You are on page 1of 33

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

SUPERINTENDÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Marcilio Rocha Ramos

Luciano Pimentel de Oliveira

Curso de Pós-graduação Lato sensu em:

EDUCOMUNICAÇÃO E GESTÃO
DE MICRO-MÍDIAS

Marcilio Rocha Ramos

SALVADOR,
2

NO NOVEMBRO DE 2006

COORDENADOR EXECUTIVO

Marcilio Rocha Ramos


Av. Oceânica, 3599 B, ap. 204, Ondina – Salvador – BA – CEP 40.170-010
marcilio.rocha@uol.com.br
(71) 3331-2258
Professor da pós-graduação da UCSal

COORDENADOR ACADÊMICO

O mesmo

VICE-COORDENADOR

Luciano Pimentel de Oliveira


Rua Artur Gomes de Carvalho, 193/504 – Pituba – Salvador – BA – CEP 41.810-640.
lpo73@hotmail.com
(71) 3344-0196 / 8883-0196
3

SUMÁRIO

1.1. Justificativa.................................................................................................................................................2
2. Área de Conhecimento do Curso..................................................................................................................5
3. Histórico da instituição..................................................................................................................................7
4. Objetivos.......................................................................................................................................................8
5. Público-Alvo.................................................................................................................................................8
6. Concepção do Curso......................................................................................................................................9
7. Coordenação................................................................................................................................................11
8. Carga Horária..............................................................................................................................................11
9. Período e periodicidade...............................................................................................................................12
10. Conteúdo Programático.............................................................................................................................12
11. Corpo docente...........................................................................................................................................15
12. Metodologia..............................................................................................................................................15
13. Interdisciplinaridade: além da filosofia do sujeito....................................................................................16
14. Atividades complementares......................................................................................................................17
15. Tecnologia.................................................................................................................................................17
16. Infra-estrutura física..................................................................................................................................17
17. Critério de seleção.....................................................................................................................................18
18. Sistemas de avaliação................................................................................................................................18
19. Controle de freqüência..............................................................................................................................18
20. Trabalho de conclusão de curso................................................................................................................18
21. Certificação...............................................................................................................................................19
22. Referências................................................................................................................................................20
ANEXOS..........................................................................................................................................23
ANEXO 1: LEGISLAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO.....................................................................24
ANEXO 2: QUADRO DE DISCIPLINAS E CORPO DOCENTE..................................................30
2

1. 1. JUSTIFICATIVA

Com a hegemonização dos grandes meios de informação e a socialização das


técnicas e tecnologias digitais como instrumento de propagação ideológica da
sociedade a que representam, instituições de ensino nas áreas de formação
pedagógicas começam a vislumbrar a articulação de práticas educativas, através
das Tecnologias da Informação e da Comunicação em suas práxis. Um mercado
novo está se solidificando e ganhando amplitude nos meios educacionais, traduzido
em disciplinas como Educomunicação, Educação e Tecnologia, Pedagogia da
Comunicação, Mídias interativas, que em síntese referenciam uma educação
através da comunicação, que além das necessidades sociais, ganhou também o
amparo legal.

A nova Lei de Diretrizes e Bases – LDB - legalizou, digamos assim, a


introdução da educação para a comunicação nos currículos, através dos Parâmetros
Curriculares para o ensino fundamental. As normas estabelecem que ao se elaborar
os currículos um terço das atividades devem considerar a mediação com as
tecnologias e os meios de comunicação. A falta de formação docente para trabalhar
com estas tecnologias, no entanto, faz com que a lei se circunscreva apenas ao
papel – tanto que quem está na “vanguarda” das ações com as TICs nas escolas
são ONGs ou algum professor ou ativista, todos no entanto, atuando dentro de uma
margem muito restrita de ações.

A multireferencialidade que estas mídias proporcionam - pela diversidade das


suas linguagens e o conflito de interesses que se explicitam na tentativa de
hegemonização ideológica pela sua costumização - oferecem também uma
perspectiva de articulação da interdisciplinaridade (não apenas com a simples
junção de disciplinas, como normalmente é concebida a interdisciplinaridade), mas
sobretudo como forma de se produzir conhecimento enquanto sujeito e objeto da
realidade social.

Com a Internet e a popularização dos computadores, a rapidez na transmissão


de informações, esta educação pela comunicação ganhou uma nova importância
3

dentro das grandes instituições de ensino, tornando-se objeto não só de disciplinas


curriculares, mas, sobretudo, de pesquisas e publicações. Na atualidade, as
proposições de Gutiérrez (1978), Penteado (1998), Porto (1998, 2000), Faria (1996,
2001, 2002), Pinto (2000), Feilitzen e Carlsson (2002), sobre uma pedagogia com as
mídias vão ao encontro das proposições dialógicas de Freire (1979, 1996) com sua
epistemologia libertadora, e Freinet (1974, 1977) com sua escola do trabalho,
realizada sob a intensidade da teoria e da prática, Maclaren, Farahmandpur (2002) e
Ardoino (2003) sobre práxis educativa socialista e se coadunam para realizações de
aprendizagem através de Movimentos rizomáticos proposto por Guatarri (1987) e
Deleuze e Guatarri (1995), como expressão de alteridade e emancipação dos
sujeitos.

O desafio de unir teoria e prática, aproximar academia e a sociedade, articular


os saberes do senso comum e os saberes científicos estão entre as justificativas
para a realização da Educomunicação e a gestão de micro-mídias e mídias
comunitárias nas novas Faculdades – todas, ressalte-se, sob o desafio de constituir
currículos voltados para uma nova realidade que está a exigir inovações
metodológicas para abordar o mundo do trabalho. O modelo educacional - que
desapropria os aprendizes da sua produção – conduzindo o ensino nas formas de
repetição, através de transmissão de informação de valores preestabelecidos está
em crise, em profunda crise e requer alternativas contextualizadas com os valores
da sociedade informática.

Neste sentido, a Educomunicação pode se tornar uma das novas alternativas


fazendo interdisciplinaridade com correntes pedagógicas já muito bem referenciadas
e pesquisadas, como o construtivismo, o construcionismo, o sociointeracionismo e
propostas mais amplas como as ações complementares à escola, educação integral,
que abordam uma articulação da escola e do ensino e aprendizagem além das suas
dependências e conteúdos tradicionais.

