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ASTRONOMIA NO DIA A DIA

Rute Helena Trevisan

O Sol caminhando no céu foi um dos sinais que levou o homem a perceber o
“caminhar” do tempo em uma só direção, e sem interrupção....... Mas será que o Sol
“caminha” mesmo no céu? E será somente o Sol que vemos caminhar sobre nossas
cabeças? Olhe para o céu bem cedo pela manhã. Se não tiver nuvens, verá o Sol no lado
do Leste, bem próximo do horizonte. No Ao meio do dia, o Sol está no máximo de sua
altura no céu e no final, ele estará do outro lado, no lado do Oeste. Dependendo do dia
em que você olhar para o céu, poderá também ver a Lua, e até um planeta aparece no
céu durante o dia, é Vênus, a Estrela D’alva, que vemos no amanhecer ou no entardecer
próximo do horizonte. No dia seguinte, com uma pequena diferença de horário e de local,
lá está o Sol de novo, surgindo no mesmo lado do Leste e se pondo no lado do Oeste...
Mas, o que provoca este movimento no dia-a-dia do Sol? Houve uma época em que se
pensava que o Sol girava ao redor da Terra, porém hoje sabemos que é exatamente ao
contrário: é a Terra que gira ao redor do Sol. E este movimento do Sol no céu, se dá
porque a Terra também gira ao redor dela mesma, dando a sensação de que o Sol é que
está girando ao redor da Terrado nosso planeta. Podemos pensar no movimento do
carrossel para explicar este fenômeno: quando o carrossel do parque de diversões gira, e
você está perto do centro dele, parece que as pessoas que estão lá fora é que estão
girando e você está parado!

Mas... como podemos provar que a Terra gira ao redor dela mesma??

Existe uma prova científica que foi demonstrada em Paris, em 1851 por um físico
francês chamado Jean Baptiste Leon Foucault que usou um pêndulo com um fio muito
longo de 67 metros, fixa no teto do Panteon de Paris, com uma esfera oca de cobre, cheia
de chumbo, de 28 kg. Mas esta é uma longa história. Por ora basta usarmos a maior e
mais fácil prova de que a Terra gira ao redor de um eixo: os dias e as noites! Quando
temos o Dia, significa que esta parte da Terra está virada de frente para o Sol, recebendo
sua radiação que nos aquece. Neste mesmo momento, em outras partes do planeta,
temos a Noite, isto quer dizer, que este lado do planeta está do lado oposto ao Sol, por
isto não vê a luz solar. Por exemplo, enquanto os habitantes da cidade de Brasília asàs 6
horas da manhã estão levantando, os habitantes de Tóquio, estão saindo do trabalho e
indo para casa jantar....... Enquanto é meio dia em Brasília e as pessoas estão
almoçando, neste mesmo momento, em Tóquio seus habitantes estão dormindo....... A
Terra vai girando e, em certos lugares, passa a ser noite quando era dia e, noutros em
outros lugares, do outro lado da Terra, passa a ser de dia quando era noite. E isto sem
nunca parar! E este movimento chamado Rotação leva 23 horas 56 minutos 4 segundos
e 9 centésimos para dar uma volta completa e para quem está na linha do Equador, sua
velocidade é de 1.674 km/h. Nós não percebemos este movimento pois estamos “presos”
ao planeta pela força da gravidade!
Continuando nossa observação do céu durante o dia, podemos observar a aurora
solar durante vários dias tomando um ponto de referência não muito distante. Você verá
que o local exato onde o Sol desponta no horizonte irá se afastar deste ponto inicial, para
o Sul ou para o Norte, até o ponto de afastamento extremo. Depois deste dia, ele voltará
passando pelo ponto de referência, e indo para o outro lado, até atingir a outra posição
extrema. A duração desse deslocamento no céu é diferente dia após dia. O tempo gasto
pelo nascer do Sol para ir de um ponto extremo ao outro e depois voltar, é de exatamente
um Ano! Esse fenômeno tem como causa o movimento anual da Terra em torno do Sol,
associado ao fato de existir uma inclinação entre o Equador da Terra e o plano da
Eclíptica (o plano no qual a Terra gira em torno do Sol). Os pontos extremos máximos
são chamados de Solstícios: (Do latim: solstitiu = Sol Parado). São correspondentes
aos extremos máximos do deslocamento do Sol, o qual inverte o seu sentido de
deslocamento, portanto o Sol precisa parar seu movimento (aparente) para retornar. O
ponto médio (que fica entre os dois extremos) é denominado de Equinócio: (Do latim:
aequinoctiu = noite igual; aequale = igual + nocte = noite). Corresponde ao ponto
médio do intervalo de deslocamento, instante no qual o intervalo de duração do período
de claridade se iguala ao de escuridão.
Concluímos com nossa observação do céu diurno que durante o intervalo de um ano
temos dois solstícios e dois equinócios. Podemos então dividir este intervalo de tempo
(um ano) em quatro períodos quase iguais, são as chamadas Estações do Ano:
Primavera, Verão, Outono e Inverno. Elas também são conseqüência da inclinação do
eixo da Terra, girando em sua órbita elíptica em torno do sol, que nunca muda e não tem
nada a ver com a distância da Terra ao Sol. Cada uma das estações do ano possui uma
data específica que marca o seu início. A partir do deslocamento do Sol, ao longo da linha
do horizonte, foram definidos quatro instantes como sendo (para o Hemisfério Sul): o
Equinócio de Primavera (dia 22 e 23 de setembro); o Solstício de Verão (dia 22 e 23 de
dezembro); o Equinócio de Outono (dia 20 e 21 de março) e o Solstício de Inverno (dia
22 e 23 de junho).

