You are on page 1of 19

Resumo – Civil – Prova

Estrutura da Relação Obrigacional

A obrigação deve ser lícita, possível, determinada ou pelo menos


determinável.

O vínculo obrigacional que se dá em razão de um negócio realizado


entre o credor e o devedor, é de caráter TRANSITÓRIO, pois, uma vez
a obrigação cumprida, a mesma se extingue.

As obrigações decorrem de três princípios básicos:

I. AUTONOMIA DA VONTADE PRIVADA (Art. 421),

II. BOA FÉ OBJETIVA / PROBIDADE (Art. 422)

III. CAPACIDADE E LEGITIMIDADE DOS SUJEITOS (Art. 104).

Conceito de Obrigação  Relação jurídica de CARÁTER TRANSITÓRIO,


estabelecida entre o credor e o devedor e cujo objetivo consiste numa
prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo
primeiro ao segundo, garantindo-lhe adimplemento através do seu
patrimônio.

Elementos das Obrigações:

a. Sujeito Ativo, creditor, Sujeito Passivo, debitor.

b. Objeto que pode consistir em: dar, prestar ou fazer e não


fazer

c. Sanção decorrente do vínculo jurídico – Action in


personam – Vínculo Obrigacional

Vínculo Jurídico  É o elo de ligação que sujeita o devedor a realizar a


prestação em favor do credor. Esse vínculo se dá através da NORMA
JURÍDICA. (IMPORTANTE!)

Terceiro Interessado

 Sujeito que estava presente no nascimento da obrigação, participou


das tratativas do negócio jurídico. Assinou o contrato, assumiu
responsabilidades e etc. Ex: Avalista, fiador.
 As garantias prestadas pelo fiador e avalista recebem o nome de
fidejussórias ou garantias pessoais - Corresponde a pessoas jurídicas ou
naturais, DIFERE de garantias reais.

Terceiro Não-Interessado

 Não estava presente, não assinou nada, mas pela força da norma
jurídica é chamado à relação obrigacional. Ex: Herança, pagamento de
alimentos dos netos pelos avós.

Sujeito Indeterminado

 Art. 467 C.C – Contrato com pessoa a declarar

 Se surgir, será no momento da CONCLUSÃO do contrato

 Assume as obrigações e os direitos, caso surja este sujeito.

Garantias Reais (On topic)

 Penhor  Corresponde a objeto móvel, o objeto em penhor está


empenhado e não “penhorado”.

 Hipoteca  Corresponde a objeto imóvel em posse do devedor

 Anticrese  Corresponde aos frutos do objeto em questão. Ex:


Aluguéis, colheita.

 Alienação fiduciária em garantia  Se aplica tanto a objetos móveis


quanto imóveis

Evolução histórica

São divididas por Aristóteles em:

a. Voluntárias – Oriundas de um acordo entre as partes –


Obrigações ex contractu

b. Involuntárias – Oriundas de um fato do qual nasce uma


obrigação – Obrigações ex delito
Lex poetalia papiria  Serve para abolir o caráter pessoal das
obrigações, fazendo com que em caso de inadimplemento, a
execução da dívida recaia sobre os bens do devedor, e não sobre a
sua pessoa.

Fontes das Obrigações

São consideradas fontes das obrigações:

a. Os contratos – Tipificados em lei ou não

b. O ato unilateral da vontade

b.1 Promessa de Recompensa

b.2 Gestão de Negócios Alheios

b.3 Pagamento Indevido

b.4 Enriquecimento sem causa

c. Os atos ilícitos, dolosos e culposos

IMPORTANTE: POSSÍVEL QUESTÃO DE PROVA  Qual a diferença


entre Obrigação e Responsabilidade Civil Contratual?

RESPOSTA  A diferença é que as obrigações são cumpridas de


forma ESPONTÂNEA, enquanto que a Responsabilidade Civil
Contratual decorre do INADIMPLEMENTO de um dos sujeitos da
relação obrigacional. A partir do momento que o Estado entra na
relação jurídica, esta deixa de ser Obrigação e passa a ser
RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL.