Práticas educativas com produção de mídias estabelecem uma ruptura das


práxis tradicionais nas relações de aprendizagem entre emissor-receptor: professor-
aluno; meios de comunicação-consumidores; livro-leitor e entre os próprios espaços
formais. Mas, as experiências que conspiram contra os rituais dos poderes
estabelecidos - provas, testes, horários, chamadas - são hoje realizadas apenas no
plano de uma “guerra de guerrilha”, para usar uma expressão de Rossetti (2005), no
4

seu livro Mídia e Escola: perspectivas para políticas públicas.

A continuidade das nossas pesquisas, principalmente a partir de práticas


docentes com as disciplinas Educação e Mídias Interativas e com a coordenação de
orientações de TCC - Trabalhos de Conclusão de Cursos1, nos levou a novos
caminhos e hipóteses: a produção de aprendizagens com mídias pelos agentes das
comunidades tem mais intensidade nas aprendizagens formais que as próprias
produções midiáticas nas unidades tradicionais de ensino. Além dos muros da
escola, estão se potencializando diversas formas de educação e aprendizagens pela
irradiação de atividades com micro mídias que intitulamos de mídias radicais - um
conceito articulado por Downing (2002) que muito bem referencia estas novas
formas de comunicação e educação2.

As comunidades experimentam, criam e socializam conhecimentos com as


mídias, e, socialmente, intervêm dentro das próprias práticas curriculares, realizando
uma interdisciplinaridade forçada, digamos assim – posto que escalando os muros,
grades e currículo, penetrando nos corações e mentes dos jovens e adolescentes
por outras janelas que não as tradicionais. O desafio – ainda não alcançado – é
superar a disciplinaridade num movimento dialógico ao mesmo tempo de dentro da
escola para a sociedade e da sociedade para dentro da escola, em ações
educomunicativas com os movimentos das comunidades. Ou seja: a realização de
uma práxis educativa implicada com as pulsações sociais.

O professor-empreendedor desenvolveu sua pesquisa de mestrado em


educação com base no tema do curso, inconformado com a inércia do sistema
educacional em reagir ao cenário sócio-tecnológico que nos envolve e a
necessidade de assumir uma nova proposta de construção do aprendizado por parte
dos educadores e das instituições.

1 Estas atividades são realizadas na pós-graduação da UNEB - Universidade do Estado da Bahia - curso de
“Formação de Professores para Educação Infantil com Mídias Interativas” (Departamento de Educação,
Campus I) e na graduação da Faculdade Evangélica de Salvador (curso de Pedagogia).
2 No seu livro Mídia radical: rebeldia nas comunicações e movimentos sociais, John D. H. Downing caracteriza
estas mídias não apenas como jornais, boletins, cinema, rádios, televisão comunitárias e sites radicais
veiculados na Internet – mas também como as canções populares, a linguagem rebelde dos grafiteiros,
vestuários que chama de mídias têxteis como as do Hip-Hop, os trajes, brochuras e buttons de lapela, adesivos
de pára-choques, o teatro popular, a arte do pôster, os cartuns satíricos, as histórias em quadrinhos, as
xilogravuras, fotomontagens, murais.
5

A realização do curso proposto é amparada na Resolução CNE/CES nº 01 de


03 de abril de 2001 e na Portaria MEC nº 1.180 de 06 de maio de 2004.

2. ÁREA DE CONHECIMENTO DO CURSO

O curso abrange três áreas do conhecimento em ciências humanas:


administração, comunicação e educação. O curso é oferecido na modalidade
presencial. A perspectiva do curso em Educomunicação é compreendida como um
movimento de ações protagonistas e de autoria envolvendo de forma interdisciplinar
dois campos de saberes - a educação e a comunicação -, proporcionando que
educadores, estudantes, comunidades desenvolvam novas formas de construção de
aprendizagens numa horizontalidade, criando processos educativos pelo
compartilhamento na produção do conhecimento e o questionamento da realidade.

Segundo Soares (2002), o campo da Educomunicação inclui não apenas


relacionamentos de grupos (a área de comunicação interpessoal), mas também
atividades ligadas ao uso de recursos de informações no ensino-aprendizagem (a
área das tecnologias educacionais), bem como o contato com os meios de
comunicação de massa (área de educação para os meios de comunicação) e seu
uso e manejo (área de produção comunicativa).

Como os grandes centros urbanos estão mergulhados em TV, Internet, jornais


e revistas, a proposta é fazer com que o jovem se aproprie da linguagem das mídias,
e, ao entendê-la e também realizá-la, possam avaliar seu conteúdo e participar da
arena política. Quanto ao papel do professor, Soares (2002, p.265) destaca que
entende o educomunicador como o “especialista que tira partido de uma intenção
educativa no uso dos processos, recursos e tecnologias da informação, com base
em uma perspectiva de gerenciamento participativo e democrático da comunicação”,
realizando com os alunos atividades de reflexão e de produção midiáticas, como
práticas para o desenvolvimento do senso crítico, ou seja, “um professor do século
21” trabalhando sobre um novo campo do conhecimento interdisciplinar.
6
7

3. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO

O Centro de Pesquisa e Extensão - CEPEX foi formalizado a partir de 1985


através do Estatuto e Regimento aprovados pelo parecer nº 163 de 20/03/85 do
CFE, que o contemplam na estrutura da UCSal, entre seus Órgãos Especiais. A
partir dessa deliberação passa a abrigar as atividades de pesquisa e extensão. O
artigo 89º do Estatuto o define como “órgão de integração, planejamento,
acompanhamento, execução e coordenação das atividades específicas de pesquisa
e extensão da UCSal", ficando assim o CEPEX institucionalizado.

A competência do CEPEX incorporou na prática as atividades de Pós-


Graduação Lato Sensu, estimulando e assessorando as iniciativas propostas pelas
suas Unidades de Ensino, em particular, gerindo novas propostas em consonância
com as diretrizes da Universidade em geral, e ainda chancelando iniciativas, nessa
área, de instituições congêneres, de organismos governamentais, de entidades de
classes e outros. Neste último caso, as chancelas se justificam como uma forma de
exteriorizar suas ações viabilizando o intercâmbio Universidade/ Comunidade.

