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V Edição n.

º 993 de 07/04/2006

Jornalismo Arte

Hoje é Dia do Jornalismo, e descrever esta complexa palavra é um orgulho ideal para
quem vive a emoção à flor da pele. Ao profissional de imprensa, muitas experiências
errantes, novas descobertas, a certeza de que jamais chegará a ser um jornalista perfeito.
À comunidade, um elo de voz e defesa em meio a superiores e um importante
suplemento de educação, entretenimento e cultura. Muitas vezes, o único aos
desfavorecidos.
As transformações do Jornalismo tiveram épocas, seguem linhas históricas e da
tecnologia - rádio, televisão, internet -, são relembradas academicamente, enquanto
outras sobrevivem aos tempos, pois suas técnicas correspondem a verdadeiras obras
artísticas, comparáveis a um ótimo livro de ficção. Não é por nada que o Novo
Jornalismo ou Jornalismo Literário apaixona o público leitor.
Quem leu não esquece a imponente obra de “A Sangue Frio”, do escritor americano
Truman Capote (1924-1984), quando o mesmo transformou fatos reais, insensíveis aos
olhos de quem recebe notícias factuais, costumeiras na sociedade e despreocupadas com
a humanização, num impressionante romance-reportagem. Truman mostrou, aos
companheiros de profissão, um novo estilo. A história da morte de uma família de
fazendeiros, assassinada a sangue frio, nunca havia sido tão bem descrita e romanceada.
Para não deixar de fora um bom exemplo brasileiro, o escritor Fernando Morais, autor
de diversos livros-reportagem, tem este perfil de tirar impressões da realidade:
transformar a vida de pessoas em histórias surpreendentes, com diálogos, traços
psicológicos, descrições precisas de perfis. “Olga” e “Chatô – O Rei do Brasil” são
leituras obrigatórias para quem deseja ter intimidade com o “Jornalismo Arte”, no país.
Atualmente, ao seguir a linha das transformações sociais, o Jornalismo perde em
detalhes e ganha em rapidez, contudo, nem por isso deixa de formar jornalistas
refinados e de ponta, que, em ocasiões da vida e com o passar dos anos, deseja algo
mais do que fazer o “normal” - o que é do dia a dia. É nesta oportunidade que, ao
financiar seu próprio trabalho ou financiado por terceiros, surge o diferencial: aquela
obra-prima, eterna.
É neste ponto que o Jornalismo é presenteado, pelos seus representantes, não apenas por
ser o intermediário da sociedade a quem necessita defender o bem-estar da maioria – ou
pelo menos deveria -, mas como forma de entretenimento e lazer. O Jornalismo passa a
ser uma arte indescritível e apaixonante. É isso que fica guardado na história desta
maravilhosa profissão. É o “Jornalismo Arte” que sempre será lembrado.
* André Tramontina, acadêmico de Jornalismo da Universidade do Vale do Itajaí
(Univali).
Da responsabilidade social ao jornalismo
de mercado: o jornalismo como profissão
Fábio Henrique Pereira1

Índice
• A concepção romântica do jornalista
• O fim da idade de ouro do jornalismo
• O jornalista como um intelectual
• Considerações finais: mas afinal, quem é o jornalista?
• Bibliografia

O jornalista pertence a uma espécie de casta de párias, que é sempre estimada pela
`sociedade' em termos de seu representante eticamente mais baixo. Daí as estranhas
noções sobre o jornalista e seu trabalho. Nem todos compreendem que a realização
jornalística exige pelo menos tanto `gênio' quanto a realização erudita, especialmente
devido à necessidade de produzir imediatamente, e de `encomenda', devido à
necessidade de ser eficiente, na verdade, em condições de produção totalmente
diferentes
(Max Weber, A política como vocação).

Resumo
Neste atrigo teórico abordamos o jornalista enquanto profissão. O estudo centra-se na
transição da identidade profissional do jornalista, de uma concepção romântica
(jornalismo como missão) ao agravamento do caráter empresaria da imprensa
(`jornalismo de mercado'). Durante a análise dessa transição, foram destacadas aspectos
econômicos, deontológicos e relativos às práticas profissionais. O resultado desse
estudo foi a capacidade de situar o jornalismo enquanto profissão dentro de um duplo
discurso onde se entrecruzam elementos de um discurso humanista e tecnicista. A partir
desse painel identitário foi possível estabelecer parâmetros para o estudo do jornalista
como uma categoria de intelectuais.

Palavras-chave: jornalista, sociologia profissional, identidade profissional.

Introdução
O jornalismo é uma profissão ambígua e de difícil definição. Sob o seu nome se
manifestam uma multiplicidade de funções, meios e formas discursivas distintas. Por
isso, ``jamais a categorização do ou da jornalista dirá muita coisa sobre a profissão, suas
mudanças e dilemas'' (Marcondes Filho, 2000: 53).

Esta diversidade, para Denis Ruellan (1993) beira ao ofuscamento, a ponto do autor
utilizar o termo francês flou2, para caracterizar o profissional jornalista. Essa fluidez é
um amálgama fundamental na supressão e redução dos antagonismos inerentes à
profissão. ``Fundamentalmente o jornalista não é uma profissão fechada, de fronteiras
estabelecidas (...) ele se move dentro de um espaço de limites fluidos, de práticas
híbridas, às margens de áreas vizinhas que lhe transferem algumas práticas e
concepções, e recebem dele em troca'' (Ruellan, 1997: 124)3.

