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PEDAGOGIA
Nova Lima
2011
ANA NERI BERNARDES
Nova Lima
2011
INTRODUÇÃO
A autonomia moral foi, desde os primórdios do pensamento ocidental,
entendida como expoente da maturidade humana. No contexto da tradição
cognitivo-desenvolvimental, a construção da autonomia é concebida,
predominantemente, como um processo de separação-individuação.
Segundo Piaget, no aspecto moral, a criança passa por uma fase pré-moral,
caracterizada pela anomia, coincidindo com o "egocentrismo" infantil e que vai até
aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da
moral heterônoma e caminha gradualmente para a fase autônoma.
Poucos conseguem pensar e agir pela sua própria cabeça, seguindo sua
consciência interior.
Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que o "mundo" tem
suas regras. Ela descobre isso também nas brincadeiras com as criança maiores,
que são úteis para ajudá-la a entrar na fase de heteronomia.
NÍVEL PRÉ-CONVENCIONAL
Estágio 1
Obedecer, evitar a punição (ou os Superioridade dos pais, do Egocentrismo. O ponto de vista
danos físicos e materiais). adulto, ou daqueles que do outro não é considerado.
castigam.
Estágio 2
Obedecer às regras que servem Embora os pontos de vista
o interesse próprio. Porque cada um segue o seu possam ser diferentes, o ponto de
Nas partilhas é justo o que é próprio interesse. vista próprio continua a ter a
igual. primazia.
NÍVEL CONVENCIONAL
Estágio 3
Fazer o que os outros (em Porque é necessário colocar-se O indivíduo tenta colocar-se no
particular os mais próximos) no lugar dos outros. É necessário lugar dos outros, mas sem
esperam. Ser bom, demonstrar manter os comportamentos considerar um sistema de
interesse pelos outros, respeitá- socialmente aprovados. perspectivas geral. Tomada de
los, confiar neles, ser leal. consciência das intenções dos
outros, dos acordos e dos
Estágio 4 desacordos.
Cumprir os seus deveres e seguir Porque é necessário manter as
as leis, mesmo quando estas instituições e evitar os Os indivíduos são considerados
entram em conflito com as regras desequilíbrios que adviriam se em função da posição que
sociais. "toda a gente fizesse assim". ocupam na sociedade.
Não há conflito lei-moral.
NÍVEL PÓS-CONVENCIONAL
Estágio 5
Distinção entre valores individuais Porque temos deveres Visão igualitária (igualdade de
e direitos elementares, tais como a decorrentes de um contrato social oportunidades). Lei e moral
vida e a liberdade. que visa a realização do bem para podem entrar em conflito.
o maior número.
Estágio 6
A igualdade e o respeito pela Porque os princípios morais são Os indivíduos são fins em si e
dignidade da vida humana são os universais e há que se devem ser considerados como
princípios morais universais. comprometer na sua defesa. tais.
Suscitam uma adesão livre.
Segundo este autor, os conflitos de valores podem ser racionalmente
solucionáveis, dado que é possível tender para um conjunto de princípios éticos
universais. O conflito de valores é apenas uma etapa do diálogo que visa atingi-lo
com um acordo universal, no nível de uma generalidade superior (pelo
reconhecimento de princípios éticos universais). Assim, a autonomia moral é
alcançada nos dois últimos estágios de desenvolvimento moral, traduzindo-se
numa racionalização de ideais, fruto da interação do indivíduo com o meio social.
A importância dos vários grupos sociais (entre os quais a escola) é
salientada na criação de oportunidades de descentralização social, que permitindo
aos indivíduos a apreciação de outras perspectivas e o colocar-se no papel do
outro, favorecem o desenvolvimento moral. Assim como o egocentrismo intelectual
e moral da criança caracteriza a moralidade autônoma, também o estar voltado
para a perspectiva do outro é inseparável da autonomia. Através dela, o
pensamento realiza a sua natureza relacional.
Conclusão
Bibliografia:
1. www.pedagogiaespirita.org/.../piaget/moral.htm
2. www.brasilescola.com › Biografia › Biografia