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Professor: Eduardo

Livros: Alexandre Freitas Câmara

Institutos fundamentais

Direito Material: Direito que disciplina as relações sociais, assegura os direitos pertencentes a
cada cidadão. Neste direito busca a paz social.

Tutela: Art. 273 do CPC. Sempre que houver uma ameaça ou lesão do direito material surge
para o cidadão a tutela deste direito, ou seja, é a proteção do direito material.

Princípio do direito de ação: Direito que a pessoa tem de exigir do Estado a apreciação de
lesão ou ameaça ao direito.

Princípio da efetividade da tutela jurisdicional: A lei deve garantir meios para que o credor
consiga exercitar seu direito material (aquele garantido pela decisão judicial) de forma efetiva,
em tempo hábil.

Antecipação dos efeitos da tutela Art. 273 CPC: Antecipa o resultado do pedido de forma
provisória até o julgamento final da ação.

Princípio do acesso à justiça garante que o direito de ação é amplo e irrestrito, mesmo que
posteriormente o acesso à tutela (direito material) tenha sido negado, houve o acesso à justiça
(direito de ação).

Para que o direito de ação garanta a afetividade da tutela jurídica é necessário o devido
processo legal – art. 5, LIV da CF. O Processo é o instrumento utilizado pelo Estado para agir,
seja no âmbito administrativo, legislativo ou jurisdicional.

Cognição: Ato intelectual do Juiz para a análise dos fatos, atos, provas, etc. do processo para
que a partir daí o Juiz se convença da decisão, que pode ser sentença ou decisão
interlocutória. No CPC este é o processo de conhecimento. Quando o juiz não exerce cognição
não cabe recurso, é o caso de despachos de mero expediente. Então sempre que houver uma
decisão (interlocutória ou sentença) por parte do juiz haverá anterior a isto um processo de
cognição.

Cognição exauriente (vertical): Quando é feito uma análise profunda do juiz. É suscetível de
produzir coisa julgada material.

Cognição sumária (horizontal): Quando é decido de forma superficial. Pode ser para garantir
um direito que venha sofrer lesão de difícil reparação no caso de não apreciação naquele
momento. Pode ser revogável e modificado a qualquer momento desde que surja nova prova
que convença o juiz do contrário.

Coisa julgada é um atributo da sentença que surge quando exauri todos os meios de recurso,
tornando a decisão definitiva.

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Tipos de cognição sumária:

Cognição plena: As partes podem alegar qualquer coisa e apresentar qualquer prova lícita.

Cognição limitada: É o caso em que as partes podem alegar somente aquilo em que a lei
permite.

Podem ocorrer as combinações: Exauriente com Plena, Exauriente com Limitada, Sumária com
Plena e Sumária com Limitada.

Os atos de execução só se dão para realizar um direito previamente reconhecido. Caso este
direito ainda não tenha sido reconhecido é necessário a realização da cognição.

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Execução: Atos jurisdicional voltada à realizar o direito reconhecido (normalmente através da


cognição).

Responsabilidade civil surge quando:


- Praticado ato ilícito (culpa ou dolo)
- Decorre de um nexo de causalidade
- Provoca um dano

O Estado Juiz só pode atuar na liberdade ou patrimônio das pessoas mediante o devido
processo legal. Art. 5º, LIV da CF - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;

Tutela inibitória: Defesa processual que garanta ao autor proteção contra ameaça de lesão ao
seu direito.

Em síntese não existe um processo de execução e outro de conhecimento, na verdade existe


um processo em que o juiz exerce atos de execução e atos de cognição em cada caso.

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Direito de ação (direito subjetivo público (porque é o Estado quem tem o dever de prestá-lo))

- Natureza jurídica: É o regime jurídico do qual o instituto jurídico se submete. O regime é


formado pelo rol de leis que envolvem a natureza jurídica.

