referência, inclusive o lançamento do MOLS e foi no Centro e a
partir [...] fizeram parcerias com a Secretária de saúde porque uma das características e
trabalho vai ser e é voltado pra saúde pública da mulher, das lésbicas, das bissexuais, e já
fizeram parcerias com as Secretárias no intuito de começar a entrar dentro dessas áreas que
mexe muito com a saúde da mulher. Tem as lésbicas que já são idosas, tem a questão do sexo
seguro entre as mulheres, lésbicas que são virgens que nunca se relacionaram com homens,
como é que os postos de saúde trabalham com essas mulheres, como é o atendimento dado a
elas relacionadas a virgindade da própria mulher porque tem lésbicas que nunca se deitaram
com homens, nunca tiveram relacionamento hetero e elas por terem uma vida sexual ativa só
com mulheres, então a associação tem uma preocupação com a saúde da mulher, em questão
do útero, câncer de mama, é bem especifico, e também o fato da lésbica pra elas chegar ao
posto de saúde igual a uma “mulher normal” com o procedimento normativo que a sociedade
impôs, ai ela vai no posto de saúde e as perguntas voltadas pra ela sobre o relacionamento
dela, a intimidade,e elas ainda são um pouco inibidas,tem ainda aquela questão de expor a sua
72
intimidade, e elas ainda são um pouco inibidas, tem ainda aquela questão de expor a sua
intimidade, ai ela que faz capacitação dentro do[...], da saúde, nos hospitais, direitos humanos,
é muito extenso e muito trabalho.
espaços para que as mulheres comecem a se mostrar, ela vê um público ainda que não tem
uma preparação pra encarar esse preconceito da sociedade, aí o MOLS com esse trabalho do
tipo de informação, conscientização, quer trazer o público que geralmente está mais no
guetos, então o que querem é atrair essas mulheres e mostrar o caminho que elas tem com
direito de cidadã independente de sua orientação sexual, é como se essas mulheres, por ser
uma das características delas de não se expor, elas acabam se encontrando em bares e ainda
tem aquela reclusão de não se expor muito para a sociedade. O público ainda aqui no Estado
de Sergipe está começando a ter conhecimento dessa liberdade agora, e ela ainda se perguntou
por quê? Porque a partir do MOLS, a partir que se tem o movimento de lésbicas de Sergipe, é
significante que tem mulheres a mostrar a cara e exigir seus direitos como cidadã, e sendo eu
lésbica feminista, ela percebe com o também teve essa dificuldade de sair, começar a exigir
esses direitos e batalhar como uma lésbica feminista, ainda ela vê com o uma área muito, com
uma vasta dificuldade pra ainda trabalhar com esse público. Vão trabalhar conscientização,
informação, divulgação, porque trazer mulheres assim pra rua mesmo, elas querem fazer tipo
o como elas foram para o Fórum Social Mundial, é levar as mulheres pra rua, marcha,para a
parada gay que elas tem de especial, porque tem lésbicas que cometem o suicídio, elas não
dividem seus problemas interno, porque não quiseram se expor, uma coisa que aconteceu
muito nos interiores também é o suicídio, de mulheres que se descobrem lésbicas e devido
aquele tradicionalismo hetero patriarcado principalmente nos interiores que as mulheres são
tidas pro marido, pra cuidar da casa, dentro daqueles padrões conceituados de passividade,
submissão, ela foi feita pra procriar, cuidar do esposo, a sociedade é como se ela esculpisse a
mulher para aquele papel, quanto as lésbicas tem um histórico muito grande por traz, porque o
trabalho da associação não vem expor apenas a atração sexual que elas tem por mulheres ou
atração sexual por pessoas do mesmo sexo, vão além disso e isso é uma forma política de
reinvidicação, quando as mulheres começam a perceber que elas tem o direito de escolher ir
pra maternidade, se ela quer ou não se deitar com um homem. Nós temos um modelo de
sociedade totalmente voltado pra esse machismo, onde ela coloca a mulher no seu padrão
social, ai quando Ednalva diz que somos lésbicas, quer dizer que não são mulheres, quando
ela diz que não são mulheres, ela se refere as mulheres socialmente e culturalmente falando.