Isso não significa que o estudo do jornalismo como profissão seja inviável. Na verdade,
subjacente à fluidez deste status profissional há um sentimento de funcionalidade social
que vai permear a construção identitária do jornalista. Mas que tipo de identidade ele, de
fato vem assumindo na sociedade? E como isso vai afetar o cotidiano das redações, o
savoir-faire diário dos jornalistas?

O objetivo deste artigo é entender o jornalismo sob a ótica da sociologia das profissões.
A idéia é compreender a natureza profissional do jornalismo, suas relações com a
sociedade e com os meios de comunicação. Para isso, a análise deve centrar-se na
construção da identidade do jornalista por meio de um mapeamento das diversas
funções/visões que o jornalista assume na sociedade. Ou seja, trabalhar a questão a
partir de um modelo de análise que leve em conta as múltiplas representações da
identidade profissional (Hall, 2000: 109). Este `painel identitário' se configura a partir
da transição da visão romântica da profissão ao aprofundamento do caráter empresarial
da imprensa, expresso na concepção de `jornalismo de mercado'. A forma como essa
passagem afeta as representações sobre jornalista será discutida a seguir.

A concepção romântica do jornalista


``Cães de guarda da sociedade'', ``princípio da responsabilidade social'', imprensa como
o ``Quarto Poder''. Todas essas expressões estão ligadas ao ideário romântico do
jornalismo. De acordo com essas concepções, o jornalista teria um status diferenciado
das demais profissões. Ele estaria, por princípio, comprometido com a sociedade - que
lhe delega o poder de fiscalizar as instituições em seu nome - e com os valores
democráticos. Em seu livro `Elementos do Jornalismo', Bill Kovach e Tom Rosenstiel
(2003: 22-23) elaboraram uma lista com nove itens fundamentais para o exercício da
profissão e que ilustram bem esse espírito de missão:

A primeira obrigação do jornalismo é a verdade. 2. Sua primeira lealdade é com os


cidadãos. 3. Sua essência é a disciplina da verificação. 4. Seus profissionais devem ser
independentes dos acontecimentos e das pessoas sobre as que informam. 5. Deve servir
como um vigilante independente do poder. 6. Deve outorgar um lugar de respeito às
críticas públicas e ao compromisso. 7. Tem de se esforçar para transformar o importante
em algo interessante e oportuno. 8. Deve acompanhar as notícias tanto de forma
exaustiva como proporcionada. 9. Seus profissionais devem ter direito de exercer o que
lhes diz a consciência.
De acordo com os autores, afastar-se desses princípios significaria o mesmo que
desertar do jornalismo. Da mesma forma, Cremilda Medina (1982: 24) entende que a
rejeição ao caráter especial da profissão representaria um certo complexo de
inferioridade do jornalista que ainda ``não se convenceu de seu papel social e rejeita em
bloco esse trabalho de estiva, de pequenos grãos de areia perdidos no deserto''.

A concepção da imprensa como um ``Quarto poder'' se vincula inicialmente aos


processos de profissionalização do jornalismo no início do século XX. É esse processo
que induz os jornalistas à busca por modelos profissionais (Medina, 1982). Na França,
ela se consolida logo após a Primeira Guerra Mundial e é, antes de tudo, uma resposta
da sociedade à falta de credibilidade da propaganda oficial junto à população. Assim,
será outorgado à imprensa o direito e a responsabilidade de fiscalizar as instituições
políticas em nome da sociedade francesa (Neveu, 2001).

É preciso destacar que o monopólio profissional do jornalista francês se estabelece de


uma forma bastante inconsistente4. Por isso, as fronteiras que demarcam a identidade do
jornalista francês são delimitadas a partir de uma cultura e de uma ética profissional,
regidas principalmente pelo espírito de missão.

No Brasil, a profissionalização do jornalismo tem início durante o Estado Novo e só


será concluída em 1969, com a aprovação da Lei de Imprensa. De certa forma, a forte
ingerência estatal na organização profissional atrapalhou o desenvolvimento de um
jornalismo romântico. Alguns pesquisadores, como o jornalista e professor Francisco
Sant'Anna, chegam a questionar a existência deste tipo de jornalismo no País. Por outro
lado, há vários exemplos na história da imprensa brasileira de campanhas jornalísticas
marcados pelo comprometimento social. Manuel Carlos Chaparro (1993: 92) cita o caso
da cobertura das `Diretas Já' em 1984, pela Folha de São Paulo. Este teria sido um
momento em que o jornal ultrapassou sua instância mercadológica, tornando-se ``uma
entidade social e cultural, carregada de emoções, alimentando processos complexos de
comunicação com informação, análises e opiniões que podem mudar os rumos de povos
e nações''.

Mesmo nos Estados Unidos, onde sempre preponderou a dimensão comercial da


imprensa5, o jornalismo assume também sua concepção romântica. Os jornalistas, por
exemplo, desempenharam, um papel de grande relevância na Era Progressista - período
que compreende o final do século XIX e o início do XX, marcada pela reforma das
instituições políticas norte-americanas. Mas foi a partir dos anos 50, graças aos esforços
da Comissão para a Liberdade de Imprensa, que surgiu naquele país a Teoria da
Responsabilidade Social no Jornalismo. A teoria é, antes de tudo, uma resposta à
crescente concentração empresarial dos meios de comunicação norte-americanos. Por
isso, ela instituiu diretrizes que vão orientar a atividade jornalística de forma a melhorar
a qualidade da produção noticiosa e separá-la da necessidade de gerar lucros. ``Se
supunha que o jornalismo deveria servir ao público em sua totalidade e não a interesses
particulares (habitual no estilo de jornalismo panfletário do século XIX), nem,
tampouco, aos estreitos objetivos comerciais de anunciantes e proprietários6'' (Hallin,
1996: 02).