Direito potestativo: Direito sob o qual não há contestação, ninguém pode impedir o
exercício deste direito, mesmo sofrendo efeitos sobre esta decisão. Ex, numa relação
matrimonial não há como impedir que um dos conjugues continue casado caso o outro queira
separar. Outro exemplo é quando uma das partes de um contrato queira reincidir o acordo,
não há como impedir esta vontade, porém a parte se sujeita as cláusulas do contrato.

Direito subjetivo: É o direito à uma prestação, necessita da ocorrência da vontade de


um terceiro, de um dever jurídico. Alguém precisa satisfazer o meu direito subjetivo
satisfazendo uma prestação. Ex. quando é feito uma compra parcelada surge ao credor um
direito subjetivo de cobrar as parcelas negociadas. Para satisfazer este direito é necessário
que a parte contrária cumpra sua obrigação.
- Conceitos:

Direito abstrato de ação: Direito que garante o mérito da ação. Sendo ou não
procedente o pedido o direito de ação se manteve, inclusive gerando efeitos também para o
RÉU.

- Classificações: Classificam-se as ações com base no tipo de provimento jurisdicional pedido,


ou seja, o tipo de tutela.

Quando observada a ação como um direito de tutela e não mais um direito material, cria-se
então nova forma de classificação de ação. Pois nem sempre uma ação de conhecimento é
capaz de satisfazer o direito material.

Ação de natureza satisfativa: Quando a tutela prestada satisfaz o direito material.

Tutela auto-satisfativa: Quando o simples exercício da cognição garante a


prestação da tutela jurisdicional. (ex a ação declaratória e a constitutiva)

Declaratória (presta tutela jurisdicional): Resolve um fato


obscuro.

Constitutiva (presta tutela jurisdicional): Transforma (cria,


modifica ou extingue) um regime jurídico.

Tutela não auto-satisfativa: Não é suficiente o exercício da cognição para o


alcance da tutela material. Aqui surge o processo de execução.

Condenatória (não presta tutela jurisdicional): Impõe uma


conduta, obrigação ao condenado.

Tutela inibitória do ato ilícito (tutela inibitória): Voltada a


prevenir prática futura lesiva a um direito.

Ação de natureza protecionista:

Tutela cautelar: É a tutela que protege o direito a tutela jurisdicional. Exemplo


o pedido que decreta a indisponibilidade de bens do RÉU afim de que este não
possa se desfazer dos mesmos.

Ação de conhecimento – Pode ser:

Ação de execução – Qualifica-se ainda com o tipo de obrigação requerida

Ação cautelar
17/03

Tutela do ressarcimento: Visa exclusivamente à responsabilidade civil (ato ilícito, nexo causal e
dano sofrido)

Tutela reintegratória (tutela de remoção dos efeitos do ato ilícito): Serve para voltar a situação
anterior do ato ilícito.

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Atividade Jurisdicional Executiva

- Ação / Processo de execução? - Execução é um ato jurisdicional voltada a realização de um


direito previamente reconhecido.

- Princípios

Autonomia: É a separação dos processos de execução e cognição, onde não deveria


exercer a atividade de um em outro. De forma pacífica isto já não cabe mais, porque é muito
comum exercer a cognição no processo de execução e vice-versa.

Sincretismo: É o entendimento atual onde o processo é um só e o juiz exerce atos de


cognição e execução a todo o momento até a coisa julgada.

Título executivo: Não há execução sem título executivo (nulla executio sine titulo). O
título executivo é a prova de um direito, não o próprio direito. Ex. O direito à reparação de um
dano existe no momento da ofensa ao patrimônio, mas o título executivo (prova do direito) só
aparece mediante cognição exauriente. Nem todo título executivo representa prova de um
direito. Somente a lei (art. 475N do CPC) diz taxativamente quais são os títulos executivos
(documentos) que permitem a execução, que são provas suficientes do direito. Títulos
executivos extra-judiciais (art. 585) não provêem de cognição judicial. A diferença está no fato
de que os títulos extrajudiciais dependem ainda da cognição judicial.

