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LONDRINA-PR
2010
CAIO VICTOR LOURENÇO RODRIGUES
LONDRINA-PR
2010
REMOÇÃO DE NITROGÊNIO PRESENTE EM LIXIVIADO DE
ATERRO SANITÁRIO PELO STRIPPING DA AMÔNIA LIVRE
COM ALTERNATIVA DE RECUPERAÇÃO DA AMÔNIA
Londrina, 07/12/2010
______________________________
Profa. Dra. Deize Dias Lopes
Dedido este Trabalho aos meus pais,
Sebastião Donizetti Rodrigues e Solange Maria
Lourenço Rodrigues, e também a todos
aqueles que amo.
AGRADECIMENTOS
E por fim agradeço aos meus pais que não mediram esforços para
que eu me tornasse uma pessoa de bem e com uma grande carreira profissional,
sempre buscando a melhor formação acadêmica e ensinando grandes valores.
Nesse últimos cinco anos se privaram de seus interesses para dar apoio financeiro e
emocional, para que longe de casa eu pudesse concluir minha graduação.
“Cada dia a natureza produz o suficiente para
nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe
fosse necessário, não havia pobreza no mundo
e ninguém morreria de fome.” (Mahatma
Gandhi)
RODRIGUES, Caio Victor Lourenço. Remoção de nitrogênio presente em
lixiviado de aterro sanitário pelo stripping da amônia livre com alternativa de
recuperação da amônia.2010. 80p. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Civil), Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
RESUMO
ABSTRACT
The solid waste should be properly destined for don’t cause problems to the
environment and public health. Generally, in Brazil the option is for the
accommodation of the soil, and its better form is the landfill, even when properly
operated and monitored effluents should be properly treated, being one of the
effluent is leachate.Still the variability of quality characteristics can be characterized,
in general, the leachate for the presence of high nitrogen and organic matter. The
removal of nitrogen can occur through biological treatment or physico-chemical,
depending on the characteristics that this presents and the resources available. A
physical-chemical treatment that can be used is the stripping of free ammonia, the
volatilization of the volatile part of the ammonia nitrogen, but the released ammonia
gas is toxic and can cause problems for humans and the environment. The recovery
of this gas can occur by absorption in a solution of sulfuric acid (H2SO4) to form
ammonium sulfate (NH4) 2SO4, that can be used in agriculture as fertilizer, and
sprayed on crops.One target of this research was to develop a prototype in a bench
scale, so that studies of this absorption could be developed. The prototype consisted
basically of a tank to perform the stripping and collection systems of ammonia gas,
so that in a next bottle that could be neutralized by an acid solution. Altogether six
batches were made, five with complete system and one for analysis only of
stripping. The system to the collection of ammonia gas was not effective, but future
research may take this study as a basis to propose and solve the problems. As for
the stripping of free ammonia, the research could study it under different conditions,
with geometric changes of the system and characteristics of leachate, as pH
increases, for example. The batch made with the correction of pH to 10.4, with TDH
of 11 days and generated a 97% removal of ammonia nitrogen present, similar
efficiency to other processing systems for stripping in the open, but under these
conditions was a TDH slightly lower than that found in the search. Finally, it was
possible to verify how the decay of the N-ammonia and alkalinity in the medium
during treatment, and one can state that actually are proportional, and that the
removal efficiency of ammonia-N is dependent on the amount of free ammonia
present.
Tabela 3.1 – Características típicas do lixiviado dos aterros brasileiros na fase ácida
................................................................................................................................. 26
Tabela 3.2 – Características típicas do lixiviado dos aterros brasileiros na fase
metanogênica ........................................................................................................... 27
Tabela 3.3 – Formas predominantes do nitrogênio.................................................. 34
Tabela 3.4 – Valores máximos permitidos em rios de acordo com a sua classe de
classificação ............................................................................................................. 36
Tabela 3.5 – Variação das constantes de dissociação do íon amônio e da amônia
não ionizada com a temperatura .............................................................................. 40
Tabela 4.1 – Resumo das características dos frascos 01 e 02 nas seis batealdas
realizadas. ............................................................................................................... 53
Tabela 4.2 – Tempo de detenção hidráulica de cada batelada. .............................. 61
Tabela 5.1 – Resultados do stripping da amônia livre obtidos nas cinco bateladas.
................................................................................................................................. 62
Tabela 5.2 – Eficiência do stripping da amônia livre do lixiviado obtidos nas cinco
bateladas. ................................................................................................................ 63
Tabela 5.3 – Relação entre nitrogênio removido e características físicas do lixiviado.
................................................................................................................................. 63
Tabela 5.4 – Resultados da solução de ácido sulfúrico obtidos nas cinco bateladas.