É preciso destacar que os três países vão adotar tradições jornalísticas divergentes. Se,
por um lado, os Estados Unidos - e mais tarde, o Brasil - enfatizam a produção de um
jornalismo estritamente informativo, a tradição francesa deu preferência ao modelo
interpretativo de imprensa. O ideal de responsabilidade social vai representar, contudo,
um ponto de intersecção entre a tradição francesa e a tradição anglo-americana. Em
comum, os dois modelos buscam uma politização da identidade profissional (Neveu,
2001; Weber, 1985), embora desvinculada dos conflitos partidários. A imprensa,
concebida como `Quarto Poder', estaria comprometida apenas com o cidadão, com o
interesse público. Por isso, a função do jornalista nas sociedades democráticas se
assemelharia em alguns pontos com a do educador, responsável por impor uma certa
claridade ao caos dos acontecimentos7 (Neveu, 2001).

A imagem do jornalista como mediador neutro, distante (e superior) aos jogos de


interesse da sociedade, estaria subjacente ao ideal de objetividade na profissão. Segundo
Moretzsohn (2002), é a partir desse ideal que os jornalistas vão preservar suas práticas
profissionais das pressões políticas e econômicas. Sob discurso da objetividade, o
jornalista aparenta o que não é (alguém que influencia os próprios acontecimentos) e
assegura seu lugar como autoridade independente, capaz de fiscalizar os atos do
governo perante a sociedade.

O mito do jornalismo objetivo é essencial para a compreensão da idéia de


responsabilidade social do jornalista. É ele quem marca a passagem do jornalismo
panfletário do século XIX para o `jornalismo profissional'. Michael Shudson (1995:
107-108) ilustra bem esse momento com um trecho de ``What is reporter?''. No artigo,
Shudson analisa a biografia de dois mitos do jornalismo norte-americano, os repórteres
Lincoln Steffens (1866-1936) e Harrison Salisbury (1908-1993). Segundo ele:

Steffens está interessado na explicação. Salisbury se contenta em ``conseguir os fatos''


(...) Steffens é uma figura pública, e ele nos conta capítulo após capítulo como os
figurões da política e dos negócios nas grandes cidades americanas confiavam nele e
usavam-no como um pai confessor. Os amigos de Salirbury são jornalistas ou poetas ou
sua própria família, ``outsiders'' das lutas políticas relatadas nas suas crônicas. A
imagem que Steffens nos dá é de conversas íntimas com Teddy Roosevelt; a imagem
que Salisbury nos deixa é a dele esperando, sozinho ou com outros repórteres, fora do
Kremlin, por notícias de Stalin8 .

Ou seja, sob a égide da objetividade, o repórter projeta a imagem de herói solitário,


comprometido apenas com o interesse público e a transparência democrática. Salisbury
obteve renome pela sua cobertura da Guerra do Vietnã. Acima dos interesses políticos e
ideológicos de seu país, o que importava para ele era o relato `fiel' e `imparcial' da
guerra.

Segundo Daniel Hallin (1996: 02), acreditou-se, por um bom tempo, que o modelo da
responsabilidade social seria estável e permanente. Alguns jornalistas chegaram a
considerá-lo uma ``evolução histórica natural'' da profissão. No entanto, sua influência
efetiva nas práticas profissionais teria durado pouco mais de uma geração. Mudanças na
estrutura das empresas jornalísticas e fatores político-culturais teriam levado à
emergência do chamado `jornalismo de mercado'.

O fim da idade de ouro do jornalismo


O período que compreende o final da década de 40 a meados da década de 70 representa
o auge da Teoria da Responsabilidade Social nos Estados Unidos. Para alguns autores,
esta seria a `idade de ouro' da imprensa9. A partir daí começa a ganhar força a idéia do
jornalismo como uma profissão voltada exclusivamente para os interesses do mercado.

O `jornalismo de mercado' colocaria em xeque todo o ideal romântico que perpassa a


profissão. De certa forma, há uma radicalização do caráter mercantil da imprensa,
intrínseca à própria produção noticiosa. Essa radicalização é resultado de alterações não
só no jornalismo, mas em toda estrutura social. A seguir, serão apontados alguns fatores
responsáveis por essas mudanças. A análise parte de uma sistematização das discussões
feitas por Daniel Hallin (1996); Allain Accardo (1998); Ciro Marcondes Filho (2000);
Erik Neveu (2001); Ignacio Ramonet (2001) e Bill Kovach e Tom Rosenstiel (2003):

• Mudanças na estrutura das empresas de comunicação levaram a uma


submissão da produção jornalística à lógica de exploração do sistema
capitalista

A partir da década de 70, a maioria dos grandes jornais norte-americanos lançaram suas
ações na bolsa de valores. Com isso, aumentou a pressão pela busca de lucros e
benefícios a curto prazo, restringindo a qualidade do veículo, ao mesmo tempo que
aumentou o poder dos departamentos de marketing. Os processos de concentração e
incorporação dos veículos por grandes empresas reduziram o jornalismo a um setor
subsidiário dentro das corporações midiáticas. A submissão da imprensa à lógica
empresarial alterou a pauta jornalística. As notícias sobre economia e política dão lugar
à cobertura de assuntos mais vendáveis (`soft news') e com alto conteúdo emocional. O
objetivo é a maximização do público:

A informação se tornou de verdade e antes de tudo uma mercadoria. Não possui valor
específico ligado, por exemplo, à verdade ou à eficácia cívica. Enquanto mercadoria, ela
está em grande parte sujeita às leis de mercado: da oferta e da demanda em vez de estar
sujeita a outras regras, cívicas e éticas, de modo especial, que deveriam, estas sim, ser as
sua. (Ramonet, 2001: 60).

É preciso destacar que, no Brasil, o processo de profissionalização das empresas


jornalísticas não passou pelo mercado de ações. Segundo Ribeiro (1994: 114), ainda
hoje a administração dos jornais é marcada pelo conflito entre o autoritarismo
centralizador dos grupos familiares que controlam o jornal e a racionalidade de exigir
metas e desempenhos profissionais. ``Enquanto a empresa transita entre dois estilos de
gestão, impera um duplo discurso, ora com ênfase na confiança e no favor, ora na
competência e na exigência''. Por isso, apesar da descentralização do poder e da
contratação de executivos profissionais, ainda é forte o poder do dono do jornal no
controle da empresa jornalística.

A influência da lógica comercial nas redações trouxe consigo a redução de custos na


fabricação de notícias e um processo de precarização do mercado de trabalho. Na
França, o número de pigistes (trabalhadores sem contrato permanente) aumentou de
8,5% em 1975 para 14,7% em 1990. Em 1999, a proporção já passava os 40%. A
deterioração do mercado de trabalho traz um sentimento de resignação dos profissionais
às condições impostas pelas empresas. Para se manter no emprego ou conseguir um
melhor status, o jornalista se vê cada vez mais tentado a desrespeitar algumas regras
morais e deontológicas da profissão (como à checagem sistemática das fontes ou o
respeito à veracidade da informação).

Com isso, o texto jornalístico adquire um caráter cada vez mais instrumental,
identificado com os interesses do mercado. O jornal é produzido como um manual para
a vida cotidiana. O jornalista perde a aura de herói e identifica-se, cada vez mais, como
simples operário de um sistema de produção taylorizado.

• Declínio do ideal da objetividade

Desde o começo do século XX, o ideal da objetividade vem sendo questionado


sistematicamente pela filosofia e pelas ciências naturais. Mais tarde, a possibilidade de
um retrato fiel do real pelas ciências sociais entra em choque com as `teorias
construcionistas', que concebem uma realidade construída e objetivada socialmente.

A partir da década de 1960 será a vez do jornalismo colocar em xeque esse ideal. A
nova era de subjetividade na imprensa, expressa pelo movimento do `novo jornalismo',
é uma conseqüência direta à falta de confiança dos profissionais nas autoridades
políticas. Segundo Daniel Hallin (1996:09), a insistência no jornalismo objetivo poderia
significar uma certa passividade frente às versões oficiais:

Se na prática o jornalismo de informação asséptica significava conceber validade auto-


evidente às declarações oficiais, parecia agora que estas podiam se converter em
`inoperantes', tal e qual Nixon havia feito durante o Watergate; por isso, os jornalistas se
sentiam atraídos a preencher esse vazio10 .

O declínio da objetividade é resultado também da busca por leitores mais jovens por
meio da produção de notícias em formatos mais atrativos. É o que acontece, por
exemplo, com os `tablóides televisivos' da imprensa norte-americana.

• O aparecimento de novos atores dedicados à mediação jornalística

O surgimento do jornalismo representou a profissionalização da atividade de mediação


(Correia, 1995). Mas o advento das novas mídias e o aumento de eficácia das
assessorias de imprensa permite aos geradores de notícia uma comunicação direta com o
público, sem o intermédio do jornalista. Essa nova situação induziria alguns teóricos
(Neveu, 2002; Ramonet, 2001) a questionarem o papel do jornalista na sociedade.

Outra conseqüência desse processo é a mudança no status das fontes. Ao se tornarem


entidades ativas, oferecendo aos jornalistas um imenso volume de informações, eles
perdem a condição de `fontes' para se tornarem `produtores de notícias'. Submerso nesse
dilúvio informativo o jornalista perde o espírito de iniciativa, antes intrínseco à sua
imagem.

O jornalista como um intelectual


Uma terceira maneira de analisar o papel do jornalista na sociedade é de enquadra-lo
como uma categoria de intelectuais. Nesse sentido, mantém-se o caráter mercantil da
profissão que assume um novo papel nas sociedades contemporâneas.
Segundo Ortega e Humanes (2001), no atual estágio do capitalismo, o conhecimento se
configura como uma categoria central que influencia todas as demais esferas sociais. O
problema estaria na decadência das demais categorias intelectuais que deixaria um
vácuo na produção e transmissão do saber. A influência da Igreja, por exemplo, se
encontra em declínio desde o fim da Idade Média. Da mesma forma, o enfraquecimento
da ideologia na sociedade contemporânea atingiu em cheio o ideal de intelectual
engajado. Cientistas e acadêmicos produzem conhecimento, mas seriam incapazes de
difundi-los fora do contexto midiático (Ortega e Humanes, 2001; Riefell, 1992).