A partir de Julho de 1999 foram criadas duas coordenações distintas: uma


abrangendo os programas de Pós-Graduação Lato Sensu (COPPEL) e outra para
os programas de Pós-Graduação Stricto Sensu.

Os cursos de Pós-Graduação da COPPEL foram criados objetivando a


formação plena dos indivíduos, através da utilização dos mais modernos recursos
educacionais. O processo de aprendizagem utilizado nos Programas de Pós-
Graduação tem o objetivo de garantir a formação integral dos indivíduos. Busca-se,
permanentemente a conectividade e continuidade entre disciplinas e conteúdos,
relação teoria-prática, fato reconhecidamente importante no processo de
aprendizagem.

A missão da COPPEL é servir à sociedade como centro de excelência para


cursos de extensão e pós-graduação lato sensu que contribuam com elevado
padrão de qualidade para especialização dos alunos, privilegiando a formação
crítica, ética, social e humana, materializada pelo compromisso com a educação
continuada.
8

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Oferecer técnicas de gestão e metodologias para ações com as tecnologias da


informação e comunicação nas escolas e nas comunidades como instrumento para
novas práxis educacionais voltadas para a produção do conhecimento através da
aprendizagem com as mídias.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Trabalhar a epistemologia da educomunicação;

- Criar novos espaços de aprendizagem com apoio nas TIC;

- Qualificar pessoas para meios alternativos de comunicação;

- Desenvolver competências para a gestão e utilização das micro-


mídias;

- Orientar a utilização pertinente das TIC nos espaços formais e


informais de aprendizagem;

- Orientar a construção, alimentação e gestão de novos espaços de


aprendizagem baseados em micro-mídias, como web-rádio, grupos de
interesse e servidores de áudio e vídeo;

- Criar, gerir e desenvolver micro-mídias nas escolas e comunidades


para as práxis da Educomunicação.

5. PÚBLICO-ALVO

- Professores e coordenadores do ensino fundamental e médio;

- Professores e profissionais de jornalismo e comunicação social;

- Líderes comunitários e sindicais;

- Lideranças religiosas e eclesiásticas;


9

6. CONCEPÇÃO DO CURSO

O curso se propõe a criar uma cultura de educomunicação para lidar com as


diferenças na produção da aprendizagem, abolindo as formas predominantes do
instrucionismo, voltadas para a memorização e centralização do conhecimento no
professor. Em síntese, as abordagens com a Educomunicação têm as seguintes
diretrizes:

a) O uso de mídias: os canais midiáticos e seus produtos como novos espaços


de aprendizagem;

b) Explicitação dos valores: a confrontação ideológica dos sujeitos e dos meios


de comunicação como elemento de ação e reflexão;

c) Valorização da criatividade: a liberdade para explicitação das culturas e


referencialidades reprimidas;

d) Estímulo à conscientização: busca coletiva de compromissos para


mudanças sociais pela compreensão, problematização e participação.

O elemento facilitador – e ao mesmo tempo inovador – de uma educação pela


comunicação é a utilização de tecnologias e aparatos tecnológicos já plenamente
socializados entre os mais diversos agentes sociais, independente de suas classes –
como: a fotografia e as máquinas digitais fotográficas; o vídeo e as filmadoras
digitais; o computador e seus softwares, além de aparelhos celulares, microfones,
rádio, gravadores, xerox.

A filosofia da praxiologia com a Educomunicação é tornar estas tecnologias


fundamentos para uma práxis horizontal, construtiva entre os sujeitos da
aprendizagem, quebrando as relações verticais de produção do saber. Aprender
pela construção: eis a inovação e o desafio da Educomunicação.

6.1 PARCERIAS

Diante da demanda reprimida pela educação com as mídias, o governo do


Estado e a Prefeitura de Salvador vêm realizando parcerias com universidades, ONG
e pesquisadores para desenvolver práxis educacionais com as tecnologias da
10

informação e da comunicação no sistema público de ensino. A ONG Cipó


Comunicação Interativa destaca-se entre estes parceiros pelo pioneirismo na Bahia.

Embora ainda não exista uma mão-de-obra especializada para atender a


demanda da Educação pelas Mídias, o principal desafio é mesmo o acesso às
tecnologias – o que vem sendo alcançado através de políticas públicas e iniciativas
sociais com os programas federais e estaduais, tais como:

1)Técnico-cidadão: rede livre de jovens empreendedores contra a pirataria;


produção de softwares e ação em rizomas com o movimento social, intitulado
software livre3;

2) Cidadão Conectado: que visa popularizar o computador através de


financiamento de equipamentos com juros de 2% ao mês, em 24 parcelas;

3) Casa Brasil: que tem por objetivo a implantação de telecentros comunitários,


o que efetivamente vem ocorrendo. além de servir como ponto de acesso público e
gratuito, atua como centro de aprendizado, permitindo a familiarização dos usuários
com as TICs e com o uso do software livre. visa facilitar o acesso da população de
baixa renda com implantação de 90 telecentros comunitários em todo país -
composto de 10 computadores com conexão banda larga, estúdio multimídia,
biblioteca popular, auditório e laboratório de divulgação da ciência;

4) Tecnovia: Parque Tencológico da Bahia, uma parceria entre a Prefeitura


Municipal de Salvador, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e a
SECTI para atrair organizações de referência empresarial, acadêmica e do terceiro
setor para pesquisa, desenvolvimento e experimentação de tecnologias e soluções
de alto impacto.
Dentro deste quadro, temos agentes potenciais com os quais procuraremos
estabelecer parcerias:

a) O governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Salvador;

b) Empresas de telefonia (operadora e fabricante de aparelhos) veículos de


comunicação (como canais de televisão e portais de informações da
internet);

3 Software livre é um movimento pelo compartilhamento do conhecimento tecnológico, através do


qual os usuários podem executar, copiar, distribuir, estudar e customizar o programa de acordo
com suas necessidades.
11

c) ONG Cipó Comunicação Interativa4;

d) Rádios Comunitárias (Sereia FM, em Itapoã);

e) Sindicato dos Químicos e Petroquímicos;

f) Colégio Raphael Serravale5

g) Grupos Hip-Hop da Periferia de Salvador6.

