You are on page 1of 2

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Educação – Pedagogia Noturno


Disciplina: EP 376 turma:C
Professor: Guilherme Toledo Prado
Aluna: Ana Luiza de Souza Pellegrin
RA:090345

Resenha do texto: “Ser negra, ser mulher, ser nordestina. Afinal, como me fiz
professora?” de Maria Zita Ferreira, do livro : “Como me fiz Professora” de Geni
A. Nader Vasconcelos.

O referido texto trata-se da história de uma mulher negra e nordestina que conta
através de sua história de vida como se tornou professora.
A autora conta que cresceu em meio a uma organização de vida peculiar. Filha de
pais negros cresceu em uma casa de pau a pique a beira do rio. Foi ali, com os esforços
dedicados por sua mãe para a educação dos dez filhos, que ela desenvolveu seus valores e
princípios que viriam a contribuir para sua formação de professora.
A autora conta do misterioso laço que tinha com o rio e com tudo aquilo que ele
oferecia, como o sustento da família, a diversão que proporcionava a ela e seus irmãos, a
disciplina corporal que desenvolvera. Retrata também a imagem que a tocava muito todos
os dias das horas em que a mãe e os filhos se reuniam a beira do rio para um ritual de
reza e agradecimento nas manhas ao nascer do sol e as tardes no por do sol. Fulana diz
ser nesses momentos de concentração extrema e silencio que ela percebia todos os
movimentos da água do rio em suas diversas formas assim como o rufar dos tambores
cujo soar provinha do outro lado do rio. Um dia sua irmã mais velha levou-a para
conhecer o outro lado do rio e foi então que viu se tratar de um ritual de reza realizado
por negros como ela . Se encantou então com a dança realizada pelas mulheres em roda e
pelo tocar de tambores pelos homens, e foi aí que teve seu primeiro contato com a cultura
afro com a qual se identificou e a qual se tornaria mais pra frente objeto de seus estudos.
A mãe era costureira enquanto o pai passava dias viajando para entregar
correspondências, no fim era a mãe que educava os filhos de maneira que se tornassem
íntegros e sempre prezando os estudos.
Foi com uma enchente que acontecera na cidade em moravam que acabaram por
perder tudo o que tinham e que os fizeram ter que recomeçar do zero! Foi com a mudança
da família para outra cidade e com a construção de uma nova casa, não mais de pau a
pique que começaram a ter mais contatos com outras escolas, com a sociedade, com
pessoas vezes solidarias vezes preconceituosas. Aqui nessa nova fase de sua vida, fulana
compara sua historia com o mito da caverna uma vez que saíram da escuridão para
enxergar a luz, a realidade tal como é!
A irmã mais velha estava cursando faculdade em Goiás lugar para aonde a família
resolveu se mudar. O pai vendera a casa e pagara todas as suas dividas para irem para
Goiás atrás de uma nova vida. Viajaram por oito dias e lá chegando passaram por muitas
dificuldades a começar pelo pequeno espaço que conseguiram para morar.
O pai não agüentando aquela vida resolveu voltar para o Piauí deixando a família
em Goiás. Foi lá que fulana conseguiu seu primeiro emprego de secretaria de uma escola.
Começou então a faculdade de Educação Física . Diz ser por sua relação que
desenvolvera com seu corpo bem como com a natureza, com as pessoas e com a
sociedade bem como a forma que sua mãe a fez encarar a vida que a fez tornar-se
professora.
Esse relato nos mostra o quanto a bagagem que trazemos de nossa formação
pessoal, de nossas experiências de vida e da forma com que ressignificamos as questões
com as quais nos deparamos tem relação direta com nossa formação profissional bem
como com a forma com que desevolvemo-na.

You might also like