E como a inclinação do Eixo da Terra afeta as temperaturas no planeta?

O movimento da Terra ao redor do Sol em uma órbita plana e quase circular, leva leva
um período de um ano. Ao mesmo tempo, ela gira ao redor de seu eixo dando origem aos
dias. O eixo da Terra aponta, no Hemisfério Norte, para uma estrela, a estrela Polar, e no
Hemisfério Sul, aponta para uma estrela praticamente invisível para o olho humano, a
estrela Sigma. Esta inclinação do eixo terrestre é fixa ao longo do ano.
Com esse movimento da Terra ao redor do Sol, a energia do Sol se concentra ora no
hemisfério Norte (Solstício de Verão no Hemisfério Norte e de Inverno no Sul), ora no
Hemisfério Sul (Equinócio Solstício de Verão no Sul e de Inverno no Norte) e ora se
distribui igualmente entre os dois hemisférios, dando origem a Primavera e Outono, ora no
Norte, ora no Sul. Vejas as figuras abaixo:
Terra (Verão no Hemisfério Sul). Verão no Hemisfério Norte

Esquema para visualização dos Equinócios(Primavera e Outono)

Mas, e no céu Noturno o que podemos observar?

Observando o céu durante a noite, por alguns minutos, se tiver um céu sem nuvens
e se você estiver longe de uma grande cidade que possui muitas luzes (poluição visual),
terá a sua frente um espetáculo fascinante, que é um céu escuro, recheado de pontos
brilhantes. Verá as estrelas, algumas muito brilhantes, outras mais fracas, com brilhos
diferentes. Verá também alguns planetas, mas fica muito difícil diferenciar os planetas de
estrelas numa só noite de observação, pois seus brilhos se confundem. A Lua, o astro
mais brilhante no céu noturno, se estiver cheia, será vista no ao anoitecer no horizonte
leste e no final da noite no horizonte oeste e veja só: o tamanho da Lua vista da Terra, é
quase igual ao tamanho do Sol visto da Terra! Mas lembre-se que caberiam 64 milhões
de Luas dentro do Sol, e isto só acontece porque a Lua está muito mais perto da Terra do
que o Sol.
Se tiver sorte, poderá também ver um cometa, com sua cauda brilhante, “estático”
no céu, como as estrelas. Você também verá algumas “nevoazinhas” que são chamadas
pelos astrônomos de Nebulosas. Muitas delas são Galáxias, que são conjuntos de
bilhões de estrelas e algumas correspondem a nuvens de gás e de poeira, que
estão próximas de locais onde estão nascendo novas estrelas. Outras destas
nevoazinhas são os Aglomerados que são conjuntos de centenas ou milhares de
estrelas e pertencem a nossa própria Galáxia, a Via Láctea. Dependo da região e
da época do ano em que você estiver, poderá avistar uma faixa esbranquiçada
em todo o céu, que é formada de um conjunto de bilhões de estrelas, do qual
o nosso Sol faz parte, é a Via Láctea, a nossa Galáxia. E por último, um
fenômeno da atmosfera da Terra, mas que parecem estrelas caindo, são as
famosas “Estrelas Cadentes”, que são os MeteorosMeteoritos, que nada
mais são do que pequenos pedaços de rocha que perdidos pelo espaço, entram
na atmosfera da Terra, incendiando-se e formando um traço brilhante e muito
bonito.