Fases das Obrigações

A relação obrigacional é dividida em quatro fases, sendo elas:

I. Nascimento da Obrigação – Quando a obrigação passa


efetivamente a existir, representada pelos princípios da
Autonomia da vontade, boa fé objetiva (probidade) e
capacidade dos agentes. É o momento da celebração do
contrato.

II. Submissão a um vínculo jurídico em favor de alguém –


Fase na qual o sujeito ativo, pautado na imperatividade
normativa que deve acompanhar as relações jurídicas
incorporadas pelo Ordenamento. Nesta etapa os
COSTUMES assumem grande importância. Ex: Arts.
481(Compra e Venda) e 1226 do C.C.
III. Fase do dever, consistente no cumprimento da obrigação
- Dever ser, culminando naquilo que foi estabelecido no
nascimento da obrigação entre credor e devedor de forma
consensual, esperando-se que o cumprimento da avença
seja espontâneo.

a. FASE HÍBRIDA, NÃO É NEM TERCEIRA NEM QUARTA


FASE – Transmissão das obrigações seja através da
CESSÃO DE CRÉDITO, por parte do sujeito ativo, ou
da ASSUNÇÃO DE DÍVIDA pelo pretenso devedor –
NESTA FASE A OBRIGAÇÃO NÃO FOI CUMPRIDA NEM
EXTINTA.

IV. Fase da extinção das obrigações, podendo ser esta direta


ou indireta:

a. Direta  Se dá através do pagamento da obrigação,


adimplemento.

b. Indireta  Consignação em pagamento, dação,


novação, compensação, confusão e remissão.

Tipos de Obrigações

Obrigação Moral  O vínculo é apenas moral, não é exigível e não


possui vínculo jurídico. DIFERENCIA-SE da Obrigação Civil através dos
vínculos, sanções e características gerais, como por exemplo, a
INEXIGIBILIDADE. Entretanto, o cumprimento espontâneo de uma
obrigação moral é irrevogável, de modo que quem a cumpriu não tem
direito a reclamar restituição, alegando que não estava obrigado ao
seu adimplemento. Ex: Gorjeta do garçom.

Obrigação Civil  Possui um vínculo jurídico que obriga o devedor a


cumprir uma prestação para o credor, abrangendo o dever da pessoa
obrigada e sua responsabilidade em caso de inadimplemento, o que
possibilita ao credor recorrer à intervenção estatal para obter a
prestação, tendo como garantia o patrimônio do devedor.

Obrigação Natural  Relação obrigacional desprovida de ação, mas


não de tutela jurídica, como se pode depreender da análise do
ordenamento. Seu adimplemento constitui verdadeiro pagamento, e
não mera liberalidade. Não precisa ser cumprida, não se pode obrigar
a prestar e caso tenha sido paga, não se pode exigir de volta. Ex:
Dívida de jogo.
Obrigação Propter Rem  Também denominadas obrigações reais,
nascem da relação do direito real do devedor sobre determinada
coisa. Acompanham a coisa. Ex: Débitos condominiais, IPTU, multa de
carro.

Obrigação de dar coisa certa (Art. 233)

Consiste na entrega de uma coisa, que pode ser móvel ou imóvel,


fungível ou infungível, divisível ou indivisível. Implica a restituição ou
entrega pelo devedor ao credor. Dar coisa individualizada. É
necessária a determinação de gênero, espécie e quantidade. Abrange
também os seus acessórios.

Tradição  Transferência de propriedade MÓVEL. Ex: Chave do carro.

A transferência de propriedade IMÓVEL se dá através da transcrição


do registro imobiliário. Art. 1227

Perda  No Código Civil corresponde a perecimento, a coisa perde a


sua condição, perda total. Difere de deterioração.

Deterioração  A coisa perde a sua finalidade principal, mas ainda


pode ser usada para outro fim

Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, a obrigação está


resolvida para ambas as partes, não cabendo perdas e danos ou
qualquer tipo de restituição. (Art. 234)

Caso fortuito  Evento totalmente imprevisível.