Análise semelhante é feita por Sarro (1997) numa perspectiva ligada aos estudos
culturais. Para ela, os intelectuais no sentido `clássico', detentores de um monopólio
discursivo, calcado na diferença de saberes, estariam, agora, imersos numa rede, onde se
sobressairiam técnicos e intelectuais ligados à comunicação de massa. A autora cita dois
fatores que levaram ao fim desse monopólio, que diluiria a produção intelectual num
``pluralismo midiático'':

1º A ascensão dos saberes técnicos em detrimento dos saberes filosóficos-morais;

2º O fim das utopias políticas.

Nesse sentido, mídia ocuparia esse vácuo intelectual, estabelecendo uma relação
comunitária de proximidade com o público. ``Ninguém mais próximo que eles de um
senso comum coletivo que interpretam e, ao mesmo tempo, constroem, a cujas
exigências atendem e a cujas inquietações interpretam sem deixar de doutriná-los''
(Sarro, 1997: 168). Os meios de comunicação assumiriam o papel de estabelecer um
horizonte de referências culturais e modificar a estrutura da pauta cotidiana por meio da
construção de uma realidade que vai além da representação (Ortega e Humanes, 2001).

Na verdade o jornalista nunca deixou de produzir um trabalho intelectual. Mas foi a


partir de um processo de redistribuição da função intelectual na sociedade é que ele
atinge este status. Como intelectual, o jornalista desempenha um papel decisivo na
construção social da realidade, expresso na função do agenda-setting. Ao mesmo
tempo, ele sistematiza a produção e distribuição da cultura a partir de princípios de
conduta incontornáveis - as rotinas produtivas - que funcionariam à maneira dos
paradigmas científicos (Ortega e Humanes, 2001).

Considerações finais: mas afinal, quem é


o jornalista?
Neste artigo foram apresentadas diferentes visões do jornalista a forma como a sua
identidade profissional se configura na sociedade. È difícil dizer que concepção mais se
aproximaria do real. Por um lado, é inegável o impacto que a mercantilização da
imprensa tem sobre o exercício profissional. Com o `jornalismo de mercado' a crença
numa missão jornalística entra em conflito com a lógica empresarial. ``A empresa está
explicitamente dizendo que uma porção dessa lealdade [dos jornalistas] deve ser
dedicada a ela e aos seus acionistas - em vez de aos leitores, ouvintes ou espectadores''
(Kovach e Rosenstiel, 2003: 96). Por outro, o desempenho de um trabalho ditado pela
lógica econômica-empresarial não exclui o compromisso com o público nem o exercício
de uma função intelectual:

Apesar de desenvolver seu trabalho dentro de empresas, cada vez mais tipicamente
representativas do capitalismo tardio, os jornalistas se movem uma direção que nem
sempre é a mesma de suas empresas (...). Mesmo empregados em um circuito produtivo
tipicamente capitalista, e apesar de que nele se introduziu a organização racional em
múltiplos aspectos, os jornalistas continuam percebendo sua atividade como um serviço
público destinado a fins extra-econômicos (Ortega e Humanes, 2001: 59-60)11 .

Na verdade, a evolução da identidade do jornalista não é linear, mas se forma a partir de


um duplo discurso (ver Tabela 01) ``em que se entrecruzam a fala humanista e a fala
tecnológico-metodológica'' (Ribeiro, 1994: 195). As identidades são fruto de condições
históricas e institucionais específicas. Elas são formadas por um processo de
diferenciação, de exclusão e não da criação de uma unidade idêntica, inteiriça e `sem-
costuras' (Hall, 2000).

Portanto, ao traçar um painel das diferentes visões que o jornalista assume na sociedade,
este artigo é incapaz de esgotar os estudos sobre este tema. Quem é o profissional
jornalista? Uma resposta carece análises complementares que vão integrar outras
abordagens de pesquisa.

Tabela 01

Discurso Humanista: Discurso


fase tradicional / tecnológico-
ideológica metodológico:
fase moderna
Caráter do discurso Cultural Industrial
sobre o produto
jornalístico
Status do jornalista Liberal Disciplina
junto à empresa
Relação com os Confiança Competência
patrões
Percepção do Jornalista como herói Jornalista como
jornalismo no operário
imaginário popular
Status do jornalista Jornalista como uma Anonimato
frente à sociedade figura pública

O que é o jornalismo?
Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais
e divulgação de informações. Também define-se o Jornalismo como a prática de coletar,
redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais. Jornalismo é uma atividade
de Comunicação.

Ao profissional desta área dá-se o nome de jornalista. O jornalista pode atuar em várias
áreas ou veículos de imprensa, como jornais, revistas, televisão, rádio, websites,
weblogs, assessorias de imprensa, entre muitos outros.

Notícia
A notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. É a
matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento
socialmente relevante que merece publicação numa mídia. Factos políticos, sociais,
econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia se afectarem indivíduos ou
grupos significativos para um determinado veículo de imprensa. Geralmente, a notícia
tem conotação negativa, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto
social, como acidentes, tragédias, guerras e golpes de estado. Notícias têm valor
jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas
previamente por nenhum veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que
mais interessam ao público e apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto
jornalístico é noticioso, mas toda notícia é potencialmente objeto de apuração
jornalística.