................................................................................................................................. 63
Tabela 5.5 – Resultados da do stripping da amônia livre na batelada BE. ............. 63
Tabela 5.6 – Eficiência do stripping da amônia livre do lixiviado ao longo do tempo
obtidos na batelada BE. .......................................................................................... 64
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
% - Porcentagem
°C - Grau Celsius
µg - Micrograma
µS – Medida de condutividade
a - Área específica m²/m³;
cg - Concentração de contaminante no gás
cL - Concentração de contaminante no líquido
CL - Maior concentração na fase líquida
CL* - Concentração na fase líquida em equilíbrio com a concentração na fase
cm - Centímetro
g – Grama
h - Hora
H – Constante de Henry (atm)
KaN - Constante de dissociação do íon amônio
Kbn - Constante de ionização da amônia
KL = taxa de transferência de massa gasosa
KL a = constante de transferência
kg - Quilograma
km – Quilômetro
L - Litro
3
m - Metros cúbicos
m - Massa do soluto kg
m - Metro
mg - Miligrama
min - Minuto
mL - Mililitro
R – Constante Universal dos gases
T – Temperatura em Kelvin
V - Volume do líquido m³.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 18
2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................................. 18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 18
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 19
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ................................................................................................ 19
3.2 LIXIVIADO GERADO PELOS ATERROS SANITÁRIOS ......................................................................... 23
3.2.1 Características do Lixiviado ..................................................................................... 24
3.2.2 Formas de Tratamento do Lixiviado ........................................................................ 28
3.2.5 Considerações Finais ................................................................................................ 32
3.3 NITROGÊNIO ....................................................................................................................... 33
3.3.1 Nitrogênio no meio e seus efeitos ........................................................................... 33
3.3.2 Formas de Tratamento do Nitrogênio ..................................................................... 36
3.4 STRIPPING .......................................................................................................................... 38
3.4.1 Nitrogênio Amoniacal .............................................................................................. 38
3.4.2 A Dinâmica do Stripping .......................................................................................... 41
3.4.3 Variações do Stripping ............................................................................................. 43
3.4.4 Correção do pH ........................................................................................................ 45
3.4.5 Considerações Finais ................................................................................................ 46
3.5 REUTILIZAÇÃO DO GÁS AMÔNIA E NUTRIENTES ........................................................................... 47
3.5.1 Malefícios do Gás Amônia ....................................................................................... 47
3.5.2 Recuperação do nitrogênio e uso na agricultura .................................................... 48
3.5.3 Recuperação do gás amônia em solução de ácido sulfúrico .................................. 49
3.5.4 Considerações Finais ................................................................................................ 50
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 52
4.1 SISTEMA EXPERIMENTAL ........................................................................................................ 52
4.1.1 Sistema 01 ............................................................................................................... 53
4.1.2 Sistema 02 ............................................................................................................... 55
4.1.3 Sistema 03 ............................................................................................................... 56
4.1.4 Batelada Extra ......................................................................................................... 59
4.2 PREPARAÇÃO DO LIXIVIADO .................................................................................................... 59
4.3 OPERAÇÃO DO SISTEMA ........................................................................................................ 60
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 62
5.1 RESULTADOS ....................................................................................................................... 62
5.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................................. 65
5.2.1 Sistema 01 ............................................................................................................... 65
5.2.2 Sistema 02 ............................................................................................................... 66
5.2.3 Sistema 03 ............................................................................................................... 67
5.2.4 Batelada BE.............................................................................................................. 68
5.2.5 Eficiência do Stripping ............................................................................................. 70
5.2.6 eficiência do recolhimento do gás amônia .............................................................. 73
5.2.7 Comentário geral sobre pH e Alcalinidade .............................................................. 75
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 76
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 77
16
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
orgânica, enquanto que na Europa essa parcela cai para 25%, como indica Reichert
(1999).
Além da matéria orgânica putrescível, outros componentes podem
fazer parte da composição dos resíduos, como papel e papelão, plástico, vidro,
metais e outros. Essa ordem geralmente representa a porcentagem de cada
componente nos resíduos urbanos no Brasil.(FLECK, 2003).
Os resíduos sólidos urbanos, independentemente de sua
constituição necessitam ser corretamente dispostos. Existem basicamente quatro
maneiras de realizar esse destino: acomodação no solo, compostagem, reciclagem e
incineração.
A compostagem é o processo biológico de decomposição da matéria
orgânica através da bioxidação aeróbia, gerando um composto rico em macro e
micro nutriente, estável e livre de patógenos, o qual poderá ser utilizado na
agricultura como fertilizante para adubamento de culturas, além de proteger o solo
contra a erosão. Apresenta como resíduos o dióxido de carbono, água e substâncias
minerais. O processo pode ser natural ou acelerado, através da aeração para que a
produção do composto seja mais rápida. Para que o resíduo sólido urbano possa ser
usado na compostagem, é necessário que anterior ao processo o mesmo sofra uma
triagem para que haja a separação apenas da parte orgânica. Usar esse processo
nos RSU é interessante, uma vez que como visto, esse apresente em média 50% de
matéria orgânica, e os outros componentes como vidro, plástico e metais podem ser
reciclados, por fim reduzindo bastante o volume do “lixo” (BRAGA, 2002 apud
Morais, 2005; FERNANDES et. al., 1999; JARDIM et al.. 1995).