7. COORDENAÇÃO

a) Coordenador: Marcílio Rocha Ramos: jornalista, publicitário,


comunicador comunitário. Mestre em Educação, com dissertação
sobre Educomunicação e Mídia Radical, na Universidade Federal da
Bahia. Professor de Metodologia da Pesquisa, na pós-graduação da
UCSal, no curso de Auditoria Governamental e de Comunicação Oral,
na pós-graduação da Universidade de Salvador – UCSAL. É também
professor de produção de textos no curso de jornalismo da Faculdade
Social da Bahia.

b) Vice-coordenador: Luciano Pimentel de Oliveira: administrador e


consultor em gestão da educação básica. Mestre em Administração
com a dissertação Planejamento Estratégico e Gestão Participativa
pela Universidade Federal da Bahia. Professor universitário.

8. CARGA HORÁRIA

O curso será desenvolvido num total de 436 horas, assim distribuídas:

4 A Cipó Comunicação Interativa é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1999, que
desenvolve projetos sociais de Educação pela Comunicação para adolescentes e jovens de
comunidades carentes.
5 Neste colégio desenvolvemos pesquisa com alunos do ensino médio e fundamental, utilizando
jornal e internet.
6 Todas as quintas-feiras, diversos grupos da Periferia de Salvador se apresentam na praça na
Praça João Martins, em Paripe, realizando uma arena não só de expressão musical e poética, mas
também política, o que se constitui em um espaço de aprendizagem e alteridade das populações
negras.
12

a) Mediação teoria-prática: 312 horas para atividades em sala de aula e


laboratório de informática (teoria e prática com as tecnologias);

b) Atividade empírica: 64 para visitas técnicas, experimentação e


produção de micro-mídias como atividade didática-prática;

c) Culminância: 60 horas para trabalho de conclusão do curso


(apresentação de produtos midiáticos com defesa teórica, relacionando
os produtos às novas práxis educacionais com as mídias).

9. PERÍODO E PERIODICIDADE

O curso será realizado no período compreendido entre fevereiro de 2007 e


janeiro de 2008, com média de 32 horas de aula por mês. O horário ocorrerá em
dois dias do final de semana:

a) Sexta-feira: 18h40min às 22h10mim;

b) Sábado: 8h30min às 12h00min.

[Excepcionalmente, serão realizadas seis aulas aos sábados das 13h30min às


17h00min].

10. Conteúdo Programático

Disciplinas obrigatórias e suas ementas:

1. Fundamentos epistemológicos da educomunicação – 32 horas;


Proposição: Estudar e pesquisar sobre a formação de um novo campo
de intervenção social denominado Educomunicação, bem como sobre
suas áreas de ação profissional.
13

2. Comunicação comunitária – 32 horas. Proposição: refletir sobre as


relações entre mídia e sociedade, permitindo a construção de
referenciais teóricos coerentes com as práticas educomunicativas;

3. Educomunicação e sociedade – 32 horas. Proposição: Apresentar a


comunicação e a educação no contexto das teorias sociais, discutindo
as relações entre controle social, resistência rizomáticas e meios de
comunicação de massa e aprendizagem não-formais, realizadas pelos
agentes sociais.

4. Ética em Educomunicação – 32 horas. Proposição: Conhecer a


legislação e os fundamentos da ética em sua relação com as práticas
educomunicativas.

5. Produção de micromidias – 32 horas. Proposição: Realizar suportes


midiáticos para a educação. Desenvolver conhecimentos técnicos de
como produzir suportes midiáticos para educação formal e não formal
através das várias linguagens da comunicação: blog, web rádio, jornais
e boletins, rádio comunitária, home page, e-mail compartilhado, filmes
para canais interativos de vídeos na Internet.

6. Laboratório multimídia – 32 horas. Proposição: trabalhar os recursos


de forma integrada – impresso e eletrônico -, para que os alunos
experimentem, na prática, as possibilidades para um uso participativo
dos meios;

7. Empreendedorismo para educomunicadores – 40 horas. Proposição:


Investigar, entender e internalizar a ação empreendedora. Ênfase nos
processos de autoconhecimento, perfil do empreendedor, criatividade,
desenvolvimento da visão e identificação de oportunidades. Etapas e
estrutura da elaboração de um Plano de Negócios.

8. Gestão de negócios – 40 horas. Proposição: Apresentar aspectos


introdutórios da teoria da administração. Desenvolver habilidades e
competências pessoais e interpessoais para a gestão de equipes de
trabalho;

9. Gestão de micro-mídias – 32 horas. Proposição: reconhecer a


dinâmica do marketing de serviços, fornecendo instrumentos para o
14

seu gerenciamento. Utilizar a criatividade para análise e


implementação de soluções para se posicionar como produto no
mercado e assegurar sua auto-sustentatibilidade;

10. Técnicas de oratória para pequenas e médias audiências – 32 horas.


Transmitir conhecimento e técnicas de oratória para o Educomunicador
se comunicar com clareza, lógica e eloqüência. Trabalhar a arte de
falar em público: de como se expressar e do domínio de técnicas
próprias para uma boa comunicação; Identificar entre os tipos
psicológicos, introvertido e extrovertido, habilitando ambos a
desenvolver o autocontrole e a capacidade de persuasão em situações
de interação social; Melhorar a capacidade de argumentação e
liderança, esquematizar roteiro de debate e palestra;

11. Metodologias para a pesquisa científica em educomunicação – 40


horas. Proposição: a) utilizar a pesquisa-ação como epistemologia do
educar, através de uma ação alicerçada numa teoria e associada a
uma estratégia; b) Identificar e análisar a produção científica sobre a
educomunicação; c) Elaborar e realizar projetos de pesquisa em
educomunicação.

12. Trabalho de conclusão de curso – 60 horas. Proposição: Utilizar os


produtos dos próprios alunos e da comunidade como objeto de TCC.
Realizar produtos multimídias – e defesas textuais - em dupla como
TCC.