Primeiro jornal Português


Primeiro jornal Brasileiro

Uma rotativa, máquina que imprime jornais

Quatro fatores principais influenciam na qualidade da notícia:

1. Novidade: a notícia deve conter informações novas, e não repetir as já


conhecidas
2. Proximidade: quanto mais próximo do leitor for o local do evento, mais
interesse a notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do leitor
3. Tamanho: tanto o que for muito grande quanto o que for muito pequeno atrai a
atenção do público
4. Relevância: notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa.
Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público

Notícias chegam aos veículos de imprensa por meio de repórteres, correspondentes,


agências de notícias e assessorias de imprensa. Eventualmente, amigos e conhecidos de
jornalistas fornecem denúncias, sugestões de pauta, dicas e pistas, às vezes no
anonimato, pelo telefone ou por e-mail.

Nos EUA, é comum a figura do news-hawk (falcão-de-notícia), uma espécie de


informante-apurador contratado pelo jornal, que anda em busca de assuntos que
potencialmente possam gerar notícias.

[editar] Trabalho do jornalista


A atividade primária do Jornalismo é a observação e descrição de eventos, conhecida
como reportagem

• "O quê" - o fato ocorrido


• "Quem" - o personagem envolvido
• "Onde" - o local do fato
• "Quando" - o momento do fato
• "Por quê" - a causa do fato
• "Como" - o modo como o fato ocorreu

A essência do Jornalismo, entretanto, é a seleção e organização das informações no


produto final (jornal, revista, programa de TV etc.), chamada de edição.

O trabalho jornalístico consiste em captação e tratamento escrito, oral, visual ou gráfico,


da informação em qualquer uma de suas formas e variedades. O trabalho é normalmente
dividido em quatro etapas distintas, cada qual com suas funções e particularidades:
pauta, apuração, redação e edição.

• A pauta é a seleção dos assuntos que serão abordados. É a etapa de escolha


sobre quais indícios ou sugestões devem ser considerados para a publicação
final.

• A apuração é o processo de averiguar informação em estado bruto (dados,


nomes, números etc.). A apuração é feita com documentos e pessoas que
fornecem informações, chamadas de fontes. A interação de jornalistas com suas
fontes envolve freqüentemente questões de confidencialidade.

• A redação é o tratamento das informações apuradas em forma de texto verbal.


Pode resultar num texto para ser impresso (em jornais, revistas e sites) ou lido
em voz alta (no rádio, na TV e no cinema).

• A edição é a finalização do material redigido em produto de comunicação,


hierarquizando e coordenando o conteúdo de informações na forma final em que
será apresentado. Muitas vezes, é a edição que confere sentido geral às
informações coletadas nas etapas anteriores. No jornalismo impresso (jornais e
revistas), a edição consiste em revisar e cortar textos de acordo com o espaço de
impressão pré-definido. A diagramação é a disposição gráfica do conteúdo e
faz parte da edição de impressos. No radiojornalismo, editar significa cortar e
justapor trechos sonoros junto a textos de locução, o que no telejornalismo
ganha o adicional da edição de imagens em movimento.
Estas três mídias citadas têm limites de espaço e tempo pré-definidos para o conteúdo, o
que impõe restrições à edição. No chamado webjornalismo, ciberjornalismo ou
"jornalismo online", estes limites teoricamente não existem.

A inexistência destes limites começa pela potencialidade da interação no jornalismo


online, o que provoca um borramento entre as fronteiras que separam os papéis do
emissor e do receptor, anunciando a figura do interagente. Esta prática tem se difundido
como "jornalismo open source", ou o jornalismo de código aberto, onde informações
são apuradas, redigidas e publicadas pela comunidade sem a obrigação de serem
submetidas às rígidas rotinas de produção e às estruturas organizacionais das empresas
de comunicação.

De acordo com a pesquisadora Catarina Moura, da Universidade da Beira Interior


(Portugal), Jornalismo Open Source "implica, desde logo, permitir que várias pessoas
(que não apenas os jornalistas) escrevam e, sem a castração da imparcialidade, dêem a
sua opinião, impedindo assim a proliferação de um pensamento único, como o pode ser
aquele difundido pela maioria dos jornais, cuja objectividade e imparcialidade são
muitas vezes máscaras de um qualquer ponto de vista que serve interesses mais
particulares que apenas o de informar com honestidade e isenção o público que os lê".
(artigo disponível em http://www.bocc.ubi.pt)

[editar] Mídias e veículos de imprensa


O Jornalismo é realizado em uma grande variedade de mídias: jornais, televisão, rádio e
revistas, além do mais recente jornalismo online na Internet. Cada tipo de mídia define
um determinado suporte, ou seja: papel, som, celulóide ou vídeo, por radiodifusão ou
teledifusão eletrônicas.

Mídia Veículos
impresso jornais, revistas
portais, websites, revistas em CD-
digital
ROM, boletins por e-mail
televisão emissoras e redes de TV
rádio emissoras de rádio, webrádios

Ver também Jornalismo online, Telejornalismo e Radiojornalismo

[editar] Funções jornalísticas


As funções que os jornalistas podem exercer na profissão variam de mídia para mídia,
de canal para canal e de veículo para veículo. Às vezes a mesma função recebe nomes
distintos em empresas diferentes. Basicamente, as três funções fundamentais são a
reportagem (coleta de informações), a redação (organização destas em texto) e a
edição (seleção e hierarquização das informações no produto final).