Força maior  Evento previsível, mas inevitável.

Se a perda resultar de culpa do devedor, este é responsável pelo


equivalente e mais perdas e danos (Lucro cessante, por exemplo).
(Art. 234)

Lucro Cessante  Aquilo que o credor deixou de lucrar, por alguma


razão. Ex: Taxista impedido de trabalhar devido a um acidente
automobilístico.
Equivalente  Dar a coisa que foi estipulada em contrato, ou seu
valor equivalente em dinheiro.

Em caso de deterioração, não sendo o devedor culpado, o credor


pode resolver a obrigação, ou aceitar a coisa no estado em que se
encontra, abatido do seu preço o valor que perdeu. (Art. 235) Ex:
Deterioração de um imóvel por força maior.

Sendo o devedor culpado, o credor pode exigir o equivalente OU


aceitar a coisa no estado em que se encontra, cabendo em AMBOS os
casos indenização por perdas e danos. (Art. 236)

Até a tradição a coisa pertence ao devedor. Pode o devedor exigir


aumento de preço, caso ocorra algum melhoramento ou acréscimo à
coisa antes da tradição Se o credor não anuir, poderá o devedor
resolver a obrigação (Art. 237) Ex: Vaca que foi comprada grávida
cabe um aumento de preço por causa dos filhotes.

Cômodos  Acréscimos da coisa (Quantitativos e Qualitativos).


Melhoramentos que até a tradição pertencem ao devedor.

Frutos percebidos  São aqueles que não estão atrelados à coisa


principal, já foram destacados. Ex: Filhotes da vaca que já nasceram.

Frutos pendentes  São aqueles que AINDA ESTÃO atrelados à


coisa principal. Ex: Vaca grávida com os filhotes AINDA no ventre.

OBS: Os frutos PERCEBIDOS cabem ao devedor, enquanto que


os PENDENTES cabem ao credor.

No caso da obrigação de restituir, se o objeto se perder, sem culpa do


devedor, está resolvida a obrigação. O credor terá seus direitos
garantidos SOMENTE até o dia da perda; depois, perderá o objeto.
(Art. 238)

Se, na obrigação de restituir, a coisa se perder por culpa do devedor,


responderá este pelo equivalente mais perdas e danos. (Art. 239)
Obrigação de restituir, coisa deteriorou, sem culpa do devedor 
Credor recebe a coisa do jeito que se encontra

Com culpa do devedor  Observar o Art. 239  Equivalente ou bem


no estado em que se encontrar + Perdas e Danos.

Melhoramento ou acréscimo, sem despesa do devedor  Credor


recebe do jeito que está não tendo o devedor direito a indenização.
(Art. 241)

Com despesa do devedor  Aplicam-se as regras atinentes às


benfeitorias, avaliando a boa ou a má-fé. (Art. 242)

Obrigação de dar coisa incerta (Art. 243)

O devedor se compromete a entregar ao credor uma coisa não


considerada em sua individualidade, mas no gênero a que pertence e
pela quantidade. Nessa obrigação admite-se a substituição da coisa
por outra de igual valor, qualidade e quantidade. É considerada coisa
incerta, pois no nascimento da obrigação foi acordado dessa forma, já
que não há certeza da posse do objeto da mesma.

Ex: Gênero  Feijão Quantidade  100 sacas

Concentração  É a notificação judicial ou extra-judicial por parte


do devedor para o credor, avisando (informando) como a obrigação
será cumprida, passando assim, a ser coisa certa.