Outra maneira de se destinar os resíduos sólidos urbanos é a
incineração, que consiste na queima do “lixo” a altas temperaturas
(aproximadamente 900ºC), gerando basicamente dióxido de carbono gasoso, vapor
de água e sólidos inorgânicos, geralmente inertes. Além desses, outros compostos
podem ser eliminados na queima dos resíduos, como metais pesados, produtos de
combustão incompleta e novas substâncias químicas, esses compostos mais as
cinzas resultantes da combustão, são tóxicos e merecem atenção especial. Os
gases tóxicos devem ser retidos em filtros e as cinzas serem corretamente dispostas
em aterros sanitários especiais. Esse fato, somado ao alto custo são as principais
desvantagens do sistema.
21
Jucá (2002,
(2002 apud HOSSAKA, 2008)) observou que na década de 90
o Brasil apresentou uma evolução quanto ao destino final de seus resíduos,
crescendo o número de aterros sanitários e outras maneiras corretas de destinar os
resíduos,, como a incineração e a compostagem. Pôde-se
Pôde se observar que a tendência
no Brasil é o uso dos aterros sanitários, fato observado também em países da União
Européia, Mediterrâneo e Estados Unidos (LEAHY et al., 2000; DING et al., 2001;
CASTILHO et al., 2001; TYRREL et al., 2002 apud MORAIS, 2005).
2005
Tabela 3.1 – Características típicas do lixiviado dos aterros brasileiros na fase ácida
Variável Mínimo 10% 20% 80% 90% Máximo Ref.
pH 4,4 4,8 5,1 8,3 8,3 8,4 13
Alcalinidade total (mg/L de
170 460 25000 32000 7
CaCO3)
Turbidez (UNT) 100 540 1
Condutividade (µS/cm) 230 45000 4
DBO (mg/L de O2) 1 15 35 25400 29800 55000 12
DQO (mg/L de O2) 90 180 540 53700 74000 100000 13
NKT (mg/L de N) 1,7 3000 4
NAT (mg/L de N) 0,07 10 1800 2000 9
N-NO2- (mg/L) - - - - - - 0
N-NO3- (mg/L) Nd 45 3
P-total (mg/L) Nd nd 107 260 5
Cloreto (mg/L) 275 4700 2
ST (mg/L) 400 1000 39300 45000 7
STV (mg/L) 78 260 21800 26700 6
STF (mg/L) 40 28400 4
SST (mg/L) 10 7000 4
Fe total (mg/L) Nd 0,004 500 1400 8
Cd total (mg/L) Nd nd 0,009 0,1 7
Cu (mg/L) Nd nd 0,5 0,8 7
Cr (mg/L) Nd nd 0,6 1,2 5
Mn total (mg/L) Nd 115 4
Ni (mg/L) Nd 6,5 4
Zn (mg/L) Nd nd 7 27 7
Pb total (mg/L) Nd nd 1,3 1,5 6
CT (NMP/100 ml) 200 5x107 1
*
OBS: Ref = nº de referências das quais se obteve dados para a variável; nd = abaixo do limite de
detecção; CT=coliforme termotolerentes
Fonte: SOUTO (2009)
27
Tabela 3.2 – Características típicas do lixiviado dos aterros brasileiros na fase metanogênica
Variável Mínimo 10% 20% 80% 90% Máximo Ref.