Obs. A decisão interlocutória que manda fazer, dar, etc., é uma atividade executiva. Sendo
assim cria-se o impasse de execução sem título executivo, pois o art. 475N do CPC não traz a
decisão interlocutória como título executivo judicial. Com isto parte da doutrina diz que
acabou a regra de que não há execução sem título executivo. Outra parte da doutrina diz que a
decisão interlocutória neste sentido também é um título executivo.

Patrimonialidade: Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas


obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em
lei. Com isto extrai-se que a pessoa responde por suas dívidas com seu patrimônio, não mais
com seu corpo como era no passado. Exceção é ação de alimentos onde o devedor pode pagar
com seu direito a liberdade.
28/03

Disponibilidade: A atividade jurisdicional executiva só será exercida quando o


exeqüente a requeira. Art. 475-J - Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa
ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação
será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e
observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e
avaliação.

Tipicidade: Tem o fim de condicionar a atividade executiva às regras expressamente


dispostas na Lei processual, isto visa prevenir o abuso estatal, sendo que, quando
desrespeitado, os atos praticados são nulos de pleno direito. Exemplo: Desobediência de
qualquer dos requisitos necessários para colocar à leilão um bem penhorado.

Adequação: É o princípio que torna efetivo a tutela jurisdicional mesmo quando não há
tipificação na Lei Processual para garantir a execução pelo credor. Neste caso o juiz fica
autorizado para utilizar outros meios atípicos necessários ao cumprimento da tutela
jurisdicional.

Resultado ou efetividade: Art. 612. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em


que tem lugar o concurso universal (art. 751, III), realiza-se a execução no interesse do credor,
que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Em negrito
aproveita-se deste artigo a parte que trata do Princípio do Resultado, que nada mais é do que
dar prioridade aos interesses do titular do direito ofendido naquilo que for necessário para
garantir a execução e o direito tutelado.

Menor onerosidade: Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Quando
possível, a execução deverá ser feita pela forma menos onerosa ao devedor.

Lealdade: Dever geral de conduta de todos os litigantes que atuam no poder judiciário.
Art. 14 à 17 do CPC. Penas aplicadas pelo art. 600 e 601 do CPC.

Responsabilidade: Remete à responsabilidade civil, que aquela que cria o dever de


indenizar para aquele que comete um ato ilícito, que causa dano, com nexo causal e
contaminado pelo elemento subjetivo (culpa ou dolo). Art. 574. O credor ressarcirá ao
devedor os danos que este sofreu, quando a sentença, passada em julgado, declarar
inexistente, no todo ou em parte, a obrigação, que deu lugar à execução.

O autor que executa uma antecipação dos efeitos da tutela assume com ela a
responsabilidade civil objetiva (ato lícito, nexo causal e dano). Caso venha ao final receber uma
sentença negatória do direito surge para o executado o direito de requer o dano sofrido por
conta do exeqüente.
Foro e laudêmio são taxas pagas a título do instituto da enfiteuse. Enfiteuse é o direito real
que confere a alguém o pleno gozo da propriedade, e que confere a este receber foro e
laudêmio.

Laudêmio: Taxa paga quando há transferência do usufruto da propriedade imobiliária.

Foro: Quantia paga anualmente para usufruir do imóveis que estão sob o instituto da
enfiteuse.

31/03

Título Executivo

– Art. 580

Materiais

- Atributos

Formais

- Condições da ação: Legitimidade, interesse processual, possibilidade jurídica do pedido.

Origem: Distinção entre a execução de título executivo judicial e extrajudicial. No extrajudicial


será necessário ajuizar uma ação e deverá respeitar o devido processo legal. Deve preencher
os pressupostos de existência do processo (petição inicial, despacho que recebe a petição
inicial, citação válida do réu). Na execução de título judicial esta etapa não é necessária, isto
porque todos os requisitos já foram atendidos anteriormente, basta agora somente peticionar
requerendo a execução.