Função Impresso Rádio TV Digital


Editor, Editor-Chefe, Editor, Editor de
Edição Editor Editor
Subeditor Capa
Redator, Articulista,
Editor de Webwriter (Editor
Redação Colunista, Crítico, Redator
Texto de Página), Redator
Revisor
Repórter, Apurador, Repórter,
Reportagem Repórter Repórter
Pauteiro Produtor
Imagens Fotógrafo ---- Cinegrafista
Apresentação ---- Locutor Apresentador
Editor de Editor de
Formatação Diagramador Webdesigner
Som Imagens
Infografista,
Arte Sonoplasta Videografista
Ilustrador, Cartunista
Operador de
Técnica Gráfico Iluminador Programador
áudio

Funções auxiliares:

• Colunista, Articulista e Comentarista


• Editorialista
• Ombudsman
• Secretário de Redação

Funções extra-redação:

• Assessor de imprensa
• Correspondente estrangeiro

O texto jornalístico

Durante décadas, a máquina de escrever foi símbolo do jornalismo

O produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem


diferentes nomenclaturas de acordo com sua natureza e objetivos. Uma matéria é o
nome genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias,
reportagens e entrevistas. Um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não
necessariamente sobre notícias, e nem necessariamente escrito por um jornalista.
Redatores geralmente seguem uma técnica para hierarquizar as informações,
apresentando-as no texto em ordem decrescente de importância. Esta técnica tem o
nome de pirâmide invertida, pois a "base" (lado mais largo, mais importante) fica para
cima (início do texto) e o "vértice" (lado mais fino, menos relevante) fica para baixo
(fim do texto). O primeiro parágrafo, que deve conter as principais informações da
matéria, chama-se "lide" (do inglês lead, ou "principal"). O texto é geralmente
subdividido em "capítulos" agrupados por tema, chamados retrancas e sub-retrancas,
ou matérias coordenadas.

O conjunto de técnicas e procedimentos específicos para a atividade de redação


jornalística é chamado de técnica de redação.

As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que


servem para tanto validar (por terceiros) as afirmativas do jornal (técnica chamada de
documentação) quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem
(empatia). No jargão jornalístico, os depoimentos destes personagens chamam-se
aspas.

Apesar de as matérias serem geralmente escritas em estilo sucinto e objetivo, devem ser
revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje
figura rara nas redações, é chamado de revisor ou copy-desk.

[editar] Tipos de texto jornalístico

• notícia - de carácter objectivo, composto pelo 'LIDE' e o corpo da


notícia:
o No 'LIDE' tenta-se responder a seis perguntas: quem , o quê ,
onde , quando , porque ,como , a ausência destas pode dever-
se a dados não apurados;
o No corpo da notícia desenvolve-se gradualmente a informação
em cada parágrafo, por isso a informação é cada vez mais
elaborada, detalhada.
• matéria - todo texto jornalístico de descrição ou narrativa factual.
Dividem-se em matérias "quentes" (sobre um fato do dia, ou em
andamento) e matérias "frias" (temas relevantes, mas não
necessariamente novos ou urgentes). Existem ainda os seguintes
subtipos de matérias:
o matéria leve ou feature - texto com informações pitorescas
ou inusitadas, que não prejudicam ou colocam ninguém em
risco; muitas vezes este tipo de matéria beira o entretenimento
o suíte - é uma matéria que dá seqüência ou continuidade a
uma notícia, seja por desdobramento do fato, por conter novos
detalhes ou por acompanhar um personagem
o perfil - texto descritivo de um personagem, que pode ser uma
pessoa ou uma entidade, um grupo; muitas vezes é
apresentado em formato testemunhal
o entrevista - é o texto baseado fundamentalmente nas
declarações de um indivíduo a um repórter; quando a edição
do texto explicita as perguntas e as respostas, seqüenciadas,
chama-se de ping-pong
• opinião ou editorial - reflete a opinião apócrifa do veículo de
imprensa (não deve ser assinado por nenhum profissional
individualmente)
• artigo - texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por
colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas)
• crônica(br) ou crónica(pt) - texto que registra uma observação ou
impressão sobre fatos cotidianos; pode narrar fatos reais em formato
de ficção
• nota - texto curto sobre algum fato que seja de relevância noticiosa,
mas que apenas o lide basta para descrever; muito comum em
colunas
• chamada - texto muito curto na primeira página ou capa que remete
à íntegra da matéria nas páginas interiores
• texto-legenda - texto curtíssimo que acompanha uma foto,
descrevendo-a e adicionando a ela alguma informação, mas sem
matéria à qual faça referência; tem valor de uma matéria
independente

[editar] Editorias e Cadernos


O trabalho em redações jornalísticas é geralmente dividido entre editorias temáticas,
agrupando os assuntos mais comuns do noticiário. Assim como a classificação dos
assuntos adequados a cada editoria pode variar.

Em jornais diários, as editorias podem ser organizadas em Cadernos e Suplementos,


que são fascículos de encadernação separada incluídos no conjunto publicado e de
periodicidade predeterminada.