13. Disciplina optativa: Metodologia e Didática do Ensino Superior – 60


horas: Proposição: metodologias da disciplina voltadas para práticas
de Educomunicação.
15

11. CORPO DOCENTE

Ordem alfabética:

1. Edson Miranda Borges: Mestre em Comunicação, professor


universitário e jornalista comunitário, assessor parlamentar,
documentarista e produtor cinematográfico;

2. Luciano Pimentel de Oliveira: Mestre em Administração pela UFBA,


professor universitário e consultor em gestão da educação básica;

3. Lynn Rosalina Gama Alves: Doutora em Educação pela UFBA,


pesquisadora em EAD e professora universitária;

4. Marcilio Rocha Ramos: Mestre em Educação, UFBA, jornalista,


publicitário e professor universitário;

5. Tânia Pereira Motta: Mestranda em Educação, coordenadora de


Educomunicação da Cipó Comunicação Interativa;

[Monitor de multimídia: Deivson Fiúza, bacharelando em Comunicação Social –


Faculdade Social da Bahia (FSBA), designer e produção de micro-mídia].

12. METODOLOGIA

O princípio metodológico do curso é utilizar a pesquisa-ação como


epistemologia do educar, através de uma ação alicerçada numa teoria e associada a
uma estratégia. Em síntese: aprender-fazendo. Porém, com um fazer real, não
simulado, o que implica a produção em multimídia como uma práxis permanente,
utilizando os seguintes recursos:

a) Computadores multimídia: para edição (impresso e eletrônico) e


interação com o ciberespaço;

b) Datawhow: para exposição, avaliação, crítica;

c) Aulas técnicas: visitas, interação com educomunicadores sociais;


16

d) Máquinas fotográficas e de vídeo: para produção de imagens e filmes

13. INTERDISCIPLINARIDADE: ALÉM DA FILOSOFIA DO SUJEITO

A educomunicação é interdisciplinar pela sua própria natureza, ao trabalhar


com dois compôs de conhecimento, e, sobretudo, porque sua práxis está voltada
para ações sobre a totalidade da realidade – o que se configura na prática como
uma necessidade e, ao mesmo tempo, um problema. A sociedade informática está a
oferecer uma diversidade de possibilidades educacionais com as mídias, uma
necessidade para novas formas de ensino aprendizagem sobre o mundo
tecnológico; no entanto, a sociedade ainda não oferece o conhecimento para vencer
este desafio. A educação pela/com as mídias exige também outros desafios: o
próprio domínio tecnológico e o domínio epistemológico para torná-la metodologia e
ciência.

Como afirma Frigoto (2004, p.31), a interdisciplinaridade ocorre não com a


junção simples de disciplina, mas dentro de uma complexidade entre sujeito e
objeto. Como necessidade, a interdisciplinaridade se impõe ao homem para
produzir-se enquanto ser social e enquanto sujeito e objeto do conhecimento:
“interdisciplinaridade na produção do conhecimento funda-se no caráter dialético da
realidade social que é, ao mesmo tempo, una e diversa e na natureza intersubjetiva
de sua apreensão” e, enquanto problema, “pelos limites do sujeito que busca
construir o conhecimento de uma determinada realidade e, de outro lado, pela
complexidade desta realidade e seu caráter histórico”.

A interdisciplinaridade do curso é a gênese do próprio curso: a) a


Educomunicação como metodologia e b) a produção e gestão de micro-mídia como
método para o aprender-fazendo.
17

14. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Indicação das atividades fora da sala de aula: visitas a empresas, elaboração


de projetos, estudos de caso, viagens, período de estudos em outro Estado ou País,
workshops, participação em eventos e outras.

15. TECNOLOGIA

Descrever a tecnologia empregada, principalmente no caso de curso a


distância: plataforma, ferramentas específicas, recursos de multimídia, produção de
material de apoio, sessões presenciais, tutoria, monitoria e outras informações
relevantes.

a) Webradio (servidores de áudio na internet);

b) Youtube (servidores de vídeo na internet);

c) Filmadores, inclusive embutidas em celulares;

d) Microfone sem fio;

e) Softwares de edição: page maker, photoshop, corel draw, publisher, dream


wever

16. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA

Sala de aula com datashow e laboratório de informática com 20 máquinas e


softwares multimídias e impressoras. Artefatos tecnológicos: duas maquinas
filmadoras e quatro máquinas fotográficas digitais.
18

17. CRITÉRIO DE SELEÇÃO

Seleção dos alunos mediante apresentação de currículo e entrevista pessoal.


Prioridade para professores da rede pública e privada que já trabalham com arte-
educação e educomunicadores comunitários.

18. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO

A avaliação ocorrerá com a seguinte filosofia: o processo de produção das


micro-mídias caracteriza a educação e o produto, a comunicação. Com efeito, as
práxis avaliativas se darão através:

a) Desempenho dos grupos: pesquisa, produção, interação;

b) Produtos: qualidade formal e qualidade política: forma e conteúdo; a


estética totalizante dos produtos;

c) Auto-avaliação: exposição das produções para critica e auto-crítica dos


Educomunicadores do curso;

d) Relação teoria prática: avaliação socializada das práticas disciplinares e das


intercoes/mediação entre professores, alunos, tecnologias e monitor.

19. CONTROLE DE FREQÜÊNCIA

Chamada e controle de 75% das freqüências.

20. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Produção de multimídias educativas e relatório justificando as formas e


metodologias da utilização das multimídias em novos programas de
Educomunicação.
19

21. CERTIFICAÇÃO

Instituição que irá chancelar o certificado e condições para sua emissão.


Indicação da forma de controle da documentação nos termos da Resolução nº
01/2001.
20

22. REFERÊNCIAS

ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação Trad. Wolfgang Leo Maar. Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ALAVA, Seraphin (org). Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas
educacionais? Trad. Fátima Murad. Porto Alegre : Artmed, 2002.
ARDOINO, J. Abordagem multirreferencial (plural) das situações educativas e
formativas. In : BARBOSA, Joaquim (Coord.). Multirreferencialidade nas ciências e
na educação. Trad. Rosangela B. de Camargo. São Carlos, SP : EdUFsCAR, 1998.
ARMSTRONG, Alison. & CASEMENT, Charles. A criança e a máquina : como os
computadores colocam a educação de nossos filhos em risco. Trad. Ronaldo
Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BARBIER, René. A pesquisa-ação. Tradução de Lucie Didio. Brasília: Liber Livro
Editora, 2004.
COLETÂNEA Escola Interativa: Guia Metodológico. Salvador: Cipó Comunicação
Interativa, 2004. 48 p. Edição Especial.
COLL, César et al. O Construtivismo na Sala de Aula. São Paulo: Editora Ática,
2003.
COTES, Paloma e CARVAS, Camila. Internet: o que muda na escola ? Época, São
Paulo, nº 338, nov. 2004.
DELEUZE, Gilles e GUATARRI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia, Rio de
Janeiro: Editora 34, 1995.
DOWNING, John D. H. Mídia radical: rebeldia nas comunicações e movimentos
sociais. Tradução de Silvana Vieira, São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. Célestin Freinet : uma pedagogia de atividade e
cooperação. Petrópolis, RJ, Vozes, 1997.
ELISE, Freinet. O itinerário de Célestin Freinet: a livre expressão na Pedagogia
Freinet. São Paulo: Francisco Alves, 1979.
ENZENSBERGER, Hans Magnus. Elementos para teoria dos meios de comunicação,
Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1979.
FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1996.
FRANCO, Marília. A escola audiovisual. São Paulo, ECA/USP, 1987. Tese de
doutorado.
FREINET, Célestin. O jornal escolar. Lisboa. Estampa, 1974.
______. A leitura pela imprensa na escola. Lisboa. Estampa, 1977.
______. Por uma escola do povo. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 40. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra,
2005a.
21