O MOLS ainda está em processo de iniciação e a partir de agosto que vai ter uma
estrutura física, que ainda não tem (ainda não tinha no período da entrevista), por isso para as
reuniões, elas são feitas na UNIT do centro (Campus I), que foi oficializado com o Diretor e
ele sede sala para as reuniões e não tem uma estrutura física assim pra ficar fazendo esse
74
atendimento, tendo esse controle que pudesse nos passar no momento, mais tem pessoas
afiliadas ao MOLS, tem documentação, ta na agenda de processo de fase de crescimento, ta
dentro das iniciativas do trabalho de informação, filiação, atualmente legalizado na
documentação e tem em torno de 15 a 20 meninas (público atendido), é muita gente que tem
contato.
O MOLS surgiu foi no Conjunto João Alves, onde ela morava e trabalhava em uma
pizzaria nesta localidade, e a dona da empresa só contratava apenas mulheres com bio tipo
masculino, ai ela começou a conversar com as meninas, observar e que achava interessante, e
a gente poderia criar um movimento a partir daí tem que exigir seus direitos e ela começou a
conversar com elas sobre isso e ai nesse período ela não tinha nada, nem pensava no MOLS e
ela até levou o representante da ADHONS para a palestra e nessa reunião teve 30 pessoas,
este evento foi bem legal, daí acabou e tem aquelas questões internas quando a instituição
procura seu perfil, acaba criando uma situação desagradável com outras instituições, mas o
MOLS começou bem antes dentro assim Somos Lés que caracterizou, onde trouxe o
Movimento Lésbica de Sergipe, mais se discutia isso bem antes no Conjunto João Alves e foi
daí que começou exatamente as reuniões. Porém o Somos Lés foi bem antes do MOLS e ela
estava na ADHONS em que não tinha conhecimento, só que na ADHONS ela recebeu o
convite para representa as Lésbicas nesse evento já que ela era a única Lésbica na instituição e
sempre ficava questionando sobre as mulheres, cadê as mulheres, cadê o representante das
Lésbicas e ela percebeu que só era ela, então quando ela foi pra esse evento e começou a
conversar com as meninas ela viu a forma política de se trazer para o Estado o Movimento de
Lésbica de Sergipe.
Em agosto do decorrente ano vai ocorre uma semana de evento na Fapese que é um
curso de formação política com o professor [...] e as pessoas são super capacitadas que vão
estar ministrando temas e esse é o primeiro curso de formação política pra movimento sociais
e o MOLS vai ta coordenando, então esse vai ser o primeiro evento inédito no Estado de
Sergipe sendo um trabalho que antecede o dia 29 de agosto que é o Dia da Nacionalidade
Lésbica e Nacionalmente é a Semana da Visibilidade Lésbica e aqui no Estado vão fazer a
Semana da Visibilidade Lésbica com o curso, e isto será uma atividade especifica do MOLS,
onde serão realizadas atividades, palestras e oficinas. Já os eventos que Ednalva participou
como representante do MOLS foi de um trabalho realizado na UNIT( Campos II) pela
professora Jesana, parada Gay , mais voltadas para a associação ela foi em alguns eventos
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nacionais por ainda estar em processo de iniciação, estando com dez meses de funcionamento,
assim participou do Fórum Social Mundial levando materiais da associação, fazendo a
divulgação e participando de discussões com a Liga Brasileira de Lésbica – LBL, e a
Articulação brasileira de Lésbica - ABL com quem são afiliadas sendo este um órgão nacional
que tem afiliações com o MOLS, também são afiliadas com a ABGLT, então por conta da
associação estar em processo de criação, tem uma agenda muito grande pra começar a
trabalhar, e Ednalva objetiva uma meta para depois do dia 29 de agosto em que a associação
faz um ano, que é destrinchar todos os eventos do MOLS.
Na minha opinião a própria sigla é uma característica bem forte, sendo que dentro dos
movimentos sociais é a organização, pois quem estar de fora não percebe que é um
movimento organizado, bem e a outra característica é evidente.