pH 5,9 6,8 7,1 8,7 8,8 9,2 32
Alcalinidade total (mg/L
125 200 425 11900 15800 20200 19
de CaCO3)
Turbidez (UNT) 0,02 4,5 6 540 550 620 11
Condutividade (µS/cm) 100 1850 2520 25600 29400 45000 23
DBO (mg/L de O2) 3 30 60 6000 9300 17200 30
DQO (mg/L de O2) 20 400 700 13500 18600 35000 34
NTK (mg/L de N) 0,6 20 90 3000 3200 5000 13
NAT (mg/L de N) 0,03 20 50 2400 2800 3000 29
N-NO2- (mg/L) Nd nd nd 20 40 70 11
N-NO3- (mg/L) Nd nd nd 60 100 270 15
P-total (mg/L) Nd 0,1 0,2 40 50 80 19
Cloreto (mg/L) 20 50 330 4100 4700 6900 17
ST (mg/L) 200 900 1450 19100 20000 29000 23
STV (mg/L) 75 400 600 8700 10600 20000 20
STF (mg/L) 100 650 900 12300 13800 17000 15
SST (mg/L) 7 10 15 2600 2900 12400 17
Fe total (mg/L) 0.001 0,25 0,40 80 100 720 19
Cd total (mg/L) Nd nd nd 0,1 0,2 0,6 19
Cu (mg/L) Nd nd nd 1,1 1,5 2,9 17
Cr (mg/L) Nd nd 0,006 0,8 0,9 1,0 19
Mn total (mg/L) Nd 0,01 0,025 10 20 30 14
Ni (mg/L) Nd nd nd 0,8 1,0 1,4 14
Zn (mg/L) Nd 0,01 0,01 2 5 35 21
Pb total (mg/L) Nd nd nd 1,1 2,1 6,7 18
CT (NMP/100 ml) Nd nd 1,6 2x107 6x107 2x108 10
*
OBS: Ref = nº de referências das quais se obteve dados para a variável; nd = abaixo do limite de
detecção; CT=coliforme termotolerentes
Fonte: SOUTO (2009)
algumas maneiras de se tratar esse efluente já são usadas ou estão nas fases de
estudo, mas com resultados satisfatórios.
Como o efluente é muito variável, não existe uma forma correta e
única para o tratamento. Em um dado momento um determinado tipo de tratamento
pode ser vantajoso, mas em outro não, sendo importante também serem levados em
conta os aspectos econômicos, que envolvem o local do tratamento, a eficiência
desejada e os custos de instalação, manutenção e operação. Em geral para o
efetivo tratamento de lixiviado há a necessidade da combinação de diferentes
sistemas de tratamentos para se alcançar resultados satisfatórios tanto no aspecto
da remoção de poluentes, quanto no aspecto econômico.
Os tratamentos de lixiviado de aterro sanitário podem ser divididos
em basicamente dois grandes grupos: os tratamentos biológicos e os tratamentos
físico-químicos, geralmente utilizados como pré-tratamento ou pós-tratamento.
De acordo com Metcalf e Eddy (1991) o tratamento biológico tem
como objetivo remover os sólidos coloidais e estabilizar a matéria orgânica e por
ventura podem ainda remover nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo. Existe uma
variação na função metabólica nas atividades dos organismos, isso ocorre em
função de como o organismo realiza sua respiração, ou seja, o que ele utiliza como
aceptor final de elétron, portanto tem-se a respiração aeróbia quando é utilizado o
oxigênio como aceptor de elétrons e a respiração anaeróbio quando é utilizado outro
tipo de receptor de elétrons, como por exemplo nitrato, nitrito e sulfato entre outros.
No caso do uso do nitrato e do nitrito como receptor de elétrons o processo é
denominado de anóxico. Quando a oxidação da matéria orgânica ocorre na ausência
de receptor externo de elétrons tem-se a fermentação anaeróbia, neste caso ocorre
uma transferência interna de elétron, por isso resultam dois produtos um mais
reduzido e um mais oxidado.
Entre as formas de tratamento biológica do lixiviado pode-se citar:
recirculação deste no próprio aterro sanitário, co-tratamento com esgoto doméstico,
e sistemas de tratamento biológicos como lodos ativados, filtros biológicos e lagoas.
A recirculação do lixiviado é uma técnica simples baseada apenas
no recolhimento do lixiviado gerado e sua reintrodução na massa de resíduos
através de aspersão. É uma alternativa com baixo custo de operação, a qual
promove a aceleração da decomposição dos resíduos depositados devido à
distribuição da matéria orgânica e umidade ao longo das células do aterro
30
3.3 NITROGÊNIO
deve ser feitos testes toxicológicos para confirmar se a concentração acima não
afeta as espécies no curso da água onde será feito o lançamento.
Além do padrão de emissão para o efluente, a classe dos rios
também deve ser levada em consideração, os dois devem ser atendidos juntos. As
águas podem ser doces e salobras e dentro dessas ser classificadas em 4 classes
distintas, como mostra a Tabela 3.4, onde são apresentados os valores máximos da
concentração das diversas formas de nitrogênio em função da Classe do rio.
Tabela 3.4 - Valores máximos permitidos em rios de acordo com a sua classe de classificação
Parâmetro Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
N-amoniacal total (mg N/L)
pH ≤ 7,5 3,7 3,6 13,3
7,5 < pH ≤ 8,0 2,0 2,0 5,6
8,0 < pH ≤ 8,5 1,0 1,0 2,2
pH > 8,5 0,5 0,5 1,0
Nitrato (mg N/L) 10 10 10
Nitrito (mg N/L) 1 1 1
Fonte: CONAMA, 2005
-
(NO3 ), através das bactérias do gênero nitrobacter, correspondendo assim a
segunda etapa. Em lixiviados com elevada concentração de N-amoniacal algumas
vezes é necessária adicionar alcalinidade ao sistema, pois essa acaba sendo
consumida pelo íon H+ , liberado durante a oxidação do nitrogênio.