Estabilidade: Coisa julgada tem efeitos diferentes da eficácia da sentença. Isto porque a
eficácia da sentença permite executá-la e, a coisa julgada, nem sempre permite. Ex. A apelação
pode ter efeitos devolutivos e suspensivos, o que neste último caso torna ineficaz a sentença
de primeiro grau até o trânsito em julgado. Quando da decisão da apelação for interposto RE
ou REsp o processo é remetido somente no efeito devolutivo. Com isto o julgamento da
apelação torna a sentença eficaz, pois sem o efeito suspensivo ela pode ser executada sem o
trânsito em julgado.

Modalidade da obrigação: Para cada execução tem um modelo próprio no CPC.

Origem da dívida: Um rito específico para cada origem da dívida. Exemplo dívida por origem
de alimentos pode utilizar o rito que permite a prisão civil. Já dívida por origem de acidente de
trânsito tem outro.

Solvabilidade: Capacidade econômica para solver os débitos.


07/04/11

Interesse processual: Interesse do Estado agir. Deverá ser Necessária, Útil e Adequada.

Título executivo é um meio de prova, mas o que importa não é o título, e sim a obrigação.

Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa,
líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. (requisitos para o título executivo)

Então só será título executivo se satisfizer os atributos formal e material:

Formal: Documento previsto em lei como título executivo.

Material – obrigação: Líquida, certa e exigível.

Certeza: Quando o documento conseguir representar suficientemente uma relação


obrigacional. Essa relação tem dois requisitos, um definindo os sujeitos (credor e devedor) da
relação obrigacional (subjetivo), outro define a existência de uma obrigação a ser cumprida
(objetivo). Ex. cheque, nota promissória. Se faltar algum destes itens o título não será
executivo.

11/04

Natureza jurídica do título executivo é um meio de prova como vemos no art. 580 do CPC. Não
se executa o documento, mas sim o direito representado nele. Precisa analisar o conteúdo em
que está inserido o título executivo para saber se é de fato suficiente o direito do seu titular.

Liquidez: É a quantificação da prestação a ser paga.

Exigibilidade: A obrigação é exigível sempre que não sujeita a um termo ou uma condição. Por
exemplo, a obrigação de quitar uma conta datada em dia posterior não é exigível enquanto
não chegar este dia.

Mérito é o pedido da tutela jurisdicional. Existe na execução, mas não existe nela o julgamento
do mérito, porque este existe no processo de conhecimento. Há exceção, pode ocorrer
basicamente o julgamento do mérito na execução quando opostos embargos ou pela
averiguação de ofício do juiz quando de alguma irregularidade, como por exemplo, a
prescrição.

14/04

Efeitos do título executivo:

- Único documento capaz de deflagrar a atividade executiva. A execução só inicia a partir dele
- Parte do pressuposto que não há necessidade de reconhecer um direito obrigacional.

Eficácia abstrata é quando o título executivo representa uma presunção relativa da relação
obrigacional. Isto acontece porque a prova não representa o fato real e, o juiz promove a
execução através da prova de um direito e não de um fato constituído.

18/04

Suspensão da atividade executiva:

Art. 791. Suspende-se a execução:


I - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução (art.
739-A);
II - nas hipóteses previstas no art. 265, I a III;
III - quando o devedor não possuir bens penhoráveis.

Art. 265. Suspende-se o processo:


I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes; (Vide Lei no 11.481, de 2007)
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem
como de suspeição ou impedimento do juiz;

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e,
ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a
prescrição.

Enquanto houver atividade processual não conta o prazo prescricional. Quando não
movimentado por 1 (um ) ano, começa a contar o prazo prescricional (prescrição
intercorrente). Após 5 (cinco) anos da prescrição intercorrente o processo pode ser extinto por
sentença.

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Segundo bimestre 02/05

Tutela Pecuniária: Tutela que visa o pagamento de dinheiro

PROCEDIMENTO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:

- Pedido genérico

- Adstrição do juízo

- Sentença ilíquida – Requer liquidação de sentença.

- Quando a sentença não é capaz de dizer o valor da obrigação. Nesse caso deve-se
recorrer ao procedimento de liquidação de sentença. Necessário para executar a
sentença.

