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FORTALEZA 2011
FORTALEZA 2011
Ao meu amado filho, Yuri Cavalcante Fonteles.
À Deus por me permitir estar participando deste curso, que só tem me acrescentado
conhecimentos.
À toda a equipe que permitiu que este curso fosse possível, em todos os níveis de
organização até as bases.
Aos professores, tutores presenciais e à distância, à coordenação, conteudistas, átodos que
de forma direta ou indireta contribuem para o repasse e a construção do conhecimento.
Ao professor-tutor Álvaro Fechine, em particular, que através de seus comentários,
orientações e colaborações muito tem me incentivado nas atividades e aprendizado pessoal.
“Ao mesmo tempo que o capital tende, por um lado,
necessariamente, a destruir todas as barreiras espaciais
opostas ao tráfego, isto é, ao intercâmbio, e a conquistar a
terra inteira como um mercado, ele tende, por outro lado,
a anular o espaço por meio de tempo, isto é, reduzir a um
mínimo o tempo tomado pelo movimento de um lugar ao
outro.” [Karl Marx]
A entrada de José Sarney (1985-1990) no governo foi cheia de desconfiança pelo fato de integrar
uma ala conservadora de políticos que defendia o regime militar, sendo um dos seus grandes
desafios tentar reconstruir o pacto democrático brasileiro, que diga-se de passagem foi considerado
vitoriso com a aprovação da constituição de 1988. Já com relação a área econômica, não se pode
dizer que as expectativas foram alcançadas. Primeiro veio o Plano Cruzado cheio de euforia, mas
com pouco resultado. A seguir o Plano Bresser e Plano Verão, que não conseguiram frear os índices
de inflação na época, aumentando a expectativa pelo voto direto e um candidato eleito pelo povo.
Palavras – chave: Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Verão, Governo Sarney
LISTA DE SIGLAS
José Ribamar Saney de Araújo Costa iniciou a carreira política em 1954, filiado ao Partido
Social Democrárico (PSD), depois migrou para União Democrática Nacional (UDN), onde foi
eleito deputado federal em 1958, e Governador do Maranhão em 1965 com apoio do presidente
Castelo Branco, sendo hoje o parlamentar mais antigo em atividade no Congresso. Em 1970 e 1978
foi eleito Senador pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e presidiu o seu sucessor, o Partido
Democrático Social (PDS) durante o governo de Joâo Figueredo. Enfim, chegando à Presidência da
República pelo Partido de Tancredo Neves, Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). [1]
A situação em que se encontrava o país não era nada boa, a economia estava crítica, a inflação
era galopante e a negociação com a dívida externa era difícil. Para ganhar a confiança dos setores
democráticos, restabeleceu eleições diretas para presidente, estendeu o direito ao voto aos
analfabetos e prometeu ao país uma nova Constituição onde seu lema era “tudo pelo social”[2] [3].
Sarney assume o governo quando a inflação média mensal crescia em 18% ao mês,
consumindo os salários e gerando intensa insatisfação social. Para combater essa situação
criou seu primeiro plano econômico, o Plano Cruzado, o qual previa a mudança da moeda
brasielira de cruzeiro para cruzado (onde cada cruzado correspondia a mil cruzeiros), o
reajuste do salário mínimo sempre que a inflação atingisse 20%, o congelamento de preços e
salários por um ano.[2] [3],
O Plano Cruzado deu resultado nos primeiros meses, com a redução da inflação e o
crescimento da popularidade do presidente Sarney. Mas, com aumento do consumo,
começaram a faltar mercadorias nas prateleiras dos supermercados, e empresários
aproveitaram para esconder produtos e forçar o aumento de preço. Além disso, a falta de
mercadorias de primeira necessidade fez muitos empresários praticarem ágio [2], [4], [5]
Com o fracasso do plano Cruzado, o governo criou em 1995 o Plano Cruzado II. O
novo plano liberava o preço dos produtos e serviços, o reajuste dos aluguéis, que poderiam
ser negociados entre proprietários e inquilinos, além de passar a calcular a inflação tendo
como base de cálculo os gastos com famílias com renda até cinco salários mínimos. [6]
Ainda assim, o economista Luis Carlos Bresser Pereira, criou um novo plano de
estabilização, o Plano Bresser, depois de assumir o Ministério da Fazenda.[6] Cujas medidas eram:
aumento dos juros, reajuste de tarifas de gastos públicos, congelamentos de preços e salários por
[3], [6]
sessenta dias. Para diminuir o déficit público, toma outras medidas como: o aumento de
tributos que eliminou o subsídio do trigo e adiantamento das obras de grande porte já planejadas,
retorno das negociações com o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) e suspenção da moratória.