O resíduo da nitrificação é o nitrato, que como visto pode causar
sérios danos a saúde pública e ao meio ambiente, portanto o tratamento deve
continuar a fim de removê-lo. A remoção do nitrato se dá pela desnitrificação,
processo realizado por bactérias heterotróficas que utilizam o oxigênio presente no
nitrito e/ou nitrato como aceptor de elétrons para a respiração e não o oxigênio
dissolvido (VON SPERLING, 1997), entretanto para que isso ocorra deve haver
matéria orgânica carbonácea em quantidade suficiente para as bactérias, bem como
a ausência de oxigênio dissolvido.
A nitrificação-desnitrificação pode sofrer variações em seu processo
para que haja economia no tratamento, como por exemplo, fazendo-se uso da
desnitrificação via nitrito. Para isso deve-se favorecer o acúmulo de nitrito por meio
do controle de algumas condições ambientais. Nesse processo há menor consumo
de matéria orgânica na etapa de desnitrificação, e a fase anóxica ocorre com o nitrito
como aceptor de elétrons. Segundo Bae et al. (2002 apud HOSSAKA, 2008), as
condições ótimas para acúmulo de nitrito são: pH entorno de 8,0, OD em torno de
1,5 mg/L e temperatura de 30ºC, entretanto deve-se atentar ao valor da amônia livre,
pois concentrações elevadas dessa podem inibir a ação das bactéria oxidadoras de
N-amoniacal também, por isso reduzindo a quantidade de nitrito formado.
Os sistemas físico-químicos que merecem destaque na remoção de
nitrogênio são a precipitação química, a oxidação com cloro, a troca iônica e o
stripping da amônia livre.
A precipitação química do nitrogênio segue as mesmas etapas
citadas no tratamento do lixiviado no item 3.2.4, sendo que é o íon amônio NH+4 que
reage com o coagulante e forma os flocos de fosfato de magnésio amoniacal que
por seguinte irão sedimentar. Deve-se fazer o controle estequiométrico rigoroso,
para que haja a correta formação dos flocos. Em geral nesse tipo de tratamento o
efluente que resulta pode ter elevada salinidade.
Segundo Metcalf et Eddy (1991) a troca iônica é um processo
químico que promove a troca do íons amônio do lixiviado com um meio não solúvel,
38
permitindo assim que haja a eliminação da toxidade do nitrogênio. Por último pode
ser citado o stripping, que será abordado no item subseqüente.
3.4 STRIPPING
ଵ ିୟ୫୭୬୧ୟୡୟ୪.ଵ౦ౄ
amônialivreሺmgNHଷ . Lିଵ ሻ = ଵସ లయరర Eq. 01
ሺ ሻ
ଵ౦ౄ ାୣ మళయశ౪
Figura 3.3 - Proporção entre a amônia livre e o íon amônio em função do pH do meio, para
temperatura de 25ºC. Gráfico construído a partir das equações de equilíbrio da amônia, considerando
pKan = 9,25. Fonte: (SOUTO, 2009)
-
[NH+4 ].[OH ]
Kbn = Eq. 04
[NH3 ]
40
Tabela 3.5 – Variação das constantes de dissociação do íon amônio e da amônia não ionizada com a
temperatura
T (ºC) KaN pKaN KbN pKbN
0 8,299 x 10-11 10,083 1,374 x 10-05 4,862
5 1,25 x 10-10 9,903 1,479 x 10-05 4,830
10 1,862 x 10-10 9,7330 1,570 x 10-05 4,804
15 2,729 x 10-10 9,562 1,652 x 10-05 4,782
20 3,972 x 10-10 9,401 1,710 x 10-05 4,767
25 5,675 x 10-10 9,245 1,774 x 10-05 4,751
30 8,056 x 10-10 9,094 1,820 x 10-05 4,740
35 1,128 x 10-09 8,948 1,849 x 10-05 4,733
40 1,562 x 10-09 8,806 1,862 x 10-05 4,730
45 2,141x 10-09 8,669 1,879 x 10-05 4,726
50 2,906 x 10-09 8,537 1,892 x 10-05 4,723
Fonte: SOUTO, 2009
H: constante de Henry
R: constante universal dos gases
A e B são coeficientes empíricos de ajuste
T: temperatura em Kelvin
A partir das Equações 05 e 06, pode-se chegar a Equação da
transferência de massa no stripping que pode ser descrita pela Equação 07.