- Ocorre este tipo de sentença em alguns casos previstos em lei (art. 286 CPC). Como
por exemplo, quando o autor não puder esperar a ocorrência de todos os danos que
ainda venha a sofrer, para então propor a ação, ex. quando internado por razão de
saúde a pessoa ainda sofre com os danos provenientes da internação.

Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do
fato ilícito;
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado
pelo réu.

- Objeto

- Apurar o montante do valor da obrigação.

- Procedimento (art. 475-A ao 475-I)

- Procedimento de natureza cognitiva.

- § 2º - A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em


autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com
cópias das peças processuais pertinentes.

- As peças de agravo de instrumento e de apelação devem ser autenticadas das peças


que poderão sofrer liquidação de sentença.

- Liquidação provisória

- Processo sumário
- Nos casos de procedimento sumário não pode o juiz proferir sentença ilíquida. Nesse
caso deverá converter a ação para procedimento ordinário. Art. 277, §5º:

Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias,
citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º
deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os
prazos contar-se-ão em dobro.

§ 5º A conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova técnica de maior


complexidade.

TIPOS DE LIQUIDAÇÃO

Liquidação por arbitramento: É necessário quando, para apurar o montante do dano, for
necessário prova pericial.

Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:


I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.

Liquidação por artigos: Nesse caso as partes articulam fatos novos, ou seja, tudo aquilo que
elas não alegaram no processo de conhecimento podem alegar aqui, desde que relacionados à
liquidação. Observar-se-á, no que couber, o procedimento comum ordinário (art. 272).

Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação,
houver necessidade de alegar e provar fato novo.

09-05

Princípio da fidelidade ao título: Só poderão ser alegados fatos novos referentes à liquidação
da sentença, não se discute mais o mérito da obrigação.

Despacho saneador: Analisam as questões preliminares (prescrição, exceção, etc.) e fixam os


pontos controvertidos para a produção de provas. Os pontos não controvertidos são tidos
como verdadeiros (art. 334, III).

O recurso da decisão que julga a liquidação de sentença é o Agravo (art. 475-H). Então conclui
que o ato que liquida o processo é uma decisão interlocutória (não sentença). Contudo foi
oportunizado as partes alegarem todo o necessário para a ampla defesa, cabendo ao juiz
então somente exercer a cognição exauriente (por fim a questão). Por isso, mesmo sendo uma
decisão do tipo interlocutória, faz coisa julgada. O STJ já publicou uma súmula que diz permitir
ação rescisória (aquela que desfaz a coisa julgada) ao ato (decisão interlocutória) que liquida a
sentença.

A cognição exauriente do dano causado, nos casos de pedidos genéricos onde o juiz não
consegue liquidar o dano, deve ser exaurido na liquidação de sentença.
Liquidação por cálculo: É por ato unilateral do credor que fará a liquidação da sentença com
base em seus pontos (art. 475-B).

Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo


aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei,
instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.

Deve ser apresentado a planinha de cálculo junto com o pedido da execução da sentença. Se o
documento necessário para a apuração do montante estiver em posse de outros, o juiz
determina que em 30 dias a parte apresente os documentos necessários para o cálculo (cabe
ao autor fazer o cálculo).

§ 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando:


- a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda
e, ainda,
- nos casos de assistência judiciária.

§ 4º Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3º deste artigo, far-se-
á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor
encontrado pelo contador. (princípio da disponibilidade)

Com isso o juiz manda penhorar aquilo que o contador apontou. Uma vez penhorado, o réu
será chamado para propor defesa a penhora, caso não provado o valor menor, a execução
continuará com a penhora da diferença apurada pelo credor.

16/05

Art. 475-J – Cumprimento espontâneo da obrigação. Caso o devedor, condenado ao


pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias,
o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a
requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á
mandado de penhora e avaliação. (não se aplica a execução provisória)

Prazo de 15 dias para pagamento voluntário.


Multa de 10% do valor da condenação caso não ocorra o pagamento voluntário.

Uma vez intimado da sentença líquida, certa e exigível, transitada em julgado, deverá o juiz
despachar e intimar o devedor para o cumprimento da obrigação (15 dias). Não requer o
requerimento do credor.