______. Educação como prática da liberdade. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora Paz
e Terra, 2005b.
______. Ação cultural para a liberdade. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
FRIGOTTO, Gaudêncio. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa
educacional. In. FAZENDA, Ivani (org). Metodologia da pesquisa educacional. 9. ed.
São Paulo, Cortez : 2004.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 14. ed.
São Paulo: Cortez, 2003.
GENRO FILHO, Adelmo. Marxismo filosofia profana. Porto Alegre, Tchê, 1986.
______. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Porto
Alegre, Tchê, 1987.
GUATTARI, Félix. A subjetivação subversiva. Teoria & Debate. nº 12.
out/nov/dez.1990. Disponível em <http://www.fpa.org.br/td/td12/td12_sociedade.htm
>. Acesso em: 6 set. 2004.
______. Revolução molecular. São Paulo : Brasiliense, 1987.
GUTIÉRREZ, Francisco. Linguagem total: uma pedagogia dos meios de comunicação.
São Paulo: Summus, 1978.
KENSKI, Vani Moreira. Tenologias e ensino presencial e a distância. Campinas :
Papirus, 2003.
LANDRY, Pierre. O sistema educativo rejeitará a Internet ? Ou as condições para uma
boa integração das mídias nos dispositivos. In : ALAVA, Séraphin & colaboradores.
Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto
Alegre: Artmed, 2002.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Tradução de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
LOISELLE, Jean. A exploração da multimidia e da rede internet para favorecer a
autonomia dos estudantres universitários na aprendizagem. In: ALAVA, Seraphin (org).
Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Trad.
Fátima Murad. Porto Alegre : Artmed, 2002.
LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Pesquisa em comunicação. São Paulo:
Edições Loyola, 2005.
MCLAREN, Peter e FARAHMANDPUR, Ramin. Pedagogia revolucionária na
globalização. Tradução de Marcia Moraes. Rio de Janeiro : DP&A, 2002
MORIN, Edgar e LE MOIGNE, Jean-Louis. A inteligência da complexidade. São Paulo :
Petrópolis, 2000.
NETO, Armando Coelho. Rádio comunitária não é crime, direito de antena: o
espectro eletromagnético como bem difuso. São Paulo: Ícone, 2002.
PAPERT, Seymour. Logo: computadores e educação. São Paulo: Brasiliense, 1986.
______. A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da Informática.
Porto Alegre: Artes Médicas. 1994.
PENTEADO, Heloísa Dupas (org). Pedagogia da comunicação: teorias e práticas. São
Paulo : Cortez, 1998.
22

PESQUISA: 85% dos baianos não possuem computador em casa, revela IBGE.A Tarde
On Line. Salvador, 2005. Disponível em: <http://www.atarde.com.br/materia.php>.
Acesso em 18 jul 2005.
PINTO, Marcos José. Blogs! Seja um editor na era digital. São Paulo: Érica, 2002.
PORTO, Tania Maria Esperon. A educação para a mídia/pedagogia da comunicação:
caminhos e desafios. In: PENTEADO, Heloisa Dupas (org.). Pedagogia da
comunicação: teorias e práticas. São Paulo, Editora Cortez, 1998.
______. A televisão na escola... A final, que pedagogia é esta. Araraquara : JM
Editora, 2000.
PRETTO, Nelson De Luca. Uma escola sem/com futuro: Educação e multimídia.
Campinas: Papirus, 1996.
ROSSETTI, Fernando. Mídia Escolar: Perspectivas para políticas públicas. Brasília:
Jogo da Amarelinha, 2005.
SAMPAIO, Rosa Maria W.F. Freinet: evolução história e atualidade. São Paulo:
Scipione, 1989.
SCHAFF, Adam. Sociedade informática : as conseqüências sociais da segunda
revolução industrial. 4a ed. Trad. Carlos Eduardo Jordão Machado e Luiz Arturo
Obojes. São Paulo: Brasiliense, 1995.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas
para o professor da atualidade. São Paulo: Ed. Érica, 2000.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 13. Ed. São Paulo: Cortez, 2004.
YOUNG, James. Técnica para produção de idéias. São Paulo: Nobel, 1994
23

ANEXOS

Anexo 1: Legislação

Anexo 2: Quadro de Disciplinas e Corpo Docente.

Anexo 3: Currículo do coordenador, do vice-coordenador e professores.


24

ANEXO 1: LEGISLAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO

RESOLUÇÃO N.º 1, DE 3 DE ABRIL DE 2001.

Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação.

O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho


Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais e tendo em
vista o disposto no art. 9º, § 2º, alínea "g" da Lei n.º 4.024, de 20 de
dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei n.º 9.131, de 25 de
novembro de 1995, e nos artigos 9º, incisos VII e IX, 44, inciso III, 46
e 48, §§ 1º e 3º da Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no
Parecer CNE/CES 142/2001 , homologado pelo Senhor Ministro da
Educação em 15 de março de 2001, resolve:

Art. 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu, compreendendo programas de mestrado e doutorado, são
sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento previstas na legislação.

§ 1º A autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de pós-graduação stricto


sensu são concedidos por prazo determinado, dependendo de parecer favorável da Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação, fundamentado nos resultados da avaliação realizada pela
Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e homologado pelo Ministro
de Estado da Educação.