(HUANG e SHUANG, 2006)
1 dm *
= - KL a(CL -CL ) Eq. 07
V dt
3.4.4 Correção do pH
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 4.1 – Resumo das características dos frascos 01 e 02 nas seis batealdas realizadas
Bateladas
Características
01 02 03 04 05 06
Frasco 01
Volume Total (L) 1,2 1,2 3,3 9,0 9,0 9,0
Volume de Lixiviado (L) 0,8 0,8 2,5 5,0 5,0 5,0
Volume de ar (L) 0,4 0,4 0,8 4,0 4,0 4,0
Altura da coluna de ar (cm) 4,5 4,5 9,0 5,0 5,0 5,0
Formato cil. cil. cil. ret. ret. ret.
Área supecial (cm²) 63,6 63,6 143,1 680,0 680,0 680,0
Frasco 02
Volume Total (L) 1,2 1,2 1,2 0,5 0,5 -
Volume de Solução Ácida (L) 1,0 1,0 1,0 0,5 0,5 -
Formato cil. cil. cil. erl. erl.
Concentração do ácido (mol/L) 4,6 0,03 0,47 0,4 0,4 -
4.1.1 Sistema 01
Figura 4.1- Esquema do protótipo do sistema 01 (medidas em cm). Sendo 1 - lixiviado, 2 -solução de
ácido sulfúrico; 3 - ácido bórico com indicador
continha solução de ácido sulfúrico para reter o gás amônia e, portanto, formar de
sulfato de amônia.
Figura 4.2- Frasco 01. Em detalhe orifício para a Figura 4.3- Frasco 02 com a mangueira que o
passagem da mangueira do aerador. ligava ao frasco 03.
Figura 4.4 – Mangueira utilizada na ligação entre Figura 4.5 – Frasco 03 com indicador de ácido
o frasco 01 e frasco 02. bórico. Na primeira batelada sem respiro e na
segunda com respiro.
55
4.1.2 Sistema 02
Figura 4.6 - Esquema batelada B3, medidas em cm. Em planta, o diâmetro de cada recipiente e em
corte, as alturas dos recipientes e líquidos e o posicionamento dos orifícios. Sendo 1 - lixiviado, 2 -
solução de ácido sulfúrico; 3 - ácido bórico com indicador
56
Figura 4.7- Frasco 01, recipiente de vidro Figura 4.8- Frasco 02, recipiente de plástico dotado
dotado de tampa plástica com furos para de tampa de mesmo material.
entrada das mangueiras de borracha
4.1.3 Sistema 03
por isso foi utilizado um divisor de vazão na mangueira do aerador, portanto dois
pontos do tanque passaram a ser aerados de maneira uniforme. Assim como na
terceira batelada, os dois pontos de aeração possuíam uma pedra porosa em sua
ponta, com o mesmo objetivo de não provocar borbulhamento no lixiviado.
Figura 4.9 - Esquema da batelada B5, com medidas em cm. Em planta, o diâmetro de cada
recipiente e em corte, as alturas dos recipientes e líquidos e o posicionamento dos orifícios. A
batelada B4 apresenta a mesma configuração, mas com apenas um aerador.
Figura 4.10- Frasco 01 batelada B4. A Figura 4.11- Frasco 02 batelada B4. Em detalhe
mangueira da esquerda alimenta o frasco 02 e a o difusor de ar ou pedra porosa.
da direita é oriunda do aerador.
Figura 4.12- Frasco 01 batelada B5, onde a Figura 4.13- Detalhe da borracha utilizada para
mangueira central é a responsável pela saída do a vedação, parte interna da tampa.
gás amônia e as outras duas para a entrada de
ar do aerador.
plástico. O sistema ainda foi embrulhado com filme de PVC, com a finalidade de
evitar outras fugas de gás, principalmente pelo encaixe da tampa com o recipiente.