Essa escolha cabe ao devedor, a menos que estipulado de forma


diversa no contrato. (Art. 244)

Deverá o credor, no momento desta escolha, NOTIFICAR o credor


sobre a sua decisão, passando a vigorar então a Seção I,
correspondente à obrigação de Dar Coisa Certa. (Art. 245)

Se o credor não aceitar os termos propostos na concentração, que


difiram da obrigação inicial, ele tem 48 horas para impugnar.
O GÊNERO NÃO PERECE  Genus non perit, como antes da escolha
não se tem o objeto da prestação da obrigação como coisa certa, não
se pode alegar perecimento do gênero para se excusar de cumprir a
mesma, AINDA QUE SEJA EM RAZÃO DE CASO FORTUITO OU FORÇA
MAIOR. (IMPORTANTE!) – Art. 246

EXCEÇÃO  O gênero é limitado e ocorre o posterior perecimento de


todas as espécies que também o compunham, inexistindo culpa do
devedor, é extinta a obrigação de dar coisa incerta.

Obrigação de fazer (Art. 247)

Consiste naquela que sujeita o devedor a uma prestação positiva em


favor do credor. Essa obrigação deve ser permitida, possível,
determinada ou determinável. Envolve a prestação de uma certa
atividade pelo devedor, podendo ser ela física ou intelectual,
proporcionando uma vantagem ao credor.

Diferença entre Obrigação de Dar e Obrigação de fazer:

A diferença entre a obrigação de dar e a obrigação de fazer ocorre na


medida em que a primeira consiste na entrega de algo, enquanto que
na segunda o sujeito passivo da obrigação (devedor) é responsável,
em muitos casos, por PRODUZIR o objeto da obrigação.

Nas obrigações de fazer de caráter personalíssimo, o próprio devedor


deverá confeccionar a prestação, não podendo a mesma ser satisfeita
por um terceiro. Caso se recuse cumprir tal prestação
(personalíssima), fica obrigado a indenizar por perdas e danos o
credor (sujeito ativo). – Art. 247

Se a prestação tornar-se impossível sem culpa do devedor  Resolve-


se a obrigação. Ex: Cantor sem voz, pintor que quebrou a mão.

Com culpa  Responderá por perdas e danos.

Obrigação de Meio  O executor não tem obrigatoriedade de


resultado. Embora tenha que fazer o melhor possível para obtê-lo.
Ex: Médico, advogado.

Obrigação de Resultado  O executor tem a obrigação de obter um


resultado positivo. Ex: Cirurgião Plástico.
Se a prestação do fato tornar-se impossível, sem culpa do devedor 
A obrigação está resolvida.

Com culpa do devedor  Responderá ele por perdas e danos. (Art.


248)

Se o fato pude ser executado por terceiro  Será livre ao credor


mandá-lo executar à custa do devedor.

OBS: Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de


autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, SENDO
DEPOIS RESSARCIDO.

Das obrigações de não fazer

É aquela que determina ao devedor uma abstenção, ou seja, que ele


não faça algo possível de ser feito, se não tivesse se obrigado antes.

Caso o ato se torne impossível abster-se do ato que se obrigou a não


praticar, sem culpa do devedor  Extingue-se a obrigação. (Art. 250)

Caso o devedor pratique o ato a cuja abstenção se obrigara  O


credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua
custa + Perdas e Danos. (Art. 251)

Parágrafo Único: Vide OBS acima. SEM PREJUÍZO DO


RESSARCIMENTO.

Obrigações alternativas

Podem ter como objeto da obrigação duas ou mais prestações e,


mediante elas, o devedor, o credor ou mesmo um terceiro pode
escolher qual alternativa será satisfeita. Baseia-se na concentração
da prestação, que de múltipla e indeterminada passa a ser, então,
simples e determinada, pois, uma vez escolhida, o débito se
concentrará na prestação selecionada, extinguindo-se a obrigação.
Para caracterizar obrigação alternativa, é necessário que as
prestações tenham objetos distintos ou então que o credor permita o
devedor lhe entregar um bem em substituição da quantia devida. O
devedor se libera da obrigação com o cumprimento de UMA SÓ das
prestações diversas, mediante escolhe sua ou do credor. Ex: Construir
uma piscina ou pagar quantia equivalente ao seu valor.

Diferencia-se das cumulativas na medida em que seu cumprimento é


vinculado ao cumprimento de UMA das prestações, enquanto que nas
cumulativas se faz necessário o cumprimento de TODAS as
prestações acordadas.