Segundo a sua visão dos membros da composição que se evidencia mais atualmente e
justamente por ser uma questão de segurança que envolve violência, exposição física são as
Travestis, porque se expõe mais, é bem mais visualizadas, tendo o problema relacionado com
a prostituição que é uma questão de sobrevivência, como também a forma como ela se
apresenta na sociedade que é considerada muito chocante, assim o retorno quando a sociedade
vê é muito violento e acaba com a morte de um travestir, a exemplo, se elas são evidenciada
mais, se expõe mais, são atacada mais, então as lésbicas ainda não começaram as
reivindicações, assim ela acredita que as lésbicas não vão ser agredidas como são as travestir,
apesar de ter um termo em inglês [...] que são aquela mulheres que tem o biótipo masculino,
tem uma maneira de se expressar bem masculinizada.
Dessa forma quando ela se refere “masculino” porque a lésbica não que ser um homem,
ali é todo um processo psicológico a reprodução de um bio tipo masculino que não tem nada a
ver com a homossexualidade dela e que ta querendo ser um homem ou agir como tal, apesar
de que infelizmente um dos nossos grandes problema [...] da lésbica no geral, é a reprodução
da heterossexualização dentro dos casais homossexuais e que eles acabam reproduzindo a
sexualidade hetero, ou seja, em um casal de lésbica geralmente se pergunta quem é o homem
e quem é a mulher, ai eles colocam entre gênero, vai se descobrir quem é o sexo masculino ou
feminino, ai não existe isso e sim o que eles chamam a heterossexualização dos casais
homoafetivas e que acaba por reproduzir o que os casais hetero são, e isso é uma das falhas
saber se conscientizar dos papeis, sendo que elas acabam reproduzindo isso
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inconscientemente devido à sociedade, modelos culturais e depois que ela começou a fazer
umas pesquisas com lésbicas feministas, ela tem o maior orgulho de dizer hoje é que se
devem conscientizar essas mulheres de que é realmente ser lésbica, qual é o seu papel de
lésbica. Ainda falou de um texto de Safo que é uma sacerdotisa e poetisa que começou a
propagar o amor entre mulheres, e originou a lesbianidade milenar, antes de cristo, assim hoje
ela diz que é uma discípula de Safo e que tem lésbicas que não sabe quem foi Safo e esse é
um trabalho que ela que fazer de conscientização, de que elas não sabem da sua própria
lesbianidade e isto é uma coisa pra ser trabalhada, como também os aspectos políticos,
psicológico e culturais.
A associação se chama MOLS, porque uma pessoa disse a Ednalva para que não se
chamasse MOLS, pois poderia ser agressiva a palavra lésbica, mais ela disse que este era um
Movimento de Lésbica de Sergipe, ela é lésbica e a gente tem uma política pra ser trabalhada
aqui e sua intenção de criar esse nome era justamente atrair a atenção para o nome Lésbica.
Uma instituição que veio atuar e que foi desativa, ela só sabe do Dialogay, a mais antiga
que parou de atuar com demanda e inclusive seus representantes daquela época, estão
voltando a se encontrar e isso ela acha que eles estão querendo ativar a ONG, mais que dados
ela não tem disponível.
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DIALOGAY
Cardoso como na Atalaia, e discussões sobre a luta de combate a AIDS, sobre a luta LGBTT,
onde expôs materiais na UNIT, UFS e em várias faculdades onde realizaram vários tipos de
palestras sobre a violência, direitos humanos, sobre tudo a tudo, ele sabe que esse [...] fazer e
promover várias atividades, várias coisas, várias palestras, tanto para a PM quanto para
empresas de ônibus, para motoristas, também tiveram trabalhos em relação às pessoas que
sofrem preconceito, violência, hoje dá-se o nome de homofobia.
Diante disso conseguimos várias vitórias, como o nome em uma rua, na câmara
dos vereadores na época do vereador Juvenal Francisco Santos, com a Rua 28 de junho que é
uma comparação do dia do orgulho de identidades homossexuais por isso que hoje depois
dessa data existem as paradas, as diversidades, os games na Bahia, em Sergipe e no mundo,
graças a Deus estou vivo e com 54 anos de idade, três décadas de movimentos LGBTTs na
luta contra a AIDS, moro na Bahia em São Sebastião do Passé precisamente hoje fundei outro
grupo neste local pelos direitos humanos LGBTTs e aonde promovo a parada do Norte –
Nordeste, com 70 mil pessoas com direitos humanos, com diversidade, com palestras, com
condição, aonde vem gente de todo o mundo.