§ 2º A autorização de curso de pós-graduação stricto sensu aplica-se tão somente ao projeto aprovado pelo CNE
fundamentado em relatório da CAPES.

§ 3º O reconhecimento e a renovação do reconhecimento de cursos de pós-graduação stricto sensu dependem


da aprovação do CNE fundamentada no relatório de avaliação da CAPES.

§ 4º As instituições de ensino superior que, nos termos da legislação em vigor, gozem de autonomia para a
criação de cursos de pós-graduação devem formalizar os pedidos de reconhecimento dos novos cursos por elas
criados até, no máximo, 12 (doze) meses após o início do funcionamento dos mesmos.

§ 5º É condição indispensável para a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de curso


de pós-graduação stricto sensu a comprovação da prévia existência de grupo de pesquisa consolidado na
mesma área de conhecimento do curso.

§ 6º Os pedidos de autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de curso de pós-


graduação stricto sensu devem ser apresentados à CAPES, respeitando-se as normas e procedimentos de
avaliação estabelecidos pelo Sistema Nacional de Pós-graduação.
25

Art. 2º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos mediante formas de associação entre instituições
brasileiras ou entre estas e instituições estrangeiras obedecem às mesmas exigências de autorização,
reconhecimento e renovação do reconhecimento estabelecidas por esta Resolução.

Parágrafo único. A emissão de diploma de pós-graduação stricto sensu por instituição brasileira exige que a
defesa da dissertação ou da tese seja nela realizada.

Art. 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições
credenciadas para tal fim pela União, conforme o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei n.º 9.394, de 1996,
obedecendo às mesmas exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento
estabelecidas por esta Resolução.

§ 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância devem, necessariamente, incluir provas e
atividades presenciais.

§ 2º Os exames de qualificação e as defesas de dissertação ou tese dos cursos de pós-graduação stricto sensu
oferecidos a distância devem ser presenciais, diante de banca examinadora que inclua pelo menos 1 (um)
professor não pertencente ao quadro docente da instituição responsável pelo programa.

§ 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância obedecerão às mesmas exigências de


autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidas por esta Resolução.

§ 4º A avaliação pela CAPES dos cursos de pós-graduação stricto sensu a distância utilizará critérios que
garantam o cumprimento do preceito de equivalência entre a qualidade da formação assegurada por esses
cursos e a dos cursos presenciais.

Art. 4º Os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação stricto sensu obtidos de instituições de ensino
superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem ser reconhecidos e registrados por universidade
brasileira que ofereça curso de doutorado reconhecido na mesma área de conhecimento ou em área afim.

§ 1º A universidade poderá, em casos excepcionais, solicitar parecer de instituição de ensino especializada na


área de conhecimento na qual foi obtido o título.

§ 2º A universidade deve pronunciar-se sobre o pedido de reconhecido no prazo de 6 (seis) meses da data de
recepção do mesmo, fazendo o devido registro ou devolvendo a solicitação ao interessado, com a justificativa
cabível.

§ 3º Esgotadas as possibilidades de acolhimento do pedido de reconhecido pelas universidades, cabe recurso à


Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.
26

Art. 5º É admitida, excepcionalmente, a obtenção de título de doutor mediante defesa direta de tese, de acordo
com o que estabelecerem as normas da universidade onde tal defesa for realizada.

§ 1º A defesa direta de tese de doutorado só pode ser feita em universidade que ofereça programa de doutorado
reconhecido na mesma área de conhecimento.

§ 2º O diploma expedido após defesa direta de tese de doutorado tem validade nacional.

Art. 6º Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos por instituições de ensino superior ou por instituições
especialmente credenciadas para atuarem nesse nível educacional independem de autorização, reconhecimento
e renovação do reconhecimento e devem atender ao disposto nesta Resolução.

§ 1º Incluem-se na categoria de curso de pós-graduação lato sensu os cursos designados como MBA (Master
Business Administration) ou equivalentes.

§ 2º Os cursos de pós-graduação lato sensu são oferecidos para matrícula de portadores de diploma de curso
superior.

Art. 7º Os cursos de pós-graduação lato sensu ficam sujeitos à supervisão dos órgãos competentes a ser
efetuada por ocasião do recredenciamento da instituição.

Art. 8º As instituições que ofereçam cursos de pós-graduação lato sensu deverão fornecer informações
referentes a esses cursos, sempre que solicitadas pelo órgão coordenador do Censo do Ensino Superior, nos
prazos e demais condições estabelecidos.

Art. 9º O corpo docente de cursos de pós-graduação lato sensu deverá ser constituído necessariamente por,
pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) de professores portadores de título de mestre ou de doutor obtido em
programa de pós-graduação stricto sensu reconhecido.

Art. 10 Os cursos de pós-graduação lato sensu têm duração mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas, nestas
não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente, e o reservado,
obrigatoriamente, para elaboração de monografia ou trabalho de conclusão de curso.

Art. 11 Os cursos de pós-graduação lato sensu a distância só poderão ser oferecidos por instituições
credenciadas pela União, conforme o disposto no § 1º do art. 80 da Lei 9.394, de 1996.

Parágrafo único. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir,
necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso.
27

Art. 12 A instituição responsável pelo curso de pós-graduação lato sensu expedirá certificado a que farão
jus os alunos que tiverem obtido aproveitamento segundo os critérios de avaliação previamente estabelecidos,
assegurada, nos cursos presenciais, pelo menos, 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência.

§ 1º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu devem mencionar a área de


conhecimento do curso e serem acompanhados do respectivo histórico escolar, do qual deve constar,
obrigatoriamente:

I - relação das disciplinas, carga horária, nota ou conceito obtido pelo aluno e nome e qualificação dos
professores por elas responsáveis;

II - período e local em que o curso foi realizado e a sua duração total, em horas de efetivo trabalho acadêmico;

III - título da monografia ou do trabalho de conclusão do curso e nota ou conceito obtido;

IV - declaração da instituição de que o curso cumpriu todas as disposições da presente Resolução;

V – indicação do ato legal de credenciamento da instituição, no caso de cursos ministrados a distância.

§ 2º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu devem ter registro próprio na
instituição que os expedir.

§ 3º Os certificados de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu que se enquadrem dentro dos
dispositivos estabelecidos nesta Resolução terão validade nacional.