Nos casos de sentença onde foi interposto recurso de apelação sem o efeito suspensivo, não
há intimação do devedor para pagamento da obrigação, portanto não cabe multa de 10%.
Nesse caso deve-se proceder a execução provisória e proceder a penhora.

A intimação para cumprimento da obrigação pode ser feita por publicação oficial.
23/05

Penhora: É o ato que individualiza a execução sobre determinados bens do devedor, tantos
quantos bastem para satisfazer o credor.

Ação Pauliana: Ação que visa provar a fraude contra credores e anular o negócio jurídico.

Fraude contra credores: Requer que o credor comprove que o negócio jurídico realizado entre
o devedor e um terceiro, para transferência dos seus bens, constitua ato fraudulento.

Fraude à execução: Quando pendente uma execução contra o devedor, e este se desfizer de
bens para incorrer em insolvência, comete fraude a execução. Neste caso o bem alienado terá
efeito erga omnes, porém com exceção contra o credor, que ainda terá o bem como garantia
do devedor e que agora está na propriedade de terceiro. Essa fraude à execução se faz
mediante petição no processo.

Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:


I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda
capaz de reduzi-lo à insolvência;
III - nos demais casos expressos em lei.

Efeitos da penhora:

- Fraude a execução: O credor constitui a penhora de alguns bens do devedor, este, mesmo
não caindo na insolvência, se desfaz de algum bem mantendo outros, ainda assim essa
disposição constitui fraude a execução.

- Preferência: Assegura para o credor da penhora a preferência. Quando houver concurso de


credores receberá primeiro o credor que fez a primeira penhora e por conseqüência, se sobrar
saldo, recebe o segundo e assim por diante. A exceção deste caso é dos créditos privilegiados
como o trabalhista, que tem privilégio sobre outros.

Uma forma de garantir um bolo da fatia da penhora quando se é o último credor da fila, pedir
a conversão da conversão da execução contra devedor solvente para execução contra devedor
insolvente. Neste caso todos os credores são chamados para participar de uma única penhora
onde o valor arrecado será dividido proporcionalmente para todos os credores.

26/05

Existem bens que não podem ser penhorados, isto para proteger a dignidade da pessoa
humana, que se sobressai ao direito de satisfação do credor.

Execução por quantia certa vai ocorrer via expropriação dos bens que podem ser penhorados
do devedor.

A responsabilidade patrimonial diz respeito aos bens que não podem ser penhoráveis.

Os bens que estão excluídos da penhora estão previstos no art. 649 e 650 do CPC.
- Os bens inalienáveis. Ex. O bem público, as doações com cláusula de inalienabilidade.
Tem bens que são absolutamente impenhoráveis (art. 649), ou seja, jamais poderão ser
penhorados. Há também as impenhorabilidades relativas, onde só poderá ser penhorado se o
devedor não possuir nenhum outro bem.

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado,
salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um
médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor;
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria,
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e sua o família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários
de profissional liberal, observado o disposto no § 3 deste artigo;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão (profissional liberal);
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei no 11.382, de 2006).
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de
poupança.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.

§1º - A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do


próprio bem.
§2º - O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para
pagamento de prestação alimentícia.

Outras exceções criadas por lei ordinária:


- Quantia depositada no FGTS;
- O bem de família, desde que seja o único imóvel do devedor e sendo este utilizado para
moradia própria. LEI No 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990 - Dispõe sobre a impenhorabilidade
do bem de família.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I – em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas
contribuições previdenciárias; (o trabalhador doméstico pode penhorar o bem de família).
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição
do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
(aquele que pega empréstimo para construção e não paga o empréstimo)
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função
do imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel, oferecido como garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar; Toda hipoteca é conversível em penhora
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens;
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Quando possuir mais de um imóvel considera-se o de menor valor aquele sendo o bem de
família. Porém se a pessoa pode registrar no CRI o outro imóvel que possuir de maior valor
como sendo o de bem de família.

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