A escolha do objeto da prestação no cumprimento da obrigação cabe


ao devedor, se outra coisa não se estipulou. (Art. 252)

No caso de pluralidade de optantes (§ 3º do Art. 252), não havendo


consenso entre as partes e findo o prazo estipulado para as
deliberações, decidirá o juiz a forma de prestação da obrigação.

Caso a escolha caiba a terceiro, e esse não possa ou não queira fazê-
la, e as partes não cheguem a um consenso, caberá novamente, ao
juiz decidir. (§ 4º do Art. 252)

Se uma das prestações não puder ser objeto de obrigação, ou se


tornada inexeqüível, o débito persiste quanto à outra. (Art. 253)

Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das


prestações e, não cabendo ao credor a escolha, ficará o devedor
obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou de
cumprir + Perdas e Danos que o caso determinar. (Art. 254)

Quando a escolha couber ao credor e, por culpa do devedor, uma das


prestações tornar-se impossível, o credor tem o DIREITO de exigir a
prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. (Art.
255)

Se, por culpa do devedor, AMBAS as prestações se tornarem


inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de QUALQUER das
duas, ALÉM da indenização por perdas e danos. (Art. 255)

Se, não havendo culpa do devedor, todas as prestações não puderem


ser cumpridas, a obrigação será extinta. (Art. 256)

OBS: No caso de prestações periódicas, o objeto da prestação pode


ser escolhido a cada período.

Obrigações divisíveis e indivisíveis


Caso haja mais de um credor ou devedor em uma obrigação divisível
(possível de ser fracionada sem perda das suas características
básicas), presume-se esta dividida em tantas obrigações iguais e
distintas, quantos forem os credores OU devedores. (Art. 257)

A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma


coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por natureza, por motivo
de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio
jurídico. (Art. 258)

Se há dois ou mais devedores e a obrigação é indivisível, cada um


será cobrado pela dívida de forma integral. (Art. 259) – O credor pode
demandar a dívida de qualquer um dos credores, devendo esse pagar
a dívida INTEIRA, já que ela não é divisível. Após este pagamento, o
credor sub-roga-se no direito do credor, em relação aos outros
coobrigados, ou seja, O CARA QUE ANTES ERA DEVEDOR PAGOU A
DÍVIDA INTEIRA E AGORA É CREDOR DAQUELES QUE ANTES ERAM CO-
DEVEDORES. (Parágrafo único)

Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a


dívida inteira, mas o devedor ou devedores se desobrigarão pagando
a todos conjuntamente, ou a um, dando este caução de ratificação
aos outros credores. (Art. 260)

Pagando a todos conjuntamente  Exemplo do touro reprodutor,


os devedores deverão convocar todos os credores para a entrega do
mesmo. (Art. 260, I)

Caução de ratificação  Garantia pela qual o credor que recebe a


prestação confirma que repassará o correspondente a que os demais
credores têm direito. O credor age como um mandatário, podendo
receber e dar quitação ao devedor. (Art. 260, II)

Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, os outros


credores têm o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe
caiba no total. (Art. 261)

Iuris tantum  Presunção relativa, divide em partes iguais pelos


credores ou devedores, de acordo com quota de cada um.

Remissão  Perdão de dívida, aplicada pelo credor e aceita pelo


devedor.

Em caso de obrigação divisível, aplicada a remissão por um dos


credores, a divisão da obrigação e as frações dos demais credores
permanecem intactas. Entretanto, os credores restantes somente
poderão exigir as suas cotas correspondentes, ou seja, se quiserem o
touro inteiro, devem pagar ao DEVEDOR a parte correspondente à
quota do CREDOR REMITENTE (Art. 262) – LER O PARÁGRAFO ÚNICO.

A obrigação indivisível perde seu caráter se convertida em obrigação


de pagar perdas e danos, que é uma obrigação de dar divisível.
DIFERENTEMENTE DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA, TANTO ATIVA QUANTO
PASSIVA. (Art. 263)

Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes


iguais nas perdas e danos – (§ 1º do Art. 263)

Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo


SÓ ESSE pelas perdas e danos – (§ 2º do Art. 263)

PERGUNTA DE PROVA – QUANDO A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL


PASSA A SER DIVISÍVEL?