Jornais diários de grande circulação e revistas de informação geral normalmente têm as


seguintes editorias, que podem também ser tratadas em publicações especializadas:

• Geral - não exatamente uma editoria, mas o departamento e a


equipe de reportagem e redação que tratam de assuntos diversos,
como acidentes, cataclismas, intempéries, tragédias e até crimes
(estes normalmente reservados para a página Policial);
• Local ou Cidade - assuntos de interesse local ou regional;
• Nacional ou País - assuntos de outras localidades do país;
• Política - às vezes, agrupada com a anterior;
• Polícia (conhecida como "RePol") - crimes e assuntos de segurança,
às vezes incluindo também ações de Defesa Civil e Bombeiros;
• Internacional - assuntos diversos de política internacional, relações
externas, diplomacia, economia internacional, cultura estrangeira e
ainda assuntos diversos (como os da Geral) desde que ocorridos no
exterior;
• Economia - notícias relacionadas às atividades produtivas do país,
região ou cidade onde se localiza o jornal, subdivididas em sub-
editorias:
o Macroeconomia - políticas de Estado para economia,
comércio internacional, diretrizes nacional e internacionais;
câmbio e divisas, políticas de integração regional;
o Mercado Financeiro - indicadores financeiros, mercado de
ações, bancos;
o Empresas - negociações entre empresas, balanços,
expectativas de faturamento;
• Cultura - todas as manifestações culturais da sociedade, Cinema,
Teatro, Literatura, Artes Plásticas, Televisão, Música, Quadrinhos,
etc.;
• Ciência & Tecnologia - temas de interesse acadêmico-científico e
de tecnologia industrial; pesquisas e descobertas científicas,
inovações tecnológicas, economia e empresas de setor de alta
tecnologia;
o Informática - às vezes editoria autônoma, outras incluída sob
a anterior;
o Astronomia ou Espaço - idem;
o Meio Ambiente e Ecologia - idem;
• Esporte - todas as modalidades esportivas, competições,
contratações, treinamentos e variedades sobre atletas e
personalidades do Esporte;
• Turismo - roteiros de viagem, serviços sobre destinos turísticos;
• Automobilismo - automóveis e outros veículos motorizados,
incluindo aquáticos, como lanchas e jet-skis; às vezes, inclui-se até
aviação;
• Comportamento, Saúde, Família e Moda - assuntos diversos sobre
comportamento social, consumo, relacionamentos, saúde e medicina;
• Educação e Vestibular - temas educacionais, pedagógicos e
educativos, auxílio a material didático e pesquisa escolar, calendários
de provas de acesso universitário e concursos públicos;
• Infantil e Feminino - cadernos especializados em assuntos
estereotipicamente associados a gênero e faixa etária;
• Coluna Social ou Imprensa Rosa - notas e comentários sobre vida
em sociedade, geralmente sobre indivíduos de alto poder aquisitivo e
"celebridades" públicas;
• Classificados, Imóveis e Empregos - anúncios pequenos,
geralmente pagos por indivíduos.

Jornais de grande porte também costumam ter editores específicos para a Arte e a
Fotografia.

[editar] Situação dos jornalistas no mundo


Em diversos países de regime democrático, o trabalho jornalístico é protegido por lei ou
pela constituição. Isto inclui, muitas vezes, o direito de o jornalista preservar em
segredo a identidade de suas fontes, mesmo quando interpelado judicialmente.

O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece normas para a


liberdade de expressão e de imprensa.

No entanto, segundo a organização Repórteres sem Fronteiras (Reporters Sans


Frontières), 42 jornalistas foram mortos no ano de 2003, principalmente na Ásia,
enquanto outros 766 estavam presos.

O futuro do jornalismo passa pela adequação dos profissionais da área às novas mídias
emergentes. Todo bom profissional não poderá deixar de observar esses novos meios. O
profissional tem de se adaptar aos novos mecanismo das teconologias, além disso ele
precisa ser polivalente para continuar no mercado.

A independência dos profissionais da área tem sido um grande debate, o que pode ser
observado no livro "O que é Jornalismo" (Brasiliense, 1980), de Clóvis Rossi.

"Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante


batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou
ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente
inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Entrar no universo do
jornalismo significa ver essa batalha por dentro, desvendar o mito da objetividade, saber
quais são as fontes, discutir a liberdade de imprensa no Brasil."

[editar] Situação dos jornalistas no Brasil


O primeiro sindicato de jornalistas no Brasil foi fundado em 1934, na cidade de Juiz de
Fora. Quatro anos depois, houve a primeira regulamentação da profissão. Conforme
disposto no AI-5 de 13 de dezembro de 1968, o diploma de curso superior de
Jornalismo é obrigatório para o exercício da profissão, por força de lei. Atualmente, há
cerca de 120 cursos de graduação na área, formando quase 5.000 jornalistas a cada ano
em todo o país. Diversas empresas de comunicação, para cortar custos, têm substituído
jornalistas experientes por recém-formados ou estagiários, que recebem pagamento
menor para executar o mesmo trabalho. Muitos sindicatos brasileiros reclamam que o
excesso de mão-de-obra disponível provoca a desvalorização dos salários da categoria.

De acordo com pesquisa do Sindicato dos Jornalistas paulista, com base em dados de
1999 do Ministério do Trabalho, a remuneração média paga aos profissionais da
categoria no país era de R$ 1.988 (ou US$ 710). A melhor média salarial era dos
funcionários de agências (US$ 982), seguidos pelos jornalistas de jornais (US$ 727),
revistas (US$ 622), televisão (US$ 616), assessoria de imprensa (US$ 256) e rádio (US$
203).

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