Art. 14 Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Resolução CFE n.º 5/83, as
Resoluções CNE/CES n.ºs 2/96, 1/97 e 3/99 e demais disposições em contrário.

ROBERTO CLÁUDIO FROTA BEZERRA

(Publicação no DOU nº 69 de 09 de abril de 2001, seção 1, páginas 12 e 13).


28

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Nº 87 - 07/05/2004 (SEXTA-FEIRA) - SEÇÃO 2 - PÁG. 9

Ministério da Educação

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIAS DE 6 DE MAIO DE 2004

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no art.
6º e seguintes da Resolução CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001 e, ainda, considerando o elevado número de
denúncias apresentadas quanto ao descumprimento das normas atinentes aos cursos de pós-graduação lato
sensu, resolve:

Nº 1.180 - Art. 1º Fica instituída Comissão Especial de Acompanhamento e Verificação, integrada por
representante da Secretaria de Educação Superior – SESu do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira - INEP, incumbida de acompanhar e verificar a exatidão do cumprimento das
disposições estabelecidas na Resolução CES/CNE nº 1, de 3 de abril de 2001, quanto aos cursos de pós-
graduação lato sensu oferecidos por instituições de ensino superior ou por instituições especialmente
credenciadas para atuarem nesse nível educacional, nas modalidades presencial e a distância, bem como
oferecer sugestões de procedimentos que possibilitem o aprimoramento das ações de supervisão destes cursos.

§ 1º No desempenho das atribuições afetas à Comissão, compete-lhe, inclusive, requisitar, das


instituições que ofertem os cursos de que trata esta Portaria, esclarecimentos acerca de seu projeto pedagógico,
carga horária, corpo docente e demais elementos considerados pertinentes ao processo de supervisão a cargo
do Ministério.

§ 2º Se forem consideradas insatisfatórias as informações prestadas, será designada comissão de


verificação composta de especialistas das áreas afins, para avaliar in loco as condições de oferta dos respectivos
cursos e elaborar parecer a ser submetido à SESu, garantido o contraditório.

Art. 2º A Comissão de que trata esta Portaria terá a seguinte composição:

I - Orlando Pilatti, da SESu que a coordenará;

II - Rubens de Oliveira Martins, da SESu;

III Carlos José Rodrigues da Silva, da SESu;

IV - Sandra Amaral da Cunha, do INEP; e

V - Ilton Benoni da Silva, do INEP.

Parágrafo único. O apoio técnico e administrativo necessário às atividades incumbidas à Comissão será
prestado pela SESu e pelo INEP

Art. 3° Constatado o descumprimento do disposto no art 6° e seguintes da Resolução CES/CNE n°


01/2001, após um prazo para saneamento das deficiências identificadas pela comissão, será suspensa a
29

tramitação dos processos de interesse da instituição ou de sua mantenedora, até que a oferta dos cursos de pós-
graduação lato sensu seja regularizada ou providenciada sua desativação, na forma da legislação vigente.

Parágrafo único. As irregularidades referenciadas no caput, bem como o descumprimento desta Portaria,
serão registradas no cadastro da instituição junto ao MEC, e serão consideradas nos processos de avaliação
para o recredenciamento da instituição bem como nos processos de autorização e reconhecimento de seus
cursos superiores.

Art. 4º A Comissão ora instituída supervisionará a organização de um cadastro nacional atualizado dos
cursos de pós-graduação lato sensu ofertados pelas instituições sob a supervisão do Ministério, a ser
disponibilizado via internet pelo INEP, no prazo de trinta dias a partir da data de publicação desta Portaria.

§ 1° As instituições de ensino superior e as instituições especialmente credenciadas para oferta de cursos


de pós-graduação lato sensu, deverão, no prazo de noventa dias a partir da data da publicação desta Portaria,
apresentar relatório circunstanciado, acompanhado de elementos que comprovem que os cursos de pós-
graduação lato sensu oferecidos cumprem as exigências da Resolução CES/CNE nº 1/2001, bem como incluir os
dados destes cursos no cadastro eletrônico referido no caput.

§ 2º Os novos cursos de pós-graduação lato sensu que vierem a ser ofertados pelas instituições deverão,
no prazo de sessenta dias a partir de sua criação, ter seus dados incluídos no cadastro eletrônico referido no
caput.

§ 3° As instituições de ensino superior e as instituições especialmente credenciadas para oferta de cursos


de pós-graduação lato sensu, deverão atualizar, no cadastro eletrônico referido no caput, os dados relativos aos
seus cursos, nos casos de mudança de denominação, composição do corpo docente, extinção e demais
elementos pertinentes ao disposto na Resolução CES/CNE n° 1/2001.

Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

TARSO GENRO
30

ANEXO 2: QUADRO DE DISCIPLINAS E CORPO DOCENTE

CURSO: EDUCOMUNICAÇÃO E GESTÃO DE MÍDIAS COMUNITÁRIAS

TITULAÇÃO ORIGEM
DISCIPLINAS CÓD TIPO1 C. H. PROFESSOR
Ttitulação

Fundamentos epistemológicos da Educomunicação EDUC T 32 Lynn R. G. Alves Dr UFBA

Comunicação comunitária T 32 Edson M. Borges MSc


Educomunicação e sociedade T 32 Lynn R. G. Alves Dr UFBA
Ética em educomunicação T 32 Edson M. Borges MSc
Produção de suportes midiáticos para a educação T 32 Tânia P. Motta Esp

Laboratório de produção de micro-mídia P 32 Tânia P. Motta Esp


Empreendedorismo para educomunicadores T 40 Luciano P. de Oliveira MSc UFBA
Gestão de negócios T 40 Luciano P. de Oliveira MSc UFBA
Gestão de micro-mídias T 32 Luciano P. de Oliveira MSc UFBA
Técnicas de oratória para pequenas e médias audiências. T 32 Marcilio R. Ramos MSc UFBA

Metodologias para a pesquisa científica em educomunicação T 40 Marcilio R. Ramos MSc UFBA

Trabalho de conclusão de curso T 60 Marcilio R. Ramos MSc UFBA

CARGA HORÁRIA TOTAL 4


36
1. Assinalar com “T” as disciplinas teóricas e com “P” as disciplinas práticas.
31

You might also like