RESPOSTA: Quando ela é resolvida em perdas e danos, pois


possibilita a imputação de um responsável, na obrigação indivisível
todos são responsabilizados.

Das obrigações solidárias

É aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou devedores,


cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o
único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como
se fosse o único devedor.

Há solidariedade quando um credor tem a faculdade de receber tudo,


como se fosse um único credor e quando o devedor fica obrigado a
pagar a dívida toda, como se fosse um único devedor. (Art. 264)

No caso do pagamento feito por um devedor a um credor na


solidariedade, extingue-se a obrigação para os demais. O devedor
que cumpre a prestação totalmente tem o direito de reclamar as
cotas dos demais coobrigados.

O pagamento de apenas uma parcela da prestação a reduz,


beneficiando quem o realizou e aproveitando aos demais até a
concorrência da importância paga.

A solidariedade resulta de lei ou de convenção entre as partes, não


pode ser presumida. (Art. 265)
A solidariedade não impõe condições iguais a todos cocredores ou
codevedores, permitindo a lei que seja determinado o pagamento
num local, para certo devedor e noutro local para outro coobrigado,
sem prejuízo da solidariedade. (Art. 266)

DIFERENÇA ENTRE SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE:

Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, o credor tem o


direito de exigir, como devedor, a obrigação de prestar, todo o objeto
da prestação. Entretanto, a solidariedade funda-se em uma relação
jurídica subjetiva, com base nas pessoas, nos sujeitos dessa mesma
relação, credores e devedores. Enquanto que a indivisibilidade
baseia-se em uma relação jurídica objetiva, relacionando-se com a
unidade do objeto, que integra a prestação, objeto esse que, em
regra geral, não pode fracionar-se, seja por sua própria natureza, seja
por perda do seu valor.

Da solidariedade ativa

Relação jurídica entre vários credores de uma obrigação, em que


cada credor tem o direito de exigir do devedor a realização da
prestação por inteiro, e o devedor se exonera do vínculo obrigacional,
pagando o débito a qualquer um dos codevedores. Cada cocredor
pode exigir de qualquer devedor comum o cumprimento total da
dívida. (Art. 267)

A solidariedade pode ser ativa, quando concorrem dois ou mais


credores, cada qual com direito de receber de todo o objeto da
prestação jurídica. São credores solidários.

Possibilita que qualquer um dos credores demande pela dívida toda,


mesmo que esta seja divisível. Possibilitando também que qualquer
um deles dê quitação. Também se libera da dívida o devedor comum
que efetue o pagamento a qualquer um dos credores. (Art. 267)

O credor pode reclamar o pagamento todo da prestação e também


pode pedir a prestação parceladamente, mas isso não implica que o
devedor deva aceitar pagar as prestações dessa maneira.
Se algum dos credores acionar o devedor por falta de cumprimento
da prestação, o mesmo só poderá satisfazer à obrigação ao
demandante.

Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor


comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. No caso de não
cumprimento da prestação e demanda por parte de algum dos
credores, o devedor só poderá pagar ao credor que demandou. (Art.
268.)

O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até


o montante do que foi pago. (Art. 269) – Caso ocorra o pagamento, a
dívida será extinta, até o limite que for atingida pela correspondente
quitação ou pagamento.

Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um


destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for
indivisível. (Art. 270) – Transmite a obrigação mas cessa a
solidariedade em relação aos sucessores.

No caso de obrigação indivisível, o cumprimento ocorrerá se o touro


for entregue a QUALQUER UM dos sucessores daquele. Esse efeito
não tem relação com a solidariedade, mas sim com a indivisibilidade
da obrigação.

Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste para todos


os efeitos, a solidariedade. (Art. 271)

Se algum dos credores remitir a dívida ou tiver recebido o pagamento


responderá aos outros pela parte que lhes caiba. (Art. 272)

A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções


pessoais oponíveis aos outros. (Art. 273) – O devedor demandado
pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns
a todos, não podendo opor, entretanto, as pessoais a outro co-
devedor.

Se houver julgamento contrário a um dos credores solidários, não


atinge os demais. Enquanto que o julgamento favorável não tem
sentido algum whatsoever.

Da solidariedade passiva

O vínculo jurídico se dá entre os devedores (pluralidade de


devedores), acontecendo o inverso da solidariedade ativa. Cada um
dos devedores pode cumprir toda a prestação ao credor e este pode
cobrar a dívida na sua inteireza de qualquer dos devedores. São os
devedores solidários.

O credor tem o direito de exigir e receber de um ou de alguns dos


devedores, parcial ou totalmente a dívida comum. (Art. 275) – Se o
pagamento for parcial, todos os demais devedores continuam
solidários pelo resto.

Parágrafo Único  A propositura de ação pelo credor contra um ou


alguns dos devedores NÃO RESULTA EM RENÚNCIA da solidariedade
passiva.

Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, só serão


estes responsáveis até o limite do seu quinhão correspondente.
Exceção sendo feita no caso de obrigação indivisível, pois caso algum
deles se encontre em posse do touro reprodutor, deverá entregá-lo
para cumprir a obrigação. Todos os herdeiros juntos são considerados
um devedor solidário em relação aos demais codevedores. (Art. 276)

Tanto o pagamento parcial feito por um dos devedores, quanto a


remissão por ele obtida não beneficiam os demais devedores
diretamente. Só haverá o desconto em relação à quota paga ou
perdoada do montante total da dívida. (Art. 277)

Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional estipulada entre


um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição
dos outros sem consentimento destes. (Art. 278)

Caso ocorra a impossibilidade de prestação por culpa de UM dos


devedores solidários, o encargo de pagar o equivalente subsiste para
todos. Entretanto, só responde por Perdas e Danos o culpado. (Art.
279)

Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a


ação tenha sido proposta somente contra um, mas o culpado
responde aos outros pela obrigação acrescida. (Art. 280)

O devedor demandado pode opor ao credor todas as exceções que


lhe forem pessoas e as comuns a todos, NÃO PODENDO opor às
exceções pessoais e personalíssimas a outro codevedor. (Art. 281)

O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns


ou de todos os devedores. (Art. 282) Entretanto, caso renuncie
apenas em favor de um ou de alguns, mas não todos os devedores,
subsistirá a solidariedade dos demais. (Parágrafo Único)
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de
cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito,
as partes de todos os codevedores. (Art. 283) – Presunção relativa,
Iuris tantum

No caso de rateio entre os devedores, poderá ser chamado de volta à


solidariedade o devedor que foi exonerado pelo credor, para
contribuir na parte que na obrigação incumbia ao insolvente. (Art.
284) – Ou seja, ainda que tenha sido exonerado da obrigação, um dos
devedores pode ser chamado de volta para participar na divisão
igualitária da parte da dívida que antes cabia ao insolvente.

Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores,


responderá este por toda ela para com aquele que pagar (Art. 285) –
O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos
do credor, mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores
pela respectiva quota.

Da transmissão das obrigações


Da cessão de crédito

Negócio jurídico pelo qual o credor (cedente) transfere a terceiro


(cessionário), independentemente do consenso do devedor (cedido),
os seus direitos creditórios. Qualquer crédito poderá ser cedido,
desde que respeite os requisitos previstos no Art. 286 abaixo.

O credor pode ceder o seu crédito se a isso não se opuser a natureza


da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé,
se não constar do instrumento da obrigação. (Art. 286)

Na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. (Art.


287)

É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se


não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento
particular revestido das solenidades do § 1º do Art. 654. (Art. 288)

O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a


cessão no registro do imóvel. (Art. 289) – Visa assegurar ao novo
credor todos os direitos transferidos pela cessão.