E os objetos do Céu Noturno também se movimentam?

Assim como no caso do Sol, é a Terra que está girando, dando a impressão de que
todos os objetos do céu se movimentam. E também como o Sol, as estrelas, a Lua,
planetas e nebulosas surgem no horizonte do lado do Leste e se põem a Oeste. Note que
a Lua não se movimenta na mesma velocidade das estrelas. Se no início da noite ela está
entre um grupo de estrelas, depois de umas 4 horas ela se encontra próxima de outro
grupo de estrelas, de deslocando mais devagarzinho do que elas.
Ao se observar o céu dia após dia, de um mesmo lugar, você verá coisas muito
interessantes....... A Lua por exemplo, além de ir ficando para trás em relação às estrelas,
vai mudando de forma (as fases) com uma periodicidade de aproximadamente um
mês. Isto quer dizer que após exatamente 29,5 dias, o ciclo de fases da Lua se
repete. A face iluminada da Lua é aquela que está voltada para o Sol. Como a Lua não
possui brilho próprio, o que vemos é a luz do Sol que chega até ela e é refletida. Como a
Lua translada ao redor da Terra, nós vemos quantidades diferentes de sua superfície
iluminadas e a Lua parece mudar de forma durante o decorrer de um mês. Podemos dizer
que as fases da Lua são infinitas (fase significa aparência), porém, os astrônomos
convencionaram que temos quatro fases principais do ciclo, as quais são: o quarto
crescente, quando a Lua está com a metade de seu hemisfério iluminado voltada para a
Terra, e em certas ocasiões, com a forma parecida com a de um C para o hemisfério sul.
A fase cheia, quando toda a sua parte iluminada está voltada para a Terra. No quarto
minguante, a Lua está com a outra metade de seu hemisfério iluminado voltada para a
Terra; forma parecida com um D para o hemisfério sul, em determinadas vezes.
Finalmente, na fase de Lua Nova, é sua parte não-iluminada pelo Sol que fica voltada
para a Terra (quase não conseguimos ver a Lua minha gente!).

E as estrelas? Se você puder observar o céu da noite por vários meses, notará
que as estrelas nascem e se põem sempre no mesmo ponto nos horizontes leste e oeste
e que as posições de umas em relação às outras não mudam porém, porém elas nascem
e se põem 4 minutos mais cedo a cada dia. Se você observar o céu, no mesmo horário
hoje a noite e daqui a seis meses, no mesmo local e horário, poderá ver que não temos
as mesmas constelações no céu! E após um ano, verá que as constelações observadas
se repetem sempre no mesmo lugar! Por exemplo, no inverno vemos Escorpião,
enquanto que no verão temos Orion (a Constelação das Três Marias).

E concluindo, você perceberá que alguns destes pontos brilhantes que


parecem estrelas, mostram movimentos diferentes dos outros pontos
brilhantes! Um deslocamento muito mais lento que o da Lua, mas fácil de ser
notado ao longo de um mês de observação. Esses são os planetas, cujo
significado é “astro errante”. Apenas não veríamos o mais esplendoroso dos
planetas, apesar dele também estar no céu: o planeta Terra, que junto com
outros oito planetas, planetóides, asteróides, cometas e poeira interestelar
também se encontra neste maravilhoso céu, viajando junto com sua estrela, o
Sol, ao redor do centro da nossa galáxia, que viaja por este imenso Universo
imenso, de bilhões e bilhões de estrelas.......

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