Porém, essas medidas não foram suficientes para conter a inflação que chegou a 366% de dezembro
de 1987. [6]
A ineficiência no campo econômico só não chamou mais atenção devido ao destaque dado
na época à nova Constituição de 1988. [5]
Uma nova tentativa entra em ação, desta vez propondo uma política econômica sem medidas
drásticas. Com a entrada do novo Ministro da Fazenda, Mailson Nóbrega, é lançado o Plano Verão
em 1988, também conhecido como “feijão com arroz”. [6]
O novo plano cortou três zeros da moeda brasileira, criando o “Cruzado Novo”, manteve o
congelamento de preços, extinguiu a correção monetária, propôs cortes nos gastos públicos
incluindo exoneração de funcionários contratados nos últimos cinco anos e a privatização de
algumas estatais. [6]
A grande meta na época era deixar a inflação na casa dos 10% ao mês. O pacote teve efeito
durante os três primeiros meses, onde a inflação caiu para 16,78% em fevereiro, 6,82% em março e
8, 33% em abri, quando daí em diante começou a subir até chegar aos 82,39% em março de 1990,
quando Sarney deixou a presidência para Collor.[3] [8]
Em relação aos planos econômicos do governo Sarney, nenhum deles foi eficiente em frear
os índices inflacionários exorbitantes que assolavam a vida do trabalhador brasileiro. Mas, pela
primeira vez se propôs de forma direta, o corte de gastos públicos indicando o desequilíbrio fiscal
do governo como principal motivador da inflação, como o fez o Plano Verão, apesar dessas medidas
não terem sido aprovadas pelo Congresso. [8]
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Deste modo a expectativa pelas eleições pelo voto direto em 1989 aumentam em todo
o Brasil. Sarney notabilizou-se pela condução de todo o processo de redemocratização que
levou as eleições diretas.
3. CONSTITUIÇÃO DE 1988
Em 1986 foram realizadas as eleições de deputados e senadores para compor Assembléia
Nacional Constituinte, a qual promulgaria a nova constituição em 05 de outubro de 1988, quando
ainda vigorava o Plano Cruzado I.[3]
Após um ano e oito meses de trabalho, foi aprovada a constituição de 1988, apresentando
alguns destaques como: [3], [9]
4. CONCLUSÃO
José Sarney assumiu a presidência do Brasil num momento de crise e insatisfação social
comprometendo-se com o processo de redemocratização através da promulgação da nova
Constituição Brasileira de 1988.
Apesar dos planos econômicos durante seu governo terem dado bons resultados iniciais,
estes tiveram vida curta e logo fracassaram, contribuíndo ainda mais para a crise no país. Mas, há de
se reconhecer que todos os problemas vividos durante o governo Sarney na área econômia, erros e
acertos, vieram a contribuir como base para composição da nossa moeda atual – o Real.
Apesar da sensação de descrédito no povo ao final de seu governo, havia uma certa
conformação pelo cumprimento da palavra do presidente em realizar as primeiras eleições diretas
no país. Legado que deixaria seu governo, a consolidação do processo de redemocratização,
garantindo à maioria da população brasileira o direito a participação na vida política nacional.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
[3] LEITE, Alcides Domingues Júnior.Da nova república até os dias atuais . In:
Desenvolvimento e mudanças no estado brasileiro. Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração/UFSC; [ Brasília]: Capes: UAB, 2009.p. 55-59. ISBN: 978-85-
61608-83-5.
[5] SOUZA, Rainer. Governo José Sarney - Mundo Educação. Disponível em: <
http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/governo-jose-sarney.htm >. Acesso em
04 Fev. 2011.
[6] RUIZ, Manoel. A História do Plano Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Verão e
Cruzado novo. 2003. Disponível em: < http://www.sociedadedigital.com.br/artigo.php?
artigo=112&item=4 >. Acesso em: 04 fev. 2011.
[7] IDEC - Parceiro do Consumidor - Especial Plano Verão. Revista da IDEC. Disponível
em: < http://www.idec.org.br/planoverao/ >. Acesso em 04 Fev. 2011.
[8] Após 20 anos, Plano Verão deixa legado de indenizações bilionárias. Disponível em:
< http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/apos-20-anos-plano-verao-
deixa-legado-de-indenizacoes-bilionarias/20195/ >. Acesso em 04 Fev. 2011.
Cruzado: moeda brasileira criada em 1986 a partir do plano econômico lançado pelo governo
brasileiro que circulou no período de fevereiro de 1986 a janeiro de 1989.
Moratória: Espera, dilação que o credor concede ao devedor além do dia do vencimento da dívida.
Ato de adiar os vencimentos, suspendendo os pagamentos e ação da justiça de decretar pelo
governo de um país que passa por circunstâncias graves, como: guerra, crise econômica, calamidade
pública.
Plano Bresser: plano econômico brasileiro lançado em 16 de junho de 1987 por meio dos decretos-
Lei 2335/87, 2336/87 e 2337/87, pelo ministro da fazenda Luíz carlos Bresser Pereira