Figura 4.14- Detalhe da vedação do furo para a Figura 4.15- Aspecto final do frasco 01 da quinta
passagem da mangueira, feita com cola de batelada, após ser embrulhado com o filme de
silicone aplicada sobre a borracha. PVC.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 RESULTADOS
Tabela 5.1 – Resultados do stripping da amônia livre obtidos nas cinco bateladas
Bateladas
Parâmetros
01 02 03 04 05 E
TDH (dia) 7 14 24 13 14 11
pH inicial 8,57 8,57 8,30 8,6 9,6 10,42
pH final 9,22 8,89 9,00 8,98 9,2 9,44
Alcalinidade inicial (mg CaCO3/L) 3099 3275 3173 3023 5480 8900
Alcalinidade final (mg CaCO3/L) 1956 2320 2243 1589 1955 3459
N-amoniacal inicial (mg N-NH3/L) 473 370 448 925 1137 1578
N-amoniacal final (mg N-NH3/L) 162 138 241 566 34 42
Amônia Livre Inicial (mg N-NH3/L) 133 104 74 273 1053 1829
63
Tabela 5.2 – Eficiência do stripping da amônia livre do lixiviado obtidos nas cinco bateladas
Bateladas
Parâmetros
01 02 03 04 05 E
N-amoniacal removido (mg N-NH3/L) 311 232 207 359 1103 1536
Eficiência do Stripping (%) 66 63 46 39 97 97
Alacalinidade Consumida (mg
1143 955 931 1434 3525 5441
CaCO3/L)
N-amoniacal removido teórico (mg N-
315 263 256 395 971 1499
NH3/L)
Tabela 5.4 – Resultados da solução de ácido sulfúrico obtidos nas cinco bateladas
Bateladas
Parâmetros
01 02 03 04 05
pH 1,5 1,5 1,5 1,05 0,6
Nitrogênio amoniacal (mg N-NH3/L) 0 0 0 6,0 0
Tabela 5.6 – Eficiência do stripping da amônia livre do lixiviado ao longo do tempo obtidos na
batelada BE
Dias
Parâmetros
0 2 4 6 11
N. Amoniacal removido (mg N-NH3/L) - 969 1304 1437 1536
Eficiência do Stripping (%) - 61 83 91 97
Alacalinidade Consumida (mg CaCO3/L) - 3616 4766 5030 5441
N. Amoniacal removido teórico (mg N-
- 996 1313 1386 1499
NH3/L)
300 2000
0 0
0 2 4 6 11
Dias
N-amoniacal Alcalinidade
10000 10,5
Alacalinidade (mg
8000 10
CaCO3/L)
pH
6000 9,5
4000 9
2000 8,5
0 2 4 6 11
Dias
Alcalinidade pH
5.2.1 Sistema 01
5.2.2 Sistema 02
5.2.3 Sistema 03
B5 ocorreu decréscimo do pH, uma vez que nessa batelada o valor do pH inicial
estava acima de 9,0.
Analisando-se o recolhimento do gás amônia, viu-se que em B4 6,5
mg N-NH3/L foram observados (Tabela 5.3), resultado novamente desprezível pelos
mesmos motivos já comentados: valor muito pequeno se comparado a quantidade
de nitrogênio amoniacal removida pelo stripping e baixo pH da solução ácida.
Com o objetivo de recolher o gás amônia, todas as modificações
anteriores se concentraram principalmente na concentração do ácido e em
dispositivos que facilitassem a passagem do gás amônia pela solução ácida,
havendo poucas alterações na vedação do sistema, por isso em B5 mudou-se
significativamente a vedação do protótipo e alterando-se o dispositivo responsável
por regular a vazão do gás amônia no ácido, como se observou em 4.4.
A alteração realizada não surtiu o efeito esperado; como mostra a
Tabela 5.3, não foi detectado nenhuma presença de nitrogênio amoniacal, e o pH da
solução final foi ainda mais baixo que das outras bateladas.
5.2.4 Batelada BE
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
0 2 4 6 11
Dias
2000 11
Amônia livre inicial (mg N-NH3/L)
1800
10,5
1600
1400
10
1200
pH
1000 9,5
800
9
600
400
8,5
200
0 8
1 2 3 4 5 6
Bateladas
Amônia livre pH
Figura 5.5- Amônia livre presente lixiviado no início das bateladas em relação ao pH inicial.
2000 100
%
1000 50
800 40
600 30
400 20
200 10
0 0
1 2 3 4 5 6
Bateladas
relação entre área superficial e eficiência do tratamento também é citada por Silva
(2002).
De acordo com a Tabela 5.3, as bateladas que tiveram maior valor
para a relação área superficial/volume de lixiviado realmente apresentaram maior
eficiência, sendo elas B5 e BE, porém salienta-se também a influência do pH mais
elevado nestas bateladas. Provavelmente, a relação área superficial/volume de
lixiviado foi um dos fatores responsável pela baixa eficiência da batelada B3, pois
essa apresentava o menor valor para esse índice. Não é possível realizar
comparações mais aprofundadas, pois como visto várias modificações no lixiviado
foram realizadas de uma batelada para outra, alterando outros fatores como já
comentado.
Além das comparações entre as próprias bateladas, algumas
bibliografias foram consultadas e comparações com estas podem ser realizadas.
Procurou-se encontrar pesquisas que realizaram o stripping da amônia livre através
de tanques de arraste.
Hossaka (2008) realizou em seu trabalho o stripping em várias
escalas, desde escala de bancada até escala piloto. No sistema de bancada o autor
usou também aeradores para simular o stripping. Para um volume de 15 litros de
lixiviado a eficiência de remoção de 80% do nitrogênio amoniacal para um tempo de
detenção hidráulica de 20 dias.
O autor não descreveu o formato do recipiente, entretanto ele
utilizou apenas uma bomba para a aeração. Comparando os resultados do mesmo
com as batelada B1 e B2, que foram realizada sem correção do pH, portanto
semelhantes a do referido autor, observa-se que estas apresentaram menor
eficiência de remoção de nitrogênio. Uma possível explicação para a diferença nos
resultados pode estar relacionada a área superficial do “tanque” usada por Hossaka
(2008), provavelmente maior que a desta pesquisa.