A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão


quando a este notificada; mas por notificação se tem o devedor que,
em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
(Art. 290) – O DEVEDOR TEM QUE SE DECLARAR CIENTE DA CESSÃO
DE CRÉDITO REALIZADA.

Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se


completar com a tradição do título do crédito cedido. (Art. 291) –
Ocorrendo pluralidade de cessões, cujo título representativo seja da
essência do crédito, o devedor deve pagar a quem se apresentar
como portador do instrumento. Ex: Obrigações cambiais. Se o
cedente fizer a cessão de má-fé terá eficácia perante o devedor
apenas aquela em que ocorreu a tradição do título original.

Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da


cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma
cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título
de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de
escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. (Art. 292) –
Se o devedor pagar antes de ser notificado da cessão de crédito, ou
pagar o cessionário portador do título de cessão da obrigação cedida,
fica exonerado da obrigação o DEVEDOR.

Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode


o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. (Art.
293) – Não interessa se o devedor sabe ou não, o cessionário pode
agir como TITULAR DO CRÉDITO.

O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem,


bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da
cessão, tinha contra o cedente. (Art. 294) – As exceções/proteções
exercidas pelo devedor permaneçam as mesmas até o momento em
que tenha conhecimento da cessão, independente de quem seja o
titular do crédito.

Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se


responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do
crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe
cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. (Art.
295) – O cedente é responsável pela EXISTÊNCIA DE CRÉDITO ao
tempo em que cedeu a obrigação para o cessionário, seja o título
oneroso, ou gratuito, no caso de ação por má-fé.

Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela


solvência do devedor. (Art. 296)
O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros;
mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o
cessionário houver feito com a cobrança. (Art. 297)

O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo
credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o
pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo
somente contra o credor os direitos de terceiro. (art. 298)

Da assunção de dívida

Cessão de débito ou assunção de dívida é o negócio jurídico bilateral


pelo qual o devedor, com a anuência expressa do credor, transfere a
terceiro encargos obrigacionais, para que este o substitua.
Diferentemente da cessão de crédito, na assunção de dívida o
consentimento deve ser dado pelo credor. Devendo ser estipulando
um prazo para que este consinta ou não tal assunção, interpretando o
seu silêncio como recusa.

É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o


consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
credor o ignorava. (Art. 299)

Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta
na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
(Parágrafo Único) – Devedor ou terceiro

Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se


extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele
originariamente dadas ao credor. (Art. 300) – Garantias especiais 
Não integram a essência da dívida e foram prestadas em atenção à
pessoa do devedor, fiança, aval e etc.

Com a assunção da dívida, estarão EXTINTAS AUTOMATICAMENTE as


garantias fidejussórias que haviam sido conferidas ao credor por
terceiros.

Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito,


com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por
terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
(Art. 301) – Se o contrato de assunção for anulado, ocorre o
renascimento da obrigação para o devedor originário, com todos os
seus privilégios e garantias, salvo as que tiverem sido prestadas por
terceiros. SE A OBRIGAÇÃO NÃO FOR SATISFEITA PELO ANTIGO
DEVEDOR, OS NOVOS GARANTIDORES PODERÃO SER ACIONADOS
PELO CREDOR EM LUGAR DAQUELE QUE INADIMPLIU A OBRIGAÇÃO.

O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoas que


competiam ao devedor primitivo. (Art. 302) – O novo devedor não
pode impor as defesas pessoas que cabiam ao devedor primitivo, já
que se trata de exceções ligadas à pessoa dele.

O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o


pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não
impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á
dado o assentimento. (Art. 303) – No caso de transferência de imóvel
hipotecado, se o credor, notificado da assunção de dívida pelo
adquirente do imóvel não vier impugnar dentro de 30 dias, findo este
prazo, sua inércia será interpretada como ASSENTIMENTO, ou seja, o
credor CONCORDA com a assunção de dívida referente ao bem
imóvel hipotecado. A GARANTIA PRIVILEGIADA DO CREDOR
PERMANECE (HIPOTECA).

You might also like