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Fire do Brasil que é uma ONG de Salvador que é uma ONG internacional e que gerenciava
recursos da UNAIDS aqui, agora a gente tem uma parceria com a PACTE que é uma ação
regional que a ASTRA é responsável pelo Centro de Capacitação Regional de Travestis e
Transexuais, então a gente ta iniciando na verdade agora, ainda não começou a parceria com a
PACTE, e tivemos projetos já com o Ministério Cultura e o Ministério da Saúde através do
Programa da Saúde DST / AIDS que é parceiro nosso desde a primeira parada e assim em
outras ações como projetos de prevenção nos interiores do Estado e projeto de capacitação e
integração de travestis e transexuais, desenvolvimento na verdade do encontro do nordeste
que a gente ta fazendo no final desse mês com apoio do programa nacional.
O público alvo seria o público LGBTT seriam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais, só que para ser bem sincera a gente tem uma facilidade maior de trabalhar com o
público de gays, bissexuais masculinos e com as travestis e transexuais, a gente tem muita
pouca freqüência de lésbicas, tem até digamos algumas atividades, algumas reuniões a gente
recebe mais é muito menos, assim basicamente nosso trabalho fora a parada que é uma coisa
mais ampla é basicamente voltada para gays, bissexuais masculinos, travestis e transexuais.
que a parada é muito importante, parada interage com toda sociedade, as atividades que a
gente faz do orgulho tem esse intuito de interagir fazer com que a sociedade comungue com a
comunidade LGBTT , uma sociedade sem nenhum tipo de distinção, como raça, sexo,
identidade de gênero, religião, então acho que é muito gostoso assim você visualizar esse
avanço, a parada tendo esse grande perfil de mudança cultural, mudança social,com a questão
da população nossa, então a gente visualiza isso que a gente tem muito que ainda trabalhar,
que a gente tem muito querer de inserir a população LGBTT digamos ainda temos coisas que
ainda parecem distantes do nosso universo como não ter como só alternativa a prostituição de
travestis e transexuais, a gente pensa que isso é algo que assim ta tão difícil de se concretizar
mas se a gente pensar que até mais ou menos quinze anos atrás travestis e transexuais só era
visto como objeto sexual, que só vivia a noite, que durante o dia vivia escondida de toda a
sociedade a gente vê que já deu um grande pulo.
Os eventos são a parada anual, o refresco cultural quinzenal é uma atividade onde
fazemos oficinas dentro dela, a quarta legal é uma atividade onde o psicólogo media uma
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discussão, provoca que essa discussão fique mais acalorada, que é uma estratégia nossa, é
uma vez por mês essa atividade, esse atendimento médico voluntário que é uma vez por mês,
a primeira segunda – feira de cada mês aqui na sede, a questão de nossas atividades externas
de intervenção hoje digamos alguns projetos a gente tem muitas atividades externas como a
questão do projeto [...] de drogas a gente ta executando junto com a ASTRA [...] nos pontos
de prostituição e pontos de sociabilização de gays a noite na capital, é as oficinas e os projetos
que são aqui também na sede, tem uma série de atividades.
A instituição que deixou de atuar foi o Dialogay, onde a ASTRA começou, o Dialogay
foi o segundo grupo mais antigo do país que deixou de existir por causa de é problemas
judiciais, ligadas a uma denunciação da última administração do grupo que acabou assim
tirando na verdade o cunho de organização não – governamental dando um cunho mais de
empresa Dialogay que foi muito nocivo quando as pessoas na verdade precisavam ter a alma
de militantes, as pessoas estavam com a alma de funcionários, então aí por isso a instituição
acabou, foi muito traumático na época mais aí por outro lado nasceu um novo movimento, a
gente deu um novo rumo pro movimento e a parada é muito importante pra isso, a parada foi
uma grande âncora pra assim não deixar acontecer como em outros Estados, a gente tem casos
em outros Estados que aconteceu algumas questões que acaba que no momento crucial o
movimento fragiliza e fica mais fraco e aqui em Sergipe não, Sergipe se deu uma nova cara,
uma nova visão e na minha avaliação o movimento ficou muito mais forte, muito mais cara de
movimento.
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