No caso das bateladas B5 e BE, onde o volume de lixiviado foi
maior, a eficiência foi superior que a obtida por Hossaka (2008), entretanto nestas o
pH foi corrigido para 9,6 e 10,4, respectivamente, ao passo que o autor não
promoveu essas alterações, que como visto anteriormente influenciam a eficiência
do tratamento.
Campos et. al. (2007, apud SOUTO, 2009) obteve eficiência de 96 %
na remoção de nitrogênio amoniacal em recipiente com 2 L de lixiviado, aerado por
73
Outro fato que reforça essa hipótese é que gases mais leves
efundem-se mais rapidamente (MACEDO, 1978). No sistema usado na pesquisa, os
gases presentes no head space do reator foram praticamente o ar, composto
basicamente por nitrogênio e oxigênio, o gás carbônico e o gás amônia. Analisando-
se as densidades relativas desses gases pode-se concluir que o gás mais leve é o
gás amônia, seguido pelo ar e por último o gás carbônico, sendo assim o gás
amônia seria o que apresentaria a efusão mais rápida, justo esse que se pretendia
neutralizar.
Ferraz (2010) realizou com sucesso uma experiência bastante
similar a essa pesquisa, entretanto com algumas alterações que podem explicar a
ineficiência do sistema nesta pesquisa. O autor utilizou para o tratamento do
nitrogênio do lixiviado uma torre de arraste, com altura de 2,24 m, com fluxo
contracorrente alimentado por um compressor, portanto apresentando a saída do
gás amônia na parte superior da torre. A vazão do compressor variou entre 1200 e
3600 L/h.
O gás amônia era coletado e conduzido por uma mangueira até o
frasco lavador, o qual era apoiado na cota zero, ou seja, e seu deslocamento era
feito pela gravidade. Já no sistema do presente trabalho o stripping foi realizado
utilizando tanque de arraste e a agitação foi realizada por meio de uma bomba de
aquário com vazão de ar aproximadamente igual a 90 L/h. Nas bateladas B5 e BE
se utilizou dois aeradores similares, mas mesmo assim caso a taxa tenha sido 180
L/h, essa ainda fica muito mais baixa do que a utilizada por Ferraz (2010).
Nas primeiras bateladas o reator (tanque de arraste) estava na
mesma cota que o frasco lavador utilizado, sem apresentar nenhum recolhimento do
gás. Nas últimas bateladas optou-se por aumentar a cota do reator e, portanto,
facilitar o deslocamento da massa gasosa, entretanto não surtiu o efeito esperado,
possivelmente pela pouco aumento de altura, aproximadamente 40 cm.
A partir desse contexto, pode-se concluir que as diferenças
apresentadas entre os sistemas podem ser a justificativa para que o gás amônia não
fosse recuperado como inicialmente esperado. Novas pesquisas devem ser feitas
com o intuito de verificar se há a possibilidade de se recolher o gás amônia removido
por stripping realizados em tanques de arraste.
75
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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and biogas by H2SO4 impregnated adsorbent originating from waste wood-shaving
and biosolid. Journal of Hazardous Materials,n.166, p.372-376, 2009
HUANG, Ju-Chang; SHANG, Chii. Air Stripping. In: WANG, Lawrence K.; HUNG,
Yung-Tse; SHAMMAS,Nazih K. Handbook of Environmental Engineering:
Advanced Physicochemical Treatment Processes. Humana Press Inc.. Totowa,
New Jersey, 2006.
IACONI, C.; PAGANO, M.; RAMADORI, R., LOPEZ, A. Nitrogen recovery from a
stabilized municipal landfill leachate. Bioresource Technology, n.101, p. 1732–
1736, 2010
KJELDSEN, Peter; BARLAZ, Morton, A.;ROOKER, Alix P.; BAUN, Anders; LEDIN,
Anna; CHRISTENSEN, Thomas H. Present and Long-Term Composition of MSW
Landfill Leachate: A Review. Critical Reviews in Environmental Science and
Technology, 32 (4): p.297-336, 2002.
MACEDO, Horácio. Elementos da teoria cinética dos gases. 1 ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Dois, 1978.
QUAN, X.; YE, C.; XIONG, Y.; XIANG, J.; WANG, F. Simultaneous removal of
ammonia, P and COD from anaerobically digested piggery wastewater using an
integrated process of chemical precipitation and air stripping. Journal of Hazardous
Materials ,2010.
SONG, Y; YUAN, P.; ZHENG, B.; PENG, J.; YUAN, F.; GAO, Y. Nutrients removal
and recovery by crystallization of magnesium ammonium phosphate from synthetic
swine wastewater. Science Direct, n.69, p.